Implantação de Brinquedoteca em Centro de Educação Infantil

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UNIVERSIDE ANHANGUERA – UNIDERP
Centro de Educação a Distância
DESAFIO PROFISSIONAL
CURSO: PEDAGOGIA
DISCIPLINAS NORTEADORAS: Organização e metodologia em Educação Infantil, Brinquedoteca e Elemento Lúdico; Didática de Contar Histórias; Literatura Infantojuvenil e Multimeios Aplicados a Educação
	
 Nome: Edivane Aparecida Martins
 RA: 1890601773 
 Nome: Francieli de Souza Santos.
 RA: 9929034913. 
 Nome: Nadir de Fatima Beva
 RA: 8529947557 
				 Nome: Priscila Teresinha L. Sestari 
				 RA: 1812556575 
 Nome: Viviane Marques
 RA: 9929030254
 Série: 4º período.
 Tutora: Andrea Barbosa Kleber
Telêmaco Borba, 20 de outubro
2016
1. INTRODUÇÃO
O presente projeto é um estudo feito pelas alunas de Pedagogia da Faculdade Anhanguera de Ensino à distância, onde o conteúdo proposto é a implantação de uma Brinquedoteca em um Centro Municipal de Educação Infantil a partir de doações de recursos necessários por um conceituado Empresário. 
A concepção de infância ao longo da história da humanidade já mudou e hoje é reconhecida como uma fase essencial para a constituição do sujeito. Para que esta constituição seja integral é necessário um ambiente que possibilite experiências e novas relações, sendo esse o papel por excelência da brinquedoteca: oferecer um espaço para que as crianças sejam sujeitos ativos. A brinquedoteca também surge como um espaço para o desenvolvimento de pesquisas e produção de conhecimento sobre a infância, sendo um espaço em que a criança pode brincar por si mesma.
O intuito é demostrar a importância Brinquedoteca como ferramenta para o desenvolvimento e a sociabilidade das crianças atendidas pela instituição.
2. O BRINQUEDOTECA E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Antes de entender o que é a Brinquedoteca devemos levar em consideração alguns conceitos. 
Segundo Piaget a criança passa por quatro estágio de desenvolvimento.
O Primeiro é conhecido como sensório- motor (0 – 2 anos de idade), onde se desenvolve a coordenação motora, e onde a criança começa a diferenciar objetos do próprio corpo, um dos exemplos é brincar com a mãozinha. O pensamento é concreto, não raciocina, apenas pensa no tempo real.
O Segundo o pré-operatório (2 – 7 anos), onde o pensamento é egocêntrico, centrado nela mesma, nesta fase que se apresenta a linguagem, como socialização da criança, que se dá através da fala, dos desenhos e dramatização.
O Terceiro é o operatório concreto (8 – 11 anos), a criança continua egocêntrica, com dificuldade de se colocar no mundo do outro. O pensamento está vinculado a acomodações e assimilações. 
O último estágio é o operatório formal (após aos 11 anos), é a fase de transição, de criar ideias e hipóteses. A linguagem tem um papel fundamental para se comunicar.
A aprendizagem acontece através de experiências vivenciadas e o desenvolvimento seria a aprendizagem de fato, sendo responsável pelo conhecimento. E o brincar para a criança ajuda no desenvolvimento, ou seja, permite a crianças aprender, a adquirir conhecimentos.
O direito da criança à liberdade de brincar e desenvolver-se no seio de sua família e de sua comunidade é assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), que compreende a criança como sujeito de direitos. Em seu artigo 15, o Estatuto assegura o direito da criança e do adolescente à liberdade, ao respeito e à dignidade, sendo liberdade de brincar.
O brincar não pode ser entendido apenas como uma resposta a estímulos, mas sim como um contexto social do meio em que vive. O mesmo faz parte do cotidiano da criança sendo sua atividade principal, surge a qualquer hora do dia e é capaz de conduzir ao mundo imaginário, traz sensação de prazer, desenvolve habilidades, linguagem, capacidade de tomar decisões e a criar regras.
A brincadeira assume diversas funções para o desenvolvimento da criança. Pode-se afirmar que a função da brincadeira para a criança está em criar condições para o seu desenvolvimento integral (social, cognitivo, emocional e psicomotor), partindo de objetos concretos, situações imaginárias e interações sociais, estabelecendo relações com o mundo e construindo conhecimento sobre ele e sobre si mesma (ROSA et al, 2010).
Através da brincadeira a criança aprende comportamentos, constrói conhecimentos, expressa emoções e passa a identificar-se com a cultura a qual está inserida.
A criança não nasce sabendo brincar ela aprende com o tempo, conforme interage com outras crianças, ou seja, ela aprende através da observação.
O brinquedo pode ser considerado como uma ferramenta de autocontrole da qual a criança aprende a lidar com seus impulsos e agindo espontaneamente. O fato é que no espaço do brincar pode ter apenas um tipo de brinquedo causando disputa entre as crianças, neste caso cabe a monitora criar regras e incentivar a cooperação e o compartilhamento dos recursos disponíveis. A criança terá satisfação em concretizar a regra e criar outras conforme sua necessidade. 
