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Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
 
 
 
 
 
Anotações de IEC I (2º módulo; 1º 
horário) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
1. Canto VIII da Eneida vs. Canto XVIII da Ilíada 
 
a. Canto VIII (Eneida); 
Ekphrasis do escudo de Eneias: 
I. Passa a ser um exercício de formação para o orador (ekphrasis em geral); 
II. Chave de leitura do poema no qual está inserido (Eneida); 
III. O escudo de Eneias descreve toda a linhagem de governantes romanos, isto é, 
história de sua fundação e prosperidade; 
IV. Passagem do nada para o tudo: meninos alimentados pela loba (prostituta?) até o 
grande império romano. ↔ É representado no escudo de Eneias. 
O escudo redondo é o mundo. ↔ Roma = mundo = escudo redondo: 
I. Ideia de mundo circular. Toda a tradição considerava o mundo redondo; 
II. Essa ideia é importante para Eneias, pois, no canto XVIII da Ilíada, descreve-se, 
no escudo, o universo e isso pode ter influenciado a Eneida. 
 
b. Canto XVIII (Ilíada). 
 
I. O escudo de Aquiles descreve duas cidades em guerra. A descrição do escudo 
reflete o todo do poema, isto é, a guerra de Troia; 
II. A descrição da guerra de Troia na muralha de Cartago, outra ekphrasis, também 
funciona de modo a representar o todo; 
III. A ekphrasis mais significativa é o canto XVIII da Ilíada. É importante em vários 
pontos e comentadores a interpretam de variadas maneiras; 
IV. O escudo de Aquiles passa a ser uma imagem épica. Sendo assim, para os poetas 
menores, abandonar o escudo passa a significar abandonar a poesia épica. ↔ 
Escudo passa a ser sinônimo de fazer poesia; 
 
c. Observações 
 
I. Os escudos são fabricados pelo mesmo deus (Para os gregos, Hefesto; para os 
romanos, Vulcano) e a pedido das mães dos heróis; 
II. As armas serão utilizadas na batalha decisiva de suas respectivas obras; 
III. A descrição do escudo de Aquiles é feita durante sua fabricação (ponto de vista 
do poeta); 
IV. A descrição do escudo de Eneias é feita por ele mesmo (ponto de vista do herói); 
V. A imagem do escudo não é narrável, mas Vírgilio a narra mesmo assim: 
emulação da palavra em relação à pintura, isto é, ressaltar de um caracterizador 
propriamente helenístico; 
VI. A epopeia pode falar do incrível por não ser representada no palco. Ao contrário 
do drama, ela usa apenas palavras e, desse modo, pode propor ações fantásticas, 
as quais seriam “ridículas” se fossem postas em um palco. 
 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Poesia lírica, iâmbica e elegíaca (Foco em poesia iâmbica) 
Poesia lírica; 
Poesia iâmbica; Não consideradas como poesia para Aristóteles, mas podemos. 
Poesia elegíaca. Mas podemos utilizar sua poética para estuda-las. 
 Modernamente, todos são líricos-românticos. 
 
Épica: Homero/hexâmetro datílico/feitos de reis e tristes guerras; 
Elegíaca: não se sabe (discussão entre poetas e bibliotecários)/dístico 
elegíaco/lamentações, votivo, lamento do amor (romano). 
 
O gênero elegíaco deriva do épico tanto por parte dos poetas como pela métrica. 
 
Drummond e Bandeira escreveram elegias. E, apesar de estarem subordinadas ao gênero 
romântico moderno, conservaram algo de sua origem, isto é, a lamentação. 
 
1. Elegia 
Pode ser sobre a morte do irmão (arcaico), do soldado e etc. Mas, para os romanos, o 
tema da elegia é o amor (eros). 
Meio: tomando como derivada da épica, é narrativa (recitativa, usa apenas a palavra); 
Modo: narrativo simples (poeta não empresta a fala); 
Objetos: homens iguais a nós (gênero médio). 
↕ ↕ ↕ 
Ponto de vista Aristotélico. 
2. Lírica 
Hino: deuses; 
Ecônio: filhos; 
Erótica: cuidado dos jovens (amor); 
Escólio: vinhos; 
Epinício: pugilistas, jogos e etc. 
 
