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Distúrbios do Comportamento e Desempenho Escolar Deficiente Dr Carlos Motta Médico Residente Objetivos Abordagem geral das principais queixas escolares relacionadas ao comportamento (agitação, principalmente) e desempenho escolar deficiente. diagnósticos diferenciais abordagem diagnóstica. Transtorno do Espectro Autista TDAH Deficiência Intelectual. Ansiedade Ansiedade Sintomas de ansiedade atingem muitas crianças Na maioria, os sintomas não são intensos o suficiente para configurar uma doença 6-20% das crianças vão apresentar critérios diagnósticos de um transtorno de ansiedade (TA) Os TA´s estão entre as doenças mentais mais comuns entre crianças e adolescentes Os TA´s se associam a outras doenças, principalmente depressão Frequentemente os pais são ansiosos Ansiedade – Quando Pensar? Os sintomas variam de acordo com a idade Medos normais (de estranhos, escuro, separação, animais) são exagerados ou persistentes Medo impede a criança de desenvolver experiências adequadas (ir à escola, dormir sozinha, timidez excessiva) Quando se solicita que a criança faça a atividade temida, ela responde com birra, choro, etc Preocupação de que algum mal vai acontecer Ansiedade Ansiedade Ansiedade Comportamento Violento e Agressividade Comportamento Violento e Agressividade São queixas comuns desde lactentes até a adolescência Podem ser transitórios ou persistentes, chegando a configurar transtorno desfiante oposicional (ODD) ou até mesmo transtorno de conduta (CD) O Tratamento pode ser um desafio e pode levar a baixo rendimento escolar, problemas com as autoridades legais, uso de drogas e desemprego quando adulto. Comportamento Violento e Agressividade Quando pensar: Crianças: birra excessiva, comportamento desafiador, brigas, bullying Escolares e adolescentes: Infrações à lei (roubo, dano a propriedade, furto) A agressão pode ser impulsiva e associada a estados de emoção intensa ou pode ser premeditada Transtorno Desafiante Oposicional (ODD) Quando pensar: Os sintomas podem ser confinados apenas à escola, o lar ou à comunidade Surtos de raiva Perda de serenidade Recusa em obedecer regras Tendência à destruição Perturbar aos outros intencionalmente, porém sem a presença de infração grave às leis Transtorno de Conduta(CD) Quando pensar: Todas as características o ODD, mais: Vandalismo Crueldade com animais e pessoas Bullying Mentir Roubar Uso de álcool e drogas Faltar às aulas Comportamento Violento e Agressividade Comportamento Violento e Agressividade Desatenção e Impulsividade Desatenção e Impulsividade Afetam muitas crianças, na maioria não configuram transtorno TDAH – 8% Apresentam dificuldades sociais – o que prejudica seu desempenho escolar Associado a déficit de aprendizado (os dois se confundem) Se não tratado repetência escolar, desemprego, crime, adição, comportamento de risco (automobilístico e sexual) Desatenção e Impulsividade Quando Pensar Muitas vezes, sugerido pelo professor, pelos pais ou pelo paciente (sempre consultar os 3) Excitação,impaciência, surtos de raiva Distração excessiva Dificuldades com comportamento em casa e na escola Dificuldades Acadêmicas Desatenção e Impulsividade Desatenção e Impulsividade Irritação Crônica e Agitação Irritação Crônica Definição: resposta excessiva a um estímulo Difícil devido a subjetividade Irritação aguda sugere dor, principalmente A crônica pode ser recorrente ou persistente Recorrente: Cólica Constipação Alergia alimentar Terror noturno Doenças Neurológicas (Tu, cefaleia, etc...) Irritação Crônica Persistente: TDAH: frequentemente associado a outros transtornos: ODD, CD, depressão, ansiedade TEA: irritação, déficit de linguagem e de interação social, comportamentos repetitivos, brincadeiras solitárias Deficiência Intelectual: incapazes de verbalizar seus sentimentos, maior risco de experimentar dor Dificuldade de Aprendizado Dificuldade de Aprendizado Pode em qualquer idade por uma variedade de motivos Pode levar a consequências permanentes na vida adulta: evasão escolar, desemprego, adição, delinquência juvenil Dificuldade de Aprendizado Papel do pediatra: Reconhecer que há dificuldade Ajudar a família a descobrir a causa Encaminhar para que se identifique qualquer problema mental ou físico que possa estar associado ao déficit de aprendizado Quando desconfiar Déficit de desenvolvimento em consulta de rotina Queixa dos pais ou professor Atraso de linguagem ou déficit de compreensão Dificuldade em obedecer ordens Dificuldade em aprender letras, números ou cores Em comparação às outras crianças, dificuldade em ler, aprender conceitos matemáticos ou escrever Quando desconfiar Trocar letras (b/d, E/3, m/w), sílabas, palavras ou símbolos matemáticos, após a idade em que isso ainda é considerado normal Evitar ler em voz alta, escrever ou fazer o dever Frustração (pais/pac) com performance esc. Pais percebem que paciente é “preguiçoso” na escola Prof se queixa de comportamento ou distração Outros membros da família apresentaram dificuldade no aprendizado ou não completaram o 2o grau Atraso de Fala e Linguagem Atraso de Fala e Linguagem É a queixa relacionada ao desenvolvimento mais comum – 2-19% Pode ser um déficit isolado ou sinalizar outros transtornos do desenvolvimento, como TEA, Déficit Intelectual, Déficit Auditivo Papel do pediatra: avaliar desenvolvimento, encaminhar para avaliação apropriada e implementar intervenções o mais cedo possível. Atraso de Fala e Linguagem