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SOCIALISMO: Europeu e Africano

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GRUPO 3, TURMA C1 
LUANDA, 2017 | - TURMA C1 
O SOCIALISMO 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA 
FACULDADE DE DIREITO 
ECONOMIA POLÍTICA 
Faculdade de Direito | Turma C1 
Grupo #3 | Socialismo | 2017 
 
1 
 
MEMBROS DO GRUPO 
1. ADELINO DALA 
2. ÁNDERSON JÚLIO 
3. BERNARDO GUERRA 
4. DANILSON VIDAL 
5. ELISANDRO VALENTE 
6. EUCLIDES ZACARIAS 
7. FRANCISCO SAPÚ 
8. GONÇALO ANDRÉ 
9. HÉLIA PIMENTEL (RESPONSÁVEL) 
10. HELMER LUÍS 
11. JOTILSON ALBINO 
12. LEONEL JOÃO 
13. LOURENÇO MAMONAQUITI 
14. LUÍSA DAVID 
15. MARIA MARTINS 
16. RONALDO ROQUE 
17. ROSA SEBASTIÃO 
18. TERESA EUGÉNIA NZOMBO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Direito | Turma C1 
Grupo #3 | Socialismo | 2017 
 
2 
Índice 
1. Introdução ........................................................................................................................... 4 
2. As Ideologias Políticas Contemporâneas – Breves Considerações .......................... 5 
2.1. Tipos de Ideologias Políticas ....................................................................................... 6 
3. Socialismo ........................................................................................................................... 8 
3.1. Análise Histórica ....................................................................................................... 8 
3.2. Conceito de Socialismo ................................................................................................. 9 
4. Correntes Socialistas ....................................................................................................... 11 
4.1. Socialismo Utópico ...................................................................................................... 11 
4.2. Socialismo Científico ................................................................................................... 12 
4.3. Socialismo Democrático .............................................................................................. 12 
4.4. Socialismo Árabe .......................................................................................................... 13 
4.5. Socialismo Africano ..................................................................................................... 13 
4.6. Comunismo ................................................................................................................... 14 
4.7. Ecosocialismo ................................................................................................................ 15 
4.8. Anarquia ........................................................................................................................ 16 
4.9. Social Democracia ........................................................................................................ 17 
4.10. Socialismo de Mercado ............................................................................................. 17 
4.11. Socialismo Revolucionário ....................................................................................... 17 
4.12. Socialismo Cristão ...................................................................................................... 18 
5. Karl Marx .......................................................................................................................... 19 
5.1. Biografia ......................................................................................................................... 19 
5.2. Análise Marxista ........................................................................................................... 20 
5.3. O Manifesto Comunista .............................................................................................. 23 
5.4. As Leis da Economia Política Marxista ............................................................... 24 
5.4.1. A Análise Histórica da Economia Política Marxista ................................. 25 
5.4.2. Alguns conceitos da Economia Marxista .................................................... 28 
5.4.3. A Tese da Exploração ...................................................................................... 31 
5.5. Pós Marx .................................................................................................................... 35 
6. Os Países de Regime Socialista ..................................................................................... 36 
7. Socialismo em África ...................................................................................................... 38 
7.1. As Relações Entre África e os Países Socialistas ............................................... 39 
Faculdade de Direito | Turma C1 
Grupo #3 | Socialismo | 2017 
 
3 
7.2. As Rivalidades Internacionais no Universo das Relações da África Com O 
Mundo Socialista ................................................................................................................. 44 
7.3. A Experiência de Angola ........................................................................................ 46 
8. Socialismo: Vantagens e Desvantagens ...................................................................... 51 
8.1. Vantagens ................................................................................................................. 51 
8.2. Desvantagens ........................................................................................................... 51 
9. Conclusão .......................................................................................................................... 53 
10. Bibliografia ................................................................................................................... 55 
11. Relatório do Trabalho em Grupo ............................................................................. 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Direito | Turma C1 
Grupo #3 | Socialismo | 2017 
 
4 
1. Introdução 
 
Neste trabalho vamos abordar sobre o socialismo, mas antes disso, iremos 
apresentar, de forma resumida, as ideologias políticas contemporâneas para 
melhor percebermos o conceito do socialismo. 
Em seguida faremos uma análise histórica do socialismo, desde a primeira 
vez que foi mencionado (socialismo utópico) até à sua fase de implementação 
(socialismo científico). 
O impacto da sua implementação foi tão grande que surgiram várias 
correntes socialistas, das quais iremos apresentar a visão de Karl Marx e a análise 
marxista sobre o socialismo. Ainda sobre Karl Marx, iremos falar sobre as leis da 
economia política marxista. 
Para além destas explanações teóricas, apresentaremos os países de regime 
socialista para termos uma noção da prática do regime até aos nossos tempos. 
Quando se fala de socialismo, pensamos, maioritariamente e por força da 
história, de forma automática, nos países europeus, e esquecemos que em África 
também existe o socialismo e, por isso, iremos nos debruçar também sobre o 
socialismo em África e também sobre a experiência de Angola. 
Antes de concluirmos o trabalho, iremos fazer uma comparação do socialismo 
relevando as suas vantagens e desvantagens. 
Esperamos que goste da leitura e que esta introdução o faça ler este trabalho 
até a sua última folha. 
 
 
 
 
 
 
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Grupo #3 | Socialismo | 2017 
 
5 
2. As Ideologias Políticas Contemporâneas – Breves 
Considerações 
Ultimamente, independentemente de quão livres alegamos ser, nós todos 
somos influenciados por ideias: somos sensíveis, de várias formas e maneiras, a 
apelos “ideológicos” – a nossa honra, patriotismo,família, religião, bolso, raça ou 
classe – e podemos todos ser manipulados e instigados. Somos criadores e 
instrumentos de ideias – de ideologias – e através delas manipulamos outros ou 
somos nós mesmos manipulados. 
Uma ideologia, portanto, é um conjunto de ideias sustentadas por um 
grupo de pessoas: ela enuncia o que tem e o que não tem valor; o que precisa ser 
mantido e o que precisa ser mudado; ela molda as atitudes daqueles que a 
apoiam. Todas as ideologias têm essa função de unificar, integrar e dar sentido 
de identidade aqueles que as professam, mas isso com diferentes graus de 
sucesso. 
Uma organização existe quando as pessoas têm papeis e funções 
diferentes para atingir um fim determinado. A ideologia dá aos seus defensores 
um objectivo comum e os encoraja a executar as tarefas objectivadas. 
Desta maneira, qualquer ideologia pode proporcionar uma forma de 
expressão, e, em geral, reúne pessoas com as mesmas opiniões. 
A manipulação de ideias é um caso à parte. Frequentemente, envolve a 
formulação consciente e deliberada de proposições que incitarão as pessoas a agir 
para fins que somente serão percebidos com clareza por aqueles que estão no 
poder. A manipulação está muito próxima da publicidade e não há, virtualmente, 
sistema político que não pratique ambas, algumas vezes de boa fé, outras vezes 
de má-fé. A manipulação ideológica dirige apoio para fins indeterminados, 
controlados apenas pela liderança. 
As palavras têm um sentido particular - “os vermelhos”, “os ultraliberais”, 
“os porcos”, “o Establishment”, “os acomodados”, “a elite no poder”, “o povo escolhido”, 
“conspiração comunista”. São termos facilmente entendidos por aqueles que 
pertencem a um grupo dado, e ajudam outros a identificá-los com determinada 
família ideológica. São, evidentemente, termos em bruto; as ideologias, em geral, 
proporcionam termos mais sofisticados. As ideologias simplificam a 
comunicação e tornam mais fácil o esforço comum para aqueles que a aceitam. 
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As pessoas têm orgulho de suas ideias e são orgulhosas de cada um e de 
todos que a compartilham. Ao identificar se com ele, a pessoa nunca se sente só. 
As funções globais da ideologia que esboçamos indicam também os 
objectivos para que possam ser usadas e são, de facto, usadas por grupos políticos 
ou outros grupos proeminentes – para mobilizar, consolidar, criticar ou trazer 
apoio em favor ou contra uma política, um governo ou mesmo um regime 
político. 
Em uma definição mais simples e contemporânea, ideologia seria o 
sistema de ideias peculiar a determinado grupo social, condicionado quase 
sempre pela experiência e interesses deste grupo. No contexto de uma sociedade, 
a ideologia pode estar em harmonia com os valores que prevalecem na própria 
sociedade, ou opor-se a eles. Mais precisamente é o conjunto de ideias, crenças, 
doutrinas próprias a uma sociedade ou a uma classe social. 
 
