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PERFIL E FUNÇÃO DO GRUPOTERAPEUTA

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PERFIL E FUNÇÃO DO GRUPOTERAPEUTA
Perfil e função do Grupoterapeuta
A ação psicoterápica se baseia fundamentalmente na elaboração dos insights obtidos através das interpretações do terapeuta.
O campo terapêutico é composto por duas coordenadas perpendiculares: 
A interpretação e a atitude da pessoa do terapeuta.
TERAPEUTA
Conhecimento
Habilidades 
Atitudes
Os conhecimentos consistem na necessidade de um sólido respaldo teórico-técnico e resultam de um programa de ensino-aprendizagem sistematizado e continuado por uma ininterrupta curiosidade e leitura diversificada.
As habilidades resultam de uma atividade supervisionada, sendo que o aprendizado é extraído tanto dos acertos como, e principalmente dos erros, e só possível a partir da experiência própria de cada um.
As atitudes do terapeuta refletem como ele é como gente. Elas resultam da conjunção de uma série de fatores: os aludidos conhecimentos e habilidades, o tipo básico da estrutura da personalidade de cada um, o grau de adiantamento de sua análise pessoal, a sua ideologia e código de valores, além da presença de alguns atributos, nem sempre manifesto.
“O essencial é invisível para os olhos” (Saint-Exupéry).
A importância dessa atitude, que provem do interior do terapeuta, reside justamente no fato de que ela se constitui em uma forma de comunicação não-verbal, que atinge um nível primitivo da organização do self do paciente. 
Pode-se dizer que nem todos os tipos de pacientes têm uma indicação para tratamento em determinados tipos de grupoterapias, da mesma forma nem todos os terapeutas têm indicação para serem grupoterapeutas.
O Grupoterapeuta deve gostar e acreditar em Grupos.
Ter sido integrante de um grupo terapêutico na condição de paciente ou de observador. 
O fato de gostar de trabalhar com grupos de modo algum exclui o fato de se vir a sentir transitórias ansiedades, cansaço, descrenças, etc.
Esse aspecto adquire relevância especial, pois o grupo capta com mais facilidade aquilo que lhe é passado.
Capacidade de ter Paciência.
Deve ser entendida como uma atitude ativa, como o tempo de espera necessário para que uma pessoa do grupo reduza a sua possível ansiedade paranoide inicial, adquira confiança nos outros, permita-se dar uns passos rumo a um terreno desconhecido.
Capacidade de Empatia
Refere-se ao atributo de o grupoterapeuta poder se colocar no papel de cada paciente e de entrar no clima do grupo.
Está conectada à capacidade de poder fazer um aproveitamento útil dos sentimentos contratransferenciais. 
É indispensável que o grupoterapeuta tenha condições de distinguir entre os sentimentos que provêm dos pacientes daqueles que são unicamente dele.
Capacidade de Intuição
Intuir se forma in [dentro] + tuere [olhar]
Refere-se a capacidade de olhar com um “terceiro olho”, a partir dos órgãos do sentidos e do respaldo teórico latente em seu pré-consciente.
Capacidade de Discriminação
No campo grupal, costuma se processar um jogo muito rápido e cruzado, de identificações. 
Se o grupoterapeuta não conseguir discriminá-las, há o risco da instalação de um estado de caos. 
Capacidade de manter uma permanente inteireza de seu sentimento de identidade pessoal e de grupoterapeuta.
Ética vem de ethos (território natural), o que significa que o grupoterapeuta não tem o direito de invadir o espaço autentico de seus pacientes, impondo-lhes valores e expectativas. 
Senso de Ética
Uma característica que o Grupoterapeuta NÃO PODE ter é a de ser narcisista – “Complexo de Deus”.
Ser verdadeiro significa que o grupoterapeuta deva ser uma pessoa autêntica, veraz. 
Um novo modelo de Identificação
A via de ação terapêutica não é só a da interpretação, mas também a que emana do profundo, verdadeiro, da pessoa do terapeuta.
O TERAPEURA se constitui como um importante modelo para as renovadas identificações dos pacientes.
Para que essa se processem adequadamente, o mínimo que se exige é que ele mantenha uma coerência entre O QUE DIZ, O QUE FAZ E O QUE, DE FATO, É.
RESPEITO
Respeito vem de re (de novo) + spectore (olhar), ou seja, a capacidade de o grupoterapeuta, - e, a partir daí, ser desenvolvido em cada um dos pacientes do grupo - voltar a olhar para as pessoas com as quais está em intima interação, com outros olhos, com outras perspectivas, sem a miopia repetitiva dos rótulos e papéis.