Não há metro que classifique a poesia lírica. Há uma multiplicidade de sistemas 
métricos que reflete a multiplicidade da matéria. No hino, por exemplo, existem 
subdivisões. 
Metros vários = metros logaéticos. 
Logos: fala. Misturar o elevado e o humilde ↔ verso médio ↔ Lírica é média 
Aético: aedo. pela sua multiplicidade. 
 
Modo: narrativo simples (o que fez surgir o conceito atual de poesia do “eu”); 
Meio: harmonia, ritmo e palavra (ao mesmo tempo). Difere da Comédia/Tragédia por 
ter ritmo, palavra e harmonia ao mesmo tempo; 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Objeto: homens iguais a nós. 
 
Lírico: o termo surge no século III a.C. (período helenístico). Antes disso, chama-se 
poesia mélica, denominação arcaica. Quando se criou a biblioteca de Alexandria, os 
arcaicos passaram a ser chamados de líricos. 
 
Lírico ↔ lira (arcaico). 
 
Monótica: uma pessoa cantando. 
Coral: um grupo de pessoas cantando. 
 
Não se cantava no período helenístico. 
 
O principal poeta lírico foi Píndaro, um tebano; ele escrevia epinícios. 
Safo escrevia poesia erótica. 
 
3. Iâmbica (principal tema do segundo módulo do curso) 
Iambo: | – u |. 
Embora não haja um metro que caracterize a poesia iâmbica, há um pé que caracteriza 
todo o gênero. 
Trímetro iambo (fala): elocução humilde ↔ gênero humilde, portanto, usa-se palavras 
baixas. 
Matéria e motivação: raiva (fundamental como motivadora). 
Inventor do gênero: Arquíloco (V a.C.). 
Aristotelicamente: 
Meio: simples verbo; 
Modo: narrativo simples na maioria das vezes; 
Objeto: homens inferiores a nós. 
 
CRITICAR O VÍCIO! 
Contradição: para criticar, o poeta tem que ser virtuoso, sem vícios; mas ele tem essa 
raiva excessiva, que é um vício. 
3.1. Histórias iâmbicas 
 
a. Arquíloco ia se casar com Neóbula (neo: nova; bula: vontade); O pai de 
Neóbula, Licambes (passo do lobo), desiste do trato. Como foi traído pela 
palavra, Arquíloco disse que faria uma poesia tão forte, que matará toda a 
família de Neóbula e, de fato, todos se mataram 
b. Hipônax não queria ter sua feiura retratada em uma estátua, mas Búpalo o fez. O 
poeta, por isso motivado, disse que faria uma poesia tão forte, que todos se 
matariam e, novamente, todos se mataram. 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Trímetro iambo: seis iambos simples. 
Poesia iâmbica tem uma dimensão política. Por esse motivo, tem uma relação com a 
comédia, que também tem relação com política e uma matéria humilde. 
Característica: comparação com animais (símile). Arquíloco, por exemplo, utilizava-
se de fábulas. 
Matéria sexual ↔ lugar comum. Compõe o calão juntamente com os nomes de 
animais. 
Como rebaixar o outro por meio da palavra? Com matéria sexual e comparação com 
animais. 
Perenizar o adversário como vicioso ↔ contrapõe-se à perenização positiva. 
Objetivo de fazer rir tem relação com a Comédia. 
Pereniza o adversário com vicioso e o poeta como virtuoso. 
Felação é prática comum na poesia iâmbica, pois, como prática sexual, é um modo 
de rebaixamento. A passividade também é vista assim; o cidadão só pode ser o 
ativo. 
Dizem que a poesia iâmbica surgiu de Iambé, uma escrava (etiologia da criação do 
gênero). 
A escrava (humilde)dança, faz gracejos (riso) e mostra suas partes (sexual) para a 
deusa que perdeu a filha. 
O gênero sempre foi censurado: não aparece nos séculos XVIII e XVII. 
G. de Matos e Bocage/poesia de escárnio e maldizer vêm da iâmbica. 
Ideia difamatória é lugar comum na iâmbica ↔ não para um grupo, mas para todos. 
Perenidade em dois pontos de vista distintos: bela x viciosa. O poeta pode cantar a 
mulher como a mais bela ou com a mais viciosa. 
Ideia do riso ↔ Comédia. 
Justifica crítica a Aristóteles: iâmbica é tão universal (Licambes e Neóbula 
como história falsa) quanto a Comédia. 
Jovem (poeta) ↔ velha não causa amor/excitação. Velhos são bem supostos na 
filosofia. 
LUGAR COMUM NA ANTIGUIDADE: mulher ser volúvel. Vênus nasce do 
mar, que, ora quer uma coisa, ora quer outra. 
Inverno ↔ velhice: lugar comum. 
Composição da velha que não sacia sexualmente e não produz o desejo por ser 
velha: lugar comum. 
FIDELIDADE, não quebrar o pacto ↔ importante para a poesia iâmbica. 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Comparação com animais é importante, principalmente para Arquíloco (fábula). 
Pode ser negativa (principal da iâmbica) ou positiva (presente em Arquíloco). 
 
