Buscar

APOSTILA DE ENFERMAGEM CIRÚRGICA 2010

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 230 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 230 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 230 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ENFERMAGEM 
 
Profª Glenda Agra 
 
 
 
ENFERMAGEM 
CIRÚRGICA 
 
Profª Glenda Agra 
 
1.CLÍNIA CIRÚRGICA: É a unidade hospitalar organizada, segundo um conjunto de 
requisitos que se torna apta a receber pacientes para tratamento cirúrgico em regime de 
internamento. 
2.OBJETIVOS: Proporcionar ambiente terapêutico adequado aos pacientes com 
afecções clínicas diversificadas, em regime de internação. Manter elevado padrão da 
assistência, mediante planejamento, execução e avaliação das atividades de 
enfermagem. 
3.DEPENDÊNCIAS: Enfermarias, expurgos, isolamentos, postos de enfermagem, 
repousos médicos e de enfermeiros, rouparias, sala de chefia de enfermagem, sala de 
curativos, sala de prescrição. 
4.RELAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS: Almoxarifado, ambulatório, central de 
hemoterapia, CME, centro cirúrgico, CTI, CCIH, demais unidades de internação, 
divisão de enfermagem, farmácia, recepção e SAME. 
5.POSIÇÃO ADMINISTRATIVA: O serviço de enfermagem da clínica está 
diretamente subordinado à divisão de enfermagem. 
6.PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA CLÍNICA CIRÚRGICA: Enfermeiro-
gerente no horário da manhã. 
Enfermeiros: horários: manhã, tarde, noite. 
Auxiliares e Técnicos de enfermagem: horários: manhã, tarde, noite. 
Auxiliares operacionais de serviços: horários: manhã, tarde, noite. 
Auxiliares administrativos: horário comercial. 
7.DIVISÃO DOS TURNOS DE TRABALHO: 
1º TURNO: Manhã : 7:00 às 13:00h 
2º TURNO: Tarde: 13:00 às 19:00h 
3º TURNO: noite: 19:00 às 7:00h 
NORMAS E ROTINAS DA CLÍNICA CIRÚRGICA 
ROTINA DA MANHÃ 
Enfermeiro Assistencial : Assistir ao paciente. 
Enfermeiro Coordenador: Elabora as escalas e coordena o setor de enfermagem. 
Enfermeiro Responsável-técnico: Responsável por todos os outros profissionais de 
enfermagem, mediante o COREN. 
Profª Glenda Agra 
 
-Apresentar-se para receber o plantão; 
-Confirmar a presença de funcionários escalados; 
-Tomar conhecimento da escala das atribuições de tarefas e avisos; 
-Refazer a escala de atribuições, SN 
-Informar à Coordenação de enfermagem da unidade, as possíveis ausências e 
ocorrências; 
-Ler relatório geral para se inteirar das ocorrências; 
-Verificar exames a serem encaminhados; 
-Checar com os funcionários do horário, o encaminhamento de pacientes para o Centro 
Cirúrgico feito às 6:30h; 
-Verificar preparo de pacientes para exames; 
-Supervisionar o preparo de pacientes para cirurgias “a seguir” (AS) e encaminhá-los ao 
bloco cirúrgico, após solicitação. 
-Registrar no prontuário do paciente, os exames e cirurgias realizadas, os preparos para 
exames e cirurgias, exames e cirurgias não realizadas, alegando o motivo; 
-Realizar processo de enfermagem; 
-Receber paciente pós-cirurgia. 
 
ROTINAS DA TARDE 
-Todos acima, exceto realização de alguns exames. 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM GERAL AO PACIENTE CIRÚRGICO 
-Admissão ao paciente na unidade cirúrgica; 
-Preparar o leito antecipadamente; 
-Receber o paciente; 
-Apresentar o paciente à equipe; 
-Proceder de acordo com a rotina do serviço; 
-Entrevistar o paciente e realizar exame físico; 
-Preparar prontuário; 
Profª Glenda Agra 
 
-Verificar SSVV, peso e mensuração; 
-Observar estado geral do paciente; 
-Fazer anotações de enfermagem; 
-Arrolar roupas e valores; 
-Orientar o paciente; 
-Comunicar o médico; 
-Providenciar alimentação, medicação, etc. 
PREPARO PSICOLÓGICO 
-Visa reduzir as complicações intra e pós-operatórias; 
-Estudo completo das condições fisiológicas e psicológicas; 
-Avaliar tensão, ansiedade e nervosismo; 
-Buscar meios que minimizem anseios; 
-Solicitar o serviço de psicologia; 
-Pacientes orientados recuperam-se mais rápido; 
PREPARO FÍSICO 
Inicial 
-Melhor esclarecimento do diagnóstico; 
-Adequar o estado geral do paciente à cirurgia; 
-Inicia-se da admissão às 24h que antecede o pré-operatório imediato 
A enfermagem 
-Realiza exame físico; 
-Investiga determinantes que poderão afetar negativamente a cirurgia. Ex: idade, 
doenças. 
-Providencia e prepara o paciente para exames laboratoriais e outros; 
-Controla SSVV; 
-Realiza controle hidroeletrolítico; 
-Observa estado nutricional; 
Profª Glenda Agra 
 
-Orienta, estimula e administra medicamentos; 
-Ensina exercícios respiratórios; 
-Orienta quanto à higiene; 
-Tabagistas orientados a não fumar ou reduzir o vício; 
-Identifica e cuida das anormalidades que possam trazer complicações no pré-
operatório. 
 
PERÍODOS OPERATÓRIOS 
 
1.PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO: Desde a admissão até o início do 
período pré-operatório imediato. 
2.PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO: Primeiras 24h que antecede o ato cirúrgico. 
3.TRANS-OPERATÓRIO: Momento da cirurgia. 
4.PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO: São as primeiras 24h após o ato cirúrgico. 
5.PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO: São as 24 h subseqüentes do 
período pós-operatório, até a sua alta hospitalar. 
A CIRURGIA 
OBJETIVA: 
- Remover as possíveis fontes de infecção; 
-Preparar o paciente para a cirurgia; 
-Pré-operatório imediato: Inicia-se 24h que antecede a cirurgia. 
A ENFERMAGEM 
-Verificar listas de aviso cirúrgico; 
-Colhe sangue para tipagem sanguínea; 
-Observa alterações na sintomatologia; 
-Verifica SSVV; 
-Promove banho corporal; 
-Troca roupa de cama; 
Profª Glenda Agra 
 
-Avalia as condições gerais de higiene do paciente (retira esmalte, corta unhas); 
-Realiza preparo intestinal; 
-Orienta sobre o jejum (de acordo com a cirurgia = 8 a 12h). 
NO DIA DA CIRURGIA 
-Verifica se os preparos foram realizados; 
-Verificar e manter o jejum; 
-Retirar próteses; 
-Comunicar anormalidades; 
-Remover grampos, maquiagem; 
-Vestir roupas limpas; 
-Retirar jóias e adornos e notificar em livro; 
-Solicitar esvaziamento da bexiga; 
-Cateterismo deve se realizado no BC; 
-Controlar SSVV; 
-Administrar medicação pré-anestésica 45 minutos antes da cirurgia; 
-Fazer anotações e checar; 
-Revisar prontuário; 
-Transportar o paciente ao BC na hora marcada e de forma confortável; 
-Acompanhar o paciente até o recebimento do BC; 
-Controvérsias: Tricotomia. 
PREPARO ESPIRITUAL: Manter diálogo e questionar o paciente quanto à 
necessidade de padre, pastor ou outro representante de Deus, conforme a religiosidade. 
 
 
 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO 
OBJETIVO: 
-Proporcionar assistência qualificada; 
-Vigilância contínua centralizada nas necessidades apresentadas; 
-Detectar precocemente complicações pós-operatórias. 
PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM: 
-Receber relatório contendo informações no intra-operatório; 
-Admitir o paciente na unidade em livro de admissão; 
-Evoluir o paciente; 
-Avaliar o estado geral do paciente; 
-Verificar SSVV; 
-Atentar para infiltração ou obstrução da hidratação periférica; 
-Avaliar o nível de consciência: Consciente, semi-consciente, inconsciente, narcose, 
-Prevenir a detectar precocemente problemas respiratórios, que levam a hipoxemia 
devido a obstrução hipofaríngeo; 
-Observar posicionamento do tubo endotraqueal; 
-Conectar em respirador mecânico SN; 
-Auxiliar nos procedimentos de desmame e extubação; 
-Verificar FR, presença de cianose e expansibilidade torácica; 
-Instalar oxigênio sob cateter nasal; 
-Aspirar secreções; 
-Verificar FC, ritmo, perfusão periférica; 
-Monitorizar o paciente; 
-Realizar ECG; 
-Observar posicionamento de drenos, sondas e infusões venosas; 
-Conectar funcionamento dos drenos e caracterizá-los. 
 
Profª Glenda Agra 
 
Padrão de prescrições de enfermagem para o cuidado pós-operatório do pacientedurante a admissão na unidade clínica 
 
1.Examinar a respiração e instalar oxigênio suplementar, se prescrito. 
 
2.Monitorizar os sinais vitais e observar a pele quanto ao calor, umidade e coloração. 
 
3.Avaliar o local da cirurgia e os sistemas de drenagem da ferida. 
 
4.Avaliar o nível de consciência, a orientação e a capacidade para movimentar as extremidades. 
 
5.Conectar todos os tubos de drenagem por gravidade ou por aspiração, se prescrito e, 
monitorizar intensivamente os sistemas de drenagem. 
 
6.Avaliar o nível e as características da dor ( localização e qualidade) e horário, tipo e via de 
administração da última medicação analgésica. 
 
7.Posicionar o paciente para promover o conforto, segurança e expansão pulmonar. 
 
8.Avaliar as linhas endovenosas quanto à permeabilidade, assim como as infusões quanto à 
freqüência correta de fluxo e tipo de solução. 
 