2.1. Tipos de Ideologias Políticas 
As ideologias tratam elas próprias de valores: a qualidade de vida, a 
distribuição de bens e serviços, liberdade e igualdade. Seu objectivo é, 
constantemente, tanto a preservação de um ponto de vista determinado ou a 
mudança do estado de coisas existente, inclusive o próprio sistema político. 
Foi Karl Marx que usou essa palavra, pela primeira vez, nos seus textos e 
despertou o interesse nas gerações posteriores. Assim ao longo da história 
moderna e contemporânea é de conhecimento que houve diversos princípios e 
valores que foram propostos por diferentes movimentos políticos, dando origem 
a diversos tipos de ideologias. 
 De modo geral, as ideologias ajudaram a moldar a história do mundo 
moderno e temos vários modelos ideológicos segundo os postulados de Sell 
(2006)1: o Anarquismo, Absolutismo, Liberalismo, Socialismo, Comunismo, 
Social-Democracia, Nacionalismo, Nazismo, Fascismo, Stalinismo, Trotskismo, 
Maoísmo, Integralismo, Democracia Cristã, Pacifismo, Conservadorismo, 
Populismo, dentre outras. Mas, especificamente do ponto de vista político, as 
ideologias políticas apresentam uma abordagem económica2 que pode ser 
 
1 Sell, Carlos Eduardo. “Introdução à Sociologia Política: Política e Sociedade na Modernidade Tardia.” 
2 E por essa razão algumas ideologias são estudadas com maior profundidade na Economia Política, 
como é o caso do Socialismo e do Liberalismo. 
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analisado por uma divisão entre “Esquerda” e “Direita”, sendo a primeira uma 
inclinação ideológica associada ao princípio da igualdade e justiça social e a 
segunda associada à ideia de liberdade e garantia da propriedade privada. 
As ideologias políticas de Esquerda combatem o Capitalismo, seja para 
substituí-lo completamente com a abolição da propriedade privada e o fim da 
divisão de classes (comunismo e anarquismo), seja para reformá-lo ou 
“humanizá-lo” (Socialismo e Social Democracia). Já as ideologias políticas de 
Direita defendem o desejo de expandir o Capitalismo (Liberalismo e 
Conservadorismo). Esse confronto entre ideologias de Esquerda (Socialismo) de 
um lado e de Direita (Capitalismo) do outro se intensificaram com a Revolução 
Russa de 1917 pois, como afirma Andrew Heywood, a criação do primeiro Estado 
socialista do mundo teve como consequência uma estruturação em termos 
ideológicos da política internacional com base na oposição entre o Ocidente 
Capitalista e o Oriente Comunista3. 
 
Espectro político esquerda-direita e as ideologias 
 
 
 
 
 
Fonte: Ricardo Feijó, 2008, p. 120 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 HEYWOOD, Andrew. “Ideologias Políticas: do Liberalismo ao Fascismo” 
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3. Socialismo 
 
3.1. Análise Histórica 
Antes de compreendermos sobre o que foi e como surgiram os primeiros 
passos do socialismo e suas futuras distinções é necessário que compreendamos 
a época em que esta ideologia aparece na História. Época essa que abriu uma 
nova forma de pensamento enquanto sociedade e economia do Estado e que, 
portanto, revolucionou muitas políticas que permanecem com as mesmas 
doutrinas depois de décadas. 
Os acontecimentos económicos que penduraram entre 1775 e 1825, 
revelam um pano de fundo que faz germinar o socialismo moderno. Não há 
duvidas de que a Revolução Industrial gerou um crescimento de consumo que 
definitivamente dinamizou a economia e mudou radicalmente o estilo de vida 
da sociedade, principalmente quando falamos dos ingleses, que foram os 
pioneiros na Revolução. Essa já demonstrava nitidamente suas divisões sociais, 
isso porque começam a surgir as grandes empresas monopolizadoras do 
mercado e que mais tarde iriam viver de parcerias e muita exploração. De um 
lado, o que se via eram os grandes empresários que começavam a fazer sua 
pequena fortuna hereditária, de outro os operários que recebiam salários 
baixíssimos e que trabalhavam em condições inimagináveis. Essa distinção se 
nomeia como “a década faminta de 1840” e factos como esses podem ser 
facilmente comprovados, ao exemplo disto o escritor e político britânico 
Benjamin Disraeli uma vez escreveu sobre “duas nações” os ricos e os pobres, e 
tudo isso englobando uma mesma sociedade. 
É importante que se compreenda que ricos e pobres sempre habitaram em 
uma mesma sociedade global, entretanto com a Revolução Industrial essa 
disparidade ficou muito acentuada e impossível de não ser notada que originou 
o movimento operário.Este movimento começou, primeiro, com a reacção da classe trabalhadora 
contra as péssimas condições de trabalho que se deu pela quebra das máquinas 
(movimento ludista); em seguida, os trabalhadores iniciaram sua organização 
para conduzir melhor o movimento operário, surgindo assim as trade unions (as 
uniões operárias). Dentre estas organizações operárias, destacou-se o movimento 
cartista, na Inglaterra – a Associação de Operários elaborou uma petição de 
direitos (Carta do Povo), apresentada ao Parlamento que reivindicava: sufrágio 
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universal restrito aos homens; votação secreta; representação igual para todas as 
classes no Parlamento. 
O movimento cartista representou um confronto entre a classe operária e 
a burguesia, resultando disto, uma necessidade por parte da classe operária de 
melhor conhecer o funcionamento da sociedade capitalista. Os sindicatos, 
surgidos no final do século XIX foram evoluções destas trade unions, que 
passaram a organizar as lutas da classe trabalhadora. 
Em meio a tudo isso surge os primeiros suspiros dos ideais socialistas. Ou 
melhor, os primeiros conceitos de igualdade. Entretanto é nítido lembrar que a 
Revolução Francesa de 1789 já trouxera, grandiosamente, esse conceito em sua 
bandeira doutrinaria “liberdade, igualdade e fraternidade”. Contudo esse 
conceito de igualdade que surge a partir do socialismo se distingue daquele 
aplicado na Revolução Francesa, isso porque no primeiro o que se almejava era 
o fim da pobreza e na segunda era uma democracia plena, o que não deixara de 
ser um desejo futuro de socialismo. 
Todo esse contexto histórico vai trazer para dentro da sociedade a semente 
da base do socialismo. Isso porque para os socialistas, a industrialização tinha 
outra face. Os operários recebiam baixos salários, e embora a remuneração nas 
fábricas fosse alta o suficiente para atrair trabalhadores do campo, o desemprego 
nas áreas rurais faziam com que eles aceitassem salários muito baixos. 
 
3.2. Conceito de Socialismo 
O socialismo é um sistema político e económico baseado na igualdade. Por 
isso, o socialismo propõe a distribuição igualitária de renda, extinção da 
propriedade privada, socialização dos meios de produção, economia planificada 
e, além disso, a tomada do poder por parte do proletariado. 
O socialismo visa uma sociedade sem classes onde bens e propriedades 
passam a ser de todos. O objectivo é acabar com as grandes diferenças 
económicas entre os indivíduos, ou seja, a divisão entre pobres e ricos. 
Quando falamos aqui em socialismo, estamos a pensar sobretudo naquilo 
a que melhor se chamaria de Socialismo Europeu do séc. XIX, bem diferente, sob 
muitos aspectos, do chamado Socialismo do Terceiro Mundo no séc. XX. 
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Ambas são formas de socialismo com a diferença de que o socialismo 
europeu surgiu como a tentativa de resolver a questão social decorrente da 
industrialização, ao passo que o socialismo do terceiro mundo surgiu como 
tentativa de resolver a questão nacional da descolonização. 
A primeira visou pela luta da justiça social e procurou corrigir o 
capitalismo, e a segunda visou pelo desenvolvimento económico e procurou 
suprir a falta do capitalismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Correntes Socialistas 
 Existem várias correntes do socialismo, entre elas as principais são: 
socialismo utópico, socialismo científico, socialismo democrático, socialismo 
árabe, socialismo africano, comunismo, social anarquismo, social democracia, 
socialismo de mercado e socialismo revolucionário. 
 
4.1. Socialismo Utópico 
O socialismo utópico, desenvolvido no século XIX, é fundamentado na 
mudança da consciência dos indivíduos das classes dominantes. Isto acontece 
por meio de um modelo idealizador e, por isso leva o nome de “utópico”. 
Um dos grandes estudiosos desta corrente foi o filósofo e economista 
francês Claude-Henri de Rouvroy, mais conhecido por Conde de Saint-Simon 
(1760-1825). Outros que junto com ele levaram a cabo os estudos sobre este 
modelo são: Charles Fourier (1772-1837), Pierre Leroux (1798-1871), Louis Blanc 
(1811-1882) e Robert Owen (1772-1837), este último considerado o pai do 
socialismo utópico. 
Entre os precursores do socialismo utópico, pode-se identificar a obra de 
Thomas Morus, Utopia, publicada em 1506 e que idealizava uma sociedade 
igualitária atacando a propriedade privada; no século XVII, durante a Revolução 
Puritana, temos a acção dos niveladores; grupo de artesãos e dos escavadores – 
proletários urbanos e rurais sem terras, que defendiam a igualdade social. 
Claude-Henri de Rouvroy, Robert Owen e Charles Fourier visavam a 
formação de uma sociedade de perfeição suprema, onde se defendia a 
possibilidade de criação de uma organização onde as classes sociais vivessem em 
paz ao buscarem interesses comuns que estivessem acima da exploração ou da 
busca constante pelo lucro. 
Mais especificamente, o francês Saint-Simon defende um tipo de 
socialismo planificado, em que o mercado deve ter algum tipo de controle estatal. 
Já Charles Fourier é contrário a essas ideias e defende um sistema de 
trabalho em cooperativas, em que os empregados fossem donos das fábricas e 
repartissem o lucro entre si. 
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Para Robert Owen, os trabalhadores deveriam se organizar em 
cooperativas, sem salário, retirando de sua produção aquilo que necessitassem 
para sua sobrevivência4. 
Karl Marx criticava esse tipo de modelo. Para ele, o socialismo utópico 
apresentava os ideais de uma sociedade mais justa e igualitária, mas não 
explorava as ferramentas nem o método para que os objectivos fossem atingidos. 
 
