Buscar

Jurisdição II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
AULA 1 - 30/01/17
Jurisdição- Função dada ao Estado para resolver conflitos
Apesar de vermos a Jurisdição como um poder centrado na resolução de conflitos, existe também atividade jurisdicional quando não existe conflito.
Ex.: em um casamento, onde a esposa e o marido querem se divorciar, e como eles tem um filho menor, terão que dividir guarda e pensão alimentícia, porém o casal age pacificamente, sem nenhum conflito entre eles. Este casal precisa ir ao judiciário para que este ato produza os efeitos desejado? SIM. Podemos perceber que a Jurisdição hoje é vista como uma função, não apenas de resolver conflitos, mas de preservar, satisfazer, efetivar. Sempre que precisamos fazer que um direito seja preservado, efetivado, reconhecido, podemos nos socorrer a atividade do Estado, a atividade jurisdicional, ela abrange não apenas atos destinados a resolução de conflitos, mas atos importantes do poder judiciário, mesmo que não haja conflito.
Surgiu um conflito, o Judiciário já começa a resolver? NÃO. Porque uma das características desta Jurisdição é o que chamamos de INÉRCIA, ou seja para que o Poder Judiciário comece a realizar as suas atividades ele precisa ser provocado. Qual o instrumento para provocar este poder? A AÇÃO! A ação é um direito constitucional que cada um possui de levar até o Poder Judiciário, as questões, os pedidos que queremos que o Judiciário resolva.
Esta AÇÃO gera no Poder Judiciário a obrigação de julgar o pedido, de julgar aquilo que está sendo pretendido, de julgar aquilo que é objeto da ação.
Perceba que o Judiciário só está obrigado a julgar o pedido que foi feito se preenchida algumas condições, ou alguns requisitos, que são: Legitimidade da Parte e Interesse de agir.
O que é Legitimidade de Parte? Para a parte ser legítima ela tem que estar na relação jurídica do processo.
EX.: Em um casamento onde o casal pretende se divorciar, a sogra não pode ser parte pois a mesma não está dentro da relação jurídica do casamento.
Existem também uma Legitimidade em que a parte autoriza em nome próprio postular direito alheio, que é chamado de Legitimidade Extraordinária, isto ocorre quando a Lei autoriza.
Ex.: Associação constituída a mais de um ano, Sindicatos. Ministério Público.
Qual a consequência da ausência de Legitimidade? Extinção do processo sem julgar o mérito.
O que significa Interesse de Agir? Necessidade e Utilidade.
Necessidade – saber se é necessário acessar o judiciário ou se existe outra maneira de resolver o conflito. Se existir outra maneira NÃO há necessidade.
Utilidade – além de ser necessária é preciso que ela seja útil. Ela tem que ser capaz de trazer algum benefício do ponto de vista prático para acionar a atividade jurisdicional.
A utilidade tem a ver com o benefício prático que isto vier trazer.
Pelo direito de AÇÃO podemos acionar a atividade jurisdicional e levar nossas pretensões para o Estado/Juiz decidir, que somente irá julgá-la se preenchido os requisitos processuais, a Legitimidade de Parte e o Interesse de Agir, porém esta atividade jurisdicional não se desempenhará de qualquer forma, existe uma técnica para realizar esta atividade jurisdicional e para deduzir este direito de ação. Essa técnica é denominada de PROCESSO, que é uma técnica prevista em Lei por meio do qual é delimitado como estas atividades se desenvolverão, como elas serão praticadas, que direito cada parte tem, que deveres cada parte tem, esse PROCESSO normalmente é composto de DOIS elementos: Uma RELAÇÃO JURÍDICA e um PROCEDIMENTO.
Porque se diz que o PROCESSO é uma relação jurídica? Porque ele é uma relação entre sujeitos que é protegida pelo Direito, esta relação pode ser triangular, porque cada um vai tutelar direito e deveres, ou angular, porque haveria um elo de ligação direto no processo entre os dois, via Estado/Juiz. O PROCESSO seria em primeiro lugar uma relação jurídica, porque é uma relação que se estabelece entre sujeitos e é protegida pelo Direito, essa relação vai gerar para estes sujeitos, faculdades, poderes ou deveres. Temos a faculdade de ingressar com a Petição Inicial perante o Juiz, só que no momento que nós praticarmos este ato isso gerará ao Estado/Juiz a obrigação de chamar o réu no processo, e no momento em que o réu for chamado ele tem a faculdade do ônus de oferecer defesa, de produzir provas, de recorrer a decisão. Ser titular desta relação jurídica de processo dará uma série de direitos, deveres, faculdades e ônus, por isso que o PROCESSO é uma Relação Jurídica.
O processo não se desempenha por um único ato, mas por um complexo de atos destinados a realizar ou a proteger este direito, a este complexo de atos que vão ser praticados se dá o nome de PROCEDIMENTO. 
O PROCEDIMENTO é a forma como o PROCESSO chegará até o seu final é uma sequência encadeada de atos que serão praticados até o final, para que o PROCESSO possa chegar ao seu final. Todo PROCESSO tem uma relação jurídica, porque é uma relação entre sujeitos ou tem também o PROCEDIMENTO porque é uma relação entre atos, este conjunto de atos que formam o PROCESSO é chamado de PROCEDIMENTO. É como ele caminhará para chegar até o final. Podemos perceber que existe o PROCEDIMENTO COMUM que é o aplicado a maioria dos processos e existem PROCEDIMENTOS ESPECIAIS. Porque existem procedimentos especiais?? Porque como o PROCESSO é um instrumento de proteção do Direito ou de um direito, as vezes um direito que queremos proteger, não se adequaria a um procedimento longo e aí a necessidade de um procedimento mais curto. Ex.: Habeas Corpus (Procedimento Especial), para que serve o Habeas Corpus? Para proteger a liberdade. Será que este direito seria protegido por um complexo de atos grande? Não. Para isso precisamos ter um processo menor para poder tutelar o direito adequadamente. No Habeas Corpus temos a Petição Inicial, formação do Juiz, parecer do Ministério Público e Julgamento. Em resumo, temos Procedimentos Especiais para tutelar determinados direitos e o Procedimento Comum que é o utilizado pela maioria dos casos.
