Exercícios Constitucional I

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Direito Constitucional – Exercícios AV2
1) Quais são as três esferas de proteção individual inerentes ao direito à vida ? Fundamente sua resposta e cite os dispositivos constitucionais referentes.
Podemos apresentar o direito à existência, a integridade física e a integridade moral 	como esferas da proteção individual inerentes ao direito à vida. A separação em esferas de proteção auxilia a melhor compreensão daquele que é direito inviolável com garantia fundamental prevista no caput do artigo 5º da CF88.
No âmbito de garantir a existência entende-se pela garantia de nascer com vida, permanecer com vida e morrer de forma natural tendo a proteção da lei para tal. Já a esfera do direito a integridade física propõe resguardar a integridade física do corpo enquanto a esfera do direito a integridade moral visa proteger a pessoa de qualquer lesão de caráter psíquico.
2) O direito de liberdade envolve pelo menos três outras liberdades. Quais ? Fundamente sua resposta. 
O direito a liberdade é um dos elementos essências para a dignidade da pessoa humana de modo que o exercício da vontade se destaca como propriedade do direito a liberdade e se traduz pela consagração constitucional de direito a liberdade de pensamento e a expressão dele, a liberdade de locomoção e a liberdade religiosa.
A constituição cogita da liberdade de expressão de modo direto no Art. 5º, IV, e ,XVI principalmente e garante o direito a liberdade de consciência individual e a expressão de tais pensamentos.
A liberdade de locomoção engloba a possibilidade de ir e vir e permanecer no território nacional ou sair dele. De modo que a restrição ou limitação deste direito se dá apenas em casos específicos previstos em lei.
3) O direito à privacidade protege o indivíduo em quais esferas ? Ainda, comente sobre a privacidade de pessoas públicas. Fundamente sua resposta. 
O direito a privacidade tem por objeto os comportamentos e acontecimentos atinentes aos relacionamentos pessoais de modo geral e é demonstrado entre as esferas do direito à intimidade, à vida privada, à honra e à da imagem como previsto no Art 5º, X. De modo que as pessoas públicas também gozam do direito a privacidade em todas suas esferas sofrendo apenas algumas restrições para que o interesse social seja atendido.
4) Diferencie quebra de sigilo telefônico e interceptação telefônica ?Tais situações constituem violação de algum direito fundamental? Fundamente.
Enquanto a quebra do sigilo telefônico confere acesso aos dados e registros existentes na companhia telefônica sobre as ligações realizadas a interceptação telefônica corresponde à captação da conversa alheia por intermédio de gravações ou escuta. A violação dependerá se os procedimentos atenderem aos procedimentos legais para a devida utilização ou se realizadas clandestinamente, ou seja, sem autorização judicial.
5) Diferencie igualdade material e igualdade formal. Cite exemplos de cada uma delas e comente sobre a previsão de cotas raciais em concursos públicos.
A igualdade formal é a primeira que surgiu e prevê o tratamento igualitário a todos perante a Lei, por exemplo a aplicação de prova escrita para todos os candidatos de um concurso público.
Já a igualdade material é a igualdade efetiva, ajustada as diferenças das pessoas e atendendo as suas necessidades, dando por exemplo aplicação de prova em concursos públicos de forma diferenciada para deficientes visuais. Surge para proteger os grupos desfavorecidos como forma de inclusão, por exemplo as cotas raciais em concursos públicos, percebendo que em sua maioria os que passavam eram de etnia branca e de classe alta.
6) Diferencie direito de reunião e direito de associação Cite exemplos de cada um deles.
O Direito de Reunião é aquele garantido a qualquer pessoa de se agrupar com outras, que tenham um objetivo comum, organizadas em um espaço público e de modo passageiro, pois logo após cumprir objetivo da reunião, o agrupamento se desfaz, por exemplo uma passeata contra a corrupção. Já o Direito de Associação é um agrupamento de pessoas de forma permanente e voluntária, por exemplo um clube. 
7) Quais são os critérios adotados pela CF/88 para a determinação dos brasileiros natos? Cite os artigos.