4.2. Socialismo Científico 
O socialismo científico foi criado por Karl Marx e Friedrich Engels no 
século XIX. O socialismo científico ou socialismo marxista foi um sistema no qual 
o método estava pautado na análise crítica e científica do capitalismo. 
Diferentemente do Socialismo Utópico, essa corrente teórica não buscava uma 
sociedade ideal. Seus teóricos se baseavam numa análise histórica e filosófica da 
sociedade, daí o termo "científico". 
Para os marxistas, o capitalismo era baseado em duas classes: explorados 
e os exploradores. Por isso, a proposta desta corrente esteve fundamentada na 
luta de classes, na revolução da classe proletária, no materialismo dialético e o 
materialismo histórico e na doutrina da Mais-Valia. 
O importante não era extinguir o capitalismo, mas sim compreender suas 
leis. Os marxistas acreditavam que dificilmente o capitalismo seria substituído 
por outro modelo político económico. 
 
4.3. Socialismo Democrático 
Socialismo Democrático é uma orientação política que propõe a criação de 
uma economia democrática descentralizada a partir de movimentos populares, 
empreendida pela e para a classe trabalhadora. Ela surge em oposição a outras 
correntes que defendem o autoritarismo como meio de transição para o 
socialismo. Especificamente, essa expressão é usada para distinguir os socialistas 
favoráveis a uma revolução popular espontânea ou de uma mudança gradual 
daqueles que defendem o leninismo – uma revolução organizada instigada e 
 
4 Como essas ideias pareciam impossíveis de darem certo, aos olhos dos homens daquele período, 
Owen foi tachado de “socialistautópico”. 
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dirigida por um partido de vanguarda global que opera com bases no 
centralismo democrático. 
Não é raro o uso do termo como sinónimo de social-democracia, porém os 
sociais-democratas não necessariamente, aceitam esse rótulo. E muitos dos que 
se autointitulam socialistas democráticos se opõem à social-democracia 
contemporânea, pois esta apoia o modo de produção capitalista. 
A expressão socialismo democrático é geralmente utilizado em 
contraposição aos movimentos de carácter totalitário que apoiaram a União 
Soviética, a República Popular da China, Cuba e outros Estados socialistas 
durante a Guerra Fria. Alguns partidos social-democratas rotularam-se como 
“socialistas democráticos”, no entanto, com o declínio do modelo soviético suas 
políticas e objectivos mudaram em direção ao liberalismo e neoliberalismo. 
 
4.4. Socialismo Árabe 
O socialismo árabe é uma ideologia política baseada em uma combinação 
de pan-arabismo5 e socialismo. 
Sua influência intelectual e política ocorreu na década de 1950 e 1960, 
quando se constituiu a base ideológica do Partido Baath Árabe Socialista e, em 
menor dimensão, do movimento de Gamal Abdel Nasser no Egipto. 
O socialismo árabe chegou a implementar-se, principalmente, no Egipto, 
Argélia, Síria, Líbia, Iraque, Iémen do Sul e em alguma medida nos Territórios 
Palestinos, quando governava Fatah. 
 
4.5. Socialismo Africano 
O socialismo africano é a opinião na doutrina de compartilhar de recursos 
económicos de uma maneira africana "tradicional", em comparação a clássica. 
Muitos políticos africanos dos 1950s e dos 1960s professaram uma opinião no 
socialismo africano, embora as interpretações variassem consideravelmente. 
 
5 Um movimento político com o objectivo de reunir os países de língua árabe e de civilização árabe numa 
grande comunidade de interesses. É um movimento para unificação entre as populações e nações árabes 
do Oriente Médio. Possui estreita vinculação com o nacionalismo árabe. Baseado em preceitos 
nacionalistas, seculares e estatizantes. Opôs-se ao colonialismo e à política ocidental de envolvimento no 
mundo árabe. 
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Os seguidores africanos do socialismo reivindicaram-no não eram o 
oposto do capitalismo nem de uma resposta a ela, mas algo completamente 
diferente. Os nacionalistas reivindicaram-no eram inteiramente africanos, 
apelando a uma identidade africana que fosse mesmo mais forte do que o anti-
capitalismo. Seu socialismo, reivindicaram, foram meramente recapturar do 
espírito de o que devia ser africano. 
Muitos acreditaram que África era demasiado distante, "atrás" dos Estados 
do capitalista nos termos do desenvolvimento económico competir 
razoavelmente com eles. Outros, apelaram a um sentido da unidade que não 
fosse fornecido pelos sistemas do capitalismo. Ainda outros, acreditaram que o 
desenvolvimento de África devia ser planeado a fim de evitar o desperdiço de 
recursos escassos. 
A identidade e o socialismo africanos contrapunham-se, frequentemente. 
Alguns líderes reivindicaram que África tinha sido sempre socialista, 
defendendo o socialismo como um elemento cultural unificador para os 
africanos. Este era de maneira nenhuma o único formulário da identidade 
africana a que apelaram, mas a combinação do socialismo com o término da era 
dos velhos regimes imperiais. 
Entretanto, depois dos programas socialistas a maioria dos regimes 
socialistas não cumpriram com as promessas da autossuficiência, da 
prosperidade, e da igualdade, e, em consequência, muitos ficaram desiludidos 
com socialismo africano. 
 
4.6. Comunismo 
Comunismo (do latim communis - comum, universal "coisa pública", 
segundo Platão) é uma ideologia política e socioeconómica, que pretende 
promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e 
apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção. 
Um dos seus principais mentores filosóficos, Karl Marx, postulou que o 
Comunismo seria a fase final do desenvolvimento da sociedade humana e que 
isso seria alcançado através de uma revolução proletária, isto é, uma revolução 
encabeçada pelos trabalhadores das cidades e do campo. O "Comunismo puro", 
no sentido marxista, refere-se a uma sociedade sem classes (sociedade regulada), 
sem Estado (ácrata ou apátrida) e livre de quaisquer tipos de opressão, onde as 
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decisões sobre o que produzir e quais as políticas devem prosseguir são tomadas 
democraticamente e permitindo dessa maneira que cada membro da sociedade 
organizada possa participar do processo, tanto na esfera política e econômica da 
vida pública e/ou privada. 
Marx, no entanto, nunca forneceu uma descrição detalhada de como o 
comunismo poderia funcionar como um sistema económico (tal foi feito, por 
Lenin), mas subentende-se que uma economia comunista consistiria de 
propriedade comum dos meios de produção, culminando com a negação do 
conceito de propriedade privada do capital, que se refere aos meios de produção, 
na terminologia marxista. 
Como uma ideologia política, o comunismo é geralmente considerado 
como a etapa final do socialismo (acumulação de Capital), um grupo amplo de 
filosofias económicas e políticas que recorrem a vários movimentos políticos e 
intelectuais com origens nos trabalhos de teóricos da Revolução Industrial e da 
Revolução Francesa. O comunismo pode-se dizer que é o contrário do 
capitalismo, oferecendo uma alternativa para os problemas da economia de 
mercado capitalista e do legado do imperialismo e do nacionalismo. 
Marx afirma que a única maneira de resolver esses problemas seria pela 
classe trabalhadora (proletariado), que, segundo Marx, são os principais 
produtores de riqueza na sociedade e são explorados pelos capitalistas de classe 
(burguesia), para substituir a burguesia, a fim de estabelecer uma sociedade livre, 
sem classes ou divisões raciais. 
As formas dominantes de comunismo, como o leninismo e o maoísmo são 
baseadas no marxismo, embora cada uma dessas formas tenha modificado as 
ideias originais, mas versões não-marxistas do comunismo (como comunismo 
cristão e anarco-comunismo) também existem. 
 
4.7. Ecosocialismo 
Ecossocialismo, socialismo verde ou ecologia socialista é uma ideologia 
em que se fundem elementos do marxismo, do socialismo ou do socialismo 
libertário com a política verde, a ecologia e alter-globalização. 
Os ecossocialistas em geral acreditam que a expansão do sistema 
capitalista é a causa da exclusão social, da pobreza, da guerra e da degradação 
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ambiental através da globalização e do imperialismo, sob a supervisão de estados 
e estruturas transnacionais repressivos. 
Os ecossocialistas defendem o desmantelamento do capitalismo, 
advogando a propriedade colectiva dos meios de produção por produtores 
livremente associados. 
 
