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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES - RESUMO 2

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1 
 
RESUMO 2 
 
2.1 – Modalidades das obrigações 
 
Modalidades e espécies são sinônimos. As classificações apresentadas pela 
doutrina variam de acordo com o critério metodológico tomado por referência, 
não havendo uniformidade de tratamento ou de critério entre os autores. 
A classificação básica das obrigações, apreciadas segundo a prestação que as 
integra (objeto) dividem-se em três grupos: obrigações de dar (dar coisa certa e 
coisa incerta), obrigações de fazer e obrigações de não fazer. (as obrigações 
de dar e fazer são positivas, a de não fazer é negativa) 
Quanto a seus elementos, as obrigações dividem-se em simples e compostas 
(ou complexas). Obrigações simples são as que se apresentam com um sujeito 
ativo, um sujeito passivo e um único objeto. (todos os elementos no singular). 
Caso alguns dos elementos esteja no plural a obrigação será composta ou 
complexa. 
 
2.2 – Obrigação de dar coisa certa e dar coisa incerta 
Obrigação de dar: 
Consiste na atividade de dar (transferindo-se a propriedade da coisa), entregar 
(transferindo-se a posse ou detenção da coisa) ou restituir (quando o credor 
recupera a posse ou detenção da coisa entregue ao devedor). Tem um sentido 
geral, exprimindo a obrigação de transferir, não somente a propriedade, como 
também a posse.(abarca transmissão de propriedade ou outro direito real, 
entrega de uma coisa em posse, em uso ou à guarda) 
As obrigações de dar subdividem-se em: obrigações de dar coisa certa (arts. 
233 a 242) e obrigações de dar coisa incerta (arts. 243 a 246). 
 
Obrigações de dar coisa certa 
Coisa certa é coisa individualizada, que se distingue das demais por 
características próprias. A coisa certa da obrigação de dar, é tudo aquilo que é 
determinado de modo a poder ser distinguido de qualquer outra coisa. 
O devedor se compromete a dar um objeto perfeitamente determinado, 
individualizado. (um automóvel por exemplo com número do chassi, do motor, 
da placa). 
 
→ Dar coisa certa diversa da pactuada: Sendo assim, na obrigação de dar 
coisa certa o devedor é obrigado a dar uma coisa inconfundível com 
2 
 
outra, estando obrigado a cumpri-lo de acordo com o modo estipulado, não 
outro. O devedor da coisa certa não pode dar outra, ainda que mais valiosa, 
nem o credor é obrigado a recebe-la. (artigo 313, CC) 
A entrega de coisa diversa da prometida, importa modificação da obrigação, 
que pode ocorrer se houver consentimento de ambas as partes. Da mesma 
forma o credor de coisa certa não pode querer receber outra coisa mesmo que 
de valor igual ou menor que a devida, pois o contrato (convenção) faz lei entre 
as partes. (não pode exigir coisa diferente). 
Tradição como transferência de domínio 
O contrato cria direitos e obrigações, não basta ele somente para a transferência 
de domínio. Artigo 481 do CC: Pelo contrato de compra e venda “um dos 
contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e, o outro, a pagar-
lhe certo preço em dinheiro”. 
Se for coisa móvel, o domínio se adquire pela TRADIÇÃO, se for imóvel se 
adquire pelo REGISTRO do título (tradição solene), ou seja direitos reais sobre 
coisas moveis se adquire pela tradição (ato inter vivos). Art. 1226 CC / direitos 
reais sobre imóveis só se adquire com o registro no Cartório de Registro de 
Imóveis dos referidos títulos. Art. 1227 do CC.(salvo casos expressos em leis). 
Melhoramentos e acrescidos: 
O contrato não transfere o domínio mas gera a obrigação de entregar a coisa 
alienada, enquanto não ocorrer a tradição, na obrigação de entregar (restituir), a 
coisa continuará pertencendo ao devedor, com os seus melhoramentos e 
acrescidos, podendo exigir aumento no preço. 
→ Melhoramento: é tudo quanto opera mudança para melhor em valor, utilidade, 
em comodidade, na condição e no estado físico da coisa. 
→ Acrescido é tudo que se ajunta, que se acrescenta à coisa, aumentando-a. 
→ Frutos: são as utilidades que uma coisa periodicamente produz. ( nascem e 
renascem da coisa. Ex. frutas das arvores, leite, crias dos animais, etc) 
→ frutos percebidos ou colhidos: são os frutos separados da coisa que os 
produziu. São do devedor até a tradição, porque era proprietário da coisa. 
→ frutos pendentes: são frutos unidos à coisa que os produziu. Passam com a 
coisa ao credor, porque a integram até serem dela separados. (artigo 237) 
→ frutos percipiendos: deveriam ter sido colhidos ou percebidos, mas não foram. 
Nos casos de restituir coisa certa, como no caso do comodato por exemplo, dono 
é o credor com direito à devolução. Se nessa coisa houve melhoramentos ou 
acréscimos, “sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado 
de indenização” (artigo 241, CC) 
→ Se para melhoramento ou acréscimo, o devedor empregou trabalho ou 
dispêndio, o caso se regulará pelas normas do CC, atinentes às benfeitorias 
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. ( artigo 242,CC) 
3 
 