9.Avaliar o débito urinário no sistema de drenagem fechada ou a necessidade do paciente de 
urinar e distensão da bexiga. 
 
10.Reforçar a necessidade de iniciar a respiração profunda e os exercícios para as pernas. 
 
11.Posicionar ao alcance do paciente a campainha de chamada, a cuba-rim, as lascas de gelo ( se 
permitido) e a comadre ou o papagaio. 
 
Profª Glenda Agra 
 
12. Proporcionar informação para o paciente e família. 
 
Resumo de cuidado de enfermagem no período pós-operatório imediato 
 
1.Avaliação e interpretação da freqüência respiratória, profundidade e qualidade. 
 
2.Iniciar o oxigênio suplementar, os exercícios respiratórios ou o uso do espirômetro de 
incentivo. 
 
3.Avaliação e interpretação da freqüência cardíaca, da pressão arterial, da coloração e umidade 
da pele. 
 
4.Avaliação e interpretação da ingestão e excreção, os níveis de eletrólitos, hemoglobina e 
hematócrito. 
 
5.Avaliação e tratamento da incisão cirúrgica. 
 
6.Iniciação dos exercícios de pernas e calçamento de meias antiembolismo ou o dispositivo de 
compressão pneumática. 
 
7.Avaliação do débito urinário e da capacidade de urinar voluntariamente. 
 
8.Avaliação do estado mental. 
 
9.Posicionamento quanto ao conforto, expansão pulmonar e prevenção da aspiração. 
 
10.Avaliação e tratamento das náuseas e dos vômitos. 
 
11.Iniciação dos líquidos orais ( a menos que contra-indicado pelo tipo de cirurgia). 
Profª Glenda Agra 
 
 
12.Avaliação e tratamento das necessidades psicossociais do paciente e da família. 
 
13.Manutenção da segurança do paciente. 
 
Necessidades de instruções ao paciente após a cirurgia 
 
 
Todos os pacientes no pós-operatório precisam de informação e instrução nas seguintes áreas: 
 
1.O procedimento cirúrgico que foi realizado e quaisquer alterações permanentes na estrutura 
anatômica ou função. 
 
2.Intervenções para adaptar quaisquer alterações permanentes na estrutura ou função. 
 
3.Complicações potenciais, sinais e sintomas de complicações e medidas preventivas. 
 
4.Regime terapêutico continuado, incluindo: medicação, dieta, atividade progressiva, incluindo 
atividades a serem evitadas, terapias adjuntas, cuidado da ferida 
 
5.Atividades de promoção da saúde sugeridas ( ex: cessação do tabagismo, gerenciamento do 
estresse) 
 
6.Recursos comunitários, encaminhamentos para o cuidado domiciliar. 
 
7.Consultas de acompanhamento com cirurgião ou outros profissionais 
 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS 
*De acordo com o atendimento 
 
1.CIRURGIA DE EMERGÊNCIA: O paciente necessita de atenção imediata; o 
distúrbio pode ser ameaçador à vida. 
Indicação para a cirurgia: Sem demora. 
Exemplos: Sangramento grave, obstrução vesical ou intestinal, fratura de crânio, feridas 
por armas de fogo ou branca, queimaduras extensas. 
2.CIRURGIA DE URGÊNCIA: O paciente precisa de atenção rápida. 
Indicação para a cirurgia: Dentro de 24 a 30h. 
Exemplos: Infecção aguda da vesícula, cálculos renais ou uretrais. 
4.CIRURGIA ELETIVA: O paciente pode ser operado. 
Indicação para a cirurgia: A não realização da cirurgia não é catastrófica. 
Exemplos: Reparação de cicatrizes, hérnia simples, reparação vaginal. 
 
*De acordo com o objetivo 
- Cirurgias paleativas: Ex: Paracentese, colostomia 
-Cirurgias radicais: Ex: Mastectomia total; apendicectomia 
-Cirurgias reparadoras/reconstrutoras (plásticas): Ex: Blefaroplastia; ritidoplastia, 
mamoplastia. 
-Cirurgias para diagnóstico: Ex: Cateterismo cardíaco; biópsias 
*Risco Cardiológico 
-Cirurgias de Porte I (Pequena perda de líquidos, eletrólitos e sangue): Cirurgias 
oftálmicas e otorrinolaringológicas 
-Cirurgias de Porte II (Média perda de líquidos, eletrólitos e sangue): 
Histerectomia, Prostatectomia. 
-Cirurgias de Porte III (Grande perda de líquidos, eletrólitos e sangue): 
Transplantes, cirurgias cardíacas, cirurgias neurológicas. 
 
Profª Glenda Agra 
 
*Duração do procedimento 
-Cirurgias de Porte I (Até 2h): Cesariana, curetagem uterine, amigdalectomia 
-Cirurgias de Porte II (De 2 a 4h):Histerectomia, colecistectomia 
-Cirurgias de Porte III (De 4 a 6h):Revascularização cardíaca, crsniotomia 
-Cirurgias de Porte IV (+ de 6h): Transplantes, gastroduodenopancreatectomia 
*Potencial de contaminação 
 
1.CIRURGIA LIMPA: São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de 
descontaminação, na ausência do processo infeccioso e inflamatório local ou falhas 
técnicas grosseiras; cirurgias eletivas atraumáticas com cicatrização de 1ª intenção e 
sem drenagem. Cirurgias em que não ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório 
e urinário. 
Ex: Artroplastia do quadril, C.Cardíaca, Herniorrafia, Neurocirurgias, Procedimento 
cirúrgico ortopédico, Anastomose portocava e esplenorrenal, Ortoplastia, Mastectomia, 
Enxertos cutâneos, Ooforectomia. 
2.CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA: São aquelas realizadas em 
tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecido de difícil 
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas 
técnicas discretas no transoperatórios. Cirurgias limpas com drenagem. Quando ocorre 
penetração nos tratos digestivos, respiratórios ou urinário sem contaminação 
significativa. 
Ex: Histerectomia abdominal, C. Intestino delgado (eletiva), C. das vias biliares sem 
estase ou obstrução biliar, C. gástrica ou duodenal, Feridas traumáticas limpas (até 10h 
após o trauma), Colecistectomia, C. Cardíacas prolongadas com circulação 
extracorpórea. 
3.CIRURGIA CONTAMINADA: São aquelas realizadas em tecidos traumatizados 
recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja 
descontaminação é difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham 
ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Presença de 
inflamação aguda na incisão e cicatrização de 2ª intenção, grande contaminação a partir 
do trato digestivo. Obstrução biliar ou urinária. 
Ex: Cirurgia do cólon, Debridamento de queimados, C. bucal e dentária, Fraturas 
expostas (10h após o ocorrido), C. da orofaringe, C. gástrica, Câncer, Úlcera gástrica e 
C. por obstrução duodenal. 
Profª Glenda Agra 
 
4.CIRURGIA INFECTADA: São intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer 
tecido ou órgão, em presença do processo infeccioso(supuração local),Tecido necrótico, 
Corpos estranhos e Feridas de origem suja. 
Ex: C. do reto e ânus com exsudato, C. abdominal com presença de exsudato e conteúdo 
de cólon, Nefrectomia com presença de infecção, Presença de vísceras perfuradas, 
Colecistectomia por colecistite aguda com empiema. 
 
 
TERMINOLOGIA ASSÉPTICA 
 
Assepsia: são meiosutilizados para não contaminar uma área isenta de 
microorganismos. 
Anti-sepsia: é a utilização de um produto anti-séptico numa área contaminada (tecido 
humano). 
Anti-séptico: é o produto químico utilizado para a realização da anti-sepsia. 
Esterilização: é o procedimento utilizado para a completa destruição de todas as formas 
de vida microbiana, inclusive a esporulada. 
Desinfecção: é o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, na 
forma vegetativa (não esporulada) de artigos semi-críticos através de meios físicos e 
químico. 
Desinfectantes: são substâncias químicas capazes de destruir todas as formas 
vegetativas de bactérias, fungos e vírus em artigos. 
Germicidas: são produtos ou substâncias capazes de destruir indiscriminadamente ou 
seletivamente microorganismos à temperatura ambiente. 
Limpeza: é o fundamental para a remoção de matéria orgânica presente nos artigos. 
Degermação: consiste na eliminação dos microorganismos patogênicos das mãos e dos 
antebraços da equipe cirúrgica. 
Sanificação: É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, em 
áreas físicas consideradas limpas. 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
 
TERMINOLOGIA CIRÚRGICA 
 
 A terminologia técnica utilizada pelos profissionais da área de Saúde é 
constituída, em sua maior parte, de palavras formadas pela composição de elementos 
gregos e latinos. 
 
 Formação de palavras 
 
 Conhecendo a disposição dos elementos e seu significado teremos a designação dos 
diversos tipos de intervenções cirúrgicas. 
 
Laringo + scopia = laringe + ato de ver, observar. 
 
 O primeiro elemento de composição da palavra se refere a um órgão, aparelho 
ou parte do corpo humano, e o segundo elemento diz respeito à técnica ou procedimento 
executado, a ação praticada ou patologia. 
 
 Vejamos alguns elementos de origem grego-latina comumente empregados em 
enfermagem cirúrgica e seus respectivos significados. 
 