 
 
 
Quando helenísticos faziam epigramas tumulares para os iâmbicos, diziam que havia 
vespas nos túmulos dos poetas. 
 
IMPORTANTÍSSIMO: 
 
POETAS BEBEDORES DE VINHO: Homero, Arquíloco e etc. Poética da inspiração 
↔ vinho, doideira, inspiração. 
 
POETAS BEBEDORES DE ÁGUA: Helenísticos. Poética da técnica. 
 
Helenísticos escolhem HIPÔNAX como bebedor de água em detrimento de 
Arquíloco, pois Hipônax vituperava em relação às artes (Búpalo, o escultor), uma 
espécie de crítica. 
 
ARQUÍLOCO: CRITICA UM PAI DE FAMÍLIA ↔ POESIA MORAL. 
HIPÔNAX: CRITICA UM ESCULTOR ↔ CENSURA ARTÍSTICA. 
 
 
Hipônax 
 
Búpalo: falo do boi (antífrase). 
Vitupério às avessas: tinha um falo diminuto. Ou significa que ele só pensava em sexo 
(vicioso). 
 
Hipônax é considerado o inventor da paródia, pois não há esse recurso em 
Arquíloco. 
Hipônax faz paródia de Homero e isso agrada aos helenísticos. 
Para esses helenísticos, Hipônax foi um pré-helenístico. 
 
Hipônax se coloca na poesia, Arquíloco não. Escolha dos helenísticos. 
Hesíodo se coloca na poesia, Homero não. 
 
HIPÔNAX É O INVENTOR DO COLIAMBO (IAMBO MANCO). 
Autor no sentido clássico: acrescenta algo. 
 
Manco: cômico, feio ↔ métrica ↔ metro adequado à matéria. 
 
Característica: apresenta o pharmakós, que não aparece em Arquíloco. 
Píndaro era mélico, conhecido 
pelos epinícios. Era o príncipe 
dos poetas para os helenísticos. 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Pharmakós: é o pior de todos, o mais vicioso da sociedade; reúne todo o mal, todo o 
vício. 
 
Ritual de purificação ↔ dimensão mágico-religiosa (aparece mais em Hipônax). 
 
Defixiones: placa de chumbo com inscrições desejando o mal de alguém. Era enterrada. 
Produzir uma poesia que matará o adversário. 
Imprecação ↔ própria da poesia iâmbica. 
Desejar a morte pela palavra que se cumpre: dimensão epódica. 
EP: in; ODO: cantus = encanto. 
FAZER UMA POESIA QUE É UMA MAGIA. 
 
É o que Dido faz com Eneias no canto IV. 
 
Hipônax já era conhecido em seu século. 
Há proximidade entre iâmbica e Comédia: 
Baixas; 
Causam riso; 
Matéria sexual. 
 
Elocução: escolha das palavras. 
RELAÇÃO DE ADEQUAÇÃO: verso vicioso (coliambo) para matéria viciosa. 
 
 
Calímaco 
 
Calímaco escolhe um metro: coliambo; e isso mostra quem é seu modelo: Hipônax. 
O metro já caracterizava o gênero na antiguidade. 
 
Metro adequado ao gênero. 
 
Oposição entre mélico (louvor) e iâmbico (vitupério). 
 
Os helenísticos deram significado para poesias que não estavam lá inicialmente 
 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
 
 
Todas as edições dos arcaicos feitas por helenísticos começam por hinos (elevados). 
 
Helenísticos → gêneros breves. 
 
Gênero da brevidade: epigrama. Calímaco era autor de epigramas. 
Brevidade caracteriza Calímaco (um grande livro é um grande mal). 
 
Batíada = Calímaco. 
Era hábil (não inspirado, bebedor de água) no canto. 
Vinho é para rir e para alegrar. 
Epigrama: breve e relacionado à brincadeira. 
 
