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DIREITOS REAIS

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REGIME CONSTITUCIONAL DOS DIREITOS REAIS 
A norma constitucional estabeleceu princípios em matéria de direitos reais que compõem um verdadeiro regime constitucional aplicável à propriedade, que é a matriz dos direitos reais, da qual derivam todas as outras espécies limitadas. Declara o caput do art. 5º da CF/1988 que é garantida aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à propriedade, que deverá atender a sua função social (incisos XXII e XXIII). Assim a Lei Maior define que a propriedade é um direito garantido no Brasil, mas somente legitimado quando atendida a sua função social. A propriedade que não cumpre a sua função social, portanto, não encontra proteção, porque não está legitimada constitucionalmente. Estes são os princípios constitucionais que deverão nortear todo o direito infraconstitucional.
PRINCÍPIOS DOS DIREITOS REAIS
a) Aderência, Especialização ou Inerência – Significa o vínculo jurídico entre a coisa e a pessoa. A relação jurídica da pessoa sobre a coisa, independentemente de atitude de outras pessoas. Ou seja, uma vez vinculada, acompanha a coisa, independentemente de quem tem a posse de fato. Confere à coisa uma obrigação ambulatória.
b) Absolutismo – faculdade de se opor a quem intervir ou lhe causar dano. Ela pode impor a todos de forma absoluta, em caráter "Erga Omnis". Reforça o direito de sequela e preferência sobre a coisa. Direito de sequela: significa que o bem está marcado; é o direito que tem de perseguir a coisa/direito em seus últimos limites. Usar, gozar, fruir, abdicar da coisa na sua totalidade, porém respeitando os direitos dos outros.
c) Publicidade ou Visibilidade – confere estabilidade e visibilidade e ao se tornar público protege a todos. Os direitos reais sobre imóveis só se adquirem com o registro, no Cartório de Registro de Imóveis, do respectivo título (art.1227, CC). Os sobre móveis, só depois da tradição (art.1226 e 1267). Sendo oponíveis erga omnes, faz-se necessário que todos possam conhecer os seus titulares, para não molestá-los. O registro e a tradição atuam como meios de publicidade da titularidade dos direitos reais.
d) Taxatividade – Significa que os direitos reais são aqueles dispostos em Lei Federal. Não há analogia. Falamos que existem direitos reais, quando temos poder sobre coisas próprias e alheias, podemos ter pedaço de poder de dono sobre coisas que não são da pessoa, ou seja, podemos ter direito sobre coisas reais que não são nossas, temos então o poder de gozo fruição e direitos reais de garantia. Não se é possível criar novos direitos reais se não tiver previsão legal, porque eles são taxativos, isto é, já vêm definidos, enumerados pela lei (numerus clausus). 
e) Tipicidade – Os direitos reais existem de acordo com os tipos legais. São definidos e enumerados determinados tipos pela norma, e só a estes correspondem os direitos reais, ou seja, teremos que usar os tipos associados as hipóteses.
f) Desmembramento/Elasticidade/Desdobramento – usar, gozar, fruir de forma elástica. Um direito real maior, pode ser desmembrado em outros menores. O direito maior que se tem é a “Propriedade”. O poder de dono está completo quando se tem a propriedade e não se destinou nenhuma parcela desse direito de dona a ninguém, ou seja, a propriedade plena (100% do bem) está na sua interessa com o dono. E por se ter a propriedade plena, ele pode desmembrar esse direito em parcelas menores.
g) Perpetuidade – o tempo não enfraquece o vínculo do proprietário com sua coisa, ele é sempre permanente. A propriedade é um direito perpétuo, pois não se perde pelo não-uso, mas somente pelos meios e formas legais: desapropriação, usucapião, renúncia, abandono etc.