4.8. Anarquia 
Os socialistas acreditavam que a instalação do comunismo deveria 
acontecer por meio da formulação de um novo Estado controlado por 
trabalhadores. Seria por meio da chamada Ditadura do Proletariado que as 
etapas do desenvolvimento social e económico culminariam na eliminação desse 
governo e a adoção de um regime comunista. Contrário a esse “novo Estado 
necessário” os anarquistas promoviam uma diferente compreensão. 
Na visão anarquista todo e qualquer governo tinha como fim último 
legitimar uma nova classe no podere cercear as liberdades individuais. Por isso, 
a Ditadura do Proletariado era vista pelo ideal anarquista enquanto uma mera 
reprodução dos Estados Liberal-Burguês ou Absolutista. Dessa maneira, 
conforme salientou Rosa Luxemburgo a Vladimir Lênin, uma ditadura do 
proletariado poderia muito bem se transformar em uma ditadura sobre o 
proletariado. Em resposta, muitos socialistas passariam a considerar o 
anarquismo como uma corrente contra-revolucionária. 
No entanto, os anarquistas levantavam a clara hipótese de que toda 
revolução em nome de “algo” ou “alguém” abre portas para um processo de 
exclusão. Na ótica anarquista, não se poderia colocar em condição suprema um 
determinado grupo mais capacitado à direção revolucionária. O estado de 
revolução deveria ser permanente, constante. Ao contrário de uma constituição 
oferecendo os direitos e os deveres, a população deveria se lançar à construção 
de associações libertárias onde o contrato social fosse permanentemente 
rediscutido. 
Dessa maneira, o pensamento anarquista possuía uma clara diferença à 
tônica socialista. Para os últimos, a revolução se dava com a tomada do Estado. 
Já os anarquistas queriam o fim do mesmo e, por isso, alertavam que um Estado 
socialista seria o início de um governo que não conseguiria abolir o autoritarismo 
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de uma ditadura renomeada. A maior constatação empírica dessa crítica viria a 
acontecer com a experiência da Revolução Russa. 
 
4.9. Social Democracia 
A social-democracia é uma ideologia política que apoia intervenções 
económicas e sociais do Estado para promover justiça social dentro de um 
sistema capitalista, e uma política envolvendo Estado de bem-estar social, 
sindicatos e regulação econômica para promover uma distribuição de renda mais 
igualitária e um compromisso para com a democracia representativa. 
É uma ideologia política de centro-esquerda surgida no fim do século XIX 
por partidários do marxismo que acreditavam que a transição para uma 
sociedade socialista deveria ocorrer sem uma revolução, mas sim por meio de 
uma gradual reforma legislativa do sistema capitalista a fim de torná-lo mais 
igualitário. 
 
4.10. Socialismo de Mercado 
Alfred Müller-Armack descreveu a Economia Social de Mercado (ESM) 
como a “combinação do princípio da liberdade de mercado com o princípio da 
equidade social". O objectivo do conceito, por seguinte, é unir as maiores 
vantagens de um mercado livre, como por exemplo a produtividade alta ou a 
livre iniciativa individual, com um forte componente social. 
Alfred Müller-Armack foi fortemente influenciado pela Doutrina Social da 
Igreja e, portanto, entendia o Ser Humano como centro da ordem social, que tem 
não só uma capacidade criadora, mas também pode distinguir o certo do errado. 
Isto converge para uma combinação de liberdade com responsabilidade 
individual. 
 
4.11. Socialismo Revolucionário 
Socialismo revolucionário é um termo se refere a tendências socialistas que 
subscrevem a doutrina de que uma revolução social é necessária para criar 
mudanças estruturais na sociedade. Mais especificamente, é a visão de que a 
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revolução é uma condição necessária para uma transição do capitalismo ao 
socialismo. 
A "revolução" não é necessariamente definida como uma insurreição 
violenta; ela é definida como a tomada do poder político por movimentos de 
massas da classe trabalhadora para que o Estado seja controlado diretamente 
pela classe operária em oposição à classe capitalista e aos seus interesses. Os 
socialistas revolucionários acreditam que tal estado de coisas é uma condição 
prévia para estabelecer o socialismo. 
 
4.12. Socialismo Cristão 
Postura da Igreja Católica que criticava a exploração do capitalismo, 
porém vai criticar a teoria da luta de classes, defendida pelo socialismo. Para a 
Igreja Católica, deveria haver uma harmonia entre os interesses da classe 
trabalhadora com os patrões. A Igreja procurou conciliar capital e trabalho 
através da encíclica Rerum Novarum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. Karl Marx 
5.1. Biografia 
Karl Marx, nasceu no dia 05 de Maio de 1818, na Prússia, foi um filósofo, 
sociólogo, jornalista e revolucionário socialista. Mais tarde tornou-se apátrida e 
passou grande parte de sua vida em Londres, no Reino Unido. A obra de Marx 
em economia estabeleceu a base para muito do entendimento actual sobre o 
trabalho e sua relação com o capital, além do pensamento económico posterior. 
Ele publicou vários livros durante sua vida, sendo que O Manifesto 
Comunista (1848) e O Capital (1867-1894) são os mais proeminentes. 
Marx nasceu em uma rica família de classe média em Tréveris, na Renânia 
prussiana, e estudou nas universidades de Bonn e Berlim, onde ficou interessado 
pelas ideias filosóficas dos jovens hegelianos. Depois dos estudos, ele escreveu 
para Rheinische Zeitung, um jornal radical publicado em Colônia, e começou a 
trabalhar na teoria da concepção materialista da história. 
Mudou-se para Paris em 1843, onde começou a escrever para outros 
jornais radicais e conheceu Friedrich Engels, que se tornaria seu amigo de longa 
data e colaborador. Em 1849, ele foi exilado e se mudou para Londres junto com 
sua esposa e filhos, onde continuou a escrever e formular suas teorias sobre a 
actividade económica e social. Ele também fez campanha para o socialismo e 
tornou-se uma figura significativa na Associação Internacional dos 
Trabalhadores. 
As teorias de Marx sobre a sociedade, a economia e a política — a 
compreensão colectiva de que é conhecido como o marxismo — sustentam que 
as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito entre 
uma classe social que controla os meios de produção e a classe trabalhadora, que 
fornece a mão de obra para a produção e que o Estado foi criado para proteger 
os interesses da classe dominante, embora seja apresentado como um 
instrumento que representa o interesse comum de todos. Além disso, ele previu 
que, assim como os sistemas socioeconómicos anteriores, o capitalismo 
produziria tensões internas que conduziriam à sua auto-destruição e substituição 
por um novo sistema: o socialismo. Ele argumentava que os antagonismos no 
sistema capitalista, entre a burguesia e o proletariado, seriam consequência de 
uma guerra perpétua entre a primeira e as demais classes ao longo da história. 
Isto, associado à sociedade industrial e ao acúmulo de capital, geraria a sua classe 
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antagônica, que resultaria na "conquista do poder político pela classe operária e, 
eventualmente, no estabelecimento de uma sociedade sem classes e apátrida — 
o comunismo — regida por uma livre associação de produtores. 
Marx argumentava que a classe trabalhadora deveria realizar uma acção 
revolucionária organizada para derrubar o capitalismo e provocar mudanças 
sócio-económicas. 
Elogiado e criticado, Marx tem sido descrito como uma das figuras mais 
influentes na história da humanidade. Muitos intelectuais, sindicatos e partidos 
políticos a nível mundial foram influenciados por suas ideias, com muitas 
variações sobre o seu trabalho base. Marx é normalmente citado, ao lado de Émile 
Durkheim e Max Weber, como um dos três principais arquitectos da ciência 
social moderna. 
O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, 
Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia,Economia, Comunicação, 
Arquitetura e outras. Em uma pesquisa da rádio BBC de Londres, realizada em 
2005, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos. 
Encontrando-se deprimido por conta da morte de sua esposa, ocorrida em 
Dezembro de 1881, Marx desenvolveu, em consequência dos problemas de saúde 
que suportou ao longo de toda a vida, bronquite e pleurisia, que causaram o seu 
falecimento em 1883. Foi enterrado na condição de apátrida, no Cemitério de 
Highgate, em Londres. 
Em 1954, o Partido Comunista Britânico construiu uma lápide com o busto de 
Marx sobre sua tumba, até então de decoração muito simples. Na lápide 
encontram-se inscritos o parágrafo final do Manifesto Comunista ("Proletários de 
todos os países, uni-vos!") e um trecho extraído das Teses sobre Feuerbach: "Os 
filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objectivo é 
mudá-lo." 
 
