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Processo Civil I - Jeferson Giacomo (anotações em sala)

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Princípio do duplo grau de jurisdição: É a possibilidade de que o jurisdicionado busque a revisão da decisão recebida perante órgão jurisdicional hierarquicamente superior. De acordo com o STF o duplo grau de jurisdição é um princípio, ou seja, poderá ser mitigada a interposição de recursos nas hipóteses previstas em lei.
Princípio da cooperação: De acordo com o Art. 6, CPC, todos os sujeitos do processo deverão cooperar para que se obtenha uma decisão justa e objetiva.
Princípio da Liberdade negocial: Em princípio, as normas processuais têm natureza de direito público. Contudo, o novo CPC ampliou uma exceção já existente no código anterior, afim de permitir que as partes possam negociar sobre determinadas adaptações no procedimento (Art. 190, CPC) e do ônus da prova (Art. 373, §3, CPC), desde que o direito discutido seja disponível, vale dizer, permita autocomposição. 
Jurisdição: Significa o poder, função e atividade do Estado na realização da vontade concreta da lei. É a atribuição inerente ao poder judiciário. Cabe ao Estado “dizer o direito” (Juris+Dictio). Cabe ao Estado a exclusividade, salvo raras exceções de pacificar as lides. 
Lide: Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. 
Características da jurisdição;
Substitutividade: A jurisdição substituí a atuação das partes para que o Direito possa ser aplicado de forma imparcial. 
Imperatividade: A jurisdição se impõem independentemente da vontade das partes. 
Definitividade/Imutabilidade: Apenas as decisões proferidas pela jurisdição formam a coisa julgada.
Princípios da jurisdição;
Princípio da investidura: A jurisdição é exercida pelo juiz. A investidura ocorre em regra pela aprovação em concurso de provas e títulos, por exceção alguns cargos são providos por nomeação nos termos da lei. 
Princípio da aderência ao território: A atividade jurisdicional é desenvolvida dentro dos limites territoriais de competência do juiz. 
Princípio da indelegabilidade: A função jurisdicional não pode ser delegada para quem não for investido na função de juiz. 
Princípio da inevitabilidade: As partes não poderão evitar a atuação da jurisdição. 
Princípio da inafastabilidade: Nenhum conflito poderá ser excluído da apreciação da jurisdição. 
Princípio da inercia: A jurisdição só atua quando for provocada.
Espécies de jurisdição: A jurisdição é una. A sua classificação ocorre apenas para fins didáticos. 
Jurisdição comum e especial: Jurisdição especial é aquela cuja a atuação é específica para determinadas matérias: são elas, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar. Justiça comum é aquela cuja competência é residual, são elas: Justiça Federal e Justiça comum estadual. 
Jurisdição civil, jurisdição penal: O bem jurídico tutelado em última analise, pela jurisdição penal é a liberdade. A legislação civil, por sua vez, tem como objetos tutelados a propriedade e os direitos da personalidade.
Jurisdição contenciosa e voluntária: A jurisdição contenciosa é aquela conhecida pela função de dirimir as lides, contudo, entende-se que a jurisdição pode atuar em determinadas situações jurídicas em que não há conflito. Nessas hipóteses, o juiz atuará como um “fiscal” na aplicação da lei, tendo em vista a relevância especial dos bens jurídicos discutidos. Trata-se da atuação da chamada jurisdição voluntária.
Ação
Teoria Imanentista: No período romano, entendia-se que ação e direito subjetivo violado eram intrinsecamente relacionados. A cada direito violado corresponderia uma ação e a cada ação corresponderia um direito violado. Portanto o exercício da ação pressupunha a violação de um direito. Nesse período originado em Roma a ação não era um conceito autônomo. 
Teoria da ação com natureza autônoma: A partir do debate de Windschoin a ação como conceito autônomo passou a se dissociar da ideia de direito subjetivo violado. Para esses autores a ação era um direito subjetivo da parte de buscar a tutela jurisdicional. Dividida entre: 
- Teoria da ação autônoma e concreta: para os adeptos dessa teoria dentre eles Wald, a ação era um direito autônomo exercido em face do Estado, porém só faria jus a ele que se obtive provimento em seu pleito. 
- Teoria da ação como direito autônomo e abstrato: os adeptos dessa teoria dentre eles Degenkolb e Carnelutti, entendiam que se tratava de um direito ... a obter uma sentença de mérito, seja ela procedente ou improcedente.
- Teoria eclética da ação: Liebman que foi o autor estrangeiro que mais influenciou o processo civil brasileiro, entendia que a ação era uma situação jurídica que o cidadão ostentava em face do Estado para obter a tutela jurisdicional. Portanto entendia a ação como algo autônomo em relação ao direito material (mérito), contudo, o seu exercício está condicionado a determinadas hipóteses, as quais chamou de “condições da ação”. Originalmente Liebman afirmou que as condições da ação eram em número de três:
Possibilidade jurídica do pedido: Deve ser analisado se o ordenamento jurídico comtempla, em tese, o pedido formulado. Exemplo: é juridicamente impossível o pedido para que haja condenação em razão de dívida de jogo.
Legitimidade de parte: Deve ser analisada se, em tese, a parte pleiteia e a parte em face de quem se pleiteia tem condição para responder pela demanda. Exemplo: Ação de investigação de paternidade em face de uma mulher. 
Interesse de agir: Deve ser analisado se a parte ostenta necessidade e adequação para seu pedido. A necessidade é a pertinência da atuação da jurisdição. Exemplo: Não há interesse de agir para se cobrar dívida não vencida. Adequação significa que a forma como foi pleiteado o direito pode ser concedida pela jurisdição. Exemplo: Não é adequado propor reintegração de posse para desalojamento de locatário inadimplente. É adequado propor uma ação de despejo.
Contudo, Liebman reviu sua teoria, excluindo a possibilidade jurídica como uma das condições da ação. Entretanto, o código de 1973 usou a versão original da teoria. A adequação à o posicionamento atualizado só ocorreu com o código de 2015 (Art. 485, inc. VI, CPC).
As condições da ação devem ser sempre analisadas pelo juiz em tese. 
- Artigos 485 e 487, CPC. **
Teoria da apresentação/asserção: De acordo com essa teoria, deve o juiz analisar a presença das condições da ação com base nas afirmações da parte. Uma vez ocorrida a produção de provas, verificando o juiz uma possível ilegitimidade ou eventual falta de interesse de agir, deverá extinguir o processo com resolução do mérito.
Defesa: Correlato ao direito de ação, é o direito à defesa. Portanto, da mesma forma que o autor pode invocar a tutela jurisdicional para que o Estado profira uma decisão de mérito a seu favor, ao réu é garantido o uso de todos os instrumentos de garantias constitucionais para resistir à pretensão do autor. Portanto, caso o réu pretenda jurisdição lhe conceda determinada tutela, deverá exercer o direito de ação como autor.
Classificação das ações: 
Ações mobiliárias e imobiliárias: Ação mobiliária é aquela que versa sobre bens móveis. Ações imobiliárias são aquelas que versam sobre bens imóveis. A importância dessa classificação diz respeito à fixação de competência. As ações mobiliárias, em regra, são propostas no domicílio do réu. As ações imobiliárias devem ser propostas no foro da situação da coisa. 
Ações coletivas e ações individuais: Ação individual é aquela que o resultado da sentença só produz efeitos entre autor e réu. O autor mitiga em nome própria, em regra, de modo que apenas ele é beneficiado com eventual sentença de mérito favorável. As ações coletivas são aquelas propostas por um determinado ente, que goza de legitimidade extraordinária, cujo os resultados de eventual sentença de mérito favorável beneficiaram um número maior de pessoas. Versam essas ações sobre interesses coletivos, difusos ou individuais.
Ação de conhecimento e ação de execução: Trata-se do tipo de tutela jurisdicional que o Estado prestará. 
Ação de conhecimento: Espécie de tutela jurisdicionalem que o Estado faz o acertamento da relação jurídica material controvertida, com base em cognição exauriente. O CPC 2015 deixou de prever o chamado “processo cautelar”, cujo objetivo era acautelar determinado bem jurídico, enquanto seria discutido seu acertamento no processo de conhecimento. A partir de agora, havendo necessidade de alguma medida de urgência, baseada em cognição sumária, isso será feito de forma antecedente ou incidental ao processo de conhecimento por meio da chamada “tutela de urgência”.
Ação de execução: Tem por objetivo a efetivação de uma certeza jurídica. A ação de execução, que é baseada em uma certeza jurídica, pode ser fundamentada em um título executivo judicial (sentença condenatória), ou um título executivo extrajudicial (Art. 784, CPC).
“Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados.
§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. “
		