Aula 2
Normalmente quando estudamos o PROCEDIMENTO COMUM, ele abrange DUAS fases. A FASE DE CONHECIMENTO a FASE DE CUMPRIMENTO, podemos perceber que quando precisamos nos socorrer no PROCEDIMENTO COMUM é porque em regra nós não teríamos um título que nos permitisse ir direto a efetivação do direito, e este processo de conhecimento que se realiza com esse procedimento é um PROCESSO CERTIFICATÓRIO, o que significa dizer que o Juiz tem que previamente reconhecer o direito para que depois possa satisfazer o direito, este método se divide em DOIS momentos. No momento em que o Juiz reconhece que o direito existe e o momento em que ele efetiva este direito. O que vai ser estudado é o momento em que ele reconhece o direito previsto. ATENÇÃO...Nem sempre é preciso este momento prévio de reconhecimento do direito, as vezes por ser portador de um título podemos ir direto para a FASE DE EFETIVAÇÃO, fase de cumprimento. Ex.: um cheque de mil reais (título executivo), não há necessidade que o Juiz reconheça previamente que existe o direito de receber mil reais. Já podemos ir direto para a efetivação deste direito, quando o judiciário vai desapropriar o patrimônio do devedor, tipo vender o patrimônio dele para satisfazer o credor, a existência deste título executivo dá segurança para o Juiz de que este direito efetivamente existe, isto vai permitir que se vá direto para a fase de satisfação, que chamamos de execução. 
Quando não temos contudo o título. Precisamos primeiro que o Juiz diga que somos o titular do direito ou não, neste processo onde o Juiz vai primeiro dizer se somos o titular do direito é o PROCESSO CERTIFICATÓRIO, é a fase de conhecimento. Esta fase que estudaremos. Quais são as etapas deste processo para que no final o Juiz diga se somos titulares ou não do direito que acreditamos ser titular? Esta fase do conhecimento se divide em quatro grandes etapas: 
Fases de Conhecimento POSTULATÓRIA, SANEADORA, INSTRUTÓRIA e DECISÓRIA.
Estasfases acontecem nesta ordem por uma questão lógica.
Para que o Juiz possa chegar a última fase, que é decidir se o direito existe ou não, ele primeiro tem que saber porque postulamos esse direito, e qual direito queremos ver reconhecido.
Ex.: Uma pessoa xinga a outra em sala de aula. Esta pessoa chega ao Juiz e diz: ”...olha Juiz no dia X o fulano me xingou em sala de aula e isso me causou uma dor muito grande, um sentimento profundo e por conta disso quero que reconheças que o fulano me pague uma indenização de dez mil reais”. Nesta etapa postulatória o Autor vai dizer o que aconteceu e o que ele quer, e o Réu vai dizer porque que isso não aconteceu assim como o autor diz que aconteceu, e porque que o pedido que ele fez não tem que ser acolhido. Esta etapa Postulatória vem de Postulação ou seja é a etapa em que autor e réu fazem os pedidos e esclarecem as circunstancias do caso sobre os pontos de vistas de cada um, quando o Réu for citado no processo, ainda na etapa postulatória, o réu pode dizer: “...olha Juiz, não foi nada disso que aconteceu, eu não xinguei ele em sala, pelo contrário foi o autor que me xingou e quem tem direito a indenização não é o autor e sim eu”. Podemos perceber que as alegações que ambos fazem e os pedidos que ambos fazem delimitam futuramente sobre o que o Juiz vai decidir. É o pedido de indenização que ambos fizeram. Quais são os fatos que estão baseando estes pedidos? O xingamento que ambos afirmam que um fez contra o outro. Isso limita a atividade do Juiz e define o objeto do processo. As postulações, os pedidos e as circunstancias que embasam e que justificam, é sobre isso que o Juiz vai decidir na última fase. É por isso que na primeira fase o autor vai dizer ao Juiz o que quer e porque quer e o réu vai dizer porque o que o autor quer não pode ser atendido, o que ele quer e o que aconteceu sobre a perspectiva dele, é uma fase onde as alegações vem para o processo, esse processo é o instrumento de reconstrução do passado que o Juiz vai dizer o que aconteceu, porque aconteceu, como aconteceu e o que ele decidi juridicamente, mas para chegar nesta fase ele precisa saber o que está sendo discutido entre esses sujeitos, porque isso limitará sobre o que ele pode decidir. Se o autor pedir apenas dano moral pode o Juiz dar indenização por dano material? NÃO. Porque o Juiz estará limitado ao pedido que foi formulado no processo e que vai estar demonstrado na etapa postulatória. 
Depois que cada parte trouxer suas alegações ao processo, tiver formulado os seus pedidos, entramos na fase SANEADORA ou de ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO. Lembrando: ...o autor disse que o réu o xingou em sala, o réu disse que isto não aconteceu, pelo contrário foi o autor quem xingou o réu, neste caso, que questões o juiz precisa esclarecer para chegar a conclusão sobre o que aconteceu? Será que a questão sobre quem xingou quem, precisa ser dirimida? Precisa ser esclarecida? Nesta FASE SANEADORA o Juiz vai identificar os pontos sobre os quais ele precisa esclarecer e quais as provas que serão produzidas. Ex.: se A e B estiverem envolvidos em um acidente de transito e A diz que B avançou o sinal vermelho e B diz que quem avançou foi A? Quem avançou o sinal vermelho, é ou não é uma questão relevante para reconhecer ou não o direito? Que prova poderá ser produzida para demonstrar quem avançou o sinal vermelho? Será a filmagem da rua? Será a oitiva das testemunhas que estavam na rua e presenciaram o acidente? Isso é estabelecido na FASE SANEADORA. Que pontos precisam ser esclarecidos para decidir o caso e que provas serão produzidas para esclarecer estes pontos? O Juiz faz isso com a participação das partes. Ele vai consultar as partes sobre que provas eles querem produzir, que pontos eles entendem que é relevante, aí ele vai fixar os pontos relevantes e os pontos sobre qual a prova ainda vai ser produzida incidirá. A fase saneadora vem depois da fase postulatória porque é preciso saber quais são os pontos de controvérsia entre as partes para poder delimitar quais são as questões que precisam ser esclarecidas no processo, e ele vem antes da FASE INSTRUTÓRIA porque, nesta fase é que vai ser definido que provas serão produzidas. Na fase instrutória produzimos efetivamente as provas que foram determinadas para serem produzidas na fase anterior. Postulação, organização e Produção de provas. Porque o Juiz só julga na última etapa? Porque ele estará lá pronto. A partir das provas que foram produzidas para decidir os pontos relevantes que geraram o pedido. O juiz julga na última fase depois da produção de provas porque essa produção de provas visa dar elementos suficientes para que o Juiz chegue a conclusão sobre quem tem razão. O Autor? O Réu? Ou nenhum do dois totalmente? Há uma sequência lógica. O que as partes querem? porque querem? Que pontos preciso esclarecer para chegar à conclusão sobre o que cada parte quer, devido ou não? É produzido provas para aí o Juiz estará apto para decidir sobre quem tem razão. Se é o Autor ou o Réu, ou se é parcialmente o autor e parcialmente o réu. 