No artigo 12, inciso I, determina que são brasileiros natos apenas os nascidos: na República federativa, ainda que de pais estrangeiros, que não estejam em serviço de seu país; No estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que qualquer um deles estejam a serviço da República Federativa do Brasil; No estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira ou competente ou venham residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira
8) Em quais hipóteses podemos afirmar que o indivíduo possui dupla nacionalidade ? Cite os artigos.
Uma das hipóteses para o indivíduo ter dupla nacionalidade é quando sua situação de nascimento se vincula aos dois critérios de determinação da nacionalidade primária. Ocorre por exemplo, com filhos oriundos de Estado que adota o critério do ius sanguinis e que nasce em um Estado que adota o critério do ius solis. Conforme art. 12, § 4º, II, a, adicionado pela ECR-3/94,segundo o qual nãos e perde a nacionalidade brasileira no caso de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira.
Outra hipótese de dupla nacionalidade se dá quando a norma de outro Estado impõe a naturalização ao brasileiro nele residente, como condição de permanência em seu território ou do exercício de direitos civis conforme art. 12, § 4º, II, b adicionado pela ECR-3/94.
9) É correto afirmar que odo cidadão brasileiro é nacional do Brasil e que todo nacional do Brasil é cidadão brasileiro? Fundamente.
Nem todo cidadão brasileiro é nacional do Brasil, além da nacionalidade originária, aquela que decorre da origem do indivíduo, de onde ele nasceu, também existe a nacionalidade derivada ou secundária que decorre de um ato de vontade, artificial. Está relacionado com a naturalização, um processo que você pede para abrir para ser naturalizado em determinado país. Nem todo nacional do Brasil é cidadão brasileiro, ou seja, nem todos que nascem no Brasil recebem a nacionalidade brasileira como é o exemplo dos nascido no Brasil, filhos de estrangeiros que estejam aqui a serviço de seu país de origem.
10) De que forma os estrangeiros são impedidos de entrar, permanecer e sair do território nacional ? Isso retrataria violação de liberdade de locomoção ? Justifique
Todo estrangeiro pode entrar no Brasil, desde que satisfaça as condições estabelecidas naquela lei, a primeira das quais consiste na obtenção de visto de entrada, conforme o caso: de trânsito, de turista, temporário, permanente, de cortesia; oficial ou diplomático. O visto poderá ser extensivo a pessoas que vivam sob sua dependência. Não se concederá, porém, visto ao estrangeiro menor de dezoito anos ( salvo se viajar acompanhado de responsável) nem a estrangeiros nas situações enumeradas no art. 7º da Lei 6.815/80. O visto não cria direito subjetivo, mas mera expectativa de direito.
Entende-se como permanência a estada do estrangeiro no Brasil, sem limitação de tempo, assim a quem obtenha o vistocom o intuito de fixar-se definitivamente aqui, como ao que, obtendo visto de turista ou temporário, resolva permanecer no País definitivamente, desde que preencha as condições para o visto permanente. Há que registrar-se no Ministério da Justiça, sendo-lhe fornecida a chamada carteira de identidade de estrangeiros (Decreto-lei 499/69).
O estrangeiro, como qualquer pessoa, pode deixar o território nacional, com visto de saída. Se for registrado como permanente, poderá regressar independentemente de visto, se o fizer dentro de dois anos. Findo esse prazo, o reingresso no País, como permanente, dependerá da concessão de visto.
Não viola à liberdade de locomoção pois a mesma, no território nacional, é assegurada a qualquer pessoa no art. 5º,XV. O estrangeiro residente no País gozadessa liberdade como qualquer brasileiro; assim, também, o estrangeiro não residente, que tenha ingressado regularmente no País. Em tempo de paz a liberdade de locomoção dentro do território nacional é ampla. A lei, disciplina o direito de qualquer pessoa entrar no território nacional, nele permanecer ou dele sair, só ou com seus bens (art. 5º, XV)
11) O que diferencia a naturalização ordinária e naturalização extraordinária? Fundamente.
A naturalização ordinária é a que se concede ao estrangeiro, residente no país, que preencha os requisitos previstos na lei de naturalização, exigidas aos originários de países de língua portuguesa (ou seja: originários de Portugal, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Açores, Cabo Verde, Príncipe, Goa, Gamão, Dio, Macau e Timor) apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral (art. 12, II,a).