Faz parte da concepção de respeito a necessidade de que o grupoterapeuta não reproduza o papel de um pai que, de forma categórica e dogmática, imponha os seus valores, nem o de uma mãe que, a título de proteger o seu filho, prefira dar tudo pronto e facilitado, e tampouco o terapeuta pode faltar com o respeito pelo paciente, acreditando ser os proprietários da verdade.
Capacidade de Comunicação 
É importante ressaltar que o grupoterapeuta e os integrantes do grupo estejam falando a mesma linguagem conceitual e se comunicando, valorativamente.
O grupoterapeuta deve estar permanentemente atento e saiba descodificar as mensagens que estão contidas nas diversas modalidades de comunicação que se manifestam.
Senso de Humor
Este atributo implica na capacidade de, sem nunca perder a seriedade da situação, poder atingir uma profundidade na comunicação, através de exclamações, comentários bem humorados, eventuais metáforas, sorrisos e risos quando espontâneos e apropriados, etc.
Capacidade em extrair o denominador comum da tensão do grupo
É indispensável que o grupoterapeuta saiba detectar qual é a necessidade básica, ou fantasia inconsciente, ou ansiedade, ou mau uso de alguma importante função do ego, que está emergindo como sendo comum a todos, em determinado momento do campo grupal.
Amor às verdades 
Essa é uma situação sine qua non para um coordenador de qualquer grupo.
A verdade é o caminho régio para a confiança, a criatividade e a liberdade.
Coerência
Pequenas incoerências fazem parte da conduta de qualquer indivíduo, no entanto, a existência de incoerências sistemática, leva o indivíduo a um estado confusional e a um abalo na construção dos núcleos de confiança básica.
A incoerência é altamente danoso para o psiquismo.
A capacidade do coordenador de grupo em funcionar como um continente é importante por três razões.
CONTINENTE
Do latim “contineri”, que significa conter.
Permite que ele possa conter as possíveis fortes emoções que podem emergir no campo grupal.
Possibilita que ele contenha as suas próprias angustias.
Faz parte da capacidade de continente, a função alfa (capacidade de perceber, pensar, conhecer) 
Capacidade Negativa
Consiste na condição de um coordenador de grupo conter as suas próprias angustias, que surgem em forma e grau, de modo que elas não invadam todo espaço de sua mente.
Função do Ego Auxiliar
A “função alfa” consiste na capacidade de exercer as funções do Ego (perceber, pensar, conhecer, discriminar, etc.) que ainda não estão suficientemente desenvolvidas.
O coordenador de grupo deve estar atento e disponível para, durante algum tempo, emprestar as suas funções do Ego às pessoas que ainda não as possuem. 
É bastante útil que um coordenador de grupo, permaneça atento para perceber se os participantes sabem pensar as ideias, os sentimentos e as posições que são verbalizados, e ele somente terá condições de exercer essa tarefa se, de fato, possuir esta função de saber pensar.
A capacidade para “pensar os pensamento” também implica em escutar os outros, assumir o próprio quinhão de responsabilidade pela natureza do sentimento que acompanha a ideia, estabelecer confrontos e correlações e, sobretudo, sentir uma liberdade para pensar.
Função do Pensar
Traços Caracterológicos
Tanto melhor trabalhará um coordenador de grupo quanto melhor ele conhecer a si próprio, aos seus valores, idiossincrasias e caracterologia predominante.
Se for exageradamente obsessivo, poderá ter uma absoluta intolerância a qualquer atraso, falta, criando um clima de sufoco, ou gerando uma dependência submissa.
Nos casos onde os traços caracterológicos são predominantemente de natureza narcisista,
o maior prejuízo é que o coordenador estará mais voltado para o seu bem estar do que para os demais.
Capacidade de Integração e Síntese
Considera-se útil que o grupoterapeuta, quando se aproxima o termino da sessão, faça uma síntese não prolixa nem pedagógica dos principais movimentos que nela ocorreram, com o sentido de integrar os aspectos que aparecem dissociados e projetados, bem como com o de construir uma uniformidade de comunicação e uma continuidade de coesão grupal.
Síntese, alude à relevante função de juntar os principais aspectos comuns a todos, que aparecem dissociados e dispersos no campo grupal, ao mesmo tempo que, sem artificialismo, o grupoterapeuta consiga emprestar-lhe uma integração, porém acrescida de uma nova significação.

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