Iambos de Calímaco 
 
Compôs livros de iambos em coliambo e dialeto jônico; 
Diz para o leitor qual é o seu modelo no fr. 191 (Hipônax); 
Compra-se um boi por um óbulo = Hades; 
Hipônax é ressuscitado e é ele quem faz um discurso para os poetas/filólogos 
alexandrinos; 
Hipônax modificado, não cantará contra Búpalo. Pode ser um ateunador da 
iâmbica (leptos); 
Lépido caracteriza a poesia iâmbica; 
É o que Apolônio de Rodes faz, esse atenuar, ao introduzir o amor na guerra. 
Calímaco faz o mesmo com a poesia iâmbica → HELENÍSTICO. 
 
O helenístico não pensa só em seu livro, mas sim em toda a sua obra: 
Passagem dos Aetia aos Iambis (Calímaco); 
Assim como fez Virgílio: bucólicas (aproveitar o campo), geórgicas (trabalhar no 
campo) e épica (lutar pelo campo, as enxadas viram armas); 
M
él
ic
o
 
Hino; +ELEVADO 
Encômio; 
Epinício; 
Erótica; 
Escólio. -ELEVADO 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Editoração para a poesia, chave de leitura programática. 
 
PRIMEIRO POEMA: PROGRAMA POÉTICO DO LIVRO. 
 
Fr. 191 de Calímaco. →↑ 
Traz modelo de iâmbica de Calímaco: Hipônax atenuado. 
 
Fr. 191, pt. 26-36 
Paródia de Homero: fez o que Hipônax fez; pega duas ideias homéricas e condensa → 
ideia da brevidade helenística. 
 
ANOTAI MEU DISCURSO. → ideia do livro. 
 
O epigrama é querido pelos helenísticos pela brevidade e por comportar, desde sua 
origem, a ideia de escrita. 
 
NÃO FAREI LONGO. → ideia da brevidade. 
 
Jorge Luís Borges: Calímaco moderno. 
Sempre compôs contos e poemas, nunca romance ou nada longo. 
Sempre quiser bibliotecário; 
Erudito, buscava versões desconhecidas. 
 
SETE SÁBIOS SÃO CITADOS NO PRIMEIRO IAMBO DE CALÍMACO. 
 
Buscar edições menos conhecidas para mostrar erudição. → Helenístico. 
Cita os sete sábios, mas de uma tradição diferente da de Hipônax. 
 
1º iambo: na época de Calímaco; 
2º iambo: tempo distante, quando animais ainda falavam. 
 
Jogo helenístico: o modelo é Hipônax, mas um Hipônax atenuado; o segundo 
iambo usa uma fábula, característica de Arquíloco, e o coliambo, característica de 
Hipônax. → Mistura helenística, como no canto quarto da Eneida. 
Erudição: para compor um livro de iambos, é preciso conhecer todos os autores 
iâmbicos. 
 
POIKILIA 
 
Experimento da biblioteca. 
 
Fr. 192, pt. 6-13. 
 
Invectiva ao comparar com animais, crítica poética, discussão da arte dentro da arte, 
metapoesia. 
 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Calímaco pensa a poesia como um livro → livro de iambos. 
Iambos atenuados: os iambos dos arcaicos levavam os adversários à morte, os de 
Calímaco não. 
 
 
Livro de iambos de Calímaco 
1º iambo 
Dialeto jônico; 
Metapoético; 
Coliambo. 
 
2º iambo 
Dialeto jônico; 
Metapoético; 
Coliambo; 
Crítica a poetas; 
Papagaio: imita o som, imitação servil; 
Comparação com a voz do asno, na tradição helenística, é comum.A CRÍTICA ARTÍSTICA É IMPORTANTE EM CALÍMACO. 
 
3º iambo 
Dialeto jônico; 
Coliambo; 
Fala do tempo em que Apolo e as musas eram cultuados; 
Crítica ao tempo presente em relação ao tempo passado, no qual havia mais virtude; 
Crítica moral ao dinheiro; 
O poeta iâmbico é pobre, não se vende por dinheiro. 
 
4º iambo 
Dialeto jônico; 
Coliambo; 
Fábula sem animais; 
Loureiro → árvore associada a Apolo; 
Oliveira → árvore associada à Atena; 
Disputa entre um grupo político na qual não há espaço para um terceiro. 
 
APOLO É RECORRENTE NA OBRA DE CALÍMACO. 
 
