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Habilidades e Atitudes Médicas – Doenças dos Brônquios, dos Pulmões e das Pleuras. 1 TROMBOEMBOLISMO PULMONAR E PNEUMOTÓRAX Tromboembolismo Pulmonar (TEP) Oclusão brusca, total ou parcial da artéria pulmonar e/ou de seus ramos por um coágulo sanguíneo oriundo da circulação venosa sistêmica, geralmente do sistema venoso profundo proximal dos membros inferiores (trombose venosa profunda – TVP). A TVP é o evento básico, e a TEP sua complicação aguda. Obs: Usa-se o sinal de Holmes e Bandeira para confirmação da TVP. Sinal de Holmes –> Consiste na dorsiflexão do pé sobre a perna e a paciente vai referir dor na massa muscular da panturrilha. Sinal de Bandeira –> Quando um membro inferior é comparado com o outro durante a palpação, nota-se menor mobilidade da panturrilha que fica empastada. Fatores de risco: redução ou estase do fluxo venoso, lesão ou estimulação endotelial e estado de hipercoagubilidade (Tríade de Virchow). - Imobilização; - Uso de estrógenos; - Idade; - Insuficiência venosa periférica; - Insuficiência cardíaca congestiva Fisiopatologia: A extensão das consequências fisiopatológicas da TEP aguda depende da carga embólica, da resposta neuro-humoral e do estado cardiopulmonar do pulmão, o que também se reflete nas manifestações clínicas. Manifestações circulatórias compreendem: Redução do leito arterial pulmonar; Aumento da resistência vascular; Aumento da pós-carga do VD; Aumento da pressão arterial pulmonar; Manifestações pulmonares compreendem: Aumento do espaço morto alveolar; Redução do volume pulmonar; Hipoxemia arterial; Redução da Complacência pulmonar Na sequencia podem ocorrer: Necrose isquêmica do parênquima, com infarto pulmonar conforme a carga embólica, as condições cardiopulmonares prévias, a embolia pulmonar poderá ter pouca percussão pulmonar ou levar ao cor pulmonale agudo, hipotensão sistêmica, síncope e morte. Principais manifestações Clínicas: Taquipneia (FR > 20 irpm) Dispneia Dor torácica pleurítica – localizada, pontada, ventilatório dependente. Taquicardia Apreensão/Ansiedade Tosse Hemoptise – rosa, mucoide e presença de ar. Colapso circulatório agudo Morte Súbita Quando se tem as manifestações clínicas da TEP deve-se classificar a suspeita clínica em baixa, moderada ou intermediaria e alta, usa-se o Escore de Wells ou de Genebra. Estratificação de Risco: mortalidade precoce (considera-se a mortalidade intra-hospitalar em qualquer tempo e nos primeiros 30 dias após o evento). Marcadores de mortalidade precoce: Hipotensão, choque, disfunção do VD, evasão de BNP, estará elevado em Insuficiência ventricular direita e esquerda, Troponina cardíaca positiva. Maciço: hipotensão e choque – clínico – trombo grande que obstruiu o tronco da artéria pulmonar principal. Submaciço: disfunção do VD ao ecocardio, sem choque ou hipotensão. Não maciço: Ausência dos critérios anteriores Exames Complementares: Na grande maioria das vezes eles não são diagnósticos, eles não irão trazer, por exemplo, o sinal da corcunda que é a cunha na periferia do pulmão (hipotransparencia em cunha). Alterações encontradas na Radiografia de Tórax de um paciente com TEP: Atelectasia – o paciente pode estar com uma dor pleurítica muito grande e superficializar a respiração por conta da dor e com isso ele não irá encher o alvéolo e esse alvéolo pode colabar e gerar a atelectasia. Elevação da hemicúpula diafragmática do lado lesado, pequenos derrames pleurais associados, Sinal de Westmark e Sinal de Hampton. Obs: Não são achados específicos Radiografia de Tórax: Pode ser normal ou indicar achados sugestivos, mas sem força diagnóstica. É muito útil para afastar ou confirmar outras causas de dispneia e dor torácica. Sinal de Westmark Corresponde a áreas de hipoperfusão, zonas hipertransparentes. Não consegue identificar trama vascular, identificando o local onde ocorreu a obstrução. Sinal de Hampton Alargamento de artérias pulmonares e opacidade periféricas em cunha, sinal da corcunda. Gasometria Arterial: É de baixa especificidade, Hipoxemia e Hipocapnia (baixa de co2). Na grande