5.2. Análise Marxista 
“Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social 
que, inversamente, determina a sua consciência”. Em certo estágio de 
desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em 
contradição com as relações de produção existentes ou, o que é a sua expressão 
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jurídica, com as relações de propriedade no seio das quais tinham movido até 
então. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações 
transformam-se no seu entrave. Surge, então, uma época de revolução social. 
É importante termos em mente que Marx revela uma preocupação 
constante com as questões sociais geradas com a expansão do capitalismo. Na 
política de Adam Smith o que temos é a teoria do livre capitalismo, a “mão-
invisível” que teoricamente regeria por si só a sociedade. Agora, quando se trata 
do pensamento de Marx, toda essa difusão de ideias é contraditória apesar de 
que muitos reforçam a ideia de que quando se trata do esquema de pensamento 
de Marx, dificilmente não se comete uma injustiça com o poder e a consciência 
de seu raciocínio. O simples facto de este modelo ser longo e intrincado, com 
todas as partes logicamente conectadas e integradas, faz de qualquer breve 
resumo uma falsificação. Não obstante é importante que ele seja entendido ao 
menos porque se trata da base de uma das mais poderosas ideologias do mundo 
moderno. 
Marx inicia seu pensamento partindo do pressuposto que as relações 
económicas são as forças motrizes fundamentais em qualquer sociedade. É 
interessante observar essa passagem porque muitos acreditam, quando associam 
os pensamentos de Marx ao socialismo, que não haveria um sistema económico 
vigente ou que esse seria extinto em algum momento. Isso é um equívoco, pois 
no sistema socialista – pelo menos aquele defendido inicialmente por Marx – 
haveria, sim, um modelo económico, porém esse deverá ser universalizado 
quando a sociedade se encontrar em estado comum. Esse pensamento é 
duramente rebatido quando se associa ao modelo capitalista no qual as pessoas 
são motivadas notadamente por seus interesses económicos. 
Para se compreender com maior nitidez a proposta de Marx vejamos uma 
passagem extraída do prefácio “Uma Contribuição para a Crítica da Economia 
Política”: 
 
“Na produção social que os homens realizam, eles estabelecem relações definidas, que são necessárias e 
independentes de sua vontade; essas relações de produção correspondem a uma etapa determinada no 
desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. A totalidade dessas relações de produção forma a 
estrutura económica da sociedade- a verdadeira base sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e 
política, e a qual correspondem formas definidas de consciência social. O modo de produção da vida 
material condiciona o carácter geral do processo social, político e espiritual da vida”. 
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Nessa passagem o que se confirma é aquilo dito anteriormente, em que 
não se há uma ausência de estrutura económica no pensamento de Marx e mais, 
é essa estrutura que condiciona o carácter geral. 
Mas o que o diferencia da proposta capitalista é que segundo Marx, há 
dois interesses económicos sempre presentes que são: o capitalismo e o 
trabalhador. Essas duas classes opõem-se uma a outra, uma vez que o capitalista 
só poderá prosperar se o trabalhador for explorado. 
Marx iniciou seu ataque ao capitalismo com a teoria do “valor trabalho” 
onde a mão de obra do capitalismo é vista como uma forma exploradora na qual 
não é pago ao trabalhador o valor total dos bens e serviços que esse produz. A 
diferença entre o salário e o valor agregado pelo trabalhador, ao que Marx 
chamou de “mais-valia”, converte-se no lucro do capitalista. Foi a partir dessa 
teoria que Karl Marx explicou alguma das características mais marcantes da 
economia industrial do seu tempo. 
Mas, agora, vejamos como iniciou uma real mudança a partir das ideias 
de Marx. O Manifesto Comunista apresenta uma passagem que marca 
brilhantemente toda a postura adoptada nas ideias de Marx: 
 
“A História de todas as sociedades existentes até hoje é a historia da luta de classes. Homens livres e 
escravos, patrícios e plebeus, lorde e servo, mestre de corporações e jornaleiro, em uma palavra o opressor e 
oprimido, um mantendo-se em constante oposição um ao outro, (...) A moderna sociedade burguesa que 
germinou das ruínas da sociedade feudal não se livrou do antagonismo das classes. Não fez mais que criar 
novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta em lugar das antigas”. 
 
O que se pode facilmente concluir nessa passagem é que as divisões de 
classes sociais sempre existiram na sociedade, e que isso é um facto que 
independente do modelo económico vigente ainda sim permaneceu, e mais, nas 
entrelinhas o que se pode notar não é uma conformação por parte de Marx, mas 
sim uma crítica a essa notoriedade. 
Outra postura adoptada por Marx parte do princípio da exploração e da 
alienação. As duas compondo uma fase do capitalismo. Ele aborda a alienação e 
a estagnação do trabalhador pela óptica da divisão social do trabalho. Diz que 
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cada um se move num círculo determinado e exclusivo de actividades, que lhe 
são impostas, de tal forma que se é caçador, pescador ou desempenha qualquer 
outra actividade, tem de continuar a sê-lo, se não quiser ver-se privado dos meios 
de vida. Devido à fragmentação do processo produtivo, no desenvolvimento da 
divisão social do trabalho, o operário é levado a utilizar apenas uma parte das 
suas faculdades criativas. Nesse sentido é que a máquina aparece de forma 
metafórica digerindo o operário. Essa alienação, que passa pela divisão social do 
trabalho, em cada sector económico e na sociedade, é uma determinação da 
produção da mais-valia, que desenvolve a força produtiva do trabalho colectivo 
para o capitalista e não para o trabalhador, e, além disso, deforma e prejudica o 
trabalhador individual. 
Quando se compreende o princípio da alienação pode-se firmar, então, que, 
segundo Marx, o capitalismo apresenta, então, duas fases: acumulação de capital 
e crescimento, de um lado, exploração e alienação, do outro. 
 
5.3. O Manifesto Comunista 
Quando definitivamente se estabelece a parceria entre Karl Marx e Engels 
é que surge a obra de maior importância na qual iria divulgar as ideias do 
socialismo segundo os pensamentos e ideais de Marx: O Manifesto Comunista, 
originalmente dominado: Manifesto do Partido Comunista. Em alemão: Manifest 
der Kommunistischen Partei, publicado pela primeiravez em 21 de Fevereiro de 
1848. O Manifesto sugere um curso de acção para uma revolução socialista 
através da tomada do poder pelos proletários. 
Marx e Engels partem de uma análise histórica, distinguindo as várias 
formas de opressão social durante os séculos e situa a burguesia moderna como 
nova classe opressora. Não deixa, porém, de citar seu grande papel 
revolucionário, tendo destruído o poder monárquico e religioso valorizando a 
liberdade económica extremamente competitiva e um aspecto monetário frio em 
detrimento das relações pessoais e sociais, assim tratando o operário como uma 
simples peça de trabalho. Este aspecto juntamente com os recursos de aceleração 
de produção (tecnologia e divisão do trabalho) destrói todo atractivo para o 
trabalhador, deixando-o completamente desmotivado e contribuindo para a sua 
miséria e coisificação. Além disso, analisa o desenvolvimento de novas 
necessidades tecnológicas na indústria e de novas necessidades de consumo 
impostas ao mercado consumidor. 
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O Manifesto Comunista faz uma dura crítica ao modo de produção 
capitalista e na forma como a sociedade se estruturou através desse modo. Busca 
organizar o proletariado como classe social capaz de reverter sua precária 
situação e descreve os vários tipos de pensamento comunista, assim como define 
o objectivo e os princípios do socialismo científico. 
A exclusividade entre os proletários conscientes, portanto comunistas, 
segundo Marx e Engels, é de que visam a abolição da propriedade privada e 
lutam embasados num conhecimento histórico da organização social, são, 
portanto, revolucionários. Além disso, destaca que o comunismo não priva o 
poder de apropriação dos produtos sociais; apenas elimina o poder de subjugar 
o trabalho alheio por meio dessa apropriação. Com o desenvolvimento do 
socialismo a divisão em classes sociais desapareceria e o poder público perderia 
seu carácter opressor, enfim seria instaurada uma sociedade comunista. 
No terceiro capítulo, analisa e critica três tipos de socialismo. O socialismo 
reacionário, que seria uma forma de a elite conquistar a simpatia do povo, e 
mesmo tendo analisado as grandes contradições da sociedade, olhava-as do 
ponto de vista burguês e procurava manter as relações de produção e de troca; o 
socialismo conservador, com seu carácter reformador e anti-revolucionário; e o 
socialismo utópico, que apesar de fazer uma análise crítica da situação operária 
não se apoia em luta política, tornando a sociedade comunista inatingível. 
Por fim, apresenta as principais ideias do Manifesto, com destaque na 
questão da propriedade privada e motivando a união entre os operários. Acentua 
a união transnacional, em detrimento do nacionalismo esbanjado pelas nações, 
como manifestado na célebre frase: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”. 
 
5.4. As Leis da Economia Política Marxista 
O conhecimento dos aspectos económicos em que se baseia a estrutura social 
são fundamentais para a compreensão dos fenômenos políticos e das instituições 
pelas quais uma sociedade se governa. Neste sentido, Marx estava certo em 
reconhecer na Economia a base da estrutura social, ou seja, um aspecto 
fundamental de politização da sociedade. 
A Economia corresponde, no pensamento marxista, a infra-estrutura da 
sociedade, que dá base e sustentação a sua super-estrutura, todas as instituições 
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sociais e políticas, sendo, portanto, determinante, embora não exclusiva, de toda 
sociedade. Não é sem razão que a disciplina Economia Política tem uma 
importância fundamental no âmbito da Ciência Política. 
 