Já os direitos obrigacionais, pela sua natureza, são eminentemente transitórios: cumprida a obrigação, extinguem-se; não exigido o seu cumprimento dentro de certo lapso de tempo, prescrevem.
h) Exclusividade – não pode existir dois direitos reais idênticos sobre a mesma coisa, de modo a se excluir um deles. Assim, não é possível instalar-se direito real onde outro já exista. No caso de um bem com mais de um dono, cada um é detentor de sua parcela sobre o bem, não são idênticos.
i) Preferência – primazia que tem o credor ou titular do direito sobre outras pessoas. Estão presentes nos Direitos de Garantias como: no penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária. (Art. 1475, CC).
POSSE
Definição e Origem Histórica: 
A posse consiste numa relação de pessoa e coisa, fundada na vontade do possuidor, criando mera relação de fato, é a exteriorização do direito de propriedade. A propriedade é a relação entre a pessoa e a coisa, que assenta na vontade objetiva da lei, implicando um poder jurídico e criando uma relação de direito
a) Teoria Subjetiva (Savieny): A posse é o poder de dispor fisicamente da coisa, com ânimo de considerá-la sua e defendê-la contra a intervenção de outrem. Encontram-se, assim, na posse dois elementos: um elemento material, o corpus, que é representado pelo poder físico sobre a coisa; e, um elemento intelectual, o animus, ou seja, o propósito de ter a coisa como sua, isto é, o animus rem sibi habendi. Os dois elementos são indispensáveis para que se caracterize a posse, pois se faltar o corpus, inexiste relação de fato entre a pessoa e a coisa; e, se faltar o animus, não existe posse, mas mera detenção.
b) Teoria objetiva de Ihering (é a adotada, em regra, pelo Direito Civil Brasileiro - Art. 1196) – tem posse aquele que age em relação à coisa como se fosse proprietário, mesmo que não o seja, independentemente da intenção; para a caracterização da posse basta o elemento objetivo "corpus" (não significa contato físico com a coisa, mas sim conduta de dono); considera o elemento subjetivo "animus" como já incluído no elemento objetivo "corpus"; posse é a exteriorização da propriedade, a visibilidade do domínio, o uso econômico da coisa; ex.: material de construção próximo a obra, indica posse; maço de cigarro próximo a obra, não indica posse.
 * Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
A doutrina, tal qual ocorre em diversos aspectos da posse, não é unânime quanto à sua classificação.
Quanto ao desdobramento da posse: A relação possessória, no caso, desdobra-se. O proprietário exerce a posse indireta, como consequência de seu domínio. O locatário, por exemplo, exerce a posse direta por concessão do locador. Uma não anula a outra. Ambas coexistem no tempo e no espaço e são posses jurídicas (jus possidendi), não autónomas, pois implicam o exercício de efetivo direito sobre a coisa. Note-se que o proprietário naturalmente concentra as duas posses, mas pode desdobrá-la e ceder a direta, concentrando em si apenas a indireta.
Salienta o aspecto corpóreo, identificando a posse direta como aquela em que há um poder físico imediato (como exemplo temos o locatário e o depositário) e a indireta como aquela em que há apenas o exercício de um direito (como exemplos temos o locador e o depositante).
Cabe uma derradeira observação: o possuidor direto pode defender sua posse contra o possuidor indireto por meio das ações possessórias por expressa previsão legal, do artigo 1.197.
Assim sendo, o locatário pode acionar o judicialmente o locador, por meio de uma ação de reintegração de posse, caso este esbulhe o imóvel, por exemplo.
Feitas as devidas observações, resumimos a subdivisão da seguinte forma.
Posse direta ou imediata: “Aquela que é exercida por quem tem a coisa materialmente, havendo um poder físico imediato. Como possuidores diretos podem ser citados o locatário, o depositário, o comodatário e o usufrutuário”
Posse indireta ou mediata: “É a daquele que cede o uso do bem (a do locador, p. Ex.). Dá-se o desdobramento da posse. Uma não anula a outra. Nessa classificação não se propõe o problema da qualificação da posse, porque ambas são posses jurídicas(jus possidendi) e têm o mesmo valor”. 
 Quanto à boa-fé: ressalta duas hipóteses para a ocorrência de posse de boa-fé: quando o possuidor ignora os vícios e obstáculos que lhe impedem a aquisição da coisa ou quando tem um justo título que fundamenta a sua posse.