 
1º ELEMENTO SIGNIFICADO 1º ELEMENTO SIGNIFICADO 
Adeno Glândula Láparo Cavidade 
abdomina 
Angio Vaso Laringe Laringe 
Artro Articulação Nefro Rim 
Blefaro Pálpebra Neuro Nervo 
Cisto Bexiga Oftalmo Olho 
Profª Glenda Agra 
 
Colecisto Vesícula Ooforo Ovário 
Colo Cólon Orqui Testículo 
Colpo Vagina Osteo Osso 
Entero Intestino Oto Ouvido 
Flebo Veia Procto Reto 
Gastro Estômago Rino Nariz 
Hepato Fígado Salpingo Trompa 
Hístero Útero Traqueo Traquéia 
Ooforo Ovário 
 
2º ELEMENTO SIGNIFICADO 
Ectomia Remoção total ou parcial 
Pexia Fixação de um órgão 
Plastia Reconstituição estética ou restauradora 
de uma parte do corpo 
Ráfia Sutura 
Scopia Ato de ver, observar 
Stomia Comunicação entre dois órgãos ocos ou 
entre um órgãos e pele 
Tomia Corte 
 
 
Vejamos os principais nomes de procedimentos cirúrgicos em que o segundo elemento 
da composição é ectomia (remoção). 
 
PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO 
DE 
PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO 
DE 
Profª Glenda Agra 
 
Apendicectomia Apêndice Mastectomia Mama 
Cistectomia Bexiga Miomectomia Mioma 
Colecistectomia Vesícula biliar Nefrectomia Rim 
Colectomia Cólon Ooforectmia Ovário 
Embolectomia Êmbolo Pancreatectomia Pâncreas 
Esofagectomia Esôfago Pneumectomia Pulmão 
Esplenectomia Baço Prostatectomia Próstata 
Facectomia Cristalino Retossigmoidectomia Reto e sigmóide 
Gastretomia Estômago Salpingectomia Trompa 
Hemorroidectomia Hemorróidas 
Laminectomia Excisão da lâmina 
vertebral para expor 
os componentes 
neurais do canal 
espinhal, ressecando 
então, o tecido 
doente ou 
danificado. 
 
Hepatetomia Parte do fígado 
Histrectomia Útero 
Lobectomia Lobo de um órgão 
 
Apresentamos , a seguir, denominações de outras cirurgias, desta vez, terminadas em 
pexia ( fixação): 
 
PROCEDIMENTO PARA FIXAÇÃO DE 
Cistopexia Bexiga 
Histeropexia Útero 
Nefropexia Rim 
Profª Glenda Agra 
 
Retinopexia Retina 
Orquidopexia Testículo 
 
Outros procedimentos cirúrgicos têm seus nomes terminados em plastia (reconstituição), 
como mostramos a seguir: 
 
PROCEDIMENTO PARA RECONSTITUIÇÃO DE 
Blefaroplastia Pálpebra 
Mamoplastia Mama 
Piloroplastia Piloro 
Queiloplastia Lábio 
Rinoplastia Nariz 
Ritidoplastia Face 
Salpingoplastia Trompa 
 
Há ainda, denominações de procedimentos onde o segundo elemento é ráfia ( sutura), 
como demonstrado a seguir: 
 
PROCEDIMENTO PARA SUTURA DE 
Blefarorrafia Pálpebra 
Colporrafia Vagina 
Gastrorrafia Estômago 
Herniorrafia Hérnia 
Osteorrafia Osso 
Palatorrafia Fenda palatina 
Perineorrafia Períneo 
Perinorrafia Tendão 
Profª Glenda Agra 
 
 
Vamos analisar outros nomes de procedimentos, desta vez, compostos com o elemento 
scopia ( observação): 
 
PROCEDIMENTO PARA OBSERVAÇÃO DE 
Artroscopia Articulação 
Broncoscopia Bronquios 
Cistoscopia Bexiga 
Colonoscopia Cólon 
Colposcopia Vagina 
Endoscopia Órgãos internos 
Esofagoscopia Esôfago 
Gastroscopia Estômago 
Laringoscopia Laringe 
Laparoscopia Cavidade abdominal 
Retossigmoidoscopia Reto e sigmóide 
Ureteroscopia Ureter 
Uretroscopia Uretra 
 
Ressaltamos ainda que nos procedimentos relacionados à observação interna dos órgãos 
utilizam-se vários aparelhos como, por exemplo, o artroscópio, na artroscopia; o 
broncoscópio, na broncoscopia, o laparoscópio, na laparoscopia, e o 
retossigmoidoscópio, na retossigmoidoscopia. 
Vejamos agora os principais nomes de cirurgias cujo segundo elemento de formação é 
stomia ( comunicação entre dois órgão ocos ou entre um órgão e a pele). 
 
PROCEDIMENTO ÓRGÃO EM COMUNICAÇÃO COM 
A PELE 
Profª Glenda Agra 
 
Cistotomia Bexiga 
Colostomia Cólon 
Gastrostomia Estômago 
Jejunostomia Jejuno 
Traqueostomia Traquéia 
 
Finalmente, as principais denominações de procedimentos cirúrgicos terminadas em 
tomia (corte): 
 
PROCEDIMENTO CORTE DA (O) 
Episiotomia Vulva 
Laparotomia Abdômen 
Toracotomia Tórax 
Traqueotomia Traquéia 
Ureterotomia Ureter 
Vasectomia Canal deferente 
 
Existem, ainda, termos ou expressões médicas freqüentemente utilizadas em clínicas 
cirúrgicas. Eis alguns deles: 
 
Amputação Remoção de uma parte do corpo 
Anastomose Conexão de dois órgãos tubulares, 
geralmente por sutura 
Artrodese Fixação cirúrgica de articulações 
Biópsia Remoção de um tecido vivo para exame 
Cauterização Destruição de tecido por meio de um 
agente cáustico ou de calor, através do 
bisturi elétrico, por exemplo. 
Profª Glenda Agra 
 
Cesariana Retirada do feto através de incisão na 
parede abdominal e no útero 
Circuncisão Ressecção da pele do prepúcio que cobre 
a glande 
Cistocele Hérnia da bexiga por defeito na 
musculatura do períneo 
Curetagem uterina Raspagem e remoção do conteúdo 
uterino 
Deiscência Separação de bordas previamente 
suturadas de uma ferida 
Dissecção Corte ou separação de tecidos do corpo 
Divertículo Abertura no formato de bolsa em um 
órgão com a forma de saco ou tubo 
Enxerto Transplante de órgão ou tecido 
Evisceração Saída de vísceras de sua cavidade 
Exerese Extirpação cirúrgica 
Fístula Passagem anormal que liga um órgão, 
cavidade ou abscesso a uma superfície 
interna ou externa do corpo. 
Hérnia Saída total ou parcial de um órgão do 
espaço que normalmente o contém. 
Incisão Corte 
Litíase Cálculo 
Paracentese Denominação genérica de punção para 
esvaziamento de cavidade. 
Prolapso Saída de um órgão ou de parte dele para 
fora do seu lugar, especialmente quando 
este surge em um orifício natural. 
Ptose Quedade um órgão 
Ressecção Remoção cirúrgica de parte de um 
órgão 
Profª Glenda Agra 
 
Retocele Hérnia da parede do reto por defeito na 
musculatura do períneo. 
Toracocentese Punção cirúrgica na cavidade torácica 
Varicocele Veias dilatadas no escroto 
 
 
INFECÇÃO: 
 
É a resposta inflamatória provocada pela invasão ou pela presença de microorganismos em 
tecidos orgânicos. 
 
INFECÇÃO AUTÓGENA X INFECÇÃO EXÓGENA 
 
As infecções podem ser diferenciadas de acordo com a origem dos microorganismos que a 
causam. 
 
Infecções endógenas: são causadas pela microbiota do paciente. 
 
Infecções exógenas: são aquelas que resultam da transmissão a partir de fontes externas ao 
paciente. 
 
Durante a hospitalização, o paciente gradativamente adquire a flora hospitalar. A maioria das 
infecções hospitalares causada pela microbiota do paciente, a princípio originária da 
comunidade, sofrendo portanto alteração em decorrência da hospitalização, ficando difícil 
estabelecer sua origem, por isso foi criado o conceito de infecção autógena. 
 
Infecção autógena: indica que a infecção foi derivada da flora do paciente, independente de 
tê-la adquirido no ambiente hospitalar ou na comunidade. 
 
INFECÇÃO PREVENÍVEL X INFECÇÃO NÃO-PREVENÍVEL 
 
Profª Glenda Agra 
 
Infecções preveníveis: são aquelas em que a alteração de algum evento relacionado pode 
implicar na prevenção da infecção. Por exemplo: infecções cruzadas, transmitidas pelas 
mãos dos funcionários, podem ser evitadas se for feita lavagem correta das mãos. 
 
Infecções não- preveníveis: são aquelas que acontecem a respeito de todas as precauções 
tomadas. Este é o caso das infecções em pacientes imunologicamente comprometidos, 
originárias a partir de sua flora. 
Geralmente, a identificação do evento desencadeador da infecção hospitalar é retrospectivo e 
difícil de ser estabelecido, pois, como vimos anteriormente, a maioria das infecções hospitalares 
tem uma etiologia multicausal e nem todas estas causas podem ser preveníveis. Epidemias, 
especialmente as dde fonte comum, se forem precocemente identificadas, são potencialmente 
preveníveis. Entretanto, devemos lembrar que, pelo próprio critério epidemiológico sua 
identificação, estas infecções representam no máximo 5% do total. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
A portaria 2.616/98 do Ministério da Saúde, que regulamenta as ações do controle de infecções 
hospitalares no território nacional, traz em seu anexo II conceitos e critérios para o diagnóstico 
das infecções, classificando-as em comunitárias ou hospitalares. 
 
INFECÇÃO COMUNITÁRIA 
 
É a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não 
relacionada com internação anterior no mesmo hospital. São também comunitárias: 
 
1.As infecções associadas a complicações ou extensão da infecção já presente na admissão, a 
menos que haja troca de microorganismos ou sinais ou sintomas fortemente sugestivos da 
aquisição de nova infecção. 
 
2.Infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi 
comprovoda e que tornou-se evidente logo após o nascimento ( por exemplo, herpes simples, 
toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS.). Adicionalmente, em relação à 
Portaria 930/92, são também consideradas comunitárias todas as infecções de recém-nascidos 
associadas com bolsa rota superior a 24 horas. 
 