A naturalização extraordinária prevista, expressamente, na Constituição é a reconhecida aos estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira (ECR-3/94). É uma naturalização que se adquire pelo simples fato residência, no País, por quinze anos ininterruptos, sem condenação penal. Respeita-se sua condição de originário de outra pátria, mas facilita com o mero requerimento , simples manifestação de vontade. E isso é uma prerrogativa à qual o interessado tem direito subjetivo, preenchidos os pressupostos: quinze anos de residência ininterruptos e não condenação penal.
A naturalização não importa a aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza estes a entrar ou erradicar-se no Brasil, sem que satisfaçam as exigências legais.
12) No contexto das capacidades eleitorais, podemos afirmar que as privações impedem o exercício pelo indivíduo da totalidade dos seus direitos políticos ? Fundamente.
Existe a capacidade eleitoral ativa que é a capacidade de participar ativamente por meio do voto, e a capacidade eleitoral passiva que é a possibilidade que o indivíduo tem de se candidatar e receber votos.
As privações impedem o exercício pelo indivíduo da totalidade de seus direitos políticos, pois ele não pode votar e nem ser votado.
O cidadão pode ser privado definitivamente ou temporariamente dos direitos políticos, o que causa como efeito imediato a perda da cidadania política. Deixa imediatamente de ser eleito se já o era, ou torna-se inalistável, com o que, por conseqüência, fica privado da elegibilidade e de todos os direitos fundados na qualidade de eleitor.
 13) Qual a diferença entre a privação e inelegibilidade ? Ainda, qual a diferença entre a suspensão dos direitos políticos e inelegibilidade ? Explique cada uma.
As privações são a perda e suspensão, onde o indivíduo não pode votar e nem ser eleito; a inelegibilidade é quando o indivíduo não pode ser eleito mas pode votar. 
A suspensão, é quando o indivíduo perde temporariamente seus direitos políticos nos casos indicados no art. 15, ou seja, cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; incapacidade absoluta; condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa nos termos do art. 5º, VIII; improbidade administrativa nos termos do art. 37,§ 4º.
A inelegibilidade é quando o indivíduo não pode ser eleito mas pode votar, as hipóteses que causam inelegibilidade estão previstas no arts. 14º e 15º: os inalistáveis; analfabetos; chefes do executivo que não podem se reeleger para o 3º mandato eletivo consecutivo entre outros.
14) Quais são os requisitos para o alistamento eleitoral ? Ainda nesse contexto, quais são as características do voto no Brasil ? Explique cada uma.
Requisitos para o alistamento eleitoral obrigatório: ter mais de 18 anos e menos de 70 anos; ser de nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado); ter capacidade civil. Requisitos para o alistamento eleitoral facultativo: ser maior de 16 anos e menor de 18 e acima de 70 anos; ter nacionalidade brasileira; ter capacidade civil; pode ser analfabeto.
As características do voto no Brasil são: ele é direto pois o próprio eleitor é quem vota, não podendo delegar a outro; secreto pois é garantido o sigilo; igual pois não há pesos diferente, cada eleitor equivale a um voto; periódico pois é renovado de tempo em tempo e universal pois é ampliado, aberto ao maior número de pessoas.
15) Diferencie criação, existência e validade dos partidos polítcos.
A criação se refere ao surgimento de um novo partido político garantido no caput do art 17º da CF88 como sendo de livre criação, ou seja, qualquer cidadão pode criar um partido. 
Na existência evidenciamos os fundamentos necessários para tal criação como de que tenha a função de defender a soberania nacional e o regime democrático além de que haja o pluralismo político sendo aludido no texto constitucional pela premissa de pluripartidarismo também encontrada no caput do art 17º, ou seja, a existência de vários partidos.
Já a validade refere-se ao cumprimento de rito processual contido na Lei nº 9.096 de 1995 em seu Art. 7º que orienta o numero de apoio de eleitores não filiados a outros partidos correspondente a pelo menos 0,5% dos votos dados na última eleição além dos outros requisitos para a devida validação do partido ora registrado em estatuto.