5.4.1. A Análise Histórica da Economia Política Marxista 
Assim como aconteceu em relação à Filosofia clássica alemã, ao Socialismo 
e à Historiografia francesa, que foram a base do pensamento marxista, a 
economia do marxismo também se baseou no que já havia sido desenvolvido até 
seu tempo. Marx desenvolveu, corrigiu e aperfeiçoou a economia clássica inglesa. 
Por que justamente a economia inglesa, e não a francesa ou a alemã? 
Porque a Inglaterra era o país capitalista mais desenvolvido. 
Marx adoptou a tese central da economia política clássica: a de que a 
troca se baseava numa equivalência (uma comparação) das quantidades de 
trabalho contidas na mercadoria. 
Essa teoria, chamada de valor-trabalho, já havia sido expressa no século 
XII por Tomás de Aquino e seu mestre, Alberto, o Grande, e foi refinada por 
William Petty, no século XVII. Recebeu sua forma definitiva com Adam Smith, 
no século XVIII, e David Ricardo, no século XIX. 
Esses economistas conseguiam descrever corretamente alguns fenômenos 
do capitalismo, mas ficavam estacionados à beira de um conhecimento mais 
profundo e racional. 
Algumas limitações dos economistas burgueses: 
 O valor para eles era simplesmente um instrumento de medida, um 
numerário que permitia reduzir a um único factor os diferentes 
elementos do custo das mercadorias. Não disseram qual era a natureza, 
a essência desse valor; 
 Isso levou Adam Smith a um raciocínio circular: para ele o valor é 
determinado pelo trabalho, isso é correto. Mas o valor do trabalho é 
determinado pelo salário. E agora o impasse: mas o que então 
determina o valor do salário (ou seja, dos meios de subsistência que o 
operário compra com seu salário, do arroz, do feijão, etc)? 
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 A economia capitalista é vista como sendo estática, visando sempre a 
“busca do equilíbrio”. As únicas perturbações de equilíbrio 
consideradas são aquelas oriundas de uma concorrência imperfeita. 
Além disso, apesar de ser objectiva e descritiva em relação ao capitalismo, 
quando se chegava à questão da luta operária e da organização operária, ela 
voltava a ser normativa, subjectiva e moralizadora. 
Condenava as organizações e lutas operárias como “entraves à liberdade”, 
“obstáculos à concorrência”, “conspirações”, “utopias contrárias a leis 
económicas (leis de mercado) inexoráveis”, “atentados contra a ordem pública”, 
etc. 
Principais características do capitalismo: 
1) Produção de mercadorias 
No capitalismo se produz antes de tudo mercadorias. A mercadoria não é um 
produto qualquer, mas um produto que se destina ao mercado. Um produto não 
é uma mercadoria, desde que seja feito para atender à própria necessidade. 
O capitalismo tende a transformar tudo em mercadoria (educação, cultura, 
arte, relacionamentos descartáveis, etc.), assim como o Rei Midas transformava 
tudo em ouro. 
 
2) Monopolização dos meios de produção pela classe capitalista 
Os meios de produção são propriedade de uma classe pouco numerosa. As 
fábricas, as terras, as máquinas, etc., pertencem à classe dos capitalistas. De outro 
lado, uma classe muito numerosa não tem nenhum meio de produção, e é 
obrigada a vender sua força de trabalho para essa classe que a explora. 
 
3) Trabalho assalariado 
Antigamente, no sistema da escravatura, o homem era vendido por inteiro. 
Seu corpo, sua carne, seu sangue, enfim, sua própria pessoa era vendida. Em 
Roma, o escravo era uma simples coisa. Os meios de produção eram divididos 
em “instrumentos de trabalho mudos” (as coisas, o arado, a carroça, etc.), 
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“instrumentos de trabalhos semi-mudos” (os animais de carga, carneiros, vacas, 
bois, etc.) e “instrumentos falantes” (os escravos, os homens). 
No capitalismo o que é vendido é a força de trabalho. O operário assalariado, 
pessoalmente, é livre; o fabricantenão pode espancá-lo, nem vendê-lo ao vizinho, 
nem trocá-lo por um cão de caça como acontecia no tempo da servidão. O 
operário estaria supostamente em “pé de igualdade”: “Se não quiseres, não 
trabalhes, ninguém te obriga a trabalhar.” 
Mas no capitalismo a escravidão não é tão aparente por não ser “política” ou 
jurídica, como era na servidão. Não existe um “contrato” ou nenhuma lei que 
afirme isso. A escravidão é económica. 
Rosa Luxemburgo afirma que nas sociedades anteriores, o antagonismo de 
classes encontrava expressão em relações jurídicas bem determinadas, mas hoje 
a situação é bem diversa. O proletariado não é obrigado por nenhuma lei a 
submeter-se ao jugo do capital. Ele é obrigado a tal, através da miséria, pela falta 
de meios de produção. Eles são acorrentados ao capital pela fome. 
 
4) Anarquia da produção 
Cada fabricante produz não para outros produtores, mas para o mercado. Ele 
simplesmente não sabe quem lhe comprará a mercadoria. Mas mesmo assim, os 
homens trabalham uns para os outros. 
 
5) Exploração da força de trabalho 
Os fabricantes contratam os operários, não porque desejam sustentar os 
operários esfomeados, mas sim porque querem tirar lucro deles. Não se produz 
para satisfazer necessidades, mas para obter lucros. É o desejo do lucro junto com 
a anarquia da produção. Muitos capitalistas dedicam sua vida à fabricação de 
aguardente, por exemplo, que é socialmente prejudicial. Mas por que muitos 
capitalistas investem nisso? Porque é possível lucrar com a embriaguez do povo. 
6) Principais contradições do sistema capitalista 
 
 Vimos que no capitalismo a produção não é planeada. Cada 
um produz o que quer, na quantidade que quer. A “mão invisível” do 
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mercado é quem supostamente regularia o mercado. Por isso, às vezes 
produz-se em excesso, gerando crises de superprodução. Ao mesmo 
tempo em que há superprodução, a classe operária, empobrecida, não 
consegue consumir estes produtos que ela própria gera porque seu 
salário não é suficiente. 
 O trabalho é social, mas a apropriação deste trabalho é 
privada. Ou seja, produz-se colectivamente, mas apenas o capitalista, 
sozinho, se apropria da produção. Marx afirma no Manifesto: 
“O capital é um produto colectivo e só pode ser colocado em movimento 
pela actividade comum de muitos membros da sociedade e mesmo, em 
última instância, pela actividade comum de todos os membros da 
sociedade. “O capital, portanto, não é uma potência pessoal; é uma 
potência social. Assim, se o capital é transformado em propriedade comum 
pertencente a todos os membros da sociedade, não é uma propriedade 
pessoal que se transforma em propriedade social. Transforma-se apenas o 
carácter social da propriedade. Ela perde seu carácter de classe.” 
 
5.4.2. Alguns conceitos da Economia Marxista 
 
5.4.2.1.Valor 
O que determina o valor é a quantidade de trabalho socialmente 
necessário para produzir determinada mercadoria. Esse “socialmente 
necessário” significa o tempo de trabalho utilizado em média pelos vários 
produtores, e que, portanto, cada mercadoria deveria ser considerada como um 
exemplar médio de sua espécie. 
Por exemplo: o valor de um par de sapatos seria equivalente ao tempo de 
trabalho que em média os dez, vinte, cem ou mil fabricantes de sapatos 
necessitam para produzi-los, e não ao tempo de trabalho necessário para 
produzir este ou aquele par. Seria ilícito, portanto, argumentar que um par 
fabricado por um sapateiro preguiçoso, porque precisaria mais tempo para ser 
produzido, teria maior valor do que o fabricado por um sapateiro diligente. 
Dois aspectos fundamentais do valor: valor de uso e valor de troca (diferença 
entre qualidade e quantidade). 
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o Valor de Uso: uma coisa pode ter valor de uso sem ter valor. É o caso 
sempre que sua utilidade não é mediada pelo trabalho. Ex: ar, terra 
virgem, florestas não plantadas, etc. 
o Valor de Troca: quantidades definidas de “tempo de trabalho congelado”. 
A lei do valor foi uma descoberta fundamental de Marx, que superou 
dificuldades que a lei da oferta e da procura não conseguia responder. A lei da 
oferta e da procura, que produz oscilações de preços, só explicam se o equilíbrio 
entre oferta e procura for atingido ou não, mas não explica como os valores são 
determinados. 
Por exemplo: se em uma determinada sociedade tanto os pães quanto os 
aviões tiverem a mesma oferta e a mesma procura, eles terão o mesmo valor? 
Claro que não, pois mesmo que as pessoas estivessem passando fome e os pães 
fossem muito necessários, os aviões requerem muito mais trabalho socialmente 
necessário para sua produção do que os pães. 
 