Profª Glenda Agra 
 
 
INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
É qualquer tipo de infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a 
internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou 
procedimentos hospitalares. 
Usam-se como critérios gerais: 
 
1.Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária for isolado um 
germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser 
considerado como hospitalar. 
 
2.Quando se desconhecer o período de incubação do microoganismo e não houver evidência 
clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera-se infecção 
hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a admissão. 
Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de se completar 72 
horas da internação, quando associadas a procedimentos invasivos diagnósticos e/ou 
terapêuticos, realizados previamente. 
 
3.As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma 
transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota superior a 24 horas. 
 
A Portaria Ministerial 930/92 define princípios para o diagnóstico de infecções hospitalares: “ O 
diagnóstico de infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de evidência 
clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; resultado de 
exames de laboratório; ressaltando-se os exames microbológicos, a pesquisar de antígenos e 
anticorpos, e métodos de visualização, e evidências de estudos com métodos de imagem; 
endoscopia; biópsia e outros.” Estes princípios pressupõem a busca ativa de casos a partir de 
pistas diagnósticas, algumas nem sempre de fácil acesso em nosso meio. 
 
Para a uniformização de certos conceitos, definimos febre como temperatura axilar acima de 
37,8º C, hipotermia com a queda desta temperatura abaixo de 33,5ºC, hipotensão como pressão 
sistólica menor que 90mmHg em duas medidas tomadas com intervalo de uma hora. A 
sorologia é considerada positiva se for encontrada imunoglobulina específica da classe IgM ou 
um aumento de quatro vezes nos títulos de IgG específica. 
 
Profª Glenda Agra 
 
Nem todas as infecções diagnosticadas após a admissão do paciente são hospitalares. A Portaria 
exclui as que estejam incubando no momento da internação. O período de incubação é sempre 
expresso por um intervalo de tempo com um valor mínimo e um máximo. Sua duração depende 
da correlação entre inóculo e virulência do microorganismo, e a resistência do hospedeiro. É 
considerada hospitalar se o tempo de hospitalização do paciente superar a duração mínima do 
período de incubação.Assim sendo, se identificarmos uma varicela no 17º dia de internação de 
um paciente, ela será considerada hospitalar, pois seu período de incubação varia de 15 a 21 
dias. Entretanto, após a alta do paciente, consideramos hospitalar se a infecção for detectada até 
o valor máximo do período de incubação. Uma varicela detectada no 21º dia após a alta é 
considerada hospitalar. Com estas condutas estaremos incluindo como infecção hospitalar todas 
as possibilidades. 
 
Para as infecções que não têm período de incubação conhecido, como é o caso das infecções 
urinárias e pneumonias, consideramos no Brasil, como infecção hospitalar aquela que foi 
diagnosticada após 72 horas de internação do paciente. Se o paciente for submetido a um 
procedimento invasivo no hospital, na mesma topografia em que a infecção é suspeita, não há 
necessidade de esperarmos as 72 horas para classificá-la como hospitalar. Exemplificando, as 
infecções urinárias que se desenvolvem logo após cateterismo vesical. Após a alta do paciente, 
as infecções são consideradas hospitalares se manifestadas até 72 horas. Quando for realizada 
sondagem vesical, o prazo é ampliado para sete dias após a retirada do procedimento, e 
consideram-se 30 dias após o ato cirúrgico, a não ser que tenha havido implante, sendo 
estendido este prazo em até um ano. Para os demais procedimentos, particularmente a 
ventilação mecânica e os cateteres vasculares, não há alteração do prazo de 72 horas, a não ser 
que a infecção detectadaesteja seguramente relacionada, por exemplo, a uma tromboflebite 
séptica relacionada a um cateter vascular. 
 
Uma questão freqüente para os controladores de infecção, são as IH identificadas em pacientes 
transferidos de uma unidade para outra, dentro do próprio hospital. A dúvida consiste em definir 
a unidade responsável pela infecção. Nas transferências sem procedimentos invasivos, 
utilizamos o período de 72 horas para definir a unidade da infecção. A infecção será incluída na 
nova unidade somente se o diagnóstico efetuado ocorrer após 72 horas da transferência, caso 
contrário, a infecção será creditada à unidade anterior.Quando transferido com procedimento a 
infecção é tabulada na unidade em que for diagnosticada, independente do tempo de 
permanência do paciente, uma vez que as infecções estão, na sua grande maioria, relacionadas 
ao cirúrgico. 
 
 
 
Considerar 72 horas da transferência 
 
Não sofreu procedimento de risco 
Sofre procedimento de risco, mas é transferido sem este 
Profª Glenda Agra 
 
 
 
Considerar sete dias da retirada da sonda vesical e três dias para os demais procedimentos. 
 
 
Considerar a infecção da unidade onde está o paciente. 
 
 
Considerar a infecção da unidade onde está o paciente. 
 
INFECÇÃO CRUZADA 
 
É a infecção transmitida de paciente para paciente, geralmente por intermédio de 
profissionais de saúde e que também é considerada infecção hospitalar. 
 
Colonização: é o aumento de um ou mais tipo de microorganismo sem causar uma 
reação. 
 
Isolamento: Conjunto de medidas adotadas para fazer uma barreira que impeça a 
disseminação de agentes infecciosos de um paciente para outro, para os visitantes e/ou 
para o meio ambiente. Está indicado nas doenças transmissíveis, em situações definidas 
e, apenas durante o período de transmissibilidade das doenças. Portanto, esta 
recomendação sobre isolamentos deve se completar com o período de incubação e de 
transmissão das doenças. 
 
RECÉM-NASCIDO 
 
A Portaria 930/92 coloca todas as infecções do recém-nascido como hospitalares, 
excluindo apenas as transmitidas de forma transplacentária. Uma parturiente com bolsa 
Sofre procedimento de risco e é transferido com este 
Diagnóstico de infecção cirúrgica 
Profª Glenda Agra 
 
rota há 15 dias que, ao entrar no hospital, dá à luz um recém-nascido com sepse, de 
acordo com a Portaria, esta infecção deve ser classificada como hospitalar. 
 
As infecções identificadas no recém-nascido podem originar-se por via transplacentária 
ou por contaminação ascendente após a ruptura da bolsa, durante sua passagem pelo 
canal do parto ou após seu nascimento. As infecções transplacentárias já foram 
definidas como comunitárias, e as que ocorrem após o nascimento são 
indubitavelemente hospitalares. Evidentemente, se o parto for hospitalar, as infecções 
originárias desta atividade devem ser consideradas nosocomiais. 
 
A Portaria MS 2.616/98, que passou a regulamentar o controle de infecção hospitalar 
em substituição à 930/92, pouco alterou em relação aos critérios diagnósticos gerais, 
exceto para as infecções detectadas em recém-nascidos. Nestes pacientes ela continuou 
excluindo as infecções transmitidas de forma transplacentária e,como novidade, 
também excluiu aquelas associadas a mais de 24 horas de bolsa rota. 
 
Os casos em que a parturiente dá entrada com bolsa íntegra, obviamente devem ser 
considerados hospitalares. Então, como sistematização propomos que: 
 
1.Todas as infecções transplacentárias sejam consideradas comunitárias; 
 
2.Todas as demais infecções identificadas em recém-nascidos de mães admitidas com 
bolsa íntegra sejam consideradas hospitalares. No caso de mães admitidas com bolsa 
rota, estas infecções serão hospitalares se diagnosticadas após 72 horas de internação 
materna. 
 
Todas as infecções neonatais são consideradas hospitalares, exceto aquelas transmitidas 
por via transplacentária, como as infecções congênitas, e as decorrentes da 
contaminação comunitária intra-uterina, como por exemplo, a conseqüente da 
carioamnionite materna por bolsa rota. Logo, são consideradas infecções hospitalares as 
derivadas de contaminação durante a passagem do feto pelo canal do parto e aquelas 
adquiridas após o nascimento. 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
 
RISCO DE INFECÇÃO NO CLIENTE 
 
Sabidamente, a infecção do sítio cirúrgico é uma das causas mais comuns de infecção 
hospitalar na maioria dos hospitais. Já a infecção respiratória apresenta-se como uma 
das complicações mais freqüentes dos clientes operados. Da mesma forma, a infecção 
urinária hospitalar, uma vez que uma de suas principais causas é o cateterismo vesical, 
procedimento bastante freqüente nos casos cirúrgicos. 
 
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
 
Em casos suspeitos ou confirmados, das doenças relacionadas abaixo, é obrigatória a 
notificação imediata ao Serviço de controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e, na 
impossibilidade deste, diretamente ao Serviço de Vigilância Epidemiológica da cidade 
ou região (Distrito Sanitário). 
 
Doença meningocócica e outras meningites, malária (em área não-endêmica), meningite 
por H. influenzae, peste, febre amarela, difteria, tétano, sarampo, rubéola, toxi-infecção 
alimentar, dengue, febre tifóide, hanseníase, hepatite B, leishmaniose visceral, 
leptospirose, coqueluche, doença de Chagas (casos agudos) e paralisias flácidas tais 
como poliomielite, síndrome de Guillain Barrè, mieleites. 
Intoxicação de qualquer natureza – química, medicamentosa, exposição à radiação 
ionizante, plantas, lagartas e animais peçonhentos (aranha, cobra e escorpião). 
DSTs – sífilis, gonorréia, cancro mole, linfagranuloma venero, condiloma acuminado, 
herpes genital, uretrites e vaginites não gonocóccicas, donovanose, AIDS. 
 
 
DOENÇAS A SEREM ISOLADAS 
 
Respiratório: 
 
Profª Glenda Agra 
 
O quarto de isolamento é obrigatório para: caxumba, coqueluche, estreptococo beta-
hemolítico (amigdalite, escarlatina, Síndrome de Fournier ou Fasciite necrosante), 
herpes zoster, meningite por haemophilus, meningite meningocócica, pneumonia 
estafilocócica, rubéola, sarampo, TB (escarro positivo). 
 
