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Aquisição de Posse

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A posse se adquire, como anota Clóvis Beviláqua, por ato unilateral, bilateralmente ou 
causa mortis(herança ou legado). Ou seja, adquire-se a posse originariamente, por ocupação, 
ou mediante ato inter vivos ou causa mortis. Na apreensão de uma res nullius (coisa de 
ninguém e que nunca teve dono) oures derelictae (coisa abandonada), na caça ou na pesca, na 
posse ad usucapionem, tem-se a aquisição não transmitida, originária, unilateral. 
Na adquirida bilateralmente, o possuidor recebe a coisa de alguém, quase sempre em 
decorrência de contrato de compra e venda ou locação, ou causa mortis. Na posse derivada 
ocorre sempre a tradição material ou simbólica (ficta). Na tradição material a coisa é entregue 
fisicamente ao adquirente, enquanto na simbólica opera-se mediante a entrega de 
documentos ou, quando for o caso, de chaves. 
A tradição convencional compreende duas modalidades: o constituto possessório e a 
brevi manu. 
Se a coisa alienada, móvel ou imóvel, permanece em poder do alienante ou de 
terceiro, podem as partes se valer da cláusula constituti, ou constituto possessório, de que 
trata o art. 1.267, parágrafo único, do Código Civil, para efeito de transmissão da posse. 
Quando o vendedor, ou um terceiro, permanece com a coisa alienada, tem-se o 
desmembramento da posse, permanecendo o transmitente, ou o terceiro, com a posse direta, 
ficando a indireta, por força da cláusula constituti, com o adquirente. Tal cláusula, que não se 
presume, deve ser expressa. Como se infere: a) pelo constituto possessório o comprador 
assume a condição de possuidor indireto; b) o constituto possessório pode apresentar-se de 
duplo modo: permanecendo a posse direta com o alienante ou com um possuidor de menor 
título, como o locatário. 
Na síntese de Aubry e Rau: “O constituto possessório se estabelece por uma convenção em 
virtude da qual cessa a posse do possuidor de uma coisa em seu próprio nome e começa a 
possuir por conta de outrem”. 
Situação oposta a do constituto possessório é a traditio brevi manu. Esta se efetiva 
quando o objeto da posse se encontra em poder do adquirente, na qualidade de mero 
detentor, ato de tolerância ou permissão do então possuidor. 
Com a traditio brevi manu, o possuidor direto assume, também, a posse indireta, como 
se dá com o comodatário ou simples depositário, quando adquirem a propriedade. 
 
Curso de Direito Civil, Direitos das Coisas, Vol. 4, Paulo Nader, 2016.

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