O papel do brinquedista também inclui deixar as crianças brincarem espontaneamente na brinquedoteca, sem imposição de brinquedos ou brincadeiras, atuando na mediação de conflitos por brinquedos; oferecer opções de brinquedos, mas deixando as crianças livres para escolherem; auxiliar no manuseio dos brinquedos (ANDRADE, 1998; DANTAS, 1998)
Também deve-se levar em consideração é que crianças tem gostos diferentes, um brinquedo pode interessar para uma e para outra não, e que existem crianças que preferem brincar sozinha e não em grupo.
 O uso dos brinquedos ensina a criança a ter responsabilidade e cooperatividade. Sendo assim, Brinquedoteca é um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico (CUNHA, 1998, p. 40). 
Ela não pode ser compara com a sala de aula, pois ela tem um objetivo claro e especifico voltado para o lúdico da criança, no qual desenvolve o descobrir e o construir de seu conhecimento. É nesse espaço que as crianças podem ser observadas. Pois quando uma criança brinca, ela transmite aquilo que ela vivencia, imitando os adultos. O seu comportamento durante a brincadeira pode revelar o meio social que está criança é inserida. Por exemplo, uma criança muito tímida com problemas de autoestima, ou aquelas que representam agressividade ou carência excessiva, provavelmente tenha algum problema da qual ela vivencia. Mas isso não pode ser confundido com crianças arteiras ou barulhentas, isso não significa, que elas tenham problemas. Porque é natural, características próprias delas. Crianças não brincam quietas, elas estão sempre em movimento, ativas e falantes.
Como a Brinquedoteca é um espaço utilizado pela Educação Infantil, da qual os assistidos estão entrando no mundo do letrado, que para elas gestos e palavras tem significado, outro meio significativo para utilizar nesse espaço é a da história contada. São diferentes tipos de gêneros que encantam as crianças. Crianças não gostam apenas de ouvir histórias, gostam de participar. Lembrando que a história contada deverá ser recontada pelas próprias crianças de forma que elas possam desenvolver a criatividade e a imaginação, dando continuidade na história ou reproduzindo-a como se fosse teatro. Termos como “era uma vez” e “viveram felizes para sempre” auxiliam na narrativa. 
Assim a expressão livre de experiências vivenciadas e formas de ver o mundo transparece na narrativa presenciada. O Lobo do mau pode se tornar do bem, ajudando a Chapeuzinho e a Vovó a fugir de um homem mau, a Brancade neve pode ser morena, entre outras coisas que a imaginação permitir. As narrativas podem se misturar com aquilo que a criança viu na TV, ouviu de um adulto, conversou com um amigo, ou até mesmo presenciou numa rua perto de casa.
Ao incentivar os Assistidos na recontação de história a Professora pode usar livros, objetos, tapetes e almofadas, fantasias, fantoches, imagens de papelão ou cartazes, criadas em sala de aula e tudo aquilo que possa auxiliar nesse momento. O importante é que a criança tenha iniciativa, oportunidade de falar, se expressar e participar desse mundinho que elas criaram.
Outro recurso que pode ser utilizado é a tecnologia. Pois essa geração já nasceu dentro da era digital, reforçando suas características. Hoje é muito comum ver crianças muito pequenas brincando com tablets celulares e afins.
(Pedrosa, 2008 et al) afirma que os meios de comunicação fazem as pessoas serem atraídas por estímulos mais vistosos, levando-as a deixar de lado outros menos chamativos, como a leitura. O uso da internet de jogos eletrônicos e de filmes, permite a criança diversos tipos de linguagem, a falada, a escrita e a visual. Quando se usa os meios de comunicação na Brinquedoteca pode facilitar o desenvolvimento da criança, pois elas se interessam por aquilo que é colorido, emite sons, luzes ou também o que dá a idéia de movimento. A Professora pode gravar as crianças durante a observação, para que elas possam rever o que fizeram, criando oportunidade para novas expressões, por exemplo.
Como podemos perceber temos uma variedade de opções para construir um espaço adequado, aconchegante e que atendam às necessidades das crianças que serão beneficiadas.
3. PLANO DE AÇÃO
Justificativa:
O principal objetivo deste projeto é assegurar à criança o direito de brincar, poder ser criança e desenvolver-se por completo dentro de um ambiente propício. Proporcionar brincadeiras de forma livre, espontânea e prazerosa, possibilitando através de diferentes estímulos de aprendizagem, o desenvolvimento físico, emocional, intelectual e social da criança, tornando-se um importante instrumento pedagógico.