1º iambo; 
2º iambo; Dialeto jônico e coliambo. Catásticos: coliambo do começo ao 
3º iambo; Falam sobre poesia. Fim. 
4º iambo. 
 
5º iambo 
Dístico: há uma mudança métrica em relação aos anteriores; 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
→ Primeiro verso: coliambo. 
→ Trímetro iâmbico. 
Dialeto jônico. 
 
Quando se muda o metro, muda-se, por consequência, a matéria. → Adequação: há 
um metro adequado para a métrica e vice-versa. 
 
POEMA DE PASSAGEM: marca o fim da primeira parte e o início da segunda. → 
importância do livro. 
 
Fogo = amor. 
Mantém os cavalos furiosos longe da corrida = longe do amor. 
 
USO DE METÁFORA/ALEGORIA → oráculo: conselho obscuro. 
 
Conta a história de um professor Apolônio; 
Possível referência a Apolônio de Rodes; → Poetas que divergem, relação com o iambo 
quarto. 
Loureiro; 
 
CONSELHO: PALAVRA-CHAVE. 
CONSELHOS NÃO SÃO CRÍTICAS; E SE O SÃO, VÊM DE MANEIRA 
SUBJETIVA → ATENUA AINDA MAIS. 
 
O fato de dar um conselho nesse poema consiste na mudança de matéria. 
 
6º iambo 
Dialeto dórico; 
Dístico: trímetro e itifálico (mudança completa); 
 
Dirige-se a um amigo que vai navegar. Para fazer isso, ele descreve a estátua de Fídias. 
→ Descrição da arte. 
 
Hipônax critica um escultor Inversão total. 
Calímaco elogia um escultor 
 
SEM GUERRA CONTRA BÚPALO. 
 
CRÍTICA ATENUADA → CONSELHO → LOUVOR. 
 
PROPEMPTIKON: discurso de boa viagem (lírico). 
 
Isso, em um livro de iambos, é a tão comum mistura helenística. 
 
Experimentação: é também o que faz Apolônio de Rodes ao dar maior relevância ao 
amor na épica. 
 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
7º iambo 
Dístico: trímetro iâmbico e itifálico (por assim ser, compartilha matéria com o sexto 
iambo); 
Fala sobre um escultor; 
Fez o cavalo de madeira, era um hábil escultor; 
Poema etiológico; 
Como a estátua chegou a Eno; 
ABANDONOU A INVECTIVA DESDE O IAMBO SEXTO. 
 
8º iambo 
Dialeto jônico; 
Não se sabe se é dístico, mas se supõe, pois tem um trímetro iâmbico; 
EPINÍCIO: LOUVOR DIRETO. 
6º e 7º começaram a construir o louvor que culminou no epinício do 8º. 
 
Unitário na segunda parte. 
 
Louvor; 
Todos os dísticos começam com um trímetro iâmbico; 
 
CALÍMACO = AUTOR = TRAZ NOVIDADE. 
 
9º iambo 
Dialeto dórico; 
Trímetro iâmbico; 
Estátua aparece de maneira iâmbica; 
Matéria sexual; 
Quebra o discurso de louvor e introduz o cômico/sexual. 
 
10º iambo 
Dialeto jônico; 
Trímetro iâmbico. 
 
PODERIA HAVER UMA PARTE CATÁSTICA APÓS O OITAVO IAMBO. 
 
12º iambo 
Rompe com o iambo e introduz o troqueu; 
 
13º iambo 
Dialeto jônico; 
Coliambo; 
Crítica poética. 
 
COMPOSIÇÃO EM ANEL: retomou o início do livro. 
 
Linhas gerais: 
 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Composição em livro diferencia Calímaco de Hipônax e Arquíloco; 
Calímaco propõe uma poesia iâmbica atenuada; 
Hipônax sem a batalha contra Búpalo; 
 
1ª parte do livro (1-4): Coliambo e dialeto jônico. 
5º poema: transição. 
2ª parte (6-12): polimetria. 
 
13º IAMBO: POSSÍVEL CONCLUSÃO DO LIVRO. 
 
Volta o coliambo (retorno da métrica), o dialeto jônico e a matéria, isto é, composição 
em anel. 
Calímaco defende sua poesia. 
Forja/imagina uma crítica e se denfede. 
Ideia da metamorfose. 
 
Diz-se que há 17 poemas no livro de iambos de Calímaco, apesar do iambo de número 
treze fechar como anel. Esses quatro poemas são mélicos e importantes para Catulo e 
para Horácio. 
 
