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Código Penal Parte Especial CHOA

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Classificação dos Crimes – os crimes podem ser comuns ou próprios.
Os crimes próprios exigem um sujeito ativo especial ou qualificado, isto é, somente ser praticado por determinada pessoa. (ex. crimes militares).
Os crimes comuns podem ser cometidos por qualquer pessoa.
Crimes comissivos e omissivos.
Crimes comissivos são os cometidos por intermédio de uma ação. (ex. estupro). Já os omissivos são praticados por uma abstenção (deixar de fazer). Ex. omissão de socorro.
Os crimes comissivos por omissão – são os delitos por ação, excepcionalmente praticados por omissão, restrita aos casos de quem temo dever de impedir o resultado.
crimes formais ou de mera conduta - São os delitos de atividade os que se contentam com a ação humana esgotando a descrição típica, havendo ou não um resultado naturalístico. Ou seja, não existe a necessidade do resultado, somente a mera conduta. Ex. prevaricação.
Crimes materiais – são os delitos de dano, que se consumam com a efetiva lesão do bem. Precisa o dano / lesão ocorrer. Ex. lesão corporal.
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Concurso formal de crimes – quando o agente, mediante uma única ação ou omissão, provoca dois ou mais resultados, devendo ser punido pela pena mais grave, ou por uma delas se idênticas, aumenta de um sexto a um terço. (ex. O preso subtrai para si psicotrópicos quando realiza a faxina – concurso formal dos crimes do art. 155 furto e 16 da lei de drogas ( importante frisar aqui que para o consumo não há mais a previsão de prisão).
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Ação/omissão
resultado
resultado
resultado
Concurso material de crimes – quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, deve ser punido pela soma das penas privativas de liberdade em que haja ocorrido. (três tentativas de homicídio em três pessoas diferentes e três disparos disparados)
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Ação/omissão 
Resultado 
Ação/omissão 
Resultado 
Ação/omissão 
Resultado 
Soma das penas
+
+
Erro de tipo – o engano a respeito de um dos elementos que compõem o modelo legal de conduta proibida sempre exclui o dolo, podendo levar a punição por crime culposo. ( ex. caçador imagina que atrás de uma moita existe um animal feroz contra o qual atira, no entanto, um outro caçador que ali estava). Neste caso homicídio na forma culposa.
Erro quanto à pessoa – erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. (ex. A pretende matar seu inimigo B e atinge C, deverá A ser punido por homicídio doloso, o erro quanto à pessoa não isenta a culpabilidade).
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Código Penal - Parte Especial 
ART. 121 – Homicídio Simples
Crime comum
Admite a forma culposa e dolosa
Verbo: matar alguém
Sujeito Ativo: Qualquer um
Sujeito Passivo: Qualquer um
Pena: reclusão de 06 a 20 anos.
Eliminação da vida extrauterina de uma pessoa por outra.
Diferente do crime de aborto – que tutela a vida intrauterina.
“por outra pessoa” – para diferenciar do suicídio.
Curso de Habilitação de Oficiais – PMMS – CAP. QOPM LETICIA
Coautoria e participação 
Autor é quem executa o ato.
Partícipes são os agentes que independentemente de ingressarem naquele verbo, com uma conduta acessória concorrem eficazmente para a produção do resultado. 
O Homicídio admite a forma omissiva imprópria (comissivo por omissão) e comissiva (ação).
Efetuar disparos de arma de fogo, desferir facadas, ministrar veneno ou asfixia a vítima – qual forma?
Visando o resultado morte – a mãe deixa de amamentar o filho, ou quando o agente nega o fornecimento de alimentos, medicamentos ou socorro – qual forma?
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Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
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Tentativa – Admissível
 Perdão judicial – quando o homicídio ocorre na forma culposa – paragrafo 5º. “§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária”.
Homicídio Culposo - 
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
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Caso especiais de aumento de pena
FEMINICÍDIO
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
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§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).
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ART. 122 – Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
Sujeito Ativo – qualquer pessoa
Sujeito Passivo – Qualquer pessoa com um mínimo de discernimento e resistência. Caso contrário, não podendo resistir ao induzimento ou instigação ....
Induzir, dar a ideia a quem não a possui, inspirar, incutir. 
Instigar é fomentar uma ideia já existente.
Auxiliar é a forma mais concreta e ativa de agir, pois significa dar apoio material ao ato suicida. 
Não admite a tentativa.
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Lesões Corporais
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa
Sujeito Passivo: qualquer pessoa – exceto como ocorre com a vitima de lesão corporal grave, da qual resulta aceleração do parto ou aborto – neste caso o sujeito passivo é especifico – gestante.
