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INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES.docx

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UNIDADE IV - DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
1 - Disposições gerais.
As obrigações, entendidas como a relação jurídica patrimonial que vincula o credor ao devedor, é um liame economicamente funcional, por meio do qual se efetiva a circulação de bens e direitos no comércio jurídico. 
O desfecho normalmente esperado de uma obrigação dá-se por meio de seu adimplemento (cumprimento) voluntário.
Todavia, pode acontecer de não ser cumprida a prestação pactuada, seja por meio do adimplemento direto, seja pelas formas alternativas, já estudadas.
Neste caso, fala-se em inadimplemento da obrigação.
Inadimplemento culposo da obrigação:
 
O inadimplemento pode ser absoluto ou relativo.
Diz-se que o inadimplemento é absoluto quando a prestação, por não ter sido cumprida no tempo, lugar e forma pactuados, perde a utilidade para o credor.
Ex. noiva que recebe o vestido após o casamento.
No entanto, há situações em que, mesmo não tendo sido cumprido no tempo, lugar e forma pactuados, a prestação poderá ser cumprida a posteriori, por não ter perdido completamente a utilidade para o credor. Este será o inadimplemento relativo, que caracteriza a mora disciplinada nos arts. 394 a 401 do CCB/02.
O inadimplemento absoluto é previsto no Art. 389 do CCB/02, que impõe a responsabilização do devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária, além de honorários advocatícios. Este dispositivo é considerado a base da responsabilidade civil contratual.
Inadimplemento fortuito da obrigação:
Ocorre por fato não imputável ao devedor, ou seja, quando não resultar de ação dolosa ou culposa do devedor, por isso não estará obrigado a indenizar, salvo se houver expressamente se responsabilizado. São os denominados “caso fortuito ou de força maior”, situação prevista no art. 393 do CCB/02. 
	
2 - Da mora- 
É o retardamento culposo no cumprimento de uma obrigação, ainda realizável. 
Espécies: Art. 394 CCB/02
Mora solvendi ou debendi= é a mora do devedor ( 1ª Parte) 
Mora accipiendi ou credendi= é a mora do credor.(2ª parte)
MORA DO DEVEDOR= Mora solvendi.
Ocorre quando o devedor retarda CULPOSAMENTE o cumprimento da obrigação. 
Se a obrigação for negativa (não fazer) e o devedor realizar a prestação a que se comprometeu não efetivar, não se tratará de mora, mas de inadimplemento absoluto, por isso previsto nas disposições gerais (art. 390) e não na parte da mora. 
REQUISITOS DA MORA DO DEVEDOR:
Existência de dívida líquida e certa- 
O vencimento (exigibilidade) da dívida. 
 Culpa do devedor- art. 396 CCB/02- Não há mora sem culpa ou dolo do devedor. 
CONSTITUIÇÃO EM MORA:
Mora ex re- é aquela que tem um termo de vencimento certo. Constitui-se de pleno direito em mora o devedor, aplicando-se a regra dies interpelalt pro homine.
Diferente da mora ex persona, que é aquela em que não há termo definido, devendo o credor interpelar o devedor, judicial ou extrajudicialmente, para constituí-lo em mora. 
 