Na primeira hipótese, a de existência de vício ou obstáculo, que se leva em conta o elemento objetivo (exame de se há vício ou impedimento) e o elemento subjetivo (se o sujeito ignora a existência do vício ou impedimento).
Na posse de boa-fé por justo título há uma presunção juris tantum, pois admite prova em contrário de que o possuidor tinha sim ciência de que seu antecessor na posse a obteve de forma injusta. Na consideração de quando ocorre a má-fé, deve-se cuidar dos conceitos de vício: a ocorrência de posse violenta, clandestina ou precária; e de impedimentos.
Posse violenta: é obtida por meio de esbulho, violência física ou moral (didaticamente pode-se associar ao crime de roubo), como exemplo podemos citar uma invasão violenta de uma fazenda, com depredação, por parte de um movimento popular.
Posse clandestina: é obtida de forma oculta, sorrateiramente (didaticamente se assemelha ao crime de furto), como exemplo citamos a invasão de uma fazenda que cumpre sua função social na calada da noite, sem violência. 
Posse precária: é obtida com o abuso de confiança (didaticamente se assemelha ao crime de estelionato), como exemplo temos um locatário que não devolve o bem ao proprietário ao final do contrato.
Impedimentos: Os impedimentos são subdivididos em: detenção, atos de mera tolerância e de permissão. Os artigos 1.198 e 1.208 do Código Civil regulam as questões, vejamos:
*Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
*Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Pelo artigo 1.208, vê-se que os atos de mera permissão ou tolerância não induzem a posse. Permissão é ato explícito, em que o proprietário ou possuidor permite algum tipo de uso de sua propriedade/posse (por exemplo: registra em cartório que todos podem usar livremente uma lagoa de em sua propriedade) e a tolerância é uma permissão implícita (por exemplo: dono de uma fazenda permite que vizinhos lavem roupa em lagoa em sua propriedade sem, contudo, formalizar a permissão).
Já no caso da detenção, fica claro que há uma relação de subordinação e confiança entre possuidor e detentor, a tentativa de o detentor tomar a posse poderia configurar a precariedade por abuso de confiança. Exemplo: disso seria um caseiro querer tomar a propriedade do real dono do sítio, valendo-se do fato de ser ele quem toma conta da terra. Ora, ele está ocupando a terra sob as ordens do dono, em clara relação de subordinação.
EFEITOS DA POSSE 
Os efeitos da posse são as consequências jurídicas por ela produzidas. 
São eles: 
• a proteção possessória; 
• a percepção dos frutos; a responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa; 
• a indenização por benfeitorias e o direito de retenção para garantir seu pagamento; 
• a usucapião. 
Proteção possessória: de todos os efeitos da posse, o mais importante é a proteção possessória. A proteção possessória consiste no consentimento de meios de defesa da situação de fato, que aparenta ser um a exteriorização do domínio. Para facilitar a defesa de se u domínio, a lei confere ao proprietário proteção, desde que prove que está ou estava na posse da coisa, e que fora esbulhado ou esteja sendo perturbado. Este não precisa recorrer ao juízo petitório, basta-lhe o ingresso em juízo possessório. Normalmente, o juízo possessório não ajuda alegar o domínio; já no juízo petitório, a questão de posse é secundária. 
 Normalmente, a defesa do direito violado ou ameaçado se faz através de recurso ao Poder Judiciário. Contudo, há casos em que a vítima tem a possibilidade de defender -s e diretamente (defesa legítima) com seus próprios meios, contanto que obedeça aos requisitos legais. Porém, a reação deve seguir imediatamente à agressão e deve s e limitar ao indispensável, ou seja, os meios empregados devem ser proporcionais à agressão, pois, caso contrário, haverá excesso culposo.
As ações possessórias são fundamentalmente três: 
A ação da manutenção de posse – concedida ao possuidor que, sem haver sido privado de sua posse, sofre turbação. Através do interdito, pretende obter ordem judicial que ponha termo aos atos perturbadores. 
A ação de reintegração de posse – concedida ao possuidor que foi injustamente privado de sua posse.