Admite tentativa.
Espécies: dolosa simples ou leve, dolosa qualificada grave, dolosa qualificada gravíssima, dolosa seguida de morte, dolosa com causa de diminuição de pena, privilegiada, culposa, dolosa com causa de aumento de pena, dolosa qualificada especifica. 
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Obs. A autolesão não é punível no direito brasileiro, embora seja considerada
ilícita, salvo se estiver vinculada à violação de outro bem ou interesse juridicamente protegido, como ocorre quando ao agente, pretendendo obter indenização ou valor de seguro, fere o próprio corpo.
Momento consumativo – ocorre com a ocorrência da ofensa à integridade física ou à saúde. Como regra exige laudo de exame de corpo de delito para demonstrá-la, pois é crime material.
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Qualificadoras – geram três faixas diversas de fixação de pena.
1ª faixa – lesão corporal grave (reclusão de 01 a 05 anos)
Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias.
Perigo de vida.
Debilidade permanente de membro, sentido ou função.
Aceleração de parto.
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2ª faixa – lesão corporal gravíssima (reclusão de 02 a 08 anos)
Incapacidade permanente para o trabalho
Enfermidade incurável.
Perda ou inutilização de membro, sentido ou função.
Deformidade permanente.
Aborto
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3ª faixa – lesão corporal resultante de violência domestica (detenção de três meses a três anos)
Crime preterdoloso – dolo no antecedente e culpa no subsequente – não existe a forma tentada neste caso – pois o crime culposo não admite a tentativa.
Lesão Corporal Privilegiada – acarreta substituição de pena privativa de liberdade pela pecuniária. Aplica-se somente em lesão corporal leve. 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
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Forma Culposa da Lesão Corporal
Se a lesão for cometida por imprudência, negligência ou imperícia.
Causa de aumento de pena – inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar a prisão em flagrante.
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 ...Vamos pensar?...
Darlan, apaixonado por outra, decidiu matar sua mulher, Amélia. Mesmo sabendo que ela estava grávida de seis meses, não se deixou dissuadir do intuito homicida, até porque também não queria o nascimento do filho desta união. Com o uso de uma faca de churrasco, golpeou-a por várias vezes em seu abdômen. Pensando que a tivesse matado, imediatamente fugiu do local, o que permitiu aos vizinhos, alertados pelos gritos de Amélia, socorrê-la e levá-la a um hospital, pois, em que pese a violência do ataque, a mulher sobreviveu. Mas, infelizmente, ela não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois de ter entrado na sala de atendimento hospitalar. O médico que a atendeu, Dr. José, percebeu que o feto ainda vivia, apesar da morte da mãe, e imediatamente realizou cesariana. A criança foi retirada do claustro materno com vida, mas também não sobreviveu mais de cinco minutos.
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( ) Ocorreram dois crimes dolosos contra a vida, homicídio e aborto consumados, aplicando-se as respectivas penas conforme a regra estabelecida pelo Código Penal para o concurso material de crimes.
( ) Ocorreram dois crimes dolosos contra a vida, homicídio consumado e aborto tentado, uma vez que o feto não foi expulso do ventre materno, aplicando-se as respectivas penas cumulativamente.
( ) Caso constatada a inobservância culposa de regra técnica da profissão pelo Dr. José, na realização da cesariana, que tivesse contribuído para a eliminação da vida do nascente, Darlan responderia por homicídio consumado, contra Amélia, e por aborto tentado, em relação ao feto, com a aplicação da mais grave das penas cabíveis, aumentada de um sexto até metade. O Dr. José seria responsabilizado por homicídio culposo, com aumento de um terço da pena.
( ) Se a gestante não tivesse morrido e o parto se desse a termo, vindo, porém, a criança a falecer dez dias depois, em consequência de também ter sido atingida pelas facadas, quando já titular de vida extrauterina, Darlan responderia por tentativa de homicídio, contra Amélia, e por homicídio consumado, contra a criança, aplicando-se a mais grave das penas cabíveis, aumentada de um sexto até metade. 
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Ocorreram dois crimes dolosos contra a vida, homicídio e aborto consumados, aplicando-se as respectivas penas conforme a regra estabelecida pelo Código Penal para o concurso material de crimes.