Objetivos:
Construir o pensamento através do mundo imaginário;
Aprender a dividir, a cooperar a ter raciocínio lógico, aprimorando a capacidade de concentração e organização e desenvolver a autoestima;
Vivenciar o mundo e desenvolver expressividade, através da brincadeira do “faz de conta”, no qual, a criança brinca demonstrando sua visão, socialização, despertando a curiosidade e a capacidade de resolver problemas.
Ações a serem desenvolvidas 
A Brinquedoteca será implantada na antiga biblioteca da Escola, onde encontra-se em reforma com termino previsto para o próximo mês, a partir da data deste presente projeto.
Para que a atividade lúdica aconteça será necessário dividir a brinquedoteca em vários setores com grande variedade de brinquedos e jogos eletrônicos. O espaço deverá ser colorido e decorado com imagens com temática de “Bichos de jardim”. 
Recursos
Cantinho do teatro: fantoches, biombo, fantasias, chapéus, bolsas.
Cantinho de jogos: com jogos de montar, tabuleiro, palitos, outros.
  Cantinho da leitura: com livros infantis, tapetes, almofadas e mobiliário adequado como um sofá infantil.
Cantinho do faz de conta: brinquedos que permitem a reprodução do mundo adulto, casinhas e afins, ferramentas, carrinhos, bonecas, navios, aviões, entre outros.
Cantinho de artes: neste espaço não pode faltar mesa, cadeira infantil e materiais como lápis, giz de cera, tinta e papel.
Cantinho do mercadinho: com produtos de mercado, carrinho de compras, frutinhas, legumes, para estimular o trabalho com operações matemáticas.
Cantinho baby: para os menores de 3 anos com cabaninhas, passador, colchãozinho, brinquedos interativos, jogos de encaixe.
Avaliação
A avaliação do monitor (professor) será realizada através de observações focadas na: socialização, iniciativa, linguagem, capacidade motora e habilidades de cada criança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação Infantil, leva a perspectiva de um projeto inovador que há muitos anos, vem sendo implantados tanto em instituições públicas como particulares.
A Brinquedoteca pode ser considerada como um espaço mediador da Aprendizagem uma vez que as crianças vivenciam e trocam experiências, ela também é adequada para observação. Não podemos dizer que é um recurso inviável economicamente, uma vez que comprova sua eficácia após sua utilização como recurso pedagógico, para melhorar o desenvolvimento das crianças e consequentemente a vontade de ir para a escola. Também não podemos esquecer que através da observação ela pode se tornar uma importante ferramenta de assistência social, desde que o profissional atuante dentro da brinquedoteca tenha conhecimento, assim encaminhar as crianças a profissionais de outras áreas se for o caso.
Em sua implantação deve-se levar em consideração, a segurança dos recursos utilizados como por exemplos selos de aprovação/garantia. Assim como brinquedos adequados para a idade de cada criança.
A Brinquedoteca pode vir a ser aberta a comunidade desde que tenha brinquedistas responsáveis e um controle de fluxo de pessoas.
Esse espaço vem para garantir a liberdade e o Direto de Brincar das crianças, tornando o processo de aprendizagem mais agradável e divertido. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
https://www.youtube.com/watch?v=V-Uv0mFuD88. Os 4 estágios do desenvolvimento do pensamento segundo Piaget. Pedagogia on-line UEMG. Acessado dia:11 de outubro de 2016 ás 13:34pm.
https://www.youtube.com/watch?v=EnRlAQDN2go. Jean Piaget – Fases do desenvolvimento. Acessado dia: 11 de outubro de 2016 ás 13:05pm.
https://www.youtube.com/watch?v=NdfZTeAp5Tg. A Importância do Brincar"- Profª. Drª. Tizuko Morchida (USP/SP). Acessado dia: 11 de outubro de 2016 ás 14:01pm.
ANDRADE, C.M.R.J. A equipe na brinquedoteca. In: FRIEDMANN, A. (org.) O direito de brincar. 4º ed. São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 1998, p.87-98.
BRASIL. ECA, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069Compilado.htm
Acesso em: 15 de outubro de 2016 ás 02:43ma.
CUNHA, N.H.S. Brinquedoteca: definição, histórico no Brasil e no mundo. In: FRIEDMANN, A. (org.) O direito de brincar. 4. ed. São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 1998, p.37-52.
DANTAS, H. Brincar e trabalhar. In: KISHIMOTO, T.M. (org.) O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998, p.111-121.
FRIEDMANN, A. A criança na brinquedoteca. In: FRIEDMANN, A. (org.) O direito de brincar. 4º ed. São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 1998b, p. 67-77.
PEDROSA, J. C.; NAVARRO, A. A. Metodologias de aprendizagem. Edição MMIX. Grupo Cultural. Avenida Etiópia, 485. Barueri – SP p337 a 345.
ROSA, F. V; KRAVCHYCHYB, H; VIEIRA. M. L. Brinquedoteca: a valorização do lúdico no cotidiano infantil da pré-escola. 
Disponível: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
65782010000200002. Acessado dia: 15 de outubro de 2016 ás 00:34am.