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Aula - Causas de extinção de punibilidade. Prescrição

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DIREITO PENAL II
AULA 15 - CAUSAS DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE. PRESCRIÇÃO
CONCEITO
Após a realização da ação ou omissão típica, ilícita e culpável, e preciso avaliar se o fato é punível. Podem haver causas de extinção de punibilidade.
As causas de extinção de punibilidade implicam a renúncia do Estado do direito de punir. Estão previstas no art. 107 CP, porém, este rol não é taxativo.
Se o juiz reconhece a extinção de punibilidade poderá decretá-la de ofício em qualquer fase do processo (art. 61 CPP). 
Art. 107 – EXTINGUI-SE A PUNIBILIDADE:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
1 - MORTE DO AGENTE
A morte do agente extingue a punibilidade, visto que nenhuma pena passará da pessoa do condenado (princípio da pessoalidade da pena).
A presunção legal de morte (art. 6º CC) não é admissível na esfera penal. 
A eventual comprovação de falsidade de certidão de óbito não autoriza a reabertura do processo. Nosso sistema não admite a revisão criminal.
2 – ANISTIA, GRAÇA E INDULTO
	O poder de graça abarca a anistia, a graça em sentido estrito e o indulto. São manifestações do perdão soberano.
ANISTIA 
	Por meio dela o Estado renuncia ao seu ius puniendi, perdoando a prática de infrações penais que, normalmente, têm cunho político. Via de regra, a anistia dirige-se aos crimes políticos. Pode ser concedida antes ou depois da sentença penal condenatória, sempre retroagindo a fim de beneficiar os agentes.
Graça e indulto
A graça tem o mesmo efeito do indulto, porém é concedida individualmente, a uma pessoa específica. O indulto é coletivo. Ambos pressupõem sentença penal irrecorrível. O que os diferencia da anistia é que só alcançam a execução da pena, a sentença penal permanecesse imutável.
Ambos são de competência do Presidente da República.
Nos termos do artigo 2o, I, da Lei n. 8.072/90, os crimes hediondos, a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo SÃO INSUSCETÍVEIS DE ANISTIA, GRAÇA e INDULTO.
3 – ABOLITIO CRIMINIS
Ocorre quando a lei posterior não mais tipifica como delito o fato anteriormente previsto como ilícito penal. 
Com a abolitio criminis são afastados os efeitos penais da condenação, permanecendo apenas os efeitos civis.
4 – RENÚNCIA
Se antes de iniciada a ação penal privada o ofendido manifesta sua vontade de não exercer o direito de queixa, extingue-se a punibilidade pela renúncia. 
É um ato unilateral cujos efeitos alcançam a todos os coautores do delito. 
A renúncia pode ser expressa ou tácita.
Também cabe renúncia em caso de ação penal privada subsidiária da pública. No entanto, o MP poderá oferecer denúncia se não houver outra causa de extinção de punibilidade.
5 – PERDÃO DO OFENDIDO
Durante o processo o querelante, em ação penal privada, pode perdoar o ofensor extinguindo a punibilidade. 
O perdão opera na fase processual, e a renúncia cabe apenas na fase pré-processual. 
O perdão é ato bilateral, produzindo efeitos apenas se aceito pelo querelado. 
O perdão poderá ser processual (quando concedido em juízo) ou extraprocessual (se concedido fora dos autos do processo). Pode ainda ser expresso ou tácito. 
Se o perdão é concedido a um dos querelados se estende aos demais.
 Se for concedido por um dos ofendidos não condiciona os demais.
6 – PERDÃO JUDICIAL
Trata-se de um direito subjetivo do réu. É causa extintiva de punibilidade que opera independentemente de aceitação do agente, sendo concedido na própria sentença.
O art. 13 da Lei 9.807/99 (Lei de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas e acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração em investigação policial ou processo criminal) prevê hipótese de perdão judicial.
O perdão judicial só é cabível nos casos autorizados por lei:
Arts. 121, § 5º (homicídio); 129 § 8º (lesão corporal); 140 § 1º (injúria); 176 § único (outras fraudes); 180 § 5º (receptação); 242 § único (parto suposto); e 249 § 2º (subtração de incapazes), CP.