O interdito proibitório – concedido ao possuidor que, tendo justo receio d e ser molestado ou esbulhado em sua posse, pretende ser assegurado contra a violência iminente. Pede, portanto, ao Poder Judiciário que comine a quem o ameaça pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito.
Outras ações possessórias:
 Imissão na posse: o proprietário, através da transcrição de seu título, adquire o domínio da coisa que o alienante, ou terceiros, persistem em não lhe entregar; 
 Nunciação de obra nova: impede que nova obra em prédio vizinho prejudique o confinante; 
 Embargos de terceiro e possuidor: o legislador confere a quem, a fim de defender os bens possuídos, não sendo parte no feito, sofre turbação ou esbulho na posse de seus bens, por efeito de penhora, depósito, arresto, sequestro, venda judicial, arrecadação, partilha, ou outro ato de apreensão judicial. Ações possessórias no Direito Rom ano: No Direito Romano, a posse era defendida por interditos possessórios que visavam, alguns, a conservação da posse e outra sua recuperação
2. A percepção dos frutos: Sendo vencedor na ação reivindicatória, o proprietário reivindicante tem o direito de receber do possuidor vencido a coisa reivindicada. Porém, indaga -se qual o destino dos frutos pendentes ou das benfeitorias realizadas na coisa durante a posse, e, por outro lado, o prejuízo pelos estragos e deteriorações experimentadas pela coisa principal no período. Para solucionar estas questões, o legislador deve verificar se o possuidor agia de m á ou boa-fé. 
3. A responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa: Também aqui é diferente a atitude do legisla dor, conforme a natureza da fé do possuidor. Caso o possuidor tenha agido de boa f é, a lei determina que ele não responde p ela perda ou deterioração da coisa a menos que tenha s ido culpado. Entretanto, o possuidor d e má fé responde pela perda ou deterioração da coisa em todos os casos, mesmo que decorrentes do fortuito ou força maior, só se eximindo com a prova de que se teriam dado do mesmo m odo, ainda que a coisa estivesse em mãos do reivindicante.
 4. As benfeitorias e o direito de retenção: ainda quanto às benfeitorias, o legislador discrimina entre o possuidor de boa e má-fé. O primeiro tem direito à indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis, podendo levantar as voluptuárias que não lhe forem pagas e que admitirem remoção sem detrimento da coisa. Pelo valor das primeiras, poderá exercer o direito da retenção, conservando a coisa alheia além do momento em que a deveria restituir. A o possuidor de mAFé serão ressarcidas som ente as benfeitorias necesárias, porque estas deviam ser efetuadas estivesse a coisa nas mãos de quem quer que fosse, sob pena de deterioração ou destruição. Entretanto, ele não adquire o direito de retenção para garantir o pagamento de referida indenização.
REGISTRO
O registro é ato posterior à matrícula em que, mediante a apresentação de um título constitutivo e no caso da Usucapião declaratório, a propriedade imobiliária ou a constituição de um direito real sobre coisa alheia é registrada, entre outros atos arrolados no art. 167, da Lei 6.015/73.
REGISTRO DO TITULO TRANSLATIVO"Adquire-se a propriedade imóvel: I - Pela transcrição do título de transferência no registro do imóvel."
Hoje, no Novo Código Civil Brasileiro, tal instituto é abraçado pelo artigo 1245, que reza in verbis.
 “Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.”
Quando a lei refere-se a "título de transferência" ou a “título translativo”, ela determina a forma em que se processa a transação do negócio imobiliário.
Verifica-se do art. 1.245 do Código Civil que os imóveis são adquiridos pelo registro do título aquisitivo, pela acessão, pela usucapião, pelo casamento (dependendo do regime) e pelo direito hereditário. No direito brasileiro o contrato não transfere o domínio, regra que emana do art. 1.267 do Código Civil
Portanto a Escritura Pública lavrada em notas de tabelião, referente à aquisição da propriedade, apesar de ser dotada de fé pública, consubstanciando título hábil a transferência da propriedade, por si só, não faz prova de domínio, para tanto deve ser levada a registro junto ao Registro de Imóveis. 