ASPECTOS RELACIONADOS A TODOS PACIENTES CIRÚRGICOS 
 
Especificidades da cirurgia 
 
Além da classificação das cirurgias por potencial de contaminação, conforme dito, 
também deve ser considerado os aspectos relacionados à duração e extensão do 
procedimento cirúrgico, tipo de cirurgia, técnica cirúrgica, duração do procedimento. 
 
A duração do procedimento cirúrgico pode aumentar o risco de infecção por vários 
motivos: aumento de microoorganismos que podem contaminar a ferida; 
 aumento da destruição dos tecidos pelo tempo de manipulação; 
 aumento do período em que o tecido é privado de sistema de defesa devido à 
irrigação sanguínea insuficiente; 
maior tempo sob efeito de anestesia e de assistência ventilatória; 
hipotermia por grande quantidade de infusões e exposição da incisão ao ambiente 
frio da SO; 
período em que o paciente está privado de seus mecanismos de defesa naturais. 
Cirurgias com duração acima de duas horas apresentam incidência maior de 
infecção da ferida cirúrgica de forma estatisticamente significante. 
 
Teoricamente, a extensão da incisão também pode ser um fator de risco, uma vez que, 
quanto maior a incisão, maior a porta de entrada para microorganismos. 
 
A técnica cirúrgica é crucial. A cirurgia com manuseio excessivo, descolamento de 
tecidos além do necessário (que levam a sangramento e transudações), com hemostasia 
inadequada (permitindo a formação de seromas e hematomas) com suturadefeituosa e 
Profª Glenda Agra 
 
formação de áreas de isquemia ou necrose pode favorecer proliferação de bactérias. Os 
seromas e hematomas são causas importantes de diminuição da resistência local, 
pois agem como lagos, que isolam os agentes fagocitários. O uso de fios de sutura 
inadequados desperta forte reação como corpo estranho, facilitando a ação dos 
germes patogênicos. Cirurgias que necessitam de grande quantidade de irrigação e 
quer não são adequadamente aspiradas ou drenadas aumentam o esforço do 
organismo para absorver o excesso de secreção, assim como a possibilidade de 
permanência de microorganimos na mesma ainda que não se possa negar o avanço nas 
cirurgias com o uso de bisturi elétrico - inclusive como auxiliar no controle de 
infecção pela diminuição do tempo operatório e melhor e mais rápida hemostasia. O seu 
uso inadequado ou exagerado, aliado a outras situações pode apresentar condições 
opostas: a presença de tecido isquêmico ou necrosado por uso de bisturi elétrico, 
por pontos hemostáticos abrangendo áreas extensas ou por suturas muito apertadas, e 
principalmente englobando muito tecido, fornece, com o tecido morto resultante, um 
meio de cultura cujos agentes fagocitários não conseguem ali chegar.. Participando 
diretamente de todos esses aspectos, destaque-se a habilidade técnica do cirurgião, no 
sentido de minimizar os efeitos das situações mencionadas. 
 
Anestesia e trauma anestésico-cirúrgico 
A anestesia geral pode estimular: infecção pós-operatória, crescimento de tumores, 
depressão da resposta alérgica, inibição da fagocitose, anafilaxia, rejeição de 
órgãos transplantados. Outros mecanismos não-específicos são alterados pela 
anestesia: diminuição de fluxo mucociliar, principalmente com administração de 
atropina, altas concentrações de oxigênio e inalação prolongada de gases sem 
umidificação. Assim, o fator mais importante na imunossupressão de clientes 
submetidos a cirurgias não seria a técnica anestésica ou o tipo de droga escolhido e sim 
o nível de bloqueio ao estresse cirúrgico. Mesmo que o medicamento anestésico 
isoladamente não esteja comprovadamente relacionado à infecção pós-operatória, a 
ação das drogas deprime o SNC, com alteração dos centros subcorticais 
extrapiramidais, levando a um relaxamento e paralisia dos músculos respiratórios, 
bloqueio dos reflexos com formação de muco e espasmos da laringe, brônquios e 
importante alteração hemodinâmica. Os anestésicos também podem interferir na 
transmissão do impulso nervoso para a musculatura lisa, intensificando a 
depressão respiratória. Tal quadro interfere na ventilação normal do paciente, que 
necessita de assistência respiratória através de procedimentos invasivos como 
intubação, aspiração, ventilação controlada, portanto constituindo fatores de risco 
de infecção respiratória. A pneumonia por aspiração é um achado freqüente. 
 
Período de hospitalização pré-operatória 
Profª Glenda Agra 
 
 
Isso se explica pela possibilidade de o cliente se colonizar em seus vários sistemas com 
uma flora bacteriana modificada, presente no pessoal e no ambiente hospitalar. 
 
Degermação e preparo pré-operatório da pele 
 
Não há como negar que as mãos e antebraços da equipe cirúrgica e a própria pele do 
sítio cirúrgico do cliente constituem fontes das mais importantes de microorganismos de 
flora endógena, sendo a mesma, de longe, a causadora da grande maioria das infecções 
do sítio cirúrgico e cuja transmissão pode ocorrer, principalmente, pelo contato direto e 
a manipulação continuada durante a intervenção cirúrgica.A degermação das mãos e 
antebraços e anti-sepsia pré-operatória da pele são práticas bastante antigas do ritual 
cirúrgico. Esses procedimentos devem garantir a rápida remoção ou a destruição de toda 
a flora transitória da pele e parte da flora residente, conhecida por flora de 
colonização.Atualmente, esses procedimentos também têm o objetivo de estabelecer 
uma atividade residual que retarde a recolonização, visto que, no caso da degermação 
das mãos da equipe cirúrgica, os microorganismos proliferam com maior intensidade 
sob as luvas; além disso pode-se considerar comum as microperfurações das mesmas. 
 
Paramentação cirúrgica 
 
Semelhante ao item anterior, a paramentação busca proteger o paciente contra 
contaminação da flora normal liberada pelo pessoal da SO e pelo paciente durante a 
cirurgia. 
 
Procedimentos invasivos 
 
Tricotomia, cateterismo vesical, punções e cateterismos vasculares são procedimentos 
invasivos a que o paciente pode ser submetido. 
A tricotomia tem recebido especial atenção com relação ao risco de infecção no sítio 
cirúrgico. Se justifica a remoção dos pêlos adjacentes ao local operatório para facilitar a 
visualização e a técnica operatória, assim como para diminuir a contaminação da incisão 
com microorganismos presentes nos pêlos. A remoção do pêlo não é o verdadeiro 
problema, mas sim a possibilidade de ocorrer solução de continuidade da camada 
Profª Glenda Agra 
 
epidérmica, que é uma barreira natural de defesa contra a invasão de 
microorganismos. Os tipos de alterações da integridade da pele variam desde a 
inflamação folicular, reações alérgicas, microcortes até cortes visíveis sangrantes. Em 
maior ou menor intensidade todos provocam aumento da permeabilidade da camada 
epidérmica, propiciando, além da invasão de microorganismos, também a sua 
permanência e reprodução, tendo como meio de cultura a exsudação produzida. 
 
Uso de antibióticos 
Uma das causas principais das infecções hospitalares atuais deve-se , justamente, ao uso 
inadequado ou indiscriminado dos antibióticos. 
 
CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES 
 
O programa de controle de Infecção Hospitalar começou a ser regulamentado em 
1.983, com a Portaria MS nº196/83, que foi revogada e substituída pela Portaria MS nº 
930/92. Atualmente, está em vigor a Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 19998, que 
revogou a Portaria nº930/92. em 1.997, foi publicada, no Diário Oficial da União, a 
Lei nº 9.431/97, que em seu artigo 1º fala da obrigatoriedade dos hospitais em 
manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e no artigo 2º preconiza a 
criação de comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) para execução 
deste controle, conforme veremos mais adiante. 
O Sistema nacional de Informação para o Controle de Infecções em Serviços de saúde 
(SINAIS), lançado em setembro de 2.004. É uma iniciativa da ANVISA, com o intuito de 
oferecer aos hospitais brasileiros e gestores de saúde uma ferramenta para 
aprimoramento das ações de prevenção e controle das infecções relacionadas à 
assistência à saúde. 
 
SINAIS: Permite a obtenção de indicadores que consideram os riscos relacionados ao 
tempo de internação e de exposição a procedimentos invasivos e as características dos 
pacientes e das unidades de internação, e contribuirá no combate à resistência 
microbiana, possibilitando a análise do perfil de sensibilidade de todos os organismos e 
o seu acompanhamento por tipo de ambiente ou unidade assistencial. 
 
A Lei 9.431, de 6 de janeiro de 1.997, coloca em seu artigo 1º que os hospitais do país 
são obrigados a manter Programa de controle de Infecções Hospitalares _ PICH, 
Profª Glenda Agra 
 
considerando programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos desta Lei, 
o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução 
máxima possível de incidência e da gravidade das infecções hospitalares. 
 