Normalmente estas etapas aconteceram todas, o processo normalmente passa por essas etapas para chegar na FASE DECISÓRIA, então pode ser que aconteça alguma coisa na fase saneadora ou na fase instrutória que fazem com que ele passe direto para a fase decisória. Ex.: se o réu não oferece defesa, ele não forma antítese, ele não forma contradição, isso vai fazer que em tese se presuma verdadeiro o que o Autor disse, ora se é presumido verdadeiro o que o autor disse não precisamos produzir mais provas para esclarecer os fatos, que já são considerados verdadeiros. Então dependendo do que aconteça no processo uma das fases pode ser suprimida.
Estudaremos detidamente cada etapa a partir de agora.
ETAPA POSTULATÓRIA – esta etapa Postulatória, é o momento em que cada uma das partes vai trazer sua alegação e seu pedido ao Processo. A etapa Postulatória vai do oferecimento da petição inicial que é o primeiro ATO do Processo até o esgotamento do prazo de defesa do réu apresentando ele defesa ou não. Começamos com a Petição Inicial e encerramos com o esgotamento do prazo de defesa a etapa postulatória, a etapa em que é feito os pedidos e onde são trazidas as alegações. Essa petição inicial, esse instrumento que vai ser apresentado pelo autor para dar início a atividade jurisdicional, ela é extremamente formal porque ela vai fazer com que o Poder Judiciário saia da Inércia e comece o processo, ora o Juiz só vai ter obrigação de julgar o que estamos pedindo se esta petição inicial for regularmente construída e há uma série de regras para que ela o seja. Como esta Petição Inicial é instrumento para trazer ao juiz a demanda, é instrumento que exerce o direito de ação, é o instrumento que inicia a atividade jurisdicional, ela é bem FORMAL, ela é bem técnica de forma que se estes requisitos técnicos não forem observados o Juiz poderá inclusive nem passar para a fase postulatória e ir direto para a fase executória. O Juiz pode dizer: “...olha esta petição inicial não preenche os requisitos e por isso eu vou extinguir o processo”. Como esta petição delimita a atividade ou começa a delimitar a atividade que o Juiz vai decidir, ela tem que ser construída de uma maneira bem delimitada, formalmente estabelecida. Esses requisitos de validade da Petição Inicial, estão previstos nos artigos 319 e 320 do CPC 
Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesseprocessual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.
Por ser a Petição Inicial um instrumento extremamente formal, ela é sempre escrita, mesmo nos juizados especiais, onde é admitido que a parte vá lá e formule a reclamação, o pedido de forma verbal, o funcionário da justiça, lavrará um termo escrito a reclamação verbal, então de qualquer jeito ela vai ser reduzida a um método escrito. Porque? Porque vamos começar a delimitar os limites sobre o que o Juiz vai decidir, mesmo que mais simplificado, ela precisará ser escrita, precisará ser documentada de forma escrita.
OBS.: para entendermos sobre Petição inicial temos que saber as regras de competência. Existem 2 tipos de regras de competência que são: Competência Absoluta e Competência Relativa. Qual diferença entre a Absoluta e a Relativa? Como olhamos para uma norma como a do artigo 46 A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu,e dizemos que ela é uma norma de competência Relativa? Porque precisamos saber? O regime jurídico é o mesmo? Se violarmos uma norma de competência relativa, o Juiz pode de ofício dizer que violamos? Ou a outra parte tem que delegar?
 ATENÇÃO
Quando a norma visa proteger INTERESSE PÚBLICO ela é norma de COMPETÊNCIA ABSOLUTA e quando ela visa proteger BEM PARTICULAR ela é NORMA DE COMPETÊNCIA RELATIVA.
Quando temos que ajuizar ação no foro de domicílio do Réu isso é interesse particular. Normalmente a de foro é relativa, porém se usarmos o local para estabelecer ou proteger interesse público a norma mesmo usando local como critério, ela será de natureza absoluta, normalmente aprendemos que matéria e pessoa são absolutas, local e valor da causa são relativas em regra nem sempre é assim, depende do interesse que a norma visa proteger, se for público é absoluta, se for particular é relativa. Porque precisamos saber identificar? Porque os Regimes Jurídicos são absolutamente distintos, pois se violamos uma norma de competência absoluta o Juiz pode de ofício dizer que NÃO é competente e mesmo que ele não o faça naquele momento, ele poderá ainda continuar depois reconhecendo esta incompetência mais para frente, porém se uma norma de competência relativa é violada, ele não pode de ofício dizer que foi violada a norma, ele precisa esperar que a outra parte diga, porque se a outra parte não disser nada o juízo que era incompetente se tornará competente, isso quer dizer então que a competência ou a incompetência Relativa NÃO admite correção, convalidação, o juízo que era incompetente será incompetente até o final do processo.
COMPETÊNCIA
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
PETIÇÃO INICIAL
Art. 319. A petição inicial indicará:
I – o juízo a que é dirigida; - o primeiro requisito desta petição inicial é identificar o juízo a quem ela é dirigida, a quem tem competência para fazê-lo.
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; Depois de endereçar a ação ao juízo competente, temos que identificar os sujeitos que vão fazer parte deste Processo. Quem é o Autor? Nome, sobrenome, etc..; quem é o réu, nome, sobrenome, estado civil, etc.; para que é preciso identificar quem são os sujeitos? Qual é a finalidade do Código em buscar a identificação precisa de quem são esses sujeitos? A principal finalidade é...Não vai ser proferida uma decisão nesse processo? Só serão atingidos pelos efeitos ou se tornaram mutáveis e indiscutíveis os efeitos desta decisão para os sujeitos que participaram do processo isso significa dizer que quem não estava no processo poderá discutir eventual direito de outro processo, a coisa julgada, imutabilidade e a indiscutibildade que se projeta sobre uma decisão judicial, ela só alcança normalmente os sujeitos que compõem ou que fazem parte neste processo e como saberemos quais são os sujeitos que fazem parte deste processo? A petição inicial vai indicar. É por isso que precisamos saber quem são os sujeitos.