Benfeitorias (artigo 96 do Codigo Civil): 
→ Benfeitorias necessárias: tem por fim conservar o bem ou evitar que se 
deteriore (reestruturação de uma viga, conserto de telhas, etc) 
→ Benfeitorias úteis: acréscimo efetuado para facilitar a utilização do bem 
(acréscimo de banheiro, ou garagem de um casa). 
→ Benfeitorias voluptuárias: acréscimos para embelezamento, as de mero 
deleite ou recreio, tornando o bem mais agradável, de elevado valor. ( jardins, 
fontes, cascatas artificiais) 
Devedor de boa fé: 
Tem direito a indenização pelos melhoramentos (benfeitorias) ou aumentos 
necessários e úteis, quanto aos voluptuários, se não ressarcido do respectivo 
valor, pode levantá-los, quando o puder sem detrimento da coisa, e se o credor 
não preferir ficar com eles, indenizando o seu valor. (pretende-se evitar o 
locupletamento sem causa do proprietário) artigo 1219 do CC. 
→ Direito de retenção da coisa: pelo valor dos melhoramentos e aumentos 
necessários e uteis, o devedor pode exercer o direito de retenção da coisa. 
Devedor de má-fé: 
→ ser-lhe-ão ressarcidos somente os melhoramentos necessários, não 
possuindo direito de retenção da coisa, nem de levantar as benfeitorias 
voluptuárias. 
→ Para que o credor não se enriqueça indevidamente, faz jus à indenização dos 
melhoramentos necessários. 
............................................... 
→ O devedor de má-fé reponde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem 
como pelos que, por sua culpa deixou de perceber, desde o momento em que 
se constituiu de má-fé. Tem direito às despesas da produção e custeio. 
 
 
Dos acessórios: artigo 233, do CC. 
Decorre do princípio geral do direito, segundo o qual o acessório segue o destino 
do principal. 
→ Principal: é o bem que tem existência própria, que existe por si só. 
→ Acessório: é aquele bem cuja existência depende do bem principal. 
As partes podem convencionar o contrário (convenção). Em contrato silente 
prevalece a regra de que o acessório segue o principal. 
Exemplos: venda de um terreno com arvores frutíferas, inclui os frutos 
pendentes, a venda de um imóvel inclui as benfeitorias realizadas. Etc 
Entregar: 
4 
 
→ É obrigação de dar coisa certa mediante entrega (por exemplo a compra e 
venda) 
→ Pode acontecer de antes da entrega a coisa perecer ou se deteriorar, com 
culpa ou sem culpa do devedor. 
Perecimento significa: perda total / Deterioração significa: perda parcial 
Exemplo: se o veiculo que deveria ser entregue, incendeia-se, ficando totalmente 
destruído, ou é furtado ou roubado, houve perda total. Se o incêndio, provocou 
uma pequena avaria, é deterioração. 
 