De acordo com a legislação brasileira, todos os hospitais são obrigados a ter um 
Programa de controle de Infecção. O controle de infecção hospitalar tem comobase em 
sua estrutura a Comissão de controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e um grupo 
executivo, também chamado Serviço de controle Hospitalar (SCIH), sendo que a CCIH 
valida e divulga as propostas e ações do SCIH. A CCIH deve ser composta de 
profissionais representantes dos serviços que atuam direta ou indiretamente na 
assistência ao paciente, na diretoria e do SCIH.A coleta de dados, também chamada 
vigilância epidemiológica das infecções hospitalares, a interpretação das informações 
coletadas, a vigilância sanitária e elaboração e execução do Programa de Controle de 
Infecção Hospitalar, habitualmente são realizadas pela equipe do SCIH. Este grupo é 
composto por enfermeiros e médicos, e, algumas instituições, por outras categorias 
profissionais, alocadas especificamente para tais funções. Estes profissionais deverão ter 
como condição obrigatória atualização científica, crítica e legal sobre assuntos 
relacionados ao controle das infecções hospitalares, sendo um elo de ligação para os 
demais trabalhadores, colaborando com programas de treinamento, transformando suas 
informações em ações preventivas para toda a comunidade hospitalar.Oferece assessoria 
em medidas de proteção antiinfecciosa, como: isolamento, métodos de esterilização, 
soluções anti-sépticas e desinfetantes. Colabora com os demais serviços nas 
padronizações de procedimentos invasivos e dos antimicrobianos, na aquisição de 
artigos e insumos que podem estar relacionados às infecções hospitalares, em processos 
de construções e reformas arquitetônicas. Detecta aumento de episódios, surtos ou 
outros problemas e propõe soluções no que diz respeito às infecções hospitalares, em 
todos os setores da organização, com o objetivo de manter sob controle as infecções. O 
controle de infecção deve dar informações quanto à evolução da situação em questão, o 
feedback ao setor envolvido, assegurando desta maneira sua aderência junto aos demais 
serviços da instituição. Esta integração contribui para que bons resultados sejam 
alcançados, justificando, sob o ponto de vista do controle de infecção hospitalar, 
padronizações, mudanças de conduta e rotina, aquisição de recursos humanos, materiais 
e equipamentos, reformas e outras medidas necessárias. 
 
A vigilância sanitária que é representada na instituição pelo controle de infecção, 
observa os bastidores do hospital, preocupando-se com as infecções de maneira 
pró-ativa, ou seja, procurando corrigir as deficiências antes que a infecção ocorra. 
Procedimentos invasivos realizados de forma incorreta, seja por problemas técnicos ou 
por condições inadequadas, podem traduzir-se em infecção hospitalar. Os setores de 
apoio, cuja assistência ao paciente é prestada indiretamente, apresentam igual 
Profª Glenda Agra 
 
importância na qualidade de seu atendimento, podendo estar inseridos no aparecimento 
das infecções. Prevenir doenças originadas de aplicação incorreta das medidas de 
precauções, devido à falta de recursos ou negligência do próprio profissional, também é 
alvo de atuação da vigilância sanitária. Através de visitas, observa-se as atividades 
relacionadas aos pacientes e aos próprios profissionais estão sendo realizadas e em que 
condições estão ocorrendo, porém não substitui o papel da supervisão, que deve 
continuamente exercer suas atividades de maneira integrada com o controle de infecção. 
COMPETÊNCIAS DA CCIH 
 
A CCIH do hospital deverá: 
 
1.Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar, 
adequado às características e necessidades da instituição, contemplando, no mínimo, 
ações relativas à implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das 
Infecções Hospitalares, adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas 
técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares; 
capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, no que diz respeito 
à prevenção e controle das infecções hospitalares; uso racional de antimicrobianos, 
germicidas e materiais médico-hospitalares; 
 
2.Avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de 
Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle 
propostas pelos membros executores da CCIH; 
 
3.Realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e 
implantar imediatas de controle; 
 
4.Elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à 
autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a situação 
do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na comunidade 
hospitalar; 
 
5.Elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em 
curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento; 
Profª Glenda Agra 
 
 
6.Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacionais, visando a prevenção e o tratamento das infecções hospitalares; 
 
7.Definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de 
utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a 
instituição; 
 
8.Cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com 
vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que 
diz respeito ao controle das infecções hospitalares; 
 
9.Elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; 
 
10.Cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer, prontamente, 
as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes; 
 
11.Notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do 
SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância 
epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer dos serviços ou 
unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços de saúde coletiva; 
 
12.Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de 
gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associados à 
utilização de insumos e/ou produtos industrializados. 
 
 
 
 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA 
UTILIZAÇÃO DOS DRENOS CIRÚRGICOS 
 
Os drenos e as sondas constituem em valiosos auxiliares utilizados na prática cirúrgica 
visando facilitar o escoamento de conteúdo cavitário, parietal ou visceral. 
Os drenos são utilizados para remoção de acúmulos anormais no interior da cavidade ou 
nos permeios da parede abdominal. 
As sondas tem indicação para o escoamento de conteúdo intraluminar, seja do tubo 
digestivo, seja do aparelho urinário. Acessoriamente, destina-se a administrar líquidos e 
alimentos. 
A drenagem tem várias funções, dentre elas podemos destacar: 
 
Propiciar saída de secreções purulentas ou de conteúdo intestinal; 
Remover qualquer líquido da cavidade peritoneal; 
Evacuar líquidos intraluminares (urina, bile); 
Descomprimir o tubo digestivo; 
Orientar coleções e fístulas; 
Ministrar líquidos e alimentos. 
 
São reconhecidos dois tipos de drenagem: 
 
Profilática: tem a finalidade de impedir o acúmulo de secreções; 
Terapêutica: se destina a promover a saída de material acumulado. 
 
Na parede abdominal podem ser utilizadas com o objetivo de drenar secreções 
purulentas (abscessos) ou diminuir o espaço morto e eliminar restos de soro, 
sangue, tecidos, devido a grandes descolamentos no subcutâneo ou pela colocação de 
materialprotético empregado como reforço parietal. 
 
A drenagem pode ser realizada por drenos e sondas: 
Profª Glenda Agra 
 
 
Drenos: são lâminas ou tubos de material sintético, com paredes flexíveis, largura 
variável, usados na drenagem das grandes cavidades serosas (pleura, peritônio, 
pericárdio) e do espaço intervisceral e tissular. 
 
Sondas: são tubos de borracha, de plástico ou de derivados do petróleo, com calibre 
variado, que apresentam paredes rígidas, porém maleável, podendo ter balonete, ser 
radiopacas ou não, estando destinadas à luz do tubo digestivo e seus anexos, árvore 
traqueobrônquica e sistema geniturinário. 
 
PRINCÍPIOS DA COLOCAÇÃO DE DRENOS 
 
Os drenos intraperitoneais não devem ser exteriorizados pela incisão para evitar 
infecção e interferir na cicatrização; 
O orifício de saída deve ser proporcional ao diâmetro do dreno para evitar compressão 
ou evisceração; 
O orifício de saída deve-se localizar em local de declive para facilitar a drenagem por 
gravidade; 
Deve ficar suficientemente afastado da cicatriz cirúrgica para não interferir com os 
cuidados da FO; 
Não lesar com demasia a parede na confecção do trajeto parietal; 
Não deixar o dreno entrar em contigüidade com as linhas de sutura para evitar fístulas; 
Sempre fixar o dreno no local de exteriorização. 
 
TIPOS DE DRENAGEM 
 
Existem 4 tipos de drenagem, conforme o mecanismo de ação: 
Drenagem laminar; 
Drenos de aspiração; 
Drenos túbulo-laminares; 
Profª Glenda Agra 
 
Cateteres de drenagem. 
Drenagem laminar: Dreno de Penrose. Pode-se colocar gaze ou qualquer outro 
material sintético absorvente dentro do Penrose com a finalidade de aumentar a 
drenagem. Seu mecanismo de ação é por meio da drenagem passiva, por capilaridade. 
Tem a preferência nas cirurgias do aparelho digestivo com anastomeses. 
Drenos de aspiração: Drenos de sucção fechada, tubulares, firmes, produzidos de 
silicone ou cloridrato de polivinil. Dreno Portovac. São utilizados em cirurgias com 
grande descolamento tecidual (hérnia incisional, retalhos miocutâneos, esvaziamentos 
ganglionares) e quando há extensa ressecção com espaço morto local. Este tipo de 
drenagem diminui o risco de contaminação a partir do dreno, porém, deve ser retirado 
em 24 a 72 horas. Seu mecanismo de ação funciona por sucção, sendo uma drenagem 
ativa. 
 
Drenos túbulos-laminares: São formados por 2 ou 3 drenos tubulares de látex, silicone 
ou teflon, com múltiplas perfurações, colocados dentro de um dreno de Penrose. Dreno 
de Sump. Utilizado nos casos de pancreatite, abscessos ou quando se deseja lavar a 
cavidade abdominal. O sistema funciona instilando solução fisiológica por um dos 
tubos, ao mesmo tempo que se aspira sob baixa pressão por meio de outro. O terceiro 
tubo é o respiro, que evita o colabamento do sistema de sucção. Os tubos são fixados ao 
Penrose por meio de suturas individuais. O funcionamento é por capilaridade e por 
drenagem ativa. 
 
Cateteres de Drenagem (pigtailed): Drenos tubulares, finos, parede resistente e pouco 
flexível, de plástico ou látex, utilizados por radiologistas, guiados por TC ou USG, para 
realizar drenagens percutâneas de coleções ou cateterização de via biliar. Deve-se 
periodicamente instilar soro para desobstruir o cateter, que é muito fino e, para 
fluidificar a coleção, facilitando e acelerando o escoamento. 
As sondas são tubos introduzidos no lúmen de vísceras ocas, sendo divididas conforme 
o órgão em que será utilizada: sondas gastrintestinais, nasojejunais, nasobiliares, 
gastrostomia, jejunostomias, cecostomias, retal, de Sengstaken-Blackmore, sondas 
urinárias entre outras. 
As sondas, além de drenar o conteúdo presente no lúmen das vísceras ocas, também 
podem ser utilizadas para administrar líquidos, medicamentos e nutrientes, 
descomprimir (sonda nasogástrica, sonda retal, sondas utilizadas para descomprimir 
anastomoses) ou comprimir (sonda de Sengstaken-Blackmore e sonda de Foley na 
prostatectomia). 
 