V) houve 1 conduta objetivando 2 resultados com desígnios autônomos (concurso formal imperfeito, cujas penas serão cf. o concurso material)
F) houve aborto consumado, pois o que importa é o resultado (morte do feto)
F) Darlan responderá por aborto consumado; a conduta do médico é homicídio culposo majorada em 1/3, cf. descrito na alternativa; concurso forma impróprio
F) Darlan responderá por aborto, cf. a teoria da atividade (ele praticou aborto, cujo resultado se deu dias depois, o que não descaracteriza o tipo); e o concurso é forma impróprio, com soma das penas.
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Álvaro e Samuel assaltaram um banco utilizando arma de fogo. Sem ter ferido ninguém, Álvaro conseguiu fugir. Samuel, nervoso por ter ficado para trás, atirou para cima e acabou atingindo uma cliente, que faleceu. Dias depois, enquanto caminhava sozinho pela rua, Álvaro encontrou um dos funcionários do banco e, tendo sido por ele reconhecido como um dos assaltantes, matou-o e escondeu seu corpo.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Álvaro cometeu os crimes de roubo qualificado e homicídio simples.
b)Samuel cometeu os crimes de roubo simples e homicídio culposo.
c) Álvaro cometeu os crimes de roubo e homicídio qualificados. 
d) Álvaro cometeu o crime de homicídio qualificado e será responsabilizado pelo resultado morte ocorrido durante o roubo.
d) Álvaro cometeu o crime de homicídio qualificado e será responsabilizado pelo resultado morte ocorrido durante o roubo.
Art. 29,  § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido PREVISÍVEL O RESULTADO MAIS GRAVE.
 
--Significa dizer que se Álvaro só desejava o resultado menos grave (roubo ao banco), ele só responde pelo MENOS GRAVE, mas aumentado em até 1/2.
--Não é possível ele responder pelo resultado morte NO BANCO (apenas morte da testemunha). 
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Bráulio, inconformado com uma mensagem privada de conteúdo romântico observada no aparelho de telefonia celular de sua namorada, decide dele se apossar como vingança. Contudo, enfrenta oposição da namorada, que se posta entre o autor e o aparelho. Assim, Bráulio, para assegurar seu intento, empurra com violência a namorada contra a parede, ferindo-a levemente. Assegurando a posse do telefone, Bráulio deixa a casa da namorada, vai até um terreno baldio e, pegando uma grande pedra que ali se encontra, com ela golpeia o aparelho, de modo a torná-lo inservível, o que era sua intenção desde o início. Analisando o caso proposto, assinale a opção que corretamente realiza a subsunção do comportamento do autor à norma penal. 
A) Dano qualificado
B) Furto e Lesão Corporal
C) Lesão Corporal
D) Roubo
E) Dano qualificado e Lesão Corporal
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Amílcar, durante uma briga, tenta chutar seu adversário, mas sem querer acerta a própria esposa, que buscava apartar a contenda. Atingida no ventre, a mulher sofre ruptura do baço e é submetida a uma cirurgia de emergência, na qual tem o órgão extraído de seu corpo, medida que garante sua sobrevivência. Considerando que Amílcar em momento algum agiu com animus necandi, o comportamento do autor
caracteriza crime de lesão corporal:
A) culposa
B) gravíssima com aumento de pena em virtude da relação conjugal entre autor e vitima
C) grave
D) gravíssima
Grave com aumento de pena em virtude da relação de convivência. 
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Paulo, após subtrair a bolsa de Regina, é perseguido pelo cidadão Rodrigo, particular que passava pelo local e presenciou o crime. Rodrigo consegue segurar Paulo para efetuar a prisão. Entretanto, Paulo desfere um soco no rosto de Rodrigo, lesionando-o, e consegue empreender fuga. Nesse caso, Paulo, além do delito de furto, 
A) cometeu crime de desobediência e lesão corporal dolosa.
B) cometeu crime de resistência e lesão corporal dolosa.
C) não cometeu crime
D) cometeu crime de lesão corporal dolosa
E) cometeu crime de resistência qualificada, pois o ato se deu em razão da fuga.
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Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído
pela Lei nº 12.653, de 2012).
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
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DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos
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Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: qualquer pessoa, pessoa jurídica também, desde que neste caso, a imputação diga a respeito de crime ambiental.
Caluniar é fazer uma acusação falsa, tirando a credibilidade de uma pessoa.
Atribuir a alguém, falsamente, fato definido como crime.
É a vontade especifica de macular a imagem de alguém.
Momento consumativo: ocorre no momento em que a imputação falsa chega ao conhecimento de terceiros, independentemente do resultado.