Classificação das ações de conhecimento: Quanto ao tipo de tutela jurisdicional do processo de conhecimento, as sentenças poderão ser classificadas em três tipos:
Condenatórias: Quando a jurisdição, o acertamento da relação jurídica invertida, cria uma obrigação em desfavor do réu; O tipo de obrigação deve se adequar à natureza do direito discutido (por exemplo, obrigação de pagar quantia, obrigação de fazer, obrigação de não fazer, obrigação de dar coisa certa ou incerta.) Caso o comando contido na sentença condenatória não seja cumprido voluntariamente pelo réu, haverá necessidade de ser invocada a tutela jurisdicional de executiva. 
Constitutiva: Tem cabimento essa tutela quando o objetivo é constituir, modificar ou extinguir uma relação jurídica material. Sentenças constitutivas que extinguem a relação jurídica também são conhecidas como constitutivas negativas. O efeito da sentença constitutiva é “ex nunc”, ou seja, produz efeitos a partir do momento em que foi prolatada essa sentença.
Declaratória: Trata-se da tutela jurisdicional para a declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica. Quando o juiz declara a inexistência da relação jurídica trata-se de sentença declaratória negativa. O efeito da sentença declaratória é “ex tunc”. Há possibilidade de que em uma mesma ação sejam formulados mais de um pedido (cumulação objetiva).
Elementos e identificadores da ação: As ações se identificam pelos seguintes elementos: 
Partes: Autor e réu e eventuais terceiros que integrem a lide (denunciado à lide, assistente simples ou litisconsorcial, chamado ao processo e etc.)
Causa de pedido: Tratam-se dos fatos (causa de pedir remota) e fundamentos jurídicos (causa de pedir próximo) da demanda. 
Pedido: É composto por duas partes: o pedido imediato (tipo de sentença pretendida condenatória, constitutiva ou declaratória) de pedido mediato (bem da vida pretendido).

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