5.4.2.2. Mais – Valia 
É o trabalho excedente do operário. Durante um dia de trabalho o operário 
produz mais do que ele recebe de volta em forma de salário. O operário trabalha 
parte do dia para pagar seu salário e a outra parte de graça para sustentar o 
capitalista. 
O capitalista tem duas formas de aumentar a mais-valia: a mais-valia 
absoluta e a mais-valia relativa. 
o Mais-valia absoluta: pode ser obtida através da extensão da jornada de 
trabalho ou do aumento da intensidade do trabalho. 
o Mais-valia relativa: pode ser obtida através do aumento da 
produtividade, de melhorias nas técnicas, no maquinário, etc. 
 
 
5.4.2.3.Mercadoria 
Produto destinado ao mercado, não à satisfação humana. Nem todo 
produto é uma mercadoria. Um produto não é uma mercadoria, desde que seja 
feito para atender à própria necessidade. 
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5.4.2.4.Força de Trabalho 
O trabalhador não vende o seu trabalho, mas a sua força de trabalho. É 
uma mercadoria da qual o único reservatório é a carne e o sangue do homem. É 
a única mercadoria que gera todas as outras – a única que gera valor. 
É o segredo do lucro do capitalista. A força de trabalho gera valor, além 
daquilo que recebe de volta em forma de salário. 
 
5.4.2.5.Salário 
Como se determina o salário? 
De acordo com Karl Marx, o valor da força de trabalho é determinado pelo 
valor dos artigos de primeira necessidade exigidos para produzir, desenvolver, 
manter e perpetuar a força de trabalho. 
“É a parte mínima indispensável do produto, tanto quanto o trabalhador 
precisa para subsistir como trabalhador, não como homem, e para originar a 
classe aprisionada dos trabalhadores, não a humanidade.” (Marx) 
“Assim como um cavalo, [o trabalhador] deve receber somente o que 
precisa para ser capaz de trabalhar. A economia política não se ocupa dele no seu 
tempo livre como homem, mas deixa este aspecto para o direito penal, os 
médicos, a religião, as tabelas estatísticas, a política e o funcionário de 
manicômio”. (Marx) 
Os preços do trabalho são mais constantes que os preços dos meios de 
subsistência. 
o Característica interessante do salário: 
No sistema de trabalho assalariado, até o trabalho não pago parece trabalho 
pago. No sistema de escravidão, até o trabalho pago parece ser trabalho não pago. 
Parte do trabalho do escravo era necessário para cobrir os custos de sua 
própria moradia, alimentação, saúde, etc. Mas esse aspecto é obscurecido, e 
parece que o escravo não recebia nada pelo que fazia. 
No capitalismo tem-se a impressão de que todo o trabalho do operário lhe é 
retornado em forma de salário, mas isso é uma grande ilusão. 
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5.4.2.6.Capital 
Não é “riqueza acumulada”, como vulgarmente se define e às vezes seatribui 
a Marx. Nem tão-pouco “qualquer meio para aumentar a produtividade do 
trabalho”. 
Um chimpanzé usando um pedaço de pau para pegar bananas mais 
facilmente, não foi o primeiro capitalista da história. Também não seria 
“acumular capital” uma comunidade tribal querendo aumentar sua riqueza 
através da pecuária ou da irrigação da terra. 
O capital pressupõe o seguinte: 
o Que os bens não são produzidos para consumo direto, mas são 
vendidos como commodities (mercadorias); 
o Que o potencial total de trabalho da sociedade foi fragmentado em 
trabalhos privados conduzidos independentemente uns dos outros; 
o Que as mercadorias são dotadas de valor; 
o Que esse valor é realizado através da troca com uma mercadoria 
especial chamada dinheiro; 
A lógica interna do capital é sempre aumentar o grande capital, levando à 
formação de grandes monopólios, e eliminar o pequeno. 
O capitalista, por ter capital para iniciar um negócio privado, passa pelo 
seguinte processo: 
D – M – D', onde D (dinheiro) é trocado por mercadoria (M) que, por sua vez, 
gera uma quantidade D' de dinheiro superior à primeira. 
Já o trabalhador segue o seguinte ciclo: 
M – D – M, onde M é a força de trabalho (mercadoria, no capitalismo), que se 
transforma em dinheiro utilizado para comprar meios de subsistência (arroz, 
feijão, moradia, etc.). Assim, o operário nunca consegue acumular no capital. 
 
5.4.3. A Tese da Exploração 
Conforme vimos, construiu Marx a sua doutrina com base no valor-
trabalhista, daí tirando deduções que o levaram à noção da mais-valia capitalista. 
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Esta teoria da mais-valia é uma aplicação correta que a mão-de-obra, como 
mercadoria ordinária, se faz da teoria do valor-trabalho. Sua validez depende, 
pois, de exatidão da teoria, da qual é uma simples consequência. 
Esta teoria do valor-trabalho, para a construção de cuja parte essencial 
apoiou-se Marx no clássico, é uma teoria que tem sido objecto de críticas muito 
severas. 
A teoria do valor-trabalho, retomada por Marx e pela qual pretende 
demonstrar que o custo da manutenção da força de trabalho determina o preço 
do trabalho, são feitas críticas da mesma ordem: o economista austríaco, Boehm-
Bawerk, principalmente, apresentou em suas obras uma exposição desta crítica 
que se tornou clássica. 
Além dos argumentos apresentados contra a teoria do valor-trabalho de 
Ricardo, insiste Boehm sobre certas críticas, dirigindo-as, sobretudo, ao raciocínio 
desenvolvido por Marx. Mostra, principalmente, que apresentou o problema do 
valor de maneira incompleta. Distingue Marx, com efeito, duas categorias de 
bens: os bens naturais, resultantes do trabalho da natureza, e as mercadorias, 
devidas ao trabalho do homem. Uma vez feita a distinção, deixa de lado os bens-
mercadorias. Ora, uma teoria do valor deve fornecer necessariamente uma 
explicação geral, baseada em caracteres comuns as diversas categorias de bens. 
Boehm julga as teorias de Marx também incompletas, por haver 
simplificado o problema do valor a ponto de deformá-lo. Havendo conservado, 
como aspecto do valor dos bens, tão somente o trabalho, viu-se Marx obrigado a 
eliminar certos outros aspectos fundamentais do problema, tais como, por 
exemplo, a raridade dos bens, o serem sempre, embora em graus diferentes, 
produtos da natureza, o serem objectos de uma procura e uma oferta, etc. Este 
excesso de simplificação levou, aliás, a teoria marxista do valor e da contradição, 
pois, ao mesmo tempo em que afirma ser o valor das mercadorias igual tão-
somente a quantidade de trabalho necessária à sua produção, diz que, em regime 
capitalista, os preços do equilíbrio se afastam das taxas de troca resultante das 
relações, entre os custos de produção e o trabalho. Ora, a observação indica 
existir, em sistemas capitalistas, preços de equilíbrio diferente dos valores, e isso 
destroem, por si, só o que de exacto poderia conter na explicação marxista do 
valor. 
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E Marx não só tratou o problema de maneira incompleta, mais ainda o 
colocou mal: raciocinou tomando como o ponto de partida o valor dos bens no 
quadro de uma troca baseada no equilíbrio, em uma equivalência. Ora, todo acto 
de troca repousa, por natureza, exactamente no desequilíbrio, ou seja, em uma 
diferença. 
Para que haja troca, exige-se, com efeito, que os co-permutantes presentes 
ajuízem do valor dos bens permutados segundo padrões apreciativos diferentes: 
a troca de uma saca de café por dez sacas de cimento, por exemplo, realiza-se por 
dar o possuidor do café preferência a 10 sacas de cimento, dando, ao contrário, o 
detentor do cimento mais valor ao café do que ao cimento. 
O erro de Marx constituiu, não apenas em colocar o problema da troca em 
termos de equivalência, mas também em termos objetivos: o elemento subjetivo 
representado pela utilidade das coisas para o homem não pode ser dissociado do 
valor. A utilidade dos bens trocados não é, por certo, a mesma para com a um 
dos bens, possibilitando cada um dos deles a satisfação de necessidades 
diferentes. Contudo, cada um dos bens existentes tem uma utilidade que lhe é 
peculiar e esta qualidade intrínseca a todo bem econômico dificilmente pode ser 
eliminada em uma teoria do valor. 
A crítica de Boehm é um conjunto geralmente aceito, embora esteja, por 
sua vez, sujeito às críticas. De facto, o seu autor, ao formulá-la colocou-se em 
plano diferente daquele em que Marx desenvolveu o seu raciocínio. Boehm-
Bawerk criticou a tese de Marx relativa ao valor-trabalho, colocando-a em um 
plano estático e no quadro microeconómico. Nessas condições suas críticas são 
perfeitamente válidas. É possível, todavia sustentar-se a revisão, feita em 
profundidade, que os trabalhos de Keynes, principalmente, impulsionaram os 
economistas, levam a isto que Marx não se colocou em um plano funcional 
estático e microeconómico, mas, antes em um plano evolutivo e 
macroeconómico. 
O método preponderante em sua obra não admite duvidas a tal respeito: 
o seu raciocínio se desenvolveu no quadro global de uma economia nacional, e 
nesse quadro, procura explicar as relações entre grupos, ou seja, relações 
essencialmente de produção e repartição em grupos de trabalhadores, de um 
lado e de capitalistas de outro. 
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Seu raciocínio se aplica ao estudo dos movimentos e ou variações das 
coisas. Essa concepção evolutiva o leva a estudar a transformação dos fenómenos 
económicos em período de tempo de longa duração. 
Para Marx a infra-estrutura e a superestrutura se modificam com o tempo 
e nesse sentido devem ser estudadas. Sua concepção é evolutiva, sendo nesse 
ponto mais ampla que as dos clássicos, pois Marx não aceita definitiva 
estabilidade das instituições jurídicas básicas para o capitalismo. Julga, ao 
contrário, dever realizar-se a transformação do regime de propriedade privada e 
do de liberdade, afim de que se chegue a colectividade da sociedade. Mas, uma 
vez atingido esse estágio de evolução, afirma Marx serem definitivas as 
instituições dessa sociedade colectivizada. Adopta, em relação a essa nova 
sociedade, uma posição semelhante à dos clássicos, quanto à sociedade 
capitalista de sua época. 
Recolocada no quadro de um raciocínio macroeconómico, abrangendo um 
período de tempo de longa duração, a teoria do valor marxista se apresenta de 
maneira diferente: em termos de microeconomia tem de a teoria a explicar a 
repartição parcial do produzido entre patrões e operários. Apega-se antes a 
modalidade darepartição das mais-valias do que ao problema de sua criação. 
Em termos de macroeconomia, pretende Marx indicar, primeiro, os 
factores explicativos da parte preponderante da renda nacional que cabe aos 
empreendedores, e, depois, a maneira pela qual a mais-valia global fica dividida 
entre os capitalistas. 
De modo que Marx é, assim, logicamente levado a conceber a existência 
de dois diferentes mecanismos de factores, o que explica qual a cota de mais-valia 
global que cabe aos empreendedores em seu conjunto, e em seguida como essa 
mais-valia se distribui entre os grupos particulares de capitalistas. 
A essa teoria do valor-trabalho marxista, recolocada em seu quadro global 
evolutivo, parece não caber assim o seguro de contradição que lhe dirigiu Boehm. 
E não é só: se a teoria marxista do valor, assim compreendida, pode 
responder a certas críticas fundamentais, feitas a ciência clássica, tornando sem 
efeito as objecções de Boehm a que nos referimos, ela não pode deixar de 
responder, entretanto a outras observações importantes, que apenas 
indicaremos. 
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Uma delas diz respeito a noção de trabalho qualificado de trabalho 
simples, noção que se impõe para que as respectivas quantidades de trabalho 
possam ser expressas em horas. Marx diz ser o trabalho qualificado o múltiplo 
de trabalho simples. 
 