Tentativa - admite
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Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade
É uma forma de defesa indireta, através da qual o acusado de ter praticado a calúnia pretende provar a veracidade do que alegou, demonstrando ser a pretensa vitima realmente autora de fato definido como crime. Afinal se falou a verdade, não está preenchido o tipo penal.
salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
Se a vitima foi processada por crime de ação privada e não houve condenação definitiva.
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II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
Quando a calúnia envolver o Presidente da República ou chefe do governo estrangeiro.
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Se o assunto já foi debatido e julgado em definitivo pelo Poder Judiciário, tendo o ofendido absolvido não há o que se falar em exceção da verdade.
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Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Sujeito ativo – qualquer pessoa
Sujeito passivo – qualquer pessoa, incluindo a jurídica, que também tem imagem a preservar. 
Difamar significa desacreditar publicamente uma pessoa, maculando a sua reputação. Tem que ser fato ofensivo a sua reputação. Significa publicar fatos infamantes à sua honra objetiva, sejam eles verdadeiros ou falsos. 
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Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
É uma forma de defesa indireta, por meio da qual o acusado de ter praticado a difamação pretende provar a veracidade do que alegou, demonstrando ser a pretensa vitima (func. público, no exercício da função) realmente autora do fato. 
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Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo lhe a dignidade ou o decoro (autoestima):
Somente a pessoa física, não cabe a jurídica.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou
pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à
violência.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia,
religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação
dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
Não admite exceção da verdade.
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Causas de aumento de pena
Os delitos contra a honra sofrem aumento de pena se ocorrem nas seguintes hipóteses: 
Crime cometido contra Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
Crime cometido contra funcionário publico, em razão de suas funções 
Crime cometido na presença de varias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calunia, difamação ou injuria.
Crime cometido contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, salvo no caso de injúria.
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Causas de exclusão de crime
Ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador.
Opinião desfavorável da critica literária, artística ou cientifica, salvo quando inequívoca a intenção de difamar ou injuriar. Esta causa diz respeito à liberdade de expressão.
Conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever de oficio. 
Retratação – a retratação somente pode ocorrer em ações penais privadas. O agente reconhece que cometeu um erro e refaz suas anteriores afirmações. 
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Crimes contra a liberdade pessoal
Constrangimento ilegal – constranger (forçar alguém a fazer alguma coisa ou tolher seus movimentos para que deixe de fazer) alguém, mediante violência (agressão física) ou grave ameaça (violência moral), ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer meio, a capacidade de resistência (denominada violência impropria, que, em nosso entendimento é forma de violência como outra qualquer pois impede que a vitima resista à agressão), a não fazer o que a lei permite (coíbe diretamente a liberdade) ou a fazer o que a lei não manda ( é o efetivo constrangimento a agir ilicitamente).
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Ameaça – ameaçar significa procurar intimidar alguém, anunciando-lhe a ocorrência de mal futuro, ainda que próximo. 
Ação penal publica condicionada à representação. 
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Sequestro e Cárcere Privado
Privar (tolher, impedir, tirar o gozo, desapossar) alguém de sua liberdade (física) mediante sequestro (retirar a liberdade de alguém) ou cárcere privado (prisão promovida por particular).
A privação da liberdade de alguém mediante sequestro ou cárcere privado exige permanência, deve perdurar no tempo por lapso razoável. Tanto que
o crime é permanente.
Uma conduta instantânea de impedir que alguém faça alguma coisa que a lei lhe autoriza concretizar, segurando-a por alguns minutos, configura o delito de constrangimento ilegal.
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Forma qualificada
A pena passa a ser de reclusão, de dois a cinco anos, se:
A vitima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 anos.
Crime praticado mediante internação da vitima em casa de saúde ou internação.
A privação da liberdade dura mais de 15 dias.
Crime é cometido contra menor de 18 anos
Se o delito é praticado com fins libidinosos.
Crime qualificado pelo resultado
Havendo resultado qualificador, consistente em padecer a vitima de grave sofrimento físico ou moral, a pena será de reclusão, de 2 a 8 anos. Durante a privação da liberdade pode o agente maltratar o ofendido além da conta.