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
Aula 3
Já vimos que o Procedimento se aplica normalmente na maioria dos PROCESSOS que visam obter garantido a certificação, do direito que está sendo discutido ou do direito que se pretende reconhecer. Vimos também que este PROCEDIMENTO COMUM é aplicável quando não tiver nenhum Procedimento Especial estabelecido, a sequência de atos, a sequência de etapas, é observado para o Juiz poder decidir se deve ser preservado ou não, acontece através deste Procedimento que é o mais regulado do código, é o que tem mais dispositivos e portanto ele serve de aplicação subsidiária aos demais procedimentos. Este Procedimento se divide em quatro etapas como já vimos anteriormente. Vimos que a Etapa POSTULATÓRIA é aquela em cada uma das partes traz as suas alegações para o Processo, cujo objetivo é definir os pedidos que o Juiz vai julgar e porque esses pedidos foram formulados. Na fase SANEADORA o Juiz vai fixar os pontos sobre os quais ele precisa esclarecer, produzir provas. Quais as provas que ele precisará produzir para esclarecer esses pontos. É uma fase de ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO, depois de definidas quais são as provas que vão ser produzidas, passa-se para a fase INSTRUTÓRIA onde é produzido efetivamente estas provas, para chegar na última fase que é a DECISÓRIA, fase em que o Juiz julga o caso, a partir das provas que foram produzidas e dos pontos que ele precisava esclarecer para julgar o litígio. 
Começamos anteriormente a falar da Etapa POSTULATÓRIA, que vai do oferecimento da Petição Inicial até o esgotamento do prazo para oferecimento de defesa pelo réu. Por esta petição inicial ser um instrumento que veicula a demanda e dá início ao direito de AÇÃO e ser um instrumento que limita a atividade do Juiz, ela é um instrumento bastante formal, significa que ela tem que observar alguns requisitos para que ela seja considerada válida, para que o Juiz possa efetivamente decidir sobre aquilo que está sendo pedido, e o PRIMEIRO destes requisitos é o ENDEREÇAMENTO DA PETIÇÃO, foi explicado que o Judiciário é composto por vários órgãos STF, STJ,TSE,TST, TSM os Tribunais Regionais, os Tribunais de Justiça e os juízes de primeira instância destes Tribunais todos, a estrutura do Judiciário é muito grande, por isso é preciso saber em qual destes órgãos vamos ajuizar a ação e quem começa a esclarecer estas normas de competência é a Constituição, que traz as regras gerais sobre as competências dos Tribunais Superiores, da Justiça Especializada, dos Tribunais Regionais, Federais, Eleitoral, Militar, enfim a competência começa a ser definida na Constituição. Mas, além da Constituição, precisamos consultar a Legislação Federal para saber por exemplo em que local devemos propor esta ação. Foi dado um exemplo do código que define como regra nas ações pessoais o domicílio do réu, mas pode ser que precisaremos consultar o CDC, o Estatuto do Idoso, a Lei dos Juizados Especiais; existem diversas formas que tratam sobre definição de competência e dependendo do caso, teremos que citar ou consultar esta Legislação Federal. A maioria das regras de competência estão dentro do CPC, mas não exclusivamente nele. Foi falado também da Leis de organização Judicial e dos Regimento Internos de Tribunais, são estas normas que nos ajudarão a endereçar a Petição Inicial, a definir quem é o Juiz destinado a processar e julgar a ação. Depois de realizar o endereçamento, o Código exige a completa qualificação dos sujeitos que comporão este processo. Tem que dizer Nome, prenome, estado civil, se é união estável ou não, profissão, endereço eletrônico, domicílio e residência. Porque o Código exige toda esta qualificação? Primeiro para se definir quem são estes sujeitos que futuramente serão afetados pela imutabilidade, pela indiscutibilidade que se projetará sobre esta decisão, uma das características dos atos praticados pelo poder Judiciário é que estas decisões tem possibilidade de se tornarem futuramente indiscutíveis e imutáveis, só que este efeito da imutabilidade e da indiscutibilidade normalmente só se projeta, ele só afeta os sujeitos que participaram do Processo, os sujeitos que compuseram este processo. A Petição Inicial é um momento de identificação desses sujeitos. Mas não é só para isso, existe também a necessidade de evitar o que chamamos de Homonímia, evitar que acione alguém, que tenham o mesmo nome, mas que não é com quem queremos litigar. É comum que pessoas tenham nomes parecidos. Mas se soubermos o CPF, o Endereço Eletrônico e onde mora, fecharemos esta qualificação e provavelmente acionaremos a pessoa que queremos. O risco de acionar alguém que não é o correto é que isso vai adiar o processo. Por isso quanto mais dados se tiver das partes, mais difícil acionar alguém que não seja quem queremos acionar. Quando o código exige a identificação do Estado Civil ele visa já prevenir as situações de formação de litisconsórcio obrigatório, o fato de ser casado ou de viver em união estável pode indicar que o cônjuge tem que estar no processo junto com a parte, sob pena de anulação do processo. Existem processos que é obrigatória a participação de mais um sujeito porque este sujeito vai de algum jeito ser afetado, então é justo que ele participe deste processo sob pena de anulação processual pela ausência de participação. Ex.: se o MP move uma ação de anulação de casamento tem que ser parte os dois cônjuges, porque os dois serão afetados por esta decisão. O estado civil neste caso é um indicativo que tem que estar mais de um cônjuge. O estado civil serve no mínimo como alerta de que pode haver a necessidade de ter mais de uma pessoa em volta daquele processo. 
A profissão, que é outro requisito da Petição inicial, ela tem como finalidade dar uma ideia ao juiz do panorama econômico do sujeito, pela profissão o Juiz terá alguma noção do estado econômico daquela pessoa, isso serve por exemplo para o Juiz fazer um juízo prévio, um juízo preliminar sobre se aquela pessoa efetivamente tem condições ou não em pagar as custas do processo. A profissão é um indicativo para o juiz deferir o que chamamos de BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA ou seja, litigar sem pagar custas, normalmente se paga custas, temos que adiantar as custas para que a máquina judiciária funcione, só não pagamos se requerermos este benefício. 
Além de identificar o estado civil, a profissão, nome e sobrenome, o código exige que se diga o número do CPF ou do CNPJ se for uma pessoa jurídica dos sujeitos envolvidos, a identificação do CPF e do CNPJ além de evitar homonímia, porque pelo CPF muito provavelmente saberemos quem é o sujeito que vamos litigar, o CPF serve para futuros recolhimentos junto aos órgãos da União, dos tributos correspondentes ou incidentes sobre estes pedidos, servem também como critério para mapear os bens de alguém que responde pelo cumprimento de uma obrigação. Os Juízes têm acesso hoje a alguns sistemas que permitem que pelo CPF ou CNPJ se bloqueiem contas em nomes destes sujeitos. 
O código determinou que trouxesse também o endereço eletrônico e o endereço físico, onde a pessoa mora. Essa ideia de trazer o endereço eletrônico e físico foi para facilitar a comunicação dos atos processuais com as partes que estão participando do processo. Quando se for litigar contra uma empresa ela já vai estar cadastrada com seu endereço eletrônico e receberá as comunicações do processo por meio eletrônico, já que hoje TODOS são obrigados a tê-los.