5.5. Pós Marx 
Se correlacionarmos passado e presente, não é difícil nos depararmos com as 
dificuldades que Marx passou para transpor os burgueses da época. Hoje, como 
mostra a sátira acima, a mudança ainda não é bem vista, pelo menos para aqueles 
que ameaçados, se equiparam aos mesmos opositores de Marx. 
Por exemplo, nos Estados Unidos da América, os republicanos, que perderam 
as eleições para Barack Obama, o compararam a Marx e organizaram protestos 
convidando os cidadãos norte-americanos a se juntarem numa causa, que é 
explicitamente política, citando o capitalismo como a mais pura caridade já feita 
à sociedade. 
O socialismo sofreu suas maiores derrocadas devido ao colapso do 
comunismo na União Soviética e em outros Estados do Leste europeu. Muitas 
outras sociedades seguiram os passos da Grã-Bretanha e desnacionalizaram suas 
indústrias. 
Contudo, hoje existem alguns programas inspirados no socialismo. Qualquer 
programa que prega a redistribuição de riquezas pode ser considerado socialista. 
Por exemplo, o imposto que os Estados Unidos impõem aos cidadãos para 
sustentar o sistema de bem-estar social, o qual fornece ajuda aos cidadãos 
financeiramente insustentáveis, pode ser considerado um programa socialista.6 
 
 
 
 
 
 
6 Os sistemas de saúde como Medicare e o Medicaid estão na mesma categoria. 
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6. Os Países de Regime Socialista 
Estes países foram conhecidos como "Estados comunistas", pois seus partidos 
mandantes geralmente usaram o nome "Partido Comunista do [país]". No 
entanto, os próprios países referiam-se como repúblicas socialistas, não 
comunistas, em suas próprias Constituições. Eles eram definidos por uma forma 
de governo na qual o Estado governa sob um sistema unipartidário e declara 
fidelidade à ideologia Marxista-Leninista. 
De acordo com o Marxismo-Leninismo, as constituições desses países 
afirmavam que todo o poder pertencia à classe trabalhadora, que uma ditadura 
"democrática" do proletariado foi implementada dentro de suas fronteiras, e que 
eles estão construindo o socialismo, com o objetivo de alcançar o comunismo 
algum dia. 
 
Mapa dos países socialistas7 
 
 República Democrática do Afeganistão (27 de abril de 1978 - 28 de 
abril de 1992) 
 República Popular Socialista da Albânia (1 de janeiro de 1946 - 22 de 
março de 1992) 
 Alemanha Oriental - República Democrática Alemã (7 de 
outubro de 1949 – 3 de outubro de 1990) 
 República Popular de Angola (11 de novembro de 1975 - 27 de agosto de 
1992) 
 República Popular do Benim (30 de novembro de 1975 - 1 de 
março de 1990) 
 República Popular da Bulgária (15 de setembro de 1946 - 7 de 
dezembro de 1990) 
 República Soviética da China (7 de novembro de 1931 - 10 de 
outubro de 1934) 
 
7 Este é um mapa dos países que se declararam socialistas sob a corrente Marxista-Leninista (conhecidos 
no Ocidente como "Estados Comunistas") em algum momento de suas histórias. O mapa apresenta as 
fronteiras atuais. Nem todos os países apresentados foram Marxistas-Leninistas ao mesmo tempo. 
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 República Popular do Congo (3 de janeiro de 1970 - 15 de março de 1992) 
 Derg (12 de setembro de 1974 - 10 de setembro de 1987) 
 República Democrática Popular da Etiópia (10 de setembro de 1987 - 27 
de maio de 1991) 
 República Democrática da Finlândia (1 de dezembro de 1939 - 12 de 
março de 1940) 
 Governo Revolucionário Popular de Granada (13 de março de 1979 – 25 
de outubro de 1983) 
 Comitê Político de Libertação Nacional (Grécia) (24 de 
dezembro de 1947 – 28 de agosto de 1949) 
 República Popular da Hungria (20 de agosto de 1949 – 23 de outubro de 
1989) 
 Iêmen do Sul - República Democrática Popular do Iêmen (30 de 
novembro de 1967 – 22 de maio de 1990) 
 República Socialista Federal da Iugoslávia (29 de novembro de 1943 – 8 
de outubro de 1991) 
 Kampuchea Democrática (4 de abril de 1976 – 7 de janeiro de 1979) 
 República Popular do Kampuchea (7 de janeiro de 1979 – 23 de 
outubro de 1991) 
 República Popular de Moçambique (25 de junho de 1975 – 1 de 
dezembro de 1990) 
 República Popular da Mongólia (24 de novembro de 1924 – 12 de 
fevereiro de 1992) 
 República da Nicarágua, de 1979 a 1984. Nas eleições de 1984 formou-se 
um governo híbrido. 
 República Popular da Polônia (28 de junho de 1945 – 19 de julho de 1989) 
 República Socialista da Romênia (30 de dezembro de 1947 – 21 de 
dezembro de 1989) 
 República Democrática da Somália (1 de julho de 1976 – 26 de janeiro de 
1991) 
 Tchecoslováquia - República Socialista da Tchecoslováquia (11 de 
julho de 1960 - 29 de março de 1990) 
 República Popular de Tuva (14 de agosto de 1921 – 11 de 
outubro de 1944) 
 União Soviética - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (30 de 
dezembro de 1922 – 26 de dezembro de 1991) 
 Vietnã do Norte - República Democrática do Vietnã (2 de setembro de 
1945 – 2 de julho de 1976) 
 
 
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7. Socialismo em África 
As relações da África com os países socialistas remontam à época durante a 
qual, pouco após a revolução bolchevique de 1917, Lenin prometeu a cooperação 
do jovem Estado soviético a todos os povos colonizados. Desde então, todos os 
países socialistas — a URSS e os seus aliados, como a República Popular da China 
— prestaram ajuda, sob diversas formas, aos Estados africanos, tanto antes 
quanto após a sua conquista da independência. Tal como aquela conduzida pelas 
outras potências, a política externa dos países socialistas era permanentemente 
regida por dois imperativos: um imperativo ideológico, segundo o qual, o bloco 
soviético e a República

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