Observações:
***Não se pode esquecer que para que haja mora- inadimplemento relativo- a prestação em atraso tem que ter viabilidade para o credor, pois caso não mais o interesse, este poderá considerar resolvida a obrigação, pois se caracterizará o inadimplemento absoluto- Art. 395, parágrafo único.
*** A impossibilidade de cumprimento da obrigação deverá ser posterior ao contrato, pois se for no momento da formação do contrato, será causa de nulidade deste. 
*** Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora desde que o praticou, na forma do art. 398 CC-02. 
EFEITOS JURÍDICOS DA MORA DO DEVEDOR:
Responsabilidade civil pelo prejuízo causado ao credor em decorrência do descumprimento culposo da obrigação. – art. 395, caput. 
Responsabilidade pelo risco de destruição da coisa devida, durante o período em que há a mora do devedor- art. 399. ( a isenção de culpa aí não é no fato, mas no retardamento da prestação- ex. credor não pode receber).
Ex. comodatário que recebeu um puro sangue, a título de empréstimo gratuito por quinze dias, e, findo o prazo, atrasa a devolução do animal. Perecendo o mesmo em decorrência de uma enchente (fortuito) que inundou completamente o pasto onde estava, o devedor poderá ser responsabilizado com base no art. 399.
Salvo se e provar isenção de culpa no evento (o credor não pode receber o animal) ou se o dano sobreviria mesmo que a prestação fosse oportunamente cumprida (enchente também atingir os pastos do credor). 
MORA DO CREDOR- ACCIPIENDI OU CREDENDI.
Ocorre quando o credor recusa-se a receber a prestação no tempo, lugar e forma convencionados.
Independe de atuação culposa ou dolosa. Não requer a aferição de culpa. 
EFEITOS DA MORA DO CREDOR- ART. 400
-Pode dar ensejo ao pagamento por consignação.
Subtrai do devedor o ônus pela guarda da coisa, ressalvada a hipótese de ter agido com dolo (ex. deixar de alimentar o animal).
Obriga o credor a ressarcir o devedor pelas despesas de conservação da coisa
Sujeita o credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se houver oscilação entre o dia estabelecido para o pagamento e o dia de sua efetivação. 
PURGAÇÃO E CESSAÇÃO DA MORA:
Purgação ou emenda da mora consiste no ato jurídico por meio do qual a parte neutraliza os efeitos do seu retardamento, ofertando a prestação devida (mora solvendi) ou aceitando-a no tempo, lugar e forma estabelecidos pela lei ou pelo título da obrigação (mora accipiendi).
Por parte do devedor, a purgação da mora efetiva-se com a sua oferta real, abrangendo a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do atraso (juros, correção monetária, cláusula penal, despesas, etc). 
Por parte do credor, a emenda se dá oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data- art. 400 CC/02, indenizando o devedor pelos prejuízos experimentados (art. 401, II, CC 02) 
PURGAÇÃO DA MORA resulta de ação reparadora do sujeito moroso, neutralizando os efeitos do retardamento. Sua eficácia é futura- ex nunc.
CESSAÇÃO DA MORA decorre da extinção da obrigação. Ex. pela novação ou remissão de dívida. Sua eficácia é retroativa- ex tunc.
3 - Das perdas e danos
Significa os prejuízos, os danos, causados ante o descumprimento obrigacional.
Pagar perdas e danos significa indenizar aquele que experimentou um prejuízo, uma lesão em seu patrimônio material ou moral, por força do comportamento ilícito do transgressor da norma.
Compreende: (art 402)
Danos emergentes- o que efetivamente perdeu
Lucros cessantes.- o que razoavelmente deixou de lucrar
Dano patrimonial- material
		 Pessoal
Dano moral.
DANO INDENIZÁVEL- art. 403- REQUISITOS:
Efetividade ou certeza
Subsistência- se já foi reparado, não há o que indenizar
Lesão a um interesse juridicamente tutelado, de natureza material ou moral 
*** as perdas e danos nas obrigações de pagamento em dinheiro incluem atualização monetária e juros (art. 404 e 405 CC/02).
4 - Dos juros legais
É o fruto civil correspondente à remuneração devida ao credor em virtude da utilização do seu capital.
Espécies: 
legais (determinados por lei) ou 
convencionais (fixados pelas próprias partes)
compensatórios- objetivam remunerar o credor pelo simples fato de haver desfalcado o seu patrimônio, concedendo o numerário solicitado pelo devedor.Normalmente são convencionais.
moratórios- indenização devida ao credor por força do retardamento culposo no cumprimento da obrigação. 
São regulados no art. 406 do CC/02.
Taxa em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional> Não é a taxa selic, porque esta contém atualização monetária embutida.
Na ausência de pactuação de juros moratórios em relações civis, já de se continuar aplicando o percentual de 1%, nos termos do Art. 161, § 1º do CTN, ou seja, 12% ao ano.
*** O CC/02 não estabelece limite à cobrança dos juros compensatórios. Normalmente são juros convencionais.
Súmula 382 STJ-A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não caracteriza abuso, entendendo-se que é necessário analisar cada caso concreto.
5 - Da cláusula penal
É um pacto acessório, pelo qual as partes de determinado negócio jurídico fixam, previamente, a indenização devida em caso de descumprimento culposo da obrigação principal, de alguma cláusula do contrato ou em caso de mora.
É também denominada pena convencional, tendo a precípua função de pré-liquidar danos, em caráter antecipado, para o caso de inadimplemento culposo ou relativo da obrigação.
Ver art,. 408 
FUNÇÕES:
pre-liquidação do dano
função intimidatória
ESPÉCIES: ART. 409 CC/ 02
 