O último requisito é o endereço físico da pessoa. Onde ela é residente e domiciliada, deve-se colocar TODOS os dados de preferência com o CEP, porque a comunicação deve ser feita via correio.
Nem sempre nos autos temos os dados do réu. Temos os nossos. Neste caso o que se faz? O código apesar de ter determinado somente os ritos da Petição inicial, ele privilegia que se tenha informação para citar o réu, para comunicar o réu da existência do processo, se não tivermos CPF, estado civil, profissão, não tem problema, se tiver o endereço é suficiente para encontrar o réu, quando ele vier para o processo ele vai trazer todos este dados para que a Petição inicial possa seguir ou possa dar seguimento ao feito, é necessário dizer isso ao Juiz, porque se houver omissão ele pode achar que há erro na petição inicial que não foi elaborada direito. O código privilegia a existência de dados suficiente para encontrar o réu. Se não houver os dados para a citação ou se quiser primeiro identificar o réu e não tiver essa identificação diremos na Petição Inicial “...e pedirei que o Juiz me auxilie nesta identificação”. E como é que o Juiz poderá auxiliar nesta identificação? Ele pode pedir informações para prestadores de serviços públicos, órgão públicos ou para particulares que contenham cadastro de pessoas. 
Art. 319 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. Diligencia ”...Juiz oficializa para consanpa, oficializa para Celpa, para o TRE, me ajuda a identificar quem é o sujeito”.
§ 2º A petição inicial NÃO será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. Podemos dizer para o Juiz “... não sei o estado civil, não sei o CPF mas ele pode ser encontrado no local X, isso é o suficiente para a petição ser despachada, para o processo seguir, quando a parte vier vai se identificar, o código privilegiou eu informar dados suficientes para ele ser comunicado da existência deste processo”.
§ 3º A petição inicial NÃO será indeferida pelo NÃO atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. O código quis se preocupar enquanto estas informações não sejam razoáveis ou estas exigências antes de identificação completa não sejam razoáveis, o juiz não pode criar obstáculos para evitar que a petição inicial siga e que o réu seja citado, se existe elementos suficientes para citar, o resto pode-se obter ao longo do processo, ele quis evitar que houvesse uma paralisação indevida do processo por isso que ele fala deacesso a justiça ou de exigências muito grande pra que a parte qualifique completamente o réu, porque ele vai trazer ao longo do processo. Quando for muito trabalhoso para parte identificar quem é o sujeito, o Juiz não poderá impedir que o processo siga, mas ele vai adotar alguns mecanismos para tentar identificar o sujeito. O que o Juiz não poderá fazer é extinguir o processo por causa da ausência destes documentos.
Inciso III o fato e os fundamentos jurídicos do pedido (começamos identificando o juízo competente, dissemos quais eram os sujeitos que fariam parte deste processo. Autor e réu. Agora o Código manda que devemos escolher a causa de pedir, ou seja que digamos quis são os fatos que geraram este pedido e quais os fundamentos que justificam o pedido que faremos a partir da interligação com os fatos) para entendermos melhor, tem que lembrar o que é um fato jurídico. Quando um fato é capaz uma sequência jurídica ele é chamado de fato jurídico. Qualquer pessoa pode narrar o que aconteceu com ela, não pode? Fazemos isso o tempo inteiro. Porém, qualificar este fato como jurídico é um trabalho para o operador do direito. Nota-se que precisamos conhecer o direito para poder qualificar o fato como jurídico, porque se não conhecemos o direito, como saberemos se o fato é capaz de gerar alguma consequência jurídica, esta é a importância de conhecer as normas do Direito Material, civil, Tributário, etc...
Vejam...um acidente de transito é um fato jurídico? É. Mas para se formular um pedido de indenização, de reparação, o que precisamos expor sobre este acidente para gerar o pedido de indenização? Como qualificar juridicamente o acidente para que ele gere a consequência que queremos que ele gere? Quais são os requisitos para caracterizar a responsabilidade civil? NEXO CAUSAL. Conduta, dano, nexo. O dano sofrido, foi material ou foi moral? Por exemplo: o acidente aconteceu no dia tal, no horário tal, estava na frente da faculdade, foi atravessar a rua e o motorista avançou o sinal, atropelou e quebrou a perna, foi realizada uma cirurgia que custou dez mil reais além de ficar em tratamento de fisioterapia. Pergunta-se: tem dano? TEM. Qual o dano material? O custo da cirurgia e as eventuais medicações. Qual o dano moral? Algo que compense o sofrimento causado pelo acidente (dano). Qual foi a conduta que gerou o dano? Avanço de sinal, conduta ativa. Existe uma relação entre o dano e a conduta? SIM. Isto é o NEXO. O dano não decorre da conduta? Os prejuízos sofridos decorrem da conduta do réu por ter avançado o sinal vermelho? Isto é o NEXO CAUSAL. O réu agiu de forma dolosa ou culposa? Ele fez isso propositadamente ou ele foi imprudente, negligente ou imperito? Vejam que estamos qualificando juridicamente esse fato. Não é todo mundo que sabe que para gerar direito a reparação tem que ter estes quatro requisitos, só quem sabe disso são os operadores do direito. Qualificamos o fato para demonstrar que ele é capaz de gerar a reparação que queremos. Podemos perceber a importância que o Advogado tem, na construção da tese jurídica. Quando falamos fundamento jurídico (não é a mesma coisa que fundamento legal), porque não é a mesma coisa? Para a PETIÇÃO INICIAL não precisamos que o Advogado aponte qual o dispositivo que ele se embasa, porque a qualificação que ele faz do fato, ela é provisória, o que vai definir, qualificar o fato no final é o Juiz, então isso não vincula a atividade do Juiz, e o Código não exige que seja citado Fundamento Legal, até porque nem sempre temos fundamento legal prévio. Ex.: o judiciário reconheceu que as uniões homoafetivas, são uniões estáveis capazes de gerar direitos, mas...qual é a Lei que diz isso? Qual o dispositivo legal? NÃO TEM. Como é que o judiciário chegou a esta conclusão? Princípios. Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO A FAMÍLIA. Faz parte do Direito, os Costumes, os Princípios, eles servem para justificar a qualificação que se atribui a um FATO. O pedido pode não se embasar em regras previamente estabelecidas. Para isso precisamos conhecer o Ordenamento Jurídico com os costumes, princípios e normas e etc..., porque senão como poderemos construir a PETIÇÃO INICIAL? Por isso estudamos os princípios, porque os princípios são fonte de Direito, eles podem gerar Direitos.