Fatores de risco mais comuns: história familiar, sexo masculino, fatores perinatais Pediatra deve aplicar ferramenta de screeningpara autismo aos 18 e 24 meses. Não há ferramenta melhor que a outra SBP disponibiliza o M-CHAT em português É uma ferramenta de screening, não diagnóstica, apenas indica a necessidade de encaminhar o paciente. Atraso de Fala e Linguagem Transtornos de Linguagem Englobam tanto a capacidade de compreender quanto a de expressar a linguagem de maneira adequada à faixa etária. A linguagem receptiva geralmente se desenvolve antes da expressiva. Transtornos de Fala Erros de articulação articulação é o movimento do mecanismo da fala Papel do pediatra Saber quando encaminhar Aos 2 anos 50% compreensível, aos 3 anos 75% comprrensível e aos 4 anos 100% compreensível para estranhos Transtornos de Fala Apraxia dificuldade em executar os sons da fala que não pode ser atribuída a fraqueza muscular ou paralisia Há repertório vocálico limitado e erros vocálicos Na suspeita de apraxia, a criança deveser avaliada o quanto antes A intervenção precoce leva a resultados melhores Diagnóstico Diferencial Déficit auditivo Deficiência Intelectual: atrasos em outros domínios TEA: ausência de atenção compartilhada Deficiência específica da Linguagem: pode afetar a linguagem receptiva, expressiva ou ambas Transtornos Fonológicos Transtorno do Espectro Autista (TEA) Introdução É umtranstorno do desenvolvimento, cujas características clínico-sintomatológicas iniciam nos primeiros anos da infância O diagnóstico é feito com base na anamnese e na observação clínica Os pacientes com TEA geralmente se enquadram dentre o grupo com deficiência intelectual e tem dificuldades em adaptar-se às novas situações É uma condição vitalícia e de tratamento difícil Introdução Como o diagnóstico não se baseia em medidas quantitativas, mas sim na observação e na anamnese, os critérios diagnósticos mudaram bastante ao longo dos anos Em 1960 a prevalência era de 2-5 por 10.000 Recentemente, estima-se em 110-147 por 10.000 Isso pode ser pela mudança nos critérios diagnósticos ou pela divulgação da doença na população Introdução A deficiência intelectual ocorre em cerca de 31% (antes, 70%). Esses casos têm o pior prognóstico O DSM-V unificou 3 transtornos: autismo, transtorno global do desenvolvimento e Síndrome de Asperger Screening Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápido o tratamento poderá ser iniciado e os resultados serão mais expressivos A AAP ea SBP recomendam que seja feito scrrening aos 18 meses e repetido aos 24. Não há uma ferramenta melhor, mas geralmentese usa o M-CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers) 0-2 baixo risco – repetir se < 2 anos 3-7 médio risco – preencher questionário de follow-up 8-20 alto risco – encaminhar ao especialista Screening Transtorno do Espectro Autista http://autismo.institutopensi.org.br/ferramentas-de-apoio/instrumentos-diagnosticos/escalas-m-chat/ Diagnóstico Antes de mais nada é importante excluir déficit auditivo Também deve-se procurar dismorfismos que sugiram síndromes com comportamento autístico: X-frágil, Sd de Cornelia de Lange, Síndrome de Rett, Prader-Willi, Angelman, CHARGE e tuberose esclerosa Diagnóstico O diagnóstico do autismo é clínico, feito através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade. Diagnóstico Ainda não há marcadores biológicos e exames específicos para autismo, mas alguns exames, tais como cariótipo com pesquisa de X frágil, EEG, RNM, erros inatos do metabolismo, teste do pezinho, sorologias para sífilis, rubéola e toxoplasmose, audiometria e testes neuropsicológicos podem ser necessários para investigar causas e outras doenças associadas Diagnóstico – DSM V 1) déficits persistentes na comunicação social e nas interações, clinicamente significativos manifestados por: déficits persistentes na comunicação não-verbal e verbal utilizada para a interação social; falta de reciprocidade social; incapacidade de desenvolver e manter relacionamentos com seus pares apropriados ao nível de desenvolvimento. 2) padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos dois dos seguintes: estereotipias ou comportamentos verbais estereotipados ou comportamento sensorial incomun, aderência excessiva à rotinas e padrões de comportamento ritualizados, interesses restritos. 3) Os sintomas devem estar presentes na primeira infância (mas podem não se manifestar plenamente, até que as demandas sociais ultrapassem as capacidades limitadas). 4) Os sintomas causam limitação e prejuízo no funcionamento diário. Diagnóstico O DSM 5 também sugere o registro de especificadores: Com ou sem Deficiência intelectual, Com ou sem comprometimento da linguagem concomitante, Associado à alguma condição médica ou genética conhecida, ou a fator ambiental, Associado a outro transtorno do desenvolvimento, mental ou comportamental, Com catatonia. Diagnóstico O DSM 5 também sugere o registro de especificadores: Com ou sem Deficiência intelectual, Com ou sem comprometimento da linguagem concomitante, Associado à alguma condição médica ou genética conhecida, ou a fator ambiental, Associado a outro transtorno do desenvolvimento, mental ou comportamental, Com catatonia. Tratamento Farmacológico Tratar TDAH concomitante, se presente Tratar problemas de comportamento (risperidona) Fonoaudiologia Terapia Ocupacional Intervenção precoce intensiva comportamental 20-40h/ semana FIM
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