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Naiara, adolescente, ao chegar à própria casa depois do colégio, encontra seu pai caído, com um ferimento na cabeça, aparentemente produzido por disparo de arma de fogo realizado por ele mesmo, todavia ainda respirando. Desesperada, corre até a casa de seu tio Hermínio, cunhado da vítima, solicitando ajuda. Como houvera uma rusga entre Hermínio e a vítima, aquele se recusa a prestar auxílio, limitando-se a dizer à sobrinha: “tomara que morra”. Naiara, então, vai à casa de um vizinho, que se compromete a ajudá-la. Ao retornarem ao local do fato, encontram a vítima ainda viva, mas dando seus últimos suspiros, vindo a óbito em menos de um minuto. Do momento em que Naiara viu a vítima ferida até sua morte não transcorreram mais do que quinze minutos. Realizado o exame cadavérico, o laudo pericial indica que o ferimento seria inexoravelmente fatal, ainda que o socorro tivesse sido prestado de imediato. Nesse contexto, com base nos estudos sobre a omissão e acerca do bem jurídico-penal, é correto afirmar que a conduta de Hermínio caracteriza:
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A) homicídio qualificado.
B) induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio.
C) homicídio culposo
D) conduta atípica
E) omissão de socorro.
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Horácio, traficante de drogas, é integrante de uma facção criminosa instalada em certa comunidade carente. Lucinda, ao seu turno, mora em comunidade dominada porfacção criminosa rival. Devido ao preço do aluguel, Lucinda se muda para a mesma comunidade de Horácio, que, ao descobrir a origem de Lucinda, decide matá-la. Assim, usando uma arma de fogo adquirida exclusivamente para aquela finalidade, Horácio vai à casa de Lucinda e derruba a porta. Após percorrer alguns cômodos, Horácio descobre o quarto de seu alvo, encontrando Lucinda sentada em uma cadeira de rodas. Só então descobre que a mulher é tetraplégica. Não obstante, Horácio coloca em prática sua intenção criminosa e mata a vítima com um tiro na testa. Considerando apenas as informações contidas no enunciado, pode-se dizer que Horácio praticou crime de:
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A) feminicídio majorado
B) homicídio qualificado pelos motivos determinantes e pelo modo de execução.
C) homicídio qualificado pelos motivos determinantes.
D) homicídio qualificado pelo modo de execução.
E) feminicídio majorado.
Encaminhar uma mensagem a um policial, que se encontra em outro município, xingando-o de ladrão, configura crime de:
A) injuria
B) calunia
C) denunciação caluniosa
D) difamação 
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É vedado ao servidor público prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que dele dependam. É classificado como crime contra a honra o crime de: 
A) constrangimento ilegal
B) dano
C) injuria
D) divulgação de segredo.
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Após constatar a subtração de grande quantia em dinheiro do seu escritório profissional, João Carlos promoveu o devido registro na Delegacia própria, apontando como autor do fato o empregado Lúcio, já que possuía razões para desconfiar dele, por ser o único que sabia da existência do dinheiro no cofre do qual foi subtraído. Instaurado o respectivo inquérito policial, Lúcio foi ouvido e comprovou não ter sido ele o autor da subtração, reclamando do constrangimento que passou com o seu indevido indiciamento. Por falta de justa causa, o inquérito foi arquivado a requerimento do Ministério Público. Diante da situação narrada, é correto afirmar que a conduta de João Carlos configura:
A) crime de calunia
B) fato típico, mas licito
C) crime de denunciação caluniosa
D) crime de comunicação falsa de crime
E) fato criminal atipico
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João, que acabara de completar dezessete anos de idade, levou sua namorada Rafaela, de doze anos e onze meses de idade, até sua casa. Considerando ser muito jovem para namorar, a garota aproveitou a oportunidade e terminou o relacionamento com João. Inconformado, João prendeu Rafaela na casa, ocultou sua localização e forçou-a a ter relações sexuais com ele durante o primeiro de treze meses em que a manteve em cativeiro. Após várias tentativas frustradas de fuga, um dia antes de completar quatorze anos de idade, Rafaela, em um momento de deslize de João, conseguiu pegar uma faca e lutou com o rapaz para, mais uma vez, tentar fugir. Na luta, João tomou a faca de Rafaela e, após afirmar que, se ela não queria ficar com ele, não ficaria com mais ninguém, desferiu-lhe um golpe de faca. Rafaela fingiu estar morta e, mesmo ferida, conseguiu escapar e denunciar João, que fugiu após o crime, mas logo foi encontrado e detido pela polícia. Rafaela, apesar de ter sido devidamente socorrida, entrou em coma e faleceu após três meses.
Nessa situação hipotética, João
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A) responderá pelo crime de tentativa de homicídio.
B) respondera pelo crime de estupro de incapaz, previsto no CP.
C) não responderá pelo crime de estupro segundo a lei penal, de acordo com a teoria adotada pelo CP em relação ao tempo do crime
D) não poderá ser submetido a lei penal pelo cometimento de cárcere privado, pois à época do crime era menor de idade.
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