Essa necessidade de qualificação jurídica do fato para poder formular o pedido correspondente, chamamos de TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO, não basta narrar o fato, é preciso dizer porque este fato é jurídico, e autoriza a formulação do pedido. Há uma relação lógica: FATO + FUNDAMENTO = PEDIDO, porque se fato + fundamento não der o pedido, esta petição está com algum problema. O fato mais a qualificação que damos para o fato, tem que coincidir com a consequência Jurídica que queremos que o Juiz reconheça para aquele fato, senão vai haver um problema de INCOERÊNCIA na Petição, isso tem que ser LÓGICO.
PEDIDO
É o que queremos com a petição inicial que formulamos. Quando formulamos uma PETIÇÃO INICIAL, revelamos DOIS pedidos. Um pedido IMEDIATO, que demostrará o tipo de tutela jurisdicional que queremos e um pedido MEDIATO que revela o bem da vida que queremos com este processo. Ex.: quando entramos com uma ação de indenização por dano material, o bem da vida que queremos é DINHEIRO. E qual é o tipo de tutela que estamos acionando para o Estado? Precisamos que o Estado reconheça que possuímos direito para obrigar a outra parte a cumprir este direito, isto é uma tutela cognitiva ou certificatória que estado precisará reconhecer o direito e condenatória, porque vamos impor para alguém o cumprimento de uma obrigação. Esta tutela pode ser então CERTIFICATÓRIA, EXECUTIVA e ACAUTELATÓRIA.
O tipo de pedido que fazemos mediato revela o tipo de tutela que estamos pedindo para o Estado.
Queremos que o Estado certifique que temos um direito.
Queremos que o Estado satisfaça um direito ou só Queremos que o Estado preserve o Direito para futura satisfação ou reconhecimento
Quem vai dizer isso somos nós na PETIÇÃO INICIAL.
Aula 4 (06/02)
Já vimos como se aplica os procedimentos na maioria dos processos e que esses procedimentos possuem 4 ETAPAS principais; etapa POSTULATÓRIA, etapa SANEADORA, etapa INSTRUTÓRIA e a etapa DECISÓRIA. A partir daí começamos a estudar a primeira desta etapa, que é a etapa POSTULATÓRIA. Foi dito que ela começa com o endereçamento da PETIÇÃO INICIAL e se encerra com o ESGOTAMENTO DO PRAZO para que o réu forneça defesa, e o primeiro ato da FASE POSTULATÓRIA é a PETIÇÃO INICIAL, instrumento que vem pela demanda, que materializa a provocação inicial e retira o poder judiciário da INÉRCIA, e por conta destas características, bem como por ela começar a delimitar, sobre o que o Juiz vai decidir, sobre o próprio objeto do processo, essa petição é extremamente FORMAL. E aí passamos a estudar os requisitos para que esta Petição Inicial seja considerada válida e possa gerar na autoridade proteção sobre o pedido que está sendo formulado. Depois vimos que o PRIMEIRO destes requisitos era o ENDEREÇAMENTO, precisamos saber para quem iremos dirigir esta Petição Inicial. O Poder Judiciário tem vários órgãos e precisamos conhecer a competência destes órgãos para poder saber em qual iremos provocar esta atividade e vimos algumas regras de competência. Depois de ser identificado o juízo competente, passamos a identificar os sujeitos que vão compor, que vão fazer parte deste processo, quem é o Autor, quem é o Réu, nome, sobrenome, estado civil, profissão, CPF se for pessoa física, CNPJ se for jurídica, qual o endereço físico e qual o endereço eletrônico, se a principal finalidade da identificação desse sujeito é saber futuramente quem serão os atingidos por força da coisa julgada, da IMUTABILIDADE e INDISCUTIBILIDADE que o processo projetará sobre a decisão que vai ser proferida. O TERCEIRO requisito é a CAUSA DE PEDIR, para que o Juiz possa decidir determinados casos precisamos primeiro esclarecer quais são as circunstancias fáticas que gerarão o pedido que será formulado, bem como qualificarestas circunstancias o que significa, expor os fundamentos jurídicos, ou seja é preciso dizer como esses fatos são capazes de gerar as consequências jurídicas que queremos ver reconhecidas futuramente no processo, lembrando que FATO + FUNDAMENTOS tem que dá PEDIDO, não basta dispor o que aconteceu é preciso pela Teoria da SUBSTANCIAÇÃO dispor como estes fatos se qualificam para pode geras estas consequências. Vimos também que fundamento jurídico NÃO é a mesma coisa que Fundamento Legal. Depois passamos a estudar o PEDIDO. Quando se formula o pedido DUAS circunstancias são identificadas, o PEDIDO IMEDIATO e o PEDIDO MEDIATO.
PEDIDO IMEDIATO revela o tipo de Tutela Jurisdicional que é buscada pela parte quando ela aciona o judiciário.
PEDIDO MEDIATO revela o bem da vida que queremos no processo.
Quando esclarecemos o tipo de Tutela Jurisdicional, fazemos o pedido ser CERTIFICATÓRIO, EXECUTIVO ou ACAUTELATÓRIO.
Os pedidos CERTIFICATÓRIOS são formulados quando precisamos que primeiro o Juiz reconheça que somos titular de um direito. Há ou não há a certeza sobre a titularidade no próprio direito, é preciso previamente que o Juiz certifique que somos titulares, porque quando temos um pedido executivo, não precisamos que o Juiz certifique que possuímos direito, porque já temos um instrumento que demostra que esse direito possivelmente é nosso. Ex.: Um cheque, que é um título que vincula o direito, em tese já atribui o direito do que pretendemos ver satisfeito, não precisamos de um processo Certificatório para fazer com que a obrigação contida no cheque seja cumprida, podemos ir direto para as providencias executivas. Resumo: se A passa um cheque para B, ele não precisa esperar o Juiz dizer que B tenha direito na quantia contida no cheque, B já pode pedir direto a satisfação da obrigação. B vai dizer: “Judiciário invade o patrimônio de A, vende os bens dele e paga o valor que que quero receber”. 
O processo é completamente distinto, no certificatório precisamos que o juiz diga que temos direito, no executivo o Juiz vai adotar medidas para fazer cumprir a obrigação, por isso não é necessário certificar o direito, no processo Acautelatório, a situação que temos é: existe a possibilidade destes processos, executivo e certificatório, ou ainda dos direitos neles veiculados não poderem chegar a ser subjetivados por algum risco por alguma atividade que necessita de uma regulação imediata. Ex.: quando aconteceu o incêndio na Boate Kiss, o que os proprietários da boate começaram a fazer? Tentaram vender ou dilapidar o patrimônio que eles tinham. Porque? Qual o objetivo? Para quando chegar na FASE EXECUTIVA, não ter bens. O objetivo era frustrar possível futuro processo de indenização, onde as partes pretendessem vender o patrimônio deles para se ressarcir dos prejuízos ocasionados pela morte daquelas pessoas. O que o Juiz fez então? Bloqueou os bens, garantido que os processos futuramente possam gerar um resultado favorável ou ter uma eficácia, uma efetividade que eles não teriam se eles se livrassem de todos os bens. Foi assegurado o resultado dos processos.
