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Montesquieu Os três poderes e as leis

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1 
 
MONTESQUIEU: OS TRÊS PODERES E AS LEIS 
 
No século XVIII, as transformações do pensamento político exigiam um 
novo modelo político que substituísse o absolutismo. A divisão dos três 
poderes foi determinante nesse novo modelo. 
 
 
O filósofo e político francês Charles Montesquieu foi o grande sistematizador do modelo dos Três Poderes 
 
Charle Montesquieu (1689-1755), um dos ícones do iluminismo 
francês, foi o responsável por organizar o modelo político que 
caracterizaria o Estado Democrático de Direito, isto é, o Estado 
Cidadão. 
 
Esse modelo também é conhecido como o modelo dos Três Poderes. Para 
compreender a importância da proposta desse modelo, é necessário saber 
o que significa propriamente um Estado composto de cidadãos. 
 
De meados do século XVI até o fim do século XVIII, imperou, na Europa, 
o modelo do Estado Absolutista Moderno. Esse modelo teve por função 
principal reter as guerras civis que se desencadearam após as reformas 
religiosas protestantes. A onda de guerras civis exigiu o aparecimento de 
um poder centralizado capaz de conter as insurgências populares. Para 
tanto, a figura do monarca absoluto com poder ilimitado, geralmente 
agraciado com a “proteção e o ordenamento divino”, foi decisiva nesse 
processo. 
 
Tal como dizia um dos mais famosos monarcas absolutistas, o “rei Sol”, 
Luís XIV: “O Estado sou eu”. Se o Estado era o rei, então ele próprio, o 
monarca, era a fonte de todo o poder político. Da pessoa do rei emanavam 
as atribuições para a legislação, para o juízo e para a execução das leis. 
O corpo populacional era composto de súditos do rei. Súditos, isto é, 
submissos ao poder real. 
2 
 
 
Com o passar dos séculos, dadas as condições propícias para reflexão 
crítica – e, portanto, crítica da política –, adquiridas com a ascensão da 
classe burguesa e o refreamento das guerras civis, esses súditos puderam 
formar sua opinião nos foros íntimos, nos clubes de intelectuais e nas 
rodas de discussão filosófica e acabaram por erigir os pressupostos 
ideológicos que viriam “implodir” o absolutismo. Um desses 
pressupostos era a dignidade do cidadão, o sujeito que deveria ter 
participação política direta e o direto exercício de seus direitos. 
 
Evidentemente que a Revolução Francesa foi o ponto alto dessas ideias. 
Mas antes que os anseios dos homens que se viam como cidadãos, e não 
mais como súditos do rei, fossem realizados, fez-se necessária a 
articulação de um modelo político que substituísse o modelo absolutista. 
Foi nesse ínterim que estava presente a contribuição de Montesquieu. 
 
 
Montesquieu propôs então a divisão do poder que se 
concentrava no rei. 
 
Se antes o rei era a fonte do poder, agora essa fonte era o 
próprio povo. 
 
 
Sendo o povo uma coletividade, era necessário que houvesse uma 
representação equilibrada. Para tanto, o poder precisava ser dividido em 
três instâncias: 
 
1) o poder executivo – que se encarregaria de gerenciar o Estado e por 
em prática as leis aprovadas; 
 
2) o poder legislativo – que se encarregaria da elaboração das leis; 
 
3) e o poder judiciário – que ficaria incumbido de apreciar e julgar 
segundo um ordenamento jurídico. 
 
Esses três poderes seriam equilibrados, de modo que um fiscalizaria o 
outro e todos seriam amparados e regulados por uma Constituição 
democrática – fonte de todo o poder popular. 
 
Esse modelo imperou no mundo com o Estado Democrático de Direito, 
nos séculos XIX e XX, e continua sendo aperfeiçoado, discutido e 
incrementado, sobretudo nos países ocidentais. 
 
 
 
3 
 
Três Poderes 
 
A existência de três Poderes e a ideia de que haja um equilíbrio entre 
eles, de modo que cada um dos três exerça um certo controle sobre os 
outros é sem dúvida uma característica das democracias modernas. 
A noção da separação dos poderes foi intuída por Aristóteles, ainda na 
Antiguidade, mas foi aplicada pela primeira vez na Inglaterra, em 1653. 
Sua formulação definitiva, porém, foi estabelecida por Montesquieu, na 
obra "O Espírito das Leis", e cujo subtítulo é "Da relação que as leis devem 
ter com a constituição de cada governo, com os costumes, com o clima, 
com a religião, com o comércio, etc." 
"É preciso que, pela disposição das coisas, o poder retenha o poder", 
afirma Montesquieu, propondo que os poderes executivo, legislativo e 
judiciário sejam divididos entre pessoas diferentes. Com isso, o filósofo 
francês estabelecia uma teoria a partir da prática que verificara na 
Inglaterra, onde morou por dois anos. A influência da obra de 
Montesquieu pode ser medida pelo fato de a tripartição de poderes ter se 
tornado a regra em todos os países democráticos modernos e 
contemporâneos. 
 
 
Executivo e Legislativo 
 
Posto isto, cabe agora identificar melhor cada um desses poderes e 
esclarecer as suas funções. Em primeiro lugar, pode-se citar o 
poder Executivo que, em sentido estrito, é o próprio Governo. No caso 
brasileiro - uma república presidencialista - o poder Executivo é 
constituído pelo Presidente da República, supremo mandatário da nação, 
e por seus auxiliares diretos, os Ministros de Estado. 
O poder Executivo exerce principalmente a função administrativa, 
gerenciando os negócios do Estado, aplicando a lei e zelando pelo seu 
cumprimento. Além disso, o Executivo também exerce, em tese de modo 
limitado, a atividade legislativa através da edição de medidas 
provisórias com força de lei e da criação de regulamentos para o 
4 
 
cumprimento das leis. No entanto, desde o fim da ditadura militar, em 
1985, os presidentes brasileiros demonstram uma tendência a abusar 
das medidas provisórias para fazer leis de seus interesses, quando estas 
só deveriam ser editadas, de acordo com a Constituição, "em caso de 
urgência e necessidade extraordinária". 
Ora, fazer leis ou legislar é a função básica do poder Legislativo, isto 
é, o Congresso Nacional. Composto pelo Senado e pela Câmara dos 
Deputados, o Congresso também fiscaliza as contas do Executivo, por 
meio de Tribunais de Contas que são seus órgãos auxiliares, bem como 
investiga autoridades públicas, por meio de Comissões Parlamentares 
de Inquéritos (CPIs). Ao Senado federal cabe ainda processar e julgar o 
presidente, o vice-presidente da República e os ministros de Estado no 
caso de crimes de responsabilidade, após a autorização da Câmara dos 
Deputados para instaurar o processo. 
 
 
 
O poder Judiciário 
 
Já o poder Judiciário tem, com exclusividade, o poder de aplicar a 
lei nos casos concretos submetidos à sua apreciação. Nesse sentido, 
cabe aos juízes garantir o livre e pleno debate da questão que opõe duas 
ou mais partes numa disputa cuja natureza pode variar - ser familiar, 
comercial, criminal, constitucional, etc. -, permitindo que todos os que 
serão afetados pela decisão da Justiça expor suas razões e argumentos. 
 
A Constituição da República Federativa do Brasil em seu Título 4o - Da 
Organização dos Poderes estabelece minuciosamente todas as questões 
a esse respeito e, apesar da linguagem nem sempre ser muito simples ou 
acessível, deve ser consultada por quem quiser conhecer 
pormenorizadamente o papel daqueles que nos governam.

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