Profª Glenda Agra 
 
INDICAÇÕES GERAIS 
 
Drenar secreções purulentas localizadas ou de conteúdo intestinal e remover 
profilaticamente qualquer líquido da cavidade peritoneal ou do subcutâneo, como suco 
bileopancreático ou seroma, antes que sua presença cause complicações. 
 
O emprego de drenos é conveniente nas seguintes situações: 
1.Abscessos localizados e com parede espessa; 
2.Anastomoses entre o trato digestivo, quando há insegurança em relação ao 
fechamento, desproporção entre as bocas anastomóticas, má vascularização e infecção 
local. 
3.Cirurgias em que há extensa área cruenta. 
4.Cirurgias em que podem ter sido abertos pequenos ductos (vesícula biliar, pâncreas, 
fígado) sem ser detectados; 
5.Cirurgias e que há sutura de órgãos sem serosa e extrapiramidais; 
6.Cirurgias de parede abdominal com grande descolamento de subcutâneo ou com 
utilização de próteses. 
 
INDICAÇÕES ESPECÍFICAS 
Existem algumas cirurgias em que são acoplados sistemas de drenagem como rotina, 
com a finalidade de descomprimir ou retirar secreções que coletam no leito cirúrgico. 
 
Vias Biliares: Tubo em “T” de Kher: descomprimir o hepatocolédoco. O mesmo 
deve ser elevado a partir do 4º dia para diminuir o escoamento biliar, fechado após o 7º 
dia pós-operatório (após a realização da colancistectomia) e retirado após o 14º dia. 
No caso de colecistectomia, a utilização de drenos é discutível (vários autores contra-
indicam a drenagem por apresentarem maior risco de infecção); caso seja utilizado, 
colocas-se o Penrose ou dreno de aspiração Portovac tracionando-o no 1º dia e 
retirando-o no 2º ou 3º dia pós-operatório. 
 
Profª Glenda Agra 
 
Pâncreas: Em cirurgias em que se manipula ou se resseca o pâncreas, há indicação de 
drenagem devido ao suco pancreático que, por meio de suas enzimas proteolíticas, irrita 
os tecidos vizinhos, podendo causar fístulas ou abscessos peripancreáticos. Os drenos de 
escolha são de Sump e os de aspiração. No caso de abscesso pancreático, utiliza-se o 
dreno de Sump com o objetivo de lavar e aspirar ao mesmo tempo, sendo retirado 
quando a aspiração vier límpida. Nas pancreatectomias parciais, utilizam-se drenos de 
aspiração, tracionando-o pós-operatório, caso não haja fístula. Deve-se realizar 
drenagem sondagem nasogástrica e diminuir estímulo pancreático, até que o íleo 
paralítico desapareça. 
Baço: Após esplenectomia, normalmente se utilizam drenos visando prevenir o 
acúmulo de secreções no espaço subfrênico, devido à área cruenta no leito esplênico, 
pela dificuldade de hemostasia causando pequenos sangramentos, ou devido a pequenas 
lesões em causa do pâncreas. Embora a drenagem aumente o risco de infecção, 
colocam-se drenos de aspiração, retirando-o quando a aspiração diminui, de 
preferência 2m 24 a 72horas. 
 
Estômago: Os drenos são usados após gastrectomias quando a anastomose for difícil, 
utilizando dreno de Penrose, retirando-o após o 4º dia. Deve-se sempre colocar 
SNG ou SNE para descomprimir o lúmen e iniciar precocemente a alimentação. A 
sonda deve ser retirada após o término do íleo paralítico, se for uma SNG. Se o intuito 
for alimentação, retira-se após o paciente ter condições de via oral. Em caso de 
fistulização, o dreno permanece por um período não inferior a 7 dias, tempo necessário 
par acriar um trajeto ao redor do dreno e orientar a fístula. 
 
Duodeno: Os drenos são necessários devido à alta mortalidade que as complicações, 
como fístula e infecção local, que podem ocasionar. A utilização dos mesmos não 
diminui a chance de fístula, porém, com um escoamento precoce e efetivo, podem-se 
evitar cirurgias. O dreno de escolha é de Penrose,sendo tracionado após o 3º dia e 
retirado após o 4º ou 5º dia pós-operatório, caso não haja complicação local. 
 
Intestino: Normalmente não se utilizam drenos em anastomoses intestinais, exceção 
feita para os casos de anastomoses com o reto ou canal anal, pela ausência da camada 
serosa e por sua posição extraperitoneal, apresentando tecidos menos resistentes à 
infecção. Nesses casos, emprega-se o dreno de Penrose, retirando-se após o 4º dia. 
Em todas as cirurgias que envolvem anastomoses intestinais, utilizam-se SNGs ou 
jejunostomias para descomprimir o lúmen gastrintestinal, enquanto houver íleo 
paralítico. 
 
Profª Glenda Agra 
 
Apendicite: Nos casos de apendicite aguda em que não há abscesso localizado, a 
drenagem não se faz necessária, mesmo que haja perfuração com coleção purulenta na 
cavidade. Nesses casos, faz-se apenas a lavagem exaustiva da cavidade. 
Nas situações em que há abscesso localizado, deve-se deixar um dreno junto à cavidade 
abscedada, sendo de escolha o de Penrose, devendo permancer no local até não mais 
sair secreção purulenta, tracionando-os 24 horas antes de retirá-los definitivamente. 
Nesses casos, quando se quiser realizar lavagem da cavidade, pode-se utilizar os 
drenos de Sump, para limpar a cavidade e aspirar seu conteúdo, simultaneamente. 
 
Parede Abdominal: Quando existe um grande descolamento do tecido subcutâneo ou 
quando se colocam próteses junto à musculatura, deve-se utilizar o dreno Portovac 
para evitar que se acumulem coleções no subcutâneo. A mesma deve permanecer por 2 
a 3 dias, até que o volume drenado em 24 horas seja inferior a 150 ml e retirado em 
um só tempo, sem tração prévia. 
 
Outros: A drenagem tubular tem espaço nas cirurgias da região cervical 
(TIREOIDECTOMIAS, ESVAZIAMENTOS LINFONODAIS, CIRURGIAS 
VASCULARES , nas cirurgias ORTOPÉDICAS que utilizam próteses e em qualquer 
outra cirurgia que apresente um espaço morto ou que não possa haver compressão das 
estruturas adjacentes. O tempo de drenagem pode variar conforme o volume 
exteriorizado e o motivo pelo qual o dreno foi colocado. Nos casos de abscesso intra-
abdominal, os drenos de Sump estão indicados para lavar e aspirar continuamente o 
abscesso, sendo retirados após desligar a lavagem por 24 horas e o líquido sair límpido. 
Em cirurgias de grande porte e naquelas em que se manipulam as vias urinárias ou a 
próstata, deve-se realizar sondagem vesical . 
 
MANEJO DOS TUBOS 
 
A colocação dos drenos na cavidade abdominal apresenta princípios básicos: 
1. Devem ser colocados por contra-incisão para evitar infecção da ferida operatória e 
diminuir o risco de deiscência; 
2.São colocados lateralmente ao músculo reto abdominal, não muito pequenos para 
facilitar a drenagem, porém evitando grandes aberturas para evitar hérnia incisional; 
3.O trajeto confeccionado deve ser mais retilíneo o possível para facilitar a drenagem e 
evitar coleções; 
Profª Glenda Agra 
 
4.Devem ser fixados à pele para evitar que o mesmo seja tracionado por descuido ou 
que entre na cavidade abdominal; 
5.O curativo deve ser realizado separadamente ao da incisão principal para dificultar a 
contaminação da ferida operatória com as coleções drenadas. 
 
SONDAS 
Obedece alguns preceitos básicos: 
1.Deve ser introduzida com anestésico local; 
2.Se não houver balonete para fixação, fixa-se externamente com curativos ou pontos 
para dificultar a migração da mesma; 
3.SNG não devem ficar mais que 7 dias, devido às ulcerações que a mesma pode causar 
na mucosa da orofaringe e do esôfago; 
4.Se houver necessidade de troca, deve-se trocar por sondas nasojejunais, que são 
menos traumáticas e podem ficar por várias semanas; 
5.No caso de sondas urinárias, deve-se pensar em antimicrobianos quando utilizadas por 
vários dias. 
REMOÇÃO DOS DRENOS 
Profiláticos: Remove-se tão logo haja evidências de que não há mais drenagem 
significativa e que o dreno não é mais necessário. 
Terapêuticos: São mantidos no local enquanto houver drenagem em quantidade 
significativa. Retira-se de modo gradativo, alguns centímetros a cada dia, de tal maneira 
a ocluir o trajeto da profundidade para a superfície. 
COMPLICAÇÕES 
 Hérnia incisional 
Obstrução por aderências 
Necrose de tecidos vizinhos por compressão 
Hematoma de parede 
Perda do dreno na cavidade abdominal 
Fístula por erosão da anastomose 
SONDAS 
Profª Glenda Agra 
 
Erosões junto à mucosa por irritação ou isquemia 
Aumento da produção de ácido pelo estômago 
Fístulas 
Perfuração durante a colocação 
Infecção 
Hemorragias pela erosão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DREDRENOS JACKSON PRATT 
 
DRENOS JACKSON PRATT 
 
Profª Glenda Agra 
 
 Dreno de Jackson Pratt 
 
 Drenos de Penrose 
 
 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
 Dreno de Black 
 
 Dreno de sucção 
 
 Sistema de drenagem mediastinal 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
Sistema de drenagem de vias aéreas 
 
 Simulador 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dreno de Kher 
 
 
 
 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
 
 
 
 
 
 
 Sonda de Malecot 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sonda Traqueal Comum de Nelaton 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
 
 
 
Sonda Retal 
 
 
 
 
 
 
 
Sonda de Sengstaken-Blackemore 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dreno de Penrose 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
Sonda Nasoentérica 
 
 
 
 
 
Sonda 
Nasogá
strica 
de 
Levine 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sonda Vesical de Foley 
 
 
 
 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
 
 
 
 
Sonda vesical de alívio de Nelaton 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Glenda Agra 
 
 Dreno de Black 
 
 
 
 
 Dreno de sucção (Portovacc) 
 
FONTE: http://images.google.com.br/images 
 
CURATIVOS 
Profª Glenda Agra 
 
Curativo é o tratamento utilizado para promover a cicatrização da ferida, 
proporcionando um meio adequado para este processo. A escolha do curativo depende 
do tipo de ferida. 
 