Ou seja, é abandonada a Transcrição, para que seja usada a Matricula. Possuindo a Matricula, talvez, várias fichas/folhas. A vantagem que a Matricula tem sobre a Transcrição é que em uma ficha você conseguirá ver tudo sobre o imóvel, constando na Matricula, Registros e Averbações.
Averbações: são atos e fatos sobre o imóvel, porém sem alterar a titularidade de tal.
CARTÓRIOS
Cartórios Judicias: estão ligados diretamente ao Poder Judiciário, são as Secretarias do Juízo, tais como Cíveis, Criminais, Juizados Especiais, Família, Sucessão, Fazenda Pública, etc. Os escrivães e demais funcionários são concursados e seus pagamentos são realizados pelo Estado.
Cartórios Extrajudiciais: não integram o Judiciário, só sendo fiscalizados por ele. São os cartórios de Registro Civil, Tabelionatos de Protestos, Ofícios e Notas, Registro Imobiliário, etc. Os titulares do cartório recebem parte dos emolumentos que os cidadãos pagam pelo serviço prestado, e os demais funcionários são contratados e pagos pelo titular do cartório, e não pelo Estado.
ACESSÃO
Ato pelo qual a pessoa que possui, com a intenção de ampliar o tempo de posse, acrescenta ao prazo de sua posse o prazo em que a teve o antecessor, contando que como a outro, essa seja contínua e pacífica. É, pois, o direito de somar as posses. São duas as espécies de acessão: 
 acessão por sucessão: ocorre na sucessão a título universal. Nesse caso, opera-se obrigatoriamente a soma das posses, isto é, o sucessor universal continua a posse de seu antecessor; se esta era injusta, a dele também será, não havendo como se desvincular do vício que a inquina.
É o que dispõe o art. 1.207, 1.ª parte, do CC: “o sucessor universal continua de direito a posse de seu antecessor”. Sucessor a título universal , “é aquele que substitui o titular primitivo na totalidade dos bens, ou numa quota ideal deles, como no caso do herdeiro”.
 acessão por união. A acessão por união ocorre na sucessão a título singular. Nesse caso, a soma do tempo de posse é facultativa. É o que dispõe a segunda parte do art. 1.207 do CC: “ao sucessor singular é facultado unir a sua posse à do antecessor, para os efeitos legais”.
Aquisição da propriedade pela acessão
Acessão é modo originário de aquisição do domínio, através dos acréscimos ou incorporação, natural ou artificial, de bem inesperadamente. Assim, são acréscimos que a coisa sofre no seu valor ou no volume em razão de elemento externo, normalmente pela natureza. Ou seja, trata – se de um modo aquisição da propriedade mobiliaria mediante a união física de uma coisa à outra aumentando o volume de bem principal. Ela pode ser natural ou artificial, são as construções e plantações. Está no art.1248, CC. São presumidamente:
Formação de ilhas – art. 1249: A ilha é a aquisição do domínio pelo acréscimo ou incorporação de bem inesperado. Pode ser pela acessão natural;
Aluvião – art. 1250: É o acréscimo lento formado nas margens dos rios, que importa em aquisição para o proprietário do imóvel, segundo o princípio do “o acessório segue o principal”, trata-se no caso de aluvião decorrente de fato natural;
Avulsão – art. 1251: É desmembramento súbito por força da corrente de água, que desfigura o imóvel tornando-o total ou parcialmente impróprio para o uso. Neste caso o dono poderá reclamar indenização, no prazo decadencial de um ano, não havendo a possibilidade de remoção;
Abandono de álveo – art. 1252: O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo;
Por construções e plantações ou Acessões Artificiais – art. 1253 a 1259: São decorrentes de conduta humana e podem ser móvel e imóvel. Se imóvel próprio é considerada como benfeitoria, se imóvel alheio é considerada mera acessão ou coisa, p.ex: plantação, semeadura.