As medidas ACAUTELATÓRIAS, são concedidas porque existe uma situação de urgência que recomenda uma litisregulação, uma regulação imediata do litígio até que o Juiz chegue a conclusão final. Outro ex.: alimentos provisórios. Quando se move uma ação de alimentos provisórios, estamos dizendo que a pessoa precisa se alimentar e precisa do apoio de seu mantenedor, o Juiz vai fixar o provisório porque a pessoa não tem condições de esperar o tempo do processo para que o réu comece a pagar os alimentos, como eles se destinam a manter a própria subsistência é preciso uma medida ACAUTELATÓRIA que preserve este direito até que o processo chegue ao seu final. 
As medidas acautelatórias normalmente são concedidas porque é preciso preservar o resultado de outros processos ou preservar o próprio direito que vai ser discutido nesses outros processos.
Hoje o processo é SINCRÉTICO porque vem da ideia do sincretismo (misturar). Estas TRES medidas podem ser dadas dentro do mesmo processo. Começamos certificando, se for preciso medida acautelatória colocamos no bojo do mesmo processo, que no final vai ser efetivado esse direito que foi fornecido pelo Juiz. As TRES medidas hoje podem ser dadas em um processo só, justamente para facilitar que a parte usufrua plenamente desse direito.
Dependendo de qual seja o principal objetivo com o processo CERTIFICATÓRIO, esse processo vai reconhecer se este direito existe, poderíamos classificar esta tutela em Certificatória/Declaratória, Certificatória/Constitutiva, Certificatória/Executiva, etc...
Se o objetivo for apenas declarar que existe ou inexiste uma determinada situação jurídica esse pedido é CERTIFICATÓRIO/DECLARATÓRIO. Ex.: João diz que vive em união estável com Maria, que diz que não é verdade que é apenas namoro. Existe uma divergência aqui quanto a existência ou inexistência da própria relação jurídica denominada e conquistada? SIM. Tanto João pode propor uma ação para declarar que existe a união estável, quanto Maria pode propor uma ação para declarar que não existe a união estável, o objetivo deles é dissipar uma divergência quanto a uma existência ou inexistência de uma situação jurídica, perante as quais eles não concordam.
O CERTIFICATÓRIO/ CONSTITUTIVO, o objetivo é modificar, alterar, transformar uma situação jurídica hoje existente em outra. Ex.: João e Maria são casados, há uma situação jurídica previamente constituída, se eles quiserem desfazer este casamento eles vão entrar com um pedido CERTIFICATÓRIO/CONSTITUTIVO. O casamento tem uma série de obrigações como fidelidade, manutenção, auxilio, sustento, etc..., com o encerramento deste casamento, encerra as obrigações. No Certificatório/Declaratório só queremos declarar, esclarecer se existe ou não existe uma situação jurídica e no Certificatório/Constitutivo já tem uma situação jurídica construída que se quer alterar, modificar, transformar. Toda vez que isso acontecer o pedido é CONSTITUTIVO
Os CONDENATÓRIOS são quando pretendemos impor a outra parte o cumprimento de uma obrigação, seja de fazer ou não fazer tal coisa. João e Maria são inimigos, João ajuíza uma ação de indenização contra Maria. O que João quer é que o Juiz reconheça que Maria tem obrigação de pagar para ele uma determinada quantia.
E porque se faz esta distinção? Normalmente quando temos DECLARATÓRIO CONSTITUTIVO a própria decisão é suficiente para produzir em TODOS os efeitos, mas quando temos CONDENATÓRIO não. O Juiz vai primeiro reconhecer se João tem direito ou não de indenização, isso não quer dizer que Maria vá pagar, pois ela pode se recusar a pagar. Como ele vai fazer para obriga-la a cumprir a obrigação? EXECUÇÃO. TODA vez que tiver CONDENAÇÃO a cumprimento de obrigação, se Maria se recusar a cumprir, João terá instrumentos para obriga-la a cumprir seja com a participação dela, com ameaça. O que acontece se Maria se recusa a pagar? O Juiz determina que os bens de Maria, sejam vendidos para pagar a indenização de João.
Os CONDENTÓRIOS, os MANDAMENTAIS, os EXECUTIVOS e os LATO SENSU são sempre CONDENATÓRIOS. Qual a diferença entre eles? A primeira diferença é que essa obrigação é de QUANTIA, no MANDAMENTAL esta obrigação é de fazer ou não fazer e no EXECUTIVO é de entrega de coisa. A segunda diferença seria a das CONDENATÓRIAS para as MANDAMENTAIS EXECUTIVAS. A EXECUÇÃO das CONDENATÓRIAS se faz por sub-rogação, enquanto que as EXECUTIVAS FUNDAMENTAIS se fazem por execução indireta.
Nas obrigações CONDENATÓRIAS não precisamos da contribuição do réu para fazer com que a obrigação se realize. Ex.: Se A for condenado a pagar para B dez mil, e A não pagou, o judiciário invade o patrimônio de A, ele querendo ou não, tira o bem e paga a B. Não é necessário a conduta de A para fazer cumprir a obrigação. Porém se a obrigação fosse indireta, se a execução fosse direta MANDAMENTAL ou EXECUTIVA, seria feita por AMEAÇA.
Quando estudamos PEDIDOS, estudamos as características normaisdos pedidos. Diz a doutrina: o pedido normalmente tem que ser CERTO e DETERMINADO. O que é a certeza do pedido? O pedido certo é o PEDIDO EXPRESSO ou EXPLÍCITO. O pedido e os fatos causa de pedir limitam a atividade do Juiz, por isso o Juiz só vai decidir se expressamente se disser o que se quer. Ex.: Se alguém pede indenização por dano material contra uma pessoa, o Juiz NÃO poderá mandar pagar dano moral porque este pedido não foi feito. Não é admitido o pedido implícito. Não se pode extrair da petição algo que não foi postulado. A interpretação do pedido é feita em obediência a tudo o que foi feito na Petição e a boa-fé. Há exceções nesta regra. Ex.: verbas de sucumbência, quem perde o processo, além de ter cumprido o direito que foi reconhecido no processo vai arcar com os custos de SUCUMBÊNCIA, que são as custas processuais e os honorários de sucumbência que foram fixados em prol do advogado da parte contrária. Os honorários de sucumbência não são os mesmos honorários contratuais, uma coisa é quanto foi combinado com o advogado para que ele praticasse os atos pela parte em juízo, a outra coisa é quanto a outra parte vai pagar para ele por ter perdido o processo. Mesmo que o advogado faça o pedido de indenização contra a outra parte e não peça expressamente as verbas de sucumbência, o Juiz poderá condenar a parte perdedora a pagar as verbas de sucumbência. Não é a única exceção, vejamos:
Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
Juros, correção monetária e verbas de sucumbência são pedidos implícitos. São pedidos considerados feitos mesmo que a parte não o tenha formulado expressamente.
