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AP2 2015-1.docx

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AP2 – 2015-1 Literaturas Africanas 1
1 – Como observa Amadou Hampâte cada velho que morre é uma biblioteca que se queima”. Comente o fragmento acima, relacionando-o à importância da tradição oral nas culturas africanas e à literatura dos países africanos de língua portuguesa. 
A expressão acima ilustra a forma oral de transmissão de conhecimentos e saberes dos povos africanos. Sem a escrita, essa transmissão acontecia através dos “tradicionalistas”, profissionais treinados em memorização e transmissão da história e costumes da comunidade. Essa influência refletiu na produção literária que viria a surgir nesses países, caracterizando como uma literatura de forte base oral. 
2 – A partir da segunda metade do século XIX, um acontecimento na África irá possibilitar a circulação de ideias, de modo diferenciado do que se fazia na cultura africana. Trata-se da criação da imprensa nas colônias.
De que modo a criação da imprensa nas colônias alavancou a produção literária e a organização de uma intelectualidade?
E de que maneira essa intelectualidade se expressou? 
Com a instalação dos primeiros prelos e o lançamento dos Boletins Oficiais, Portugal objetivava manter-se informado sobre o que acontecia nas colônias. Juntamente com isso, iniciou uma política de assimilação que consistia em construir escolas e igrejas com o objetivo de formar uma elite letrada e impor a cultura do colonizador. No último quarto de século, surgem as primeiras publicações impressas de uma pequena elite letrada africana, especialmente em Angola. Esses autores se expressaram, em sua maioria, através da poesia. 
3 - Com relação à defesa dos direitos do homem negro na primeira metade do s éculo XX, dois movimentos são extremamente importantes nesse processo. São eles: 
a. ( X ) a Negritude e o Pan-africanismo. 
b. ( ) os Panteras Negras e o Pan-africanismo. 
c. ( ) a Negritude e a luta dos negros norte-americanos. 
d. ( ) o Pan-africanismo e a luta dos negros norte-americanos. 
e. ( ) os Panteras Negras e a Negritude. 
4 – Após o término da Segunda Guerra Mundial, vários acontecimentos solavancam o Ocidente. Cria-se a Declaração Universal dos Direitos do Homem, iniciam-se na esteira desse desejo de liberdade, os movimentos pró-independência das colônias na África. Trata-se do processo de descolonização que, j unto com importantes movimentos mais ou menos contemporâneos de defesa dos direitos do homem negro, mobilizam os povos na África e fora dela. 
Explique de que forma esses movimentos influenciaram a independência dos países africanos de língua portuguesa. 
Os movimentos d e autodeterminação dos povos negros surgidos na primeira meta de do século XX foram importantes para que a consciência de uma cultura própria fosse disseminada. O Nativismo, que relembrava uma cultura nativa anterior ao contato com o colonizador, o Pan-africanismo falava de pontos em comum da cultura dos países africanos e o movimento da Negritude, que pensava não s ó o homem negro da África, mas também na diáspora como tendo uma origem cultural comum, foram importantes p ara uma tomada de consciência dos p ovos africanos que viria a desembocar num processo gradual de reivindicação por autodeterminação e liberdade dos países africanos, com a organização de frentes de libertação nacional. 
5 – A guerra de independência nas colônias africanas de língua portuguesa inicia-se em 1961 e só tem fim em 1974 , quando, por conta da crise interna portuguesa, ocorre em Portugal a Revolução dos Cravos, desencadeada, entre outras coisas, pelo descontentamento de parte do exército português – especialmente os jovens oficiais – com os desdobramentos da guerra. 
Na África, muitos escritores africanos tornaram-se a vanguarda dos movimentos de libertação. Explique de que maneira ocorreu esse envolvimento da intelectualidade com a luta pela independência e como essa luta influenciou a produção literária do período. 
Os escritores do período eram os principais nomes da resistência a o colonialismo e ao 
salazarismo português. Poetas, contistas e intelectuais utilizavam a escrita para se comunicar e disseminar as ideias de independência não apenas com a população local, mas também, com o exterior. Como resultado, o que se produziu nesse período, em sua maioria, foi uma literatura e uma poesia militante, e m cujos versos os autores ref letiam ora sobre o sonho de um continente livre, ora sobre a miséria e as injustiças do regime colonial. Não é por acaso que nos países africanos de língua portuguesa, os e scritores e poetas ocuparam lugar central nos movimentos pela independência sendo, alguns deles, eleitos os primeiros presidentes de seus países após a conquista da independência. 
6 – Após a independência, alguns dos países africanos de língua portuguesa entraram num período de guerra civil, por conta das divergências internas que motivaram a vitória de diferentes forças políticas. Isso não impediu que a literatura produzida após a independência ganhasse visibilidade dentro e fora da África. A produção desse período ficou conhecida como literatura pós-colonial. 
Explique, com suas palavras, o que significa pós-colonial e o porquê de o termo apresentar alguns problemas quando aplicado à periodização literária. 
O termo pós-colonial se refere a uma produção discursiva (literária, artística, etc.) que adota um ponto de vista distinto das narrativas de origem colonial, normalmente problematizando e questionando essas narrativas. O problema em aplicar o termo à periodização literária se dá ao fato de o pós-colonialismo não ter uma data precisa para seu início – essas datas divergem a depender do país – e, principalmente, p elo f ato de alguns autores transitarem por períodos e discursos colonial e pós-colonial. Alguns autores fazem parte do movimento anticolonial da metade do século XX e, ao mesmo tempo, produzem algumas obras posteriores à independência que carregam traços de uma discursividade pós-colonial. 
7 – Com relação à literatura angolana pós-colonial, discorra sobre suas principais características e cite três autores (entre prosadores e poetas) representativos desse período. 
Pepetela, Ruy Duarte de Carvalho, Ana Paula Tavares, Ondjaki, José Eduardo Agualusa. 
Após um primeiro momento em que a escrita em língua portuguesa havia sido tensionada com a inserção de expressões locais da língua kimbundu como forma de comunicar com a população local e assim espalhar a mensagem anticolonialista que seria responsável pela conscientização da população da necessidade de engajar-se na luta pela independência, os escritores dessa nova poética surgida no período pós-colonial utilizam a língua portuguesa e o kimbundu sob a forma de uma linguagem poética já devidamente hibridizada em solo africano, consolidando u ma literatura que transgride os modelos europeus para se afirmar intensamente africana / angolana. No aspecto temático, a revisitação do passado colonial se mantém constante, embora algumas inovações formais venham sendo experimentadas pelos autores do período pós-independência. 
8 – Com relação à literatura moçambicana pós-colonial, discorra sobre suas principais características e cite três autores (entre prosadores e poetas) representativos desse período. 
Alguns autores moçambicanos atravessaram o período de luta pela independência até as décadas seguintes da conquista da soberania política. A figura de maior destaque na poesia da moçambicana é José Craveirinha. O s autores do p eríodo pós-independência assumem um tom individual e intimista para relatar a sua experiência pós-colonial. Entre os escritores destacam-se Ungulani Ba Ka Khosa, Mia Couto, Eduardo White, Paulina Chiziane, Suleiman Cassamo e Lília Momplé. 
9 – As literaturas pós-coloniais de Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe seguiram algumas tendências encontradas também nas literaturas angolana e moçambicana. Explicite-as e cite um autor pós-colonial representativo de cada um desses países. 
A literatura cabo-verdiana é ainda marcada pelos novoscaminhos após a independência, sendo a insularidade um tema ainda recorrente. Há a geração mirabílica que reúne os “novíssimos poetas de Cabo Verde”, entre os quais destacam-se Dina Sa lústio, Vera Duarte, que aprofundam a vertente da poética feminina cabo-verdiana. Na ficção, destacam-se Teixeira de Souza, Manuel Veiga, Vasco Martins, Dina Salústio, Germano de Almeida, autor que traz a realidade concreta da sociedade cabo-verdiana do pós-independência. Na Guiné-Bissau, encontram-se os temas relativos à identidade e ao lugar do feminino. Entre os autores, destacam-se Domingas Samy e Carlos Lopes, na ficção, e António Soares Lopes Júnior, conhecido pelo pseudônimo Tony Tcheka, na poesia. Em São Tomé e Príncipe, Alda do Espírito Santo na poesia atravessa o período de independência. No pós-independência, aparecem alguns nomes importantes, como Albertino Bragança, S acramento N eto, Frederico Anjos, Francisco Costa Alegre, Carlos Espírito Santo, Manu Barreto, Amadeu Quintas da Graça e Conceição Lima, que ganha destaque na literatura, assumindo uma postura vigilante do período pós-colonial, para reescrever a terra natal e a história, com os olhos fitos no futuro. 
10 – À volta do segundo milênio, a produção literária africana em língua portuguesa ganhou novos autores, com novas abordagens, embora haja ainda uma produção literária de autores que se firmaram na segunda metade do século XX. Cite um autor (ficcionista e/ou poeta) de um dos cinco países estudados, que tenha lhe despertado a atenção e discorra, de modo geral, sobre as características de sua obra. 
Resposta livre. Observar apenas a escolha e justificativa dessa escolha.

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