O POEMA 14 DE CALÍMACO É FEITO EM HENDECASSÍLABO FALÉCIO. 
CATULO SE BASEIA EM CALÍMACO. 
 
 
Catulo (I a.C.; anterior a Virgílio) 
Livro de Catulo: 116 poemas. 
1-64: polimétrico. →→→ Referência a Calímaco. 
65-116: monométrico (Dístico elegíaco). →→→ Referência a Calímaco. 
 
Catulo tem Calímaco como modelo. 
Hendecassílabo falécio → principal metro de Catulo por ter visto em Calímaco. 
 
IAMBOS ESTÃO NA PRIMEIRA PARTE (POLIMÉTRICA) 
 
Perenidade no iambo: imortaliza o vicioso como vicioso. 
Vício físico reflete um vício moral. 
Hefesto é significativo na iâmbica por ser manco (coliambo). 
 
Quando se faz a crítica, o alvo é o que se costuma ser o que se louva: bunda, pernas e 
etc. 
 
Catulo 16 (pg. 80) 
 
Primeiro e último versos caracterizam a iâmbica; 
Aurélio e Fúrio leram os versos de maneira equivocada: biografista. O que escreve é o 
que o poeta é (pensar assim é errado). 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Catulo diz que isso é errado; os versos são fictícios, não há leis nos versos. 
 
Não é próprio do cidadão romano ser passivo ou felador; isso é próprio de personagens 
baixas: mulheres e meninos. 
 
Catulo 22 (pg. 82) 
 
Ideia de urbanidade: refinado, culto e erudito. 
Importante. 
Embora urbano, faz versos longos. 
Crítica a uma poética. 
Poesia falando sobre poesia é recorrente em Catulo (helenístico). 
 
Catulo 69 (pg. 144) 
 
Em dístico elegíaco. 
69 e 71 estão próximos no livro e se relacionam. 71 ganha sentido após a leitura do 69 
(ideia editorial). 
 
Catulo 71 (pg. 145) 
 
Dístico elegíaco. 
Uma não fugiu de Rufo, por isso, um pegou o vício do outro. 
Só alguém com vício poderia relacionar-se com Rufo. 
Relacionar-se com Rufo é um vício moral. 
 
Horácio (I a.C.) 
Círculo de Mecenas; 
Amigo de Virgílio; 
Conhece Catulo; 
☺ O livro de Catulo reúne elegia, mélica e iâmbica. 
Horácio tem um livro de iambos (epodos); 
 
EPODO = POESIA IÂMBICA COM DIMENSÃO RELIGIOSA/MÍSTICA. 
Rival de Horácio: Canídia, a feiticeira. 
 
DÍSTICO EPÓDICO: TRÍMETRO IÂMBICO E DÍMETRO IÂMBICO. 
 
O livro de Horácio tem 17 poemas. Isso indica que ele recebeu o livro de iambos de 
Calímaco com 17 poemas; 
 
XVII: Número de mau agouro. É o fim, indica a morte; no caso, o fim do livro e a 
morte do poeta. 
 
No último epodo, a última palavra é “saída”. Pensamento editorial. 
A primeira palavra do primeiro epodo é “entrarás” 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
O “tu”, no primeiro poema, é o Mecenas e o leitor; 
O livro é um todo: característica helenística. 
 
O LIVRO PODE SER DIVIDO EM DUAS PARTES: 
1ª parte: dez primeiros poemas em dístico epódico. 
 
11º epodo (transição): começa com um trímetro iâmbico e termina com um elegiambo. 
 
2ª parte: sempre começa com um trímetro iâmbico; 
 
17º epodo: o trímetro iambo retorna (anel). 
 
TEM ESTRUTURA CALIMAQUIANA, MAS NÃO SEGUE HIPÔNAX, SEGUE 
ARQUÍLOCO. 
 
Horácioimitou Arquíloco que não invectivava Licambes. Invectiva atenuada. 
Calímaco imitou Hipônax que não invectivava Búpalo. 
 
Imita e emula: ao fazer isso, refere-se à Calímaco, pois os atos de emular e de 
imitar são propriamente helenísticos. Além disso, fá-lo de maneira alusiva, outra 
coisa cara aos helenísticos. 
 
Imita e emula à arcaicos: faz citações diretas, referências “óbvias”, pois era assim 
que os arcaicos faziam. 
 