Perecimento (perda total) sem culpa do devedor. 
Perecimento sem culpa do devedor: (artigo 234, CC) 
→ A regra é que o devedor obrigado a entregar coisa certa deveconservar tal 
coisa com zelo e diligencia. 
→ se apesar de todo seu cuidado com a coisa, ela se perder sem culpa do 
devedor: 
1 – antes da tradição: resolve-se a obrigação, ou seja, extingue-se a obrigação 
para ambas as partes, que voltam a primitiva situação (statu quo ante) 
(se o vendedor recebeu o preço da coisa, deve devolvê-lo ao adquirente, 
sofrendo o prejuízo decorrente do perecimento) 
2 – ou pendente condição suspensiva – o negócio encontra-se subordinado a 
um acontecimento futuro e incerto (aprovação em concurso, vencimento de uma 
disputa, casamento do devedor por exemplo): resolve-se a obrigação, ou seja, 
extingue-se a obrigação para ambas as partes, que voltam a primitiva situação 
(statu quo ante) – não se terá adquirido o direito que ato visa (art. 125, CC). O 
devedor suportará o risco da coisa. 
 
Perecimento (perda total) com culpa do devedor: (artigo 234, CC) 
→ A culpa, ocasiona a responsabilidade pelo pagamento de perdas e danos. 
→ O credor tem direito a receber o valor equivalente da coisa em dinheiro, mas 
as perdas e danos comprovadas. 
Equivalente: significa equivalente em dinheiro. (o devedor deve entregar ao 
credor, valor em dinheiro que corresponda ao valor do objeto perecido, mais as 
perdas e danos) 
→ perdas e danos compreendem: 
Dano emergente: o que o credor efetivamente perdeu 
Lucro cessante: o que razoavelmente deixou de lucrar 
(devem cobrir, pois, todo o prejuízo experimentado e comprovado pela vítima) 
 
5 
 
Deterioração sem culpa / com culpa do devedor 
Deterioração sem culpa do devedor: o credor pode escolher por resolver a 
obrigação, caso não tenha interesse em receber o bem danificado ( as partes 
voltam ao estado anterior) ou aceitar a coisa no estado em que se encontra, com 
abatimento do preço, proporcional a perda. (artigo 235 do CC). Pois a 
danificação reduz o valor econômico do bem. 
Deterioração com culpa: pode o credor, resolver a obrigação, exigindo o 
equivalente em dinheiro ou aceitar a coisa, com o respectivo abatimento. A 
diferença é que em um ou em outro caso optado pelo credor, o mesmo possui 
direito a reclamar perdas e danos. (artigo 236, CC) 
 
Restituir coisa certa: (artigo 238 e 239 do CC) 
É subespécie da obrigação de dar. 
Significa a existência de coisa alheia em poder do devedor, a quem cumpre 
devolve-lo ao dono. (exemplo é o comodatário, locatário), ou seja, a coisa se 
acha com o devedor para o seu uso, mas pertence ao credor. Caso haja a perda, 
prejudicado será o credor, na condição de dono. 
 
Perecimento sem culpa / com culpa do devedor 
→Sem culpa do devedor: se a coisa se perde totalmente antes da tradição, o 
credor sofrerá a perda, resolvendo-se a obrigação. Contudo, seus direitos são 
ressalvados até o dia da perda. (exemplo frutos naturais, civis). 
→Perecimento com culpa do devedor: 
Conservar e zelar da coisa é dever que se impõe ao devedor da obrigação de 
restituir. Havendo perecimento por culpa do devedor, deverá ressarcir a 
diminuição causada no patrimônio do credor: como? Mediante o pagamento do 
equivalente em dinheiro do bem perecido (valor do objeto), mais perdas e danos. 
 
Deterioração sem culpa / com culpa do devedor (artigo 240) 
Deterioração sem culpa do devedor: caso a coisa se danifique sem culpa do 
devedor, o credor a receberá, tal como se encontra, sem direito a indenização. 
Deterioração com culpa do devedor: o devedor responderá pelo equivalente 
(valor do objeto) mais perdas e danos. Mesmo o código sendo silente, nada 
impede que o credor de coisa deteriorada por culpa do devedor, opte por ficar 
com a coisa, no estado em que se encontra, com direito a reclamar a indenização 
pelas perdas e danos correspondentes a deterioração. (pode pedir indenização 
pelas perdas e danos em ambos os casos) 
O proprietário sempre tem direito a exigir a restituição, esteja a coisa em perfeito 
estado ou danificada. 
 
6 
 
2.2.1 – OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA (artigo 243) 
Conceito: coisa incerta indica que a obrigação tem objeto indeterminado, mas 
não totalmente, porque deve ser indicado ao menos pelo gênero e pela 
quantidade. É portanto, indeterminada, mas determinável, porque falta apenas 
determinar sua qualidade. (indeterminação meramente relativa) 
Escolha e concentração: 
→O ato unilateral de escolha denomina-se concentração de débito, ou 
concentração da prestação: meio pelo qual se especifica a prestação, 
convertendo a obrigação genérica em determinada. 
→A quem caberia a escolha? (artigo 244 CC): a regra geral é que a escolha 
pertence ao devedor. Só competirá ao credor se o contrato assim dispuser. 
→Limites à atuação do devedor: “não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado 
a prestar a melhor”: por esse motivo, adotou-se o critério da qualidade média ou 
intermediária. Exemplo: se alguém se obriga a entregar uma saca de café a 
outrem, não tendo se convencionado a qualidade, o devedor deve entregar uma 
saca média. (de A, B, C..entregar a B). OBS: Se existem duas qualidades, o 
devedor pode entregar qualquer uma delas, até mesmo a pior. Não se aplicando 
o critério da qualidade intermediária. 
Antes da concentração do debito o devedor não poderá alegar perda ou 
deterioração da coisa: 
→ Após a escolha, determinada a qualidade, torna-se coisa certa, 
individualizada. 
→ Antes da escolha: a coisa é indeterminada, fazendo referência ao gênero e 
quantidade. Lembrando que não basta a escolha, é necessário que ela se 
exteriorize por ato jurídico que importe a cientificação do credor como a 
entrega...etc. (escolha + ciência ao credor) 
Logo, antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração, 
ainda que por força maior ou caso fortuito pois o gênero nunca perece. Exemplo: 
a pessoa que se obriga a entregar 10 sacas de café, não se eximirá da obrigação, 
ainda que se percam todas as sacas que possui, porque pode obter no mercado 
ou em outra propriedade agrícola o café prometido. 
Exceção é após a escolha, porque tornou-se coisa certa e quando houver: 
Gênero limitado: circunscrito a coisas que se acham em determinado lugar 
(animais de determinada fazenda, cereais de determinado depósito, etc). Nesse 
caso o perecimento de todas as espécies que o componham acarretará a 
extinção da obrigação. (nesse caso pode ser alegada perda ou deterioração) 
 
2.3 OBRIGAÇÕES DE FAZER 
Conceito: a obrigação de fazer abrange o serviço humano. A prestação consiste 
em atos ou serviços a serem executados pelo devedor. Em síntese, qualquer 
forma de atividade humana, licita, possível e vantajosa ao credor, pode constituir 
objeto da obrigação. 
7 
 