Critérios: 
 Os critérios para o curativo ideal foram definidos por Turner, citado por Dealey, 
conforme segue: 
Manter alta umidade entre a ferida e o curativo acelerando a epitelização, diminuindo a 
dor e aumentando o processo de destruição natural dos tecidos necrosados. 
Remover o excesso de exsudação com o objetivo de evitar a maceração dos tecidos 
próximos. 
Permitir troca gasosa. 
Fornecer isolamento térmico – a temperatura de 37º estimula o processo de cicatrização. 
Ser impermeável às bactérias, agindo como barreira mecânica entre a ferida e o meio 
ambiente. 
Estar isento de partículas e substâncias tóxicas contaminadoras de feridas que podem 
manter a inflamação e retardar a cicatrização. 
Permitir sua retirada sem ocasionar lesão por aderência. O curativo aderido à ferida 
deve ser retirado com umedecimento com Soro Fisiológico a 0,9%. 
 
Observações: 
Em feridas abertas não é recomendado o uso de curativo seco. Deve-se umidificá-lo 
com Soro Fisiológico a 0,9% e s secar somente as bordas da ferida. 
A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície em vários graus. Por isso, 
não se deve limpá-la com solução fria nem deixá-las expostas por períodos prolongados. 
Curativo encharcado ou vazando favorece o movimento das bactérias em ambas as 
direções– ferida e meio ambiente – devendo ser trocado imediatamente. 
Não se deve usar algodão ou gaze desfiada (aderência à ferida). 
 
Notas: 
Profª Glenda Agra 
 
Exsudação: extravasamento de líquido da ferida, devido ao aumento da permeabilidade 
capilar. 
Maceração: amolecimento da pele, geralmente nas bordas da ferida, na maioria das 
vezes pela umidade excessiva. 
Classificações de curativos: 
Aberto: é aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a ferida exposta. 
Ex: ferida cirúrgica limpa com 48 horas de evolução ou mais. 
Oclusivo: curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado 
ou ocluído com gaze ou atadura. 
Seco: fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada ou soluções prescritas. 
Compressivo: é aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar 
hemorragias, eviscerações etc. 
Drenagens: Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno ( 
Penrose, Kher), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia. 
O dreno Penrose é introduzido na cavidade da ferida para escoamento de secreções que 
possam vir a infectá-lo ou para eliminar secreções purulentas. 
O dreno Penrose é um tubo de látex mole e delicado, de vários diâmetros, colocado 
através de um pequeno orifício ou na própria cicatriz operatória. 
Quando há necessidade de lavar o local que está sendo drenado, o cirurgião coloca, 
junto com o Penrose, um dreno tubular fino, geralmente, de polietileno, formando assim 
um dreno misto. 
Os drenos Penrose são usados em cirurgias gerais, com finalidade profilática e precisam 
ser protegidos por curativos. Mas se for preciso medir o volume de secreção que sai 
pelo dreno, pode-se substituir o curativo por bolsas coletoras, que variam de tamanho de 
acordo com a quantidade de secreção eliminada. 
O dreno Kher ou em T é utilizado nas operações que abrem a via biliar principal 
(hepático/calédoco), com a finalidade de escoar a bile para fora, por um determinado 
período. 
O dreno fechado de pressão negativa é conectado a uma bolsa coletora sanfonada 
elástica, por meio de um tubo. Quando a bolsa é comprimida para a retirada do ar do seu 
interior, cria um vácuo capaz de provocar aspiração contínua. A secreção ou o sangue 
são retirados da ferida, indo para o recipiente sanfonado por meio do tubo. 
Profª Glenda Agra 
 
Quando o recipiente estiver cheio, é necessário abrir a tampa de cima e esvazia-la. Para 
restabelecer a pressão negativa, comprime-se o recipiente até o ar sair totalmente e 
recoloca-se a tampa. Assim, a drenagem recomeçará. 
O dreno fechado de pressão negativa é geralmente usado em operações ortopédicas, 
neurocirúrgicas e outras onde haja sangramento residual. 
O dreno de tórax é utilizado na cavidade torácica para restaurar a pressão negativa e 
escoar secreções ou sangue. 
Debridamento: é a retirada do tecido necrosado, sem vitalidade, utilizando cobertura 
com ação debridante ou retirada mecânica com pinça, tesoura ou bisturi. 
Processo de cicatrização: 
No momento da incisão/injúria: formação de coágulo, estase, liberação de substâncias 
vasoativas. 
2 horas: formação de crosta. 
6 horas: neutrófilos liberam enzimas que efetuam a quebra dos restos celulares e dos 
agentes invasores. 
12 horas: monócitos fagocitam bactérias e restos celulares. 
24-48 horas: formação de ponte epitelial. 
48 horas: fibroblastos : produzem colágeno para formação da cicatrização. 
6 dias: a proliferação de fibroblastos atinge seu pico, repondo o tecido conjuntivo. 
Formação do tecido de granulação ( forma precoce de tecido cicatricial). 
2 semanas: realinhamento das fibras colágenas – aumento da resistência e redução da 
espessura da cicatriz. 
Semanas e meses: contração – a cicatriz altera a sua aparência. 
 
 
 
Objetivos do curativo: 
Proporcionar conforto ao paciente ( diminuição da dor) e promover a cicatrização. 
Proteger a ferida para prevenir infecções. 
Observar o aspecto da cicatriz cirúrgica. 
Profª Glenda Agra 
 
Manter a área limpa. 
 
Regras para os curativos: 
 
Curativos cirúrgicos limpos e secos não necessitam ser trocados nas primeiras 72 horas. 
Curativos devem ser mantidos limpos nas primeiras 48/72 horas de pós-operatório ou 
procedimento ou ainda a critério médico e/ou da instituição. Neste período ainda não 
ocorreu a epitelização da ferida. 
Curativos úmidos ( seja por secreções ou banho) devem ser trocados tantas vezes quanto 
necessário, não ultrapassando o tempo de seis horas ( tempo provável de multiplicação 
das bactérias). 
Após a epitelização da ferida pode-se deixá-la descoberta se não houver chance de 
contaminação pelas áreas vizinhas (colostomias, vômitos.secreções orais, secreções 
traqueais). 
Os acessos venosos, arteriais, drenos torácicos devem ser mantidos com curativos. 
Nunca tocar diretamente em ferida aberta ou recente ( até 72 horas da cirurgia) ou 
mantidas sob curativo. 
Em paciente com dois ou mais curativos ( limpos e contaminados) realizar primeiro o(s) 
limpo(s) e depois o(s) contaminado(s), cada qual com seu material de curativo estéril. 
Cuidado ao retirar o curativo sujo para não arrancar os drenos, cateteres que geralmente 
ficam aderidos ao curativo. 
Durante o curativo, inspecionar sempre sinais de infecção ( hiperemia, edema, dor, 
secreção) na ferida cirúrgica, locais de punção, áreas de drenos. 
Se houver suspeita de infecção, colher amostra de secreção e envia-la à bacteriologia 
para cultura e antibiograma conforme protocolo de Coleta de Material para Cultura. 
Informar ao médico e anotar no prontuário. 
A data da troca do curativo e o nome de quem o realizou devem ser anotados no 
curativo e no prontuário. 
Nos curativos de cateteres fixar também o mesmo na pele para evitar tração ou retiradas 
acidentais. 
 
Profª Glenda Agra 
 
Nota: Aplicações tópicas de antimicrobianos não são recomendadas, pois provocam 
alteração da flora microbiana local com o aparecimento de cepas resistentes. 
FATORES DE RISCO 
Fatores de risco para complicações pulmonares pós-operatórias 
 
 
 1.Tipo de cirurgia – incidência maior após todas as formas de cirurgia abdominal quando 
comparadas com a cirurgia periférica. 
 
2.O local da incisão – quanto mais próxima a incisão do diafragma, maior a incidência de 
complicações pulmonares. 
 
3.Problemas respiratórios no pré-operatório. 
 
4.Idade – maior risco após os 40 anos do que antes dos 40. 
 
5.Sepse. 
 
6.Obesidade – peso maior do que 10% do peso corporal ideal. 
 
7.Repouso no leito prolongado. 
 
8.Duração do procedimento cirúrgico – mais de 3 horas. 
 
9.Aspiração. 
 
10.Desidratação. 
 
11.Desnutrição. 
Profª Glenda Agra 
 
 
12.Hipontensão e choque. 
 
13.Imunossupressão. 
 
Fatores de risco para Trombose Venosa Profunda pós-operatória 
 
 
1.Pacientes ortopédicos que se submeteram a cirurgia do quadril, reconstrução do joelho e outra 
cirurgia da extremidade inferior. 
 
2.Pacientes urológicos que se submeteram a prostatectomia transureteral e pacientes idosos 
submetidos à cirurgia urológica. 
 
3.Pacientes de cirurgia geral com idade superior a 40 anos, os obesos, aqueles com malignidade, 
os que tiveram anteriormente trombose venosa profunda ou embolia pulmonar, ou aqueles 
submetidos a procedimentos cirúrgicos extensos e complicados. 
 
4.Pacientes de ginecologia e obstetrícia com idade superior a 40 anos apresentando fatores de 
risco associados (veias varicosas, trombose venosa prévia, infecção, malignidade, obesidade). 
 
5.Pacientes de neurocirurgia, semelhante

Outros materiais