 
Epodo 6 
 
Comparação com o cão é uma tópica para Horácio. Calímaco, Píndaro e outros 
comparavam poetas iâmbicos com cães, logo, cães podem ser lidos como poetas 
iâmbicos. 
 
Declaração poética: modelos, métrica e etc. 
 
Horácio faz isso na metade da parte ou do livro, diferente de Calímaco, que faz essa 
declaração no início do livro. 
 
Poema programático → metade da primeira parte. 
 
Epodo 1 
 
Amizade com Mecenas → louvor. 
Reverte a estrutura do livro de Calímaco: começa com o louvor. 
Reverte o arcaico: começa com uma amizade, pacto de fidelidade, ao contrário de 
Arquíloco, que começa falando sobre a infidelidade de Licambes. 
 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Louvor (1) → Brincadeira (3) → Invectiva (8) → Invectiva ultraviolenta (10). 
Os epodos de Horácio crescem, no que diz respeito à violência, gradativamente. 
Essa raiva gradativa é comparada ao iambo: | u – |: começa fraco e termina forte. 
 
Horácio imita e emula: Arquíloco, Hipônax, Calímaco e Catulo. 
 
A primeira parte é mais violenta do que a segunda. E a atenuação se dá por conta de 
uma mudança métrica. 
 
Epodo 10 
 
Conclusão da primeira parte; 
Dístico epódico; 
Muito violento; 
O adversário mal cheiroso é uma tópica; 
Relação com Ode 1,3 do próprio Horácio, na qual faz um propemtikon para Virgílio; 
Refere-se aos ventos; 
Ajce: menção à Odisseia corrobora a hipótese do vitupério ser para um mau poeta épico. 
Bode: fedido/há algo que sexual nessa referência. 
 
Há um crescimento da raiva, que é adequado ao metro. 
1-10: todos têm o iambo como base: começa fraco e termina forte. 
 
Epodo 11 
 
Poema de transição; 
Trímetro iâmbico e pentâmetro (base datílica) → novo elemento métrico; 
Novo elemento métrico é acompanhado de uma nova matéria; 
Pé datílico é maior do que o pé iâmbico; 
Aparece uma matéria mais elevada; 
O amor aparece sob uma perspectiva elegíaca; 
Ideia de um lamento acompanhado por uma mudança métrica (pentâmetro). 
 
Não quer mais escrever versinhos (trímetro e dímetro) e, por isso, inclui um verso maior 
(pentâmetro); 
Na parte métrica nova, aparece a matéria antiga. 
 
Na parte métrica nova, matéria antiga; 
Na parte métrica antiga, matéria nova. 
 
Parte métrica pesada: versinhos; 
Parte métrica leve: pesado (graui). 
 
Inversão: o amor bagunça a cabeça. 
 
Envolva-me em chamas = fogo = amor. 
Anotações de IEC I (2º módulo) Prof. Alexandre Hasegawa 
Assunto da cidade: algo de iâmbico; 
Também há na métrica o ritmo iâmbico; 
Poeta pobre: iâmbico. 
 
O vinho que aquece e faz falar. 
 
Do epodo 11 para o epodo 12 há uma ideia de continuidade; 
Espera-se que o poeta apareça com um moço ou uma moça bela, mas ele aparece 
com uma velha (humor). 
 
 
Epodo 12 
 
Abandona-se o metro iâmbico; 
O poeta passa a ser invectivado: inversão; 
Vitupério da velha é suave e termina com uma tópica elegíaca. 
 
 
Epodo 17 
 
Poema de conclusão; 
Volta ao trímetro iâmbico; 
Abandona a forma de dístico, apesar de todos os outros poemas assim terem sido feitos; 
Abandona a característica epódica; 
Inversão total da iâmbica: o arcaico levava o adversário à morte; em Horácio, o 
adversário leva o poeta à morte; 
Reconhece o poema como feitiço (epodo), mas não usa o epodo em si; 
 
IDEIA IMPORTANTE: PIÃO QUE GIRA AO CONTRÁRIO. 
 
Pede para que Canídia largue o epodo; 
Poema costurado por ironia; 
Procurava desculpar-se, mas não conseguiu → o pião que não para de girar; 
 
Canídia: velhice/altas temperaturas. 
 
PALINÓDIA: INVECTIVA AO CONTRÁRIO → MENTIROSA → PIÃO QUE 
GIRA. 
 
Conclusão do livro é a morte do poeta.

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