Outra exceção:
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
Obrigações periódicas sucessivas não cumpridas durante o processo são incluídas na condenação mesmo que o autor não peça expressamente, trata-se também de um pedido implícito.
Além de certo, o pedido tem que ser determinado. A determinação tem que ter significado qualitativamente e quantitativamente. Ex.: eu quero ajuizar uma ação de indenização. Qual a indenização que quero? Dano moral, material ou estético? Isso é definir qualitativamente. E quanto é que eu quero de dano moral, de dano material e de dano estético? Isso é delimitar quantitativamente. Então eu preciso dizer o que quero e o quanto quero, para atender o requisito para que o pedido seja determinado. O pedido NUNCA pode deixar de ser qualitativamente identificado, mas em algumas hipóteses se permite um pedido genérico ou seja não identificado quantitativamente. Vejamos que hipóteses são essas:
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico:
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
Ex.: Um cidadão perdeu o pai. Sua lhe disse que o homem que ele pensava que era seu pai na verdade não o era, e que seu pai era o dono de uma grande joalheria, de posse desta informação o filho ajuizou uma ação de investigação de paternidade contra os herdeiros do seu pai biológico, que também já havia falecido, para reconhecer o vínculo de parentesco e em razão disso ele teria direito a uma herança. Pergunta-se: será que ele sabia identificar de quanto era esta herança quando formulou o pedido? Provavelmente não. Este pedido foi um pedido genérico, pois como o filho não sabe o valor da herança não pode definir quantitativamente no pedido.
Sempre que se tiver um pedido genérico, em algum determinado momento do processo, ele vai ter que se tornar DETERMINADO. Ele pode ser determinado durante o processo ou na fase de LIQUIDAÇÃO. O pedido precisa se tornar determinado por que se for necessário se fazer execução para satisfazer a obrigação ela precisa ser DETERMINADA. Ora, se pedimos que seja reconhecido um direito a herança, se a parte for reconhecido como filho, este filho só tem como obter efetivamente sua herança se souber de do valor desta herança.
Resumindo: quando formulamos um pedido genérico, damos a oportunidade para o juiz nos dar uma decisão também genérica que reconheça nosso direito, mas não estabelece o quanto. Isso fará que nosso processo demore mais, em algum momento teremos que identificar o valor do pedido.
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
Ex.: A atropela B que de imediato não sabe todas as consequências que terá por conta deste acidente, isso porém NÃO impede de ajuizar imediatamente uma ação indenizatória contra A de forma genérica sem expressar valores, posto que B não sabe de todas as consequências que virão em decorrência do atropelamento.
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
Ex.: um morador de um condomínio, desconfia que o síndico está roubando. Este morador pode ajuizar uma ação para que este sindico preste contas? Pode. E se o morador quiser que ele ressarce o condomínio pode pedir também? Pode. O morador vai ter condições de saber o quanto o síndico tem que ressarcir antes dele fizer a prestação de contas? NÃO. O morador pode ajuizar um pedido de indenização genérica já que pra ser apurado o valor o morador depende de um ato praticado pelo sindico?
Vejamos: a regra geral é que o pedido seja expresso/explícito e determinado qualitativamente, o que se quer, qual o tipo de obrigação que queremos que seja reconhecida e quantitativamente qual é o valor que a parte vai ter que dar. As exceções são no pedido implícito (juros, correção monetária, prestação periódica e verbas de sucumbência) e as exceções quanto ao quantitativo são o pedido genérico (universalidade quando não tem número de causa quantidade) indenização quando não se sabe as consequências do ato ou do fato e assuntos relacionados a isso. E quando dependemos de um ato a ser praticado pelo réu para poder saber o quanto é que estamos discutindo o direito que queremos ver resolvido.
Essa regra do pedido certo e determinado se aplica também a RECONVENÇÃO.
Quando estudamos PEDIDO também, estudamos um outro assunto chamado de CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. Pode o autor formular vários pedidos contra o réu no mesmo processo?
Um dos princípios que orienta o processo é o PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL, se temos como resolver mais de um pedido no mesmo processo, vamos resolver! O Código permitiu que o autor deduza vários peidos que ele tenha formulado contra o réu, cumulando, trazendo ou formulando todas as pretensões que ele quer ver reconhecidas.
Existem DOIS tipos de CUMULAÇÃO: a PRÓPRIA e a IMPRÓPRIA.
Na CUMULAÇÃO PRÓPRIA se formula mais de um pedido e queremos que TODOS os pedidos formulados sejam acolhidos, se tivermos que usar uma conjunção seria a conjunção (e), queremos o pedido A+B+C+D.
Na CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA e a conjunção que se vai usar é o (ou), não há a intenção que todos os pedidos sejam acolhidos, mas que apenas um seja acolhido, porém é formulado vários pedidos de forma alternativa.
Ex.: vício redibitório (vício oculto) 
A CUMULAÇÃO PRÓPRIA se divide em SIMPLES e SUCESSIVA, e a CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA em EVENTUAL ou SUBSIDIÁRIA e ALTERNATIVA.
A diferença entre a SIMPLES e a SUCESSIVA é na relação entre os pedidos que foram formulados. Será SIMPLES sempre que um pedido NÃO depender do outro. Será SUCESSIVA sempre que o acolhimento do segundo pedido depender do acolhimento do primeiro pedido.
Ex.: A ajuíza uma ação de indenização material e moral contra B, o Juiz pode acolher o material e não dar o moral ou vice e versa, ou pode acolher os dois ou pode rejeitar os dois pedidos. O acolhimento de um não interfere no acolhimento do outro, mas se um filho ajuíza uma ação de investigação de paternidade cumuladacom alimentos. O pedido de alimentos só tem como ser apreciado se a investigação for acolhida. Se o Juiz disser que a parte não é pai, sequer vai apreciar se o cidadão tem direito a alimentos ou de quanto é esta obrigação. O acolhimento do pedido de reconhecimento de paternidade é pressuposto para que possa ser examinado os alimentos.
Ex.: A vendeu um imóvel para B, e resolve anular o negