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PRÁTICA SIMULADA I. CASO CONCRETO. SEMANA 5 (PLANO DE AULA). ESTÁCIO. FIC. 2017

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PRÁTICA SIMULADA I
CASO 5 
(PLANO DE AULA)
Mario, brasileiro, solteiro, residente em Recife, Pernambuco, geneticamente nascido sob o sexo masculino, desde os seus 16 anos de idade (hoje, encontra-se com 40 anos), não se sentia confortável com a sua natureza biológica. Assim, nos últimos anos, realizou diversas cirurgias plásticas e estéticas de caráter tipicamente feminino. A sua aparência física contrasta com o nome e o registro que possui. 
Narra ainda que se sente extremamente discriminado pela sociedade, pois acredita ter nascido num corpo que não corresponde ao gênero por ele exteriorizado social, espiritual, emocional, e sexualmente. Há alguns meses realizou a cirurgia de transgenitalização e após esta requereu junto ao Registro Civil de Pessoas Naturais a respectiva alteração, entretanto, o requerimento foi negado pelo cartório. 
Diante do ocorrido, Mario, procura você, advogado para elaborar a peça processual cabível aos seus interesses.
PEÇA INICIAL
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À VARA DE FAMÍLIA Nº__DA COMARCA DE RECIFE/PE
Mario, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua _____, nº___, bairro_____, na cidade de Recife/PE, cep:____, vem, mui respeitosamente, através de seu advogado devidamente qualificado em procuração mandamental específica juntada ao seguinte feito, com escritório situado na rua ______, nº ___, bairro_____, Recife/PE, cep: ______, onde deverá serem efetuadas as intimações decorrentes do presente feito, PROPOR, PELO RITO COMUM, AÇÃO DECLARATÓRIA DE MUDANÇA DE GÊNERO DE REGISTRO PÚBLICO CIVIL, PELOS SEGUINTES FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS QUE SE PASSA A EXPOR:
I. DAS PRELIMINARES
I.II. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, tendo em vista o caráter voluntário da mesma, e por ser o local do domicílio do autor.
I.III. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Requer o Autor, sob o arrimo do que expressa a lei nº 1.060 de 1950, do artigo 98 e seguintes do CPC e do artigo 5º, LXXIV da CF, que lhe seja deferido os benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista de que o mesmo não pode arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio. 
II. DOS FATOS
Ocorre que Mario, autor desta ação, geneticamente nascido sob o sexo masculino, desde os seus 16 anos de idade (hoje, encontra-se com 40 anos), não se sentia confortável com a sua natureza biológica. Assim, nos últimos anos, realizou diversas cirurgias plásticas e estéticas de caráter tipicamente feminino. A sua aparência física contrasta com o nome e o registro que possui. 
Maria afirma que se sente extremamente discriminado pela sociedade, pois acredita ter nascido num corpo que não corresponde ao gênero por ele exteriorizado social, espiritual, emocional e sexualmente. Há alguns meses, Mario realizara a cirurgia de transgenitalização e após esta requereu junto ao Registro Civil de Pessoas Naturais a respectiva alteração, entretanto, o requerimento foi negado pelo cartório. Era o que se tinha a relatar de mais essencial, passa-se, agora, à exposição da precisão para intervenção judicial que o caso reclama.
III. DO MÉRITO
III.I. DO DIREITO FUNDAMENTAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Este caso ora sob análise tem como cerne, Excelência, o direito fundamental da pessoa humana de viver dignamente, sendo nítido que a atual forma de se vê do Autor não corresponde mais ao que a sociedade o olha. 
Em decorrência de tal antagonismo de visões, Mario vem sofrendo intensos sofrimentos, a tal modo que chegara a não se reconhecer mais, não saber mais quem realmente é.
Portanto, resta-se requerer, tendo como sustento o que dispõe a nossa constituição federal em seu artigo 5º, a autorização judicial para que se dê a alteração de gênero e do prenome no registro público civil do senhor Mario. Nestes termos:
Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios. (Redação dada pela Lei nº 9.708, de 1998) (Lei 6.015/73)
III.II. DO DANO MORAL SOFRIDO PELO SENHOR MARIO E DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESCRIVÃO PERTECENTE AO CARTORIO QUE DENEGARA A ALTERAÇÃO DE GÊNERO DO REGISTRO CIVIL. 
	Ocorre que o dano sofrido pelo senhor Mario quando fora obstado, de modo injustificado, a alterar o gênero do seu registro público civil, é de caráter moral e tanto mais repulsivo. Visto tratar-se de mera birra, pode-se assim dizer, por parte do escrivão do cartório, quando este mesmo ao ver todo a composição física do Autor, nitidamente pertencente ao gênero feminino, mesmo assim denegara a alteração sobre sequer um motivo plausível. 
	Portanto, a vista do que dispõe o artigo 155, II do CPC/15, requer-se, desde logo, o reconhecimento da responsabilidade civil do Escrivão que sem justo motivo deixara de efetuar a alteração que lhe foi requerida, incorrendo em claro ato nulo praticado puramente de forma dolosa. Nesse sentido:
 Art. 155.  O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressivamente, quando:
I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados;
II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa.(CPC/15)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...).
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;(CF) 
	
IV. DOS PEDIDOS
	Por todo o exposto, desde logo, o Autor requer: 
Reconhecido o direito a dignidade da pessoa humana que o caso reflete, nos termos do artigo 5º, caput, da CF;
O provimento do pedido de alteração do gênero sexual e do prenome no registro público civil, nos termos do artigo 58 da lei 6.015/73;
O acolhimento do pedido sobre o dano moral sofrido pelo mesmo por decorrência de ato nulo doloso por parte do escrivão do cartório, em consonância ao que dispõe o artigo 5º,X, da CF
A intimação do ministério público para acompanhamento do feito como fiscal da lei, visto tratar-se de causa de relevante interesse público;
Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, ao teor do que expressa o artigo 369 do CPC/15;
O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto que o mesmo é pobre na forma da lei.
	Dar-se-á o valor da causa em R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Fortaleza-Ce, sexta-feira, 19 de junho de 2017.
(ADVOGADO)
OAB/UF Nº XX.XXX-X

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