Cláusula penal compensatória (estipulada para o caso de descumprimento da obrigação principal)
art.410- é uma alternativa para o credor, ao invés de cumprir a obrigação, exigir a cláusula penal. O que não pode é cumular com indenização. Para Clovis Bevilaqua, escolhida a pena, desaparece a obrigação originária e com ela o direito de pedir perdas e danos. 
O CC admite indenização suplementar, se for convencionada- art. 416, parágrafo único. 
Cláusula penal moratória (estipulada para o caso de haver infringência de qualquer cláusula do contrato, ou inadimplemento relativo.- mora)
VALOR DA CLÁUSULA PENAL: art. 412 e 413
Não poderá exceder o valor da obrigação principal, sob pena de ser reduzida equitativamente, nas seguintes hipóteses:
Se a obrigação já houver sido cumprida em parte pelo devedor- que nesse caso, teria direito ao abatimento proporcional à parcela da prestação já adimplida;
Se houver manifesto excesso da penalidade, tendo-se em vista a natureza e finalidade do negócio.
EM SE TRATANDO DE CLAUSULA PENAL MORATORIA:
Ou seja, se instituída em caso de inadimplemento relativo da obrigação, ou infringência de determinada cláusula contratual, poderá ser exigida a satisfação da pena cominada, juntamente com o cumprimento da obrigação principal- art. 411.
6 - Das arras:
Conceito:
“Trata-se de uma disposição convencional pelo qual uma das partes entrega determinado bem à outra- em geral, dinheiro- em garantia da obrigação pactuada. Poderá ou não, a depender da espécie das arras dadas, conferir às partes o direito de arrependimento.”
Modalidades de arras ou sinal:
As arras ou sinal podem apresentar-se em duas modalidades distintas: arras confirmatórias e arras penitenciais.
Arras confirmatórias: (art. 417 CC/02) 
É o sinal dado por uma das partes à outra, marcando o início da execução do negócio. 
Nesse caso, as arras confirmam a avença, não assistindo às partes direito de arrependimento. Caso deixem de cumprir a obrigação serão consideradas inadimplentes, sujeitando-se ao pagamento das perdas e danos.
Ex. vendas a prazo.
Art.417- computadas na prestação- arras em dinheiro
	 Restuída- ex. jóia.
Em caso de inadimplemento contratual: art. 418- poderão as partes ter o contrato por desfeito:
Se arrependido for quem deu as arras= retenção das arras pela parte inocente
Se arrependido for quem a recebeu= restituirá o recebido mais o equivalente em dinheiro, atualização monetária, juros e honorários. (ou seja, devolve em dobro, sem prejuízo de indenização suplementar- art. 419).
Arras penitenciais: (art. 420)
São as arras pactuadas quando as partes optam por contratar com direito de arrependimento.
Se arrependido for quem pagou, a perderá – se quem a recebeu, restituirá em dobro.
DISTINÇÕES ENTRE ARRAS CONFIRMATÓRIAS E ARRAS PENITENCIAIS:
Embora ambas sejam pagas antecipadamente, sua finalidade é distinta, uma vez que as primeiras apenas confirmam a avença, enquanto as segundas garantem o direito de arrependimento;
Nas arras confirmatórias, não há direito de arrependimento, a inadimplência gerará direito à indenização, funcionando as arras para tal finalidade (cômputo da indenização devida por quem as deu ou devolução em dobro por quem as recebeu), além de indenização complementar; nas arras penitenciais, como há direito de arrependimento, não há que se falar em indenização complementar, porque foi assegurado o direito de arrependimento, com a perda por quem as deu, ou devolução em dobro por quem as recebeu.
As arras devem ser sempre expressas. Todavia, como o direito de arrependimento, em contratos civis é situação excepcional, todo o pagamento a título de arras será considerado, em princípio, modalidade confirmatória. As arras penitenciais, para serem assim consideradas, devem sempre estar expressas como tais no contrato.
ARRAS E CLÁUSULA PENAL:
A diferença da cláusula penal para as arras confirmatórias está no fato de que as arras firmam o início de execução do negócio, ao passo que a cláusula penal pré-liquida o dano.
As arras penitenciais, além de serem pagas antecipadamente, garantem ao contraente o direito de arrependimento, ao passo que a cláusula penal, além de não ser paga previamente, somente será devida em caso de inadimplemento culposo da obrigação, tendo apenas caráter indenizatório, sem viabilizar arrependimento.
Além disso, as arras penitenciais impedem o pagamento de indenização suplementar.
A cláusula penal pode sofrer redução judicial quando exceder o valor da prestação principal ou já tiver havido cumprimento parcial da obrigação.

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