maioria dos casos, os pacientes com TEP são hipoxêmicos. A gasometria também pode ser normal. D-Dímeros: É um produto da degradação da fibrina. Ajuda caso o paciente tem baixa e moderada probabilidade clínica de ter TEP, pois, caso o resultado vim negativo você pode descartar a hipótese. Porem, se o paciente tem alta probabilidade de TEP e o exame vir negativo ele não ajudou em nada. Troponina I e CK-MB podem estar aumentadas quando tiver uma lesão muito grande de ventrículo direito. Eletrocardiograma: Auxilia na confirmação ou exclusão de diagnósticos diferenciais - Padrão S1Q3T3 (S1 – na derivação D1 a onda S é profunda. Q3 – Na derivação D3 tem a onde Q, que normalmente não esta presente. T3 – onda T invertida na derivação D3), taquicardia Sinusal e Normal. Angiografia de Tórax: Visualização direta do trombo. Avaliação de outras câmaras do corpo. Ecocardiograma transesofágico: Bom para ver trombos intracavitários. Pode ter sinais de sobrecarga do VD, dilatação. Doppler de membros inferiores: Excelente para o diagnóstico de TVP Cintilografia pulmonar de ventilação e perfusão: Exame normal descarta TEP com segurança, mesmo que tenha alta probabilidade clínica. PNEUMOTÓRAX Existência de ar na cavidade pleural. Ruptura da pleura visceral com escape aéreo gerando o colapso do pulmão é a causa mais comum. Classificação: Espontâneo, traumático e Iatrogênico. Pneumotórax Espontâneo: Subdividido em primário e secundário - Primário ocorre em indivíduos sem doença pulmonar conhecida. Mais comum em homens altos e magros, idade 20 – 40 anos. Geralmente é unilateral e é mais frequente no lado direito. Obs: Cigarro pode ser um fator de risco para o Pneumotórax espontâneo e história familiar positivo - Secundário Ocorre em pacientes portadores de doença pulmonar subjacente com indícios clínicos e/ou radiológicos que atestem o comprometimento pulmonar, paciente > 60 anos. Pneumotórax traumático: Ocorre após traumatismo que pode ser fechado ou aberto (deve ter a ruptura da pleura visceral). Pneumotórax Iatrogênico: Produzidos durante um procedimento médico. Ex: drenagem de derrame pleural, punção de acesso venoso central. Sinais de gravidade: Dispneia intensa, Frequência respiratória aumentada, cianose, agitação psicomotora – pode ser por causa de hipoxemia, hipotensão associada a taquicardia, tontura, sudorese, extremidades frias Manifestações Clínicas: Sinais e Sintomas: Assintomático; ocorrem nos pequenos pneumotórax. Obs: A presença de sintomas vai estar muito relacionada com as condições prévias da clínica desse paciente. Portanto, pode-se ter um pneumotórax pequeno que em um paciente com DPCO será bastante sintomático. Dor torácica de inicio súbito e ventilação dependente; Dispneia; Tosse Seca; Cianose. Exame Físico: Diminuição da expansibilidade; Abaulamento do HTX afetado; FTV diminuído; Hipersonoridade; MV diminuído ou abolido; Pneumotórax hipertensivo: Ocorre quando a pressão intra-pleural ficar muito maior que a pressão atmosférica. Caracterizado por: Taquipneia e dispneia; Hipotensão arterial; Cianose; Desvio de traqueia; (só tem no hipertensivo e pro lado contralateral) Sopro anfôrico (ausculta lembra o sopro de uma garrafa) e timpanismo; Deve-se fazer a descompressão imediata desse tórax caso encontrar esses sintomas. Obs: Pneumotórax pode estar associado ao derrame pleural, e com isso terá macicez na base do hemitórax corresponde aos achados do Pneumotórax. Exames de Imagem: Deve-se ter cuidado com exame de imagem pois, o diagnóstico de pneumotórax deve ser clínico Radiografia de Tórax: Presença de ar na cavidade pleural. Pequenos pneumotórax pode identificar ao se fazer o Raio-X em expiração forçada. TCO: identifica as pebles (bolhinhas de ar). Sinais de gravidade: Hipoxemia, Cianose, Hipercapnia (gasometria arterial), alteração do estado mental (hipóxia), instabilidadehemodinâmica (taquicardia, taquipneia e hipotensão arterial, ou choque). Achados Clínicos: Necessidade de ventilação mecânica, distensão de veias do pescoço ( principalmente da veia jugular) 20 de março de 2017
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