 ~~ Diferença entre acessões artificiais e benfeitorias reside no fato de que as acessões artificiais são obras que criam uma coisa nova e que se aderem à propriedade anteriormente existente e as benfeitorias são as despesas feitas com a coisa, ou obras feitas na coisa, com o fito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. ~~
USUCAPIÃO
Usucapião é um modo de aquisição da propriedade e ou de qualquer direito real que se dá pela posse prolongada da coisa, de acordo com os requisitos legais, sendo também denominada de prescrição aquisitiva.
Espécies
A usucapião pode recair tanto sobre bens móveis quanto sobre imóveis, sendo a usucapião sobre bens imóveis ficará discriminados em três espécies: extraordinário, ordinário e especial (rural e urbana).
Usucapião extraordinário, previsto no artigo 1.238 do Código Civil, tem como requisitos a posse ininterrupta de 15 (quinze) anos, exercida de forma mansa e pacífica com ânimo de dono, que poderá ser reduzida para 10 (dez) anos nos casos em que o possuidor estabelecer no imóvel a sua moradia habitual ou nele tiver realizado obras e serviços de caráter produtivo. 
Usucapião ordinário está prevista no artigo 1.242 do mesmo diploma legal e tem como requisitos a posse contínua, exercida de forma mansa e pacífica pelo prazo de 10 (dez) anos, o justo título e a boa-fé, reduzindo esse prazo pela metade no caso de o imóvel "ter sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante em cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico", nos termos do artigo 1.242, parágrafo único do CC.
Usucapião rural, também denominado pro labore, tem como requisitos a posse como sua por 5 (cinco) anos ininterruptos e sem oposição, de área rural não superior a cinquenta hectares, desde que já não seja possuidor de qualquer outro imóvel, seja este rural ou urbano. Ainda apresenta como requisito o dever de tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia. Já a usucapião urbana, também denominado de pro misero ou pró-moradia, tem como requisitos a posse sem oposição de área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados por 5 (cinco) anos ininterruptos, utilizando-a como moradia sua ou de sua família, sendo vedada a posse de qualquer outro imóvel. A usucapião rural e urbano estão previstas nos artigos 1.239 e 1.240 do CC, respectivamente.
Usucapião urbana, o art. 183 da Constituição Federal, o art. 9º do Estatuto da Cidade e o art. 1.240 do Código Civil em vigor disciplinaram tal modalidade de usucapião. Os requisitos para a usucapião especial urbana são, portanto, área urbana máxima de 250m², a utilização como moradia, a posse tranquila e sem oposição e não possuir o requerente outro imóvel. A área a que se refere a norma abrange o terreno e eventual construção sobre ele erguida, ante o conteúdo do art. 9º. do Estatuto da Cidade. Quando a posse é exercida sobre área superior a 250m2, não é possível a aquisição da propriedade através da usucapião especial urbana, ainda que o pedido restrinja a dimensão do que se quer usucapir.
Usucapião indígena, Tal modalidade especial de usucapião acha-se regida pela Lei nº. 6.001/73 que, em seu artigo 33, estabelece:“ O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinquenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena”. Caso o indígena esteja reintegrado à comunhão nacional ou tenha êxito em sua solicitação da liberação da tutela, poderá diretamente propor a ação de usucapião, ou, então, deverá fazê-lo com a assistência da FUNAI. Deve o índio possuir a área rural, inferior a 50 hectares, como sua, por um período de 10 anos consecutivos.
Usucapião Extrajudicial (NCPC), O novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/15) regula, em seu artigo 1.071,[1] um procedimento administrativo extrajudicial para o usucapião de bens imóveis. O que há de novo, contudo, é a generalização do procedimento a qualquer suporte fático de usucapião em que haja consenso, ampliando sensivelmente o âmbito de aplicação do instituto. Com base no artigo 1.071, a Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73) passa a ser acrescida do artigo 216-A, que regula o procedimento do usucapião a ser requerido perante o oficial de registro de imóveis.
Usucapião Administrativa – Lei minha casa/ Minha vida – art.60 | art. 183 CF
Regularização Fundiária (art 33 e seguintes)

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