7 – RETRATAÇÃO
É o ato de retirar o que foi dito. É ato unilateral – independe de aceitação do ofendido – que tem o objetivo de resguardar a verdade.
A retratação feita por um dos réus não se estende aos demais. 
É necessário que seja feita antes da decisão de 1ª instância. Se for posterior só terá efeito atenuante (art. 65, III, b CP).
Só cabe nos casos em que a lei admite:
Crimes de calúnia e difamação (art. 143 CP)
Crimes de falso testemunho e falsa perícia (art. 342 § 2º CP)
8 – DECADÊNCIA E PEREMPÇÃO
Decadência
É o instituto jurídico mediante o qual a vítima, ou quem tenha qualidade para representá-la, perde o seu direito de queixa (ações penais privadas) ou de representação (ações penais públicas condicionadas à representação) em virtude do decurso de um certo lapso temporal.
Art. 103. CP. Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do artigo 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
Perempção
É instituto jurídico aplicável às ações penais de iniciativa privada propriamente dita ou personalíssima, não se aplicando à privada subsidiária da pública. Ocorre quando há inércia do querelante. Já deve haver ação penal em curso. Nos termos do artigo 60, do CP:
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
	I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 (trinta) dias seguidos;
	II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no artigo 36;
	III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
	IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
9 – PRESCRIÇÃO
A Legislação Penal Prevê Duas Espécies de Prescrição:
Prescrição da Pretensão Punitiva (Impossibilidade de o Estado formar o seu título executivo judicial)
Prescrição da Pretensão Executória (O Estado perde o direito de executar sua decisão)
Art. 109 do CP. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
I - em 20 (vinte) anos, se o máximo da pena é superior a 12 (doze);
II - em 16 (dezesseis) anos, se o máximo da pena é superior a 8 (oito) anos e não excede a 12 (doze);
III - em 12 (doze) anos, se o máximo da pena é superior a 4 (quatro) anos e não excede a 8 (oito);
IV - em 8 (oito) anos, se o máximo da pena é superior a 2 (dois) anos e não excede a 4 (quatro);
V - em 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não excede a 2 (dois);
VI - em 2 (dois) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.
Art. 110. A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
	§ 1º. A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada.	
	Súmula 220 do STJ- A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.
RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃOArt. 61 do CP - Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
TIPOS DE PRESCRIÇÃO (Pretensão Punitiva)
- PRESCRIÇÃO RETROATIVA 
- PRESCRIÇÃO SUPERVENIENTE 
QUESTÕES IMPORTANTES
Termo inicial (arts. 111 e 112 CP) 
Prescrição da multa (art. 114 CP)
Prescrição para penas restritivas (art. 109 CP)
Redução dos prazos (art. 115 CP)
Causas suspensivas (art. 116 CP)
Causas interruptivas (art. 117 CP)
Prescrição no concurso de crimes (art. 119 CP) 
Prescrição pela pena em perspectiva
Imprescritibilidade (art. 5º XLII e XLIV)
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA
STF - QUESTÃO DE ORDEM NA AÇÃO PENAL: AP 613 TO
QUESTÃO DE ORDEM NA AÇÃO PENAL. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA. SUSPENSÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. PARCELAMENTO E PAGAMENTO DO DÉBITO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA: EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. PRECEDENTES.
1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal é firme no sentido da possibilidade de suspensão da pretensão punitiva e de extinção da punibilidade nos crimes de apropriação indébita previdenciária, admitindo a primeira se a inclusão do débito tributário em programa de parcelamento ocorrer em momento anterior ao trânsito em julgado da sentença penal condenatória e a segunda quando o débito previdenciário for incluído - e pago - no programa de parcelamento ordinário de débitos tributários. Precedentes.
2. Questão de ordem resolvida no sentido de declarar extinta a punibilidade do réu em relação ao crime de apropriação indébita previdenciária, pela comprovação da quitação dos débitos discutidos no presente processo-crime, nos termos das Leis ns. 10.684/03 e 11.941/09.

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