Obrigação de fazer infungível, imaterial ou personalíssima: o devedor cumprirá 
pessoalmente a prestação. Havendo clausula expressa o devedor somente se 
exonera se ele cumprir a prestação, pois sua contratação ocorreu em virtude dos 
seus atributos pessoais. Sua substituição por outra pessoa é inadmissível. 
A infungibilidade as vezes decorre da própria natureza da prestação (qualidades 
profissionais e artísticas do contratado). O devedor não poderá se fazer substituir 
por outrem mesmo inexistindo clausula expressa nesse sentido. Exemplo: 
determinado pintor de renome, se compromete a pintar um quadro; famoso 
cirurgião plástico assumi obrigação de natureza estética. 
→ Inexistindo exigência expressa, e não se tratando de ato ou serviço cuja 
execução dependa de qualidades pessoais do devedor e podendo ser realizado 
por terceiro a obrigação será fungível, material ou impessoal. (exemplo pedreiro). 
Quanto ao inadimplemento: 
→ Inadimplemento pode ocorrer: porque a prestação tornou-se impossível sem 
culpa ou com culpa do devedor / ou porque pode cumpri-la, mas recusa-se a 
fazê-lo. 
Sem culpa do devedor (prestação impossível ou recusa no cumprimento): fica 
afastada a responsabilidadedo obrigado. 
Com culpa do devedor: o credor poderá optar pela conversão da obrigação em 
perdas e danos. 
Prestação infungível: 
A recusa voluntária, induz culpa. (logo o devedor responde pelos 
prejuízos acarretados), resolvendo-se tradicionalmente em perdas e danos, 
em virtude da impossibilidade de constranger fisicamente o devedor a 
executá-la. 
Contudo existem meios indiretos que podem ser acionados, 
cumulativamente com as perdas e danos, como fixação de multa diária, que 
incidirá enquanto durar o atraso no cumprimento da obrigação. 
Ou seja, o credor pode se contentar apenas com as perdas e danos ou 
pleiteá-las cumulativamente sem prejuízo da tutela especifica. 
- a impossibilidade de cumprir a obrigação acarreta inadimplemento 
contratual: o fato tornou-se impossível sem culpa ou por culpa do obrigado? 
- devedor sem culpa da impossibilidade (acidentou-se, sendo 
hospitalizado), resolve-se a obrigação, sem consequências para o devedor 
sem culpa. / 
- havendo culpa pela impossibilidade: responderá pela satisfação das 
perdas e danos. (o devedor criou a impossibilidade, viajando para local diverso 
as vésperas da apresentação não conseguindo chegar à tempo) 
 
 
 
8 
 
Prestação fungível: 
O credor pode solicitar a execução por terceiro a custa do devedor: não 
importa para o credor que a obrigação venha a ser prestada por terceiro, 
interessa-lhe o cumprimento, a utilidade prometida. 
Em caso de urgência (sem necessidade de autorização judicial) o credor pode 
executar ou mandar executar a prestação por terceiro, pleiteando posteriormente 
o ressarcimento. (realização de justiça pelas próprias mãos do lesado). 
 
2.3.1 DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER 
Conceito: Na obrigação de não fazer, acontece uma postura negativa, ou seja, 
uma omissão, sendo que a abstenção da parte, é o elemento de interesse do 
credor. A obrigação de não fazer, impõe ao devedor o dever de não praticar um 
ato que poderia livremente fazer. (se não se houvesse obrigado). 
- certos limites devem ser respeitados: não são lícitos acordos que exijam 
sacrifício excessivo da liberdade do devedor (exemplo: não trabalhar, não casar, 
não ter filhos) 
- há casos em que além da abstenção o devedor está obrigado a tolerar ou 
permitir que outrem pratique determinados atos. Exemplo: proprietário de imóvel 
rural que se obrigou a permitir que alguém o utilize para caçar. 
Inadimplemento 
– devedor realiza ato (não cumpriu o dever de se abster): o credor pode exigir 
que ele o desfaça, sob pena de ser desfeito à custa do devedor. (ou o devedor 
desfaz pessoalmente o ato, ou poderá ver o ato sendo desfeito por terceiro – 
pagando perdas e danos em ambas as hipóteses.) 
- caso seja impossível o desfazimento posterior: perdas e danos, que devem ser 
analisadas no caso concreto. 
- possível desfazimento posterior: tutela especifica + perdas e danos, ou apenas 
perdas e danos, caso o credor não tenha mais interesse na obrigação de não 
fazer. (exemplo de não ter mais interesse na tutela especifica, como no caso de 
alguém divulgar segredo industrial que prometera não divulgar). 
→ Descumprimento fortuito: O descumprimento da obrigação de não fazer pode 
resultar de fato alheio à vontade do devedor, impossibilitando a abstenção 
prometida. Exemplo: pessoa que se obriga a não construir um muro em seu 
imóvel para não prejudicar a vista panorâmica do vizinho, mas em razão de 
determinação do poder publico, viu-se forçado a realizar a obra que se 
comprometera a não realizar. 
2.4 OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS 
CONCEITO: Obrigações alternativas são aquelas que compreendem dois ou 
mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas um, ou seja, o devedor 
se exonera cumprindo apenas uma das prestações existentes. 
9 
 
São prestações excludentes entre si, ou seja, as prestações são múltiplas, mas 
efetuada a escolha, quer pelo devedor, quer pelo credor, individualiza-se a 
prestação e as demais ficam liberadas. 
Obs: as obrigações alternativas oferecem maiores perspectivas de pagamento, 
se um dos objetos devidos perecer, não haverá extinção da relação obrigacional, 
subsistindo o debito em relação ao outro. 
Escolha: 
É necessário que ocorra o Ato de Escolha, que é a definição do objeto a ser 
prestado. 
- A primeira situação é saber a quem compete a escolha da prestação: o Código 
Civil primeiro respeita a vontade das partes. Contudo, na falta de estipulação em 
contrario a escolha caberá ao credor. (nada impede que as partes deem essa 
faculdade ao credor, devedor ou terceiro) 
- direito de escolha não é irrestrita: não pode o devedor, obrigar o credor a 
receber parte em uma prestação e parte em outra, pois deve uma ou outra. (se 
o devedor se obriga a entregar duas sacas de café ou duas sacas de arroz, não 
poderá obrigar seu credor a receber uma saca de café e uma saca de arroz) 
- se a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período. (poderá em dado período entregar apenas sacas de 
café e em outro período somente sacas de arroz) 
- escolha conferida a terceiro: as partes podem determinar de comum acordo a 
escolha à terceiro. Caso o mesmo não possa ou não queira aceitar o encargo / 
e se não houver acordo entre as partes, o juiz fará a escolha. 
- existência de pluralidade de optantes; (exemplo, um grupo de devedores 
(A,B,C), podem optar por dar um carro ou R$ 40.000,00), caso não entrem em 
comum acordo, ou seja, em unanimidade; a decisão caberá ao juiz, após expirar 
o prazo judicial assinado para que chegassem a um entendimento (suprimento 
judicial da manifestação da vontade) 
Concentração: 
- A concentração se dá (ocorre), quando feita a escolha e cientificada ao credor. 
- Cientificação: a lei não exige forma especial para comunicação da escolha, 
sendo necessária a declaração unilateral da vontade do optante, sem 
necessidade de aceitação. O Codigo Civil não estabeleceu prazo para o 
exercício do direito de escolha, mas isso não significa que o optante possa 
exerce-lo a qualquer tempo, se não o fizer o devedor sera notificado, para efeito 
de sua constituição em mora. Constituído o devedor em mora, o credor poderá 
mover ação para obter sentença judicial alternativa. 
IMPOSSIBILIDADE DAS PRESTAÇÕES 
Pode ocorrer impossibilidade superveniente ou originária de uma das 
prestações. Tal impossibilidade não é atribuída às partes: (artigo 253) 
- Impossibilidade parcial (quando a impossibilidade é de uma das prestações 
alternativas, sem culpa do devedor): não se fabrica uma das coisas que o 
10 
 
devedor se obrigou a entregar; ou o uma das coisas é a entrega de um imóvel, 
que foi desapropriado. A obrigação concentra-se na prestação remanescente, 
independentemente da vontade das partes. 
Havendo culpa: se a escolha cabe ao próprio devedor, concentra-se o debito na 
prestação subsistente. Contudo se a escolha couber ao credor, poderá o mesmo 
exigir a prestação remanescente ou se preferir poderá exigir o valor da que se 
impossibilitou, mais perdas e danos. 
- Impossibilidade total: (quando a impossibilidade é de todas as prestações 
alternativas) 
- Sem culpa do devedor (artigo 256): se a impossibilidade for de todas as 
prestações, sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação, em virtude da falta 
de objeto. (a enchente destruiu o carro e matou o touro da obrigação alternativa) 
- Com culpa do devedor: se a escolha cabe ao devedor ficará o mesmo obrigado 
a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos. (com 
o perecimento do primeiro objeto, o debito concentrou no que por último pereceu) 
/ Contudo se a escolha cabe ao credor, poderá ele exigir o valor de qualquer das 
prestações , mais as perdas e danos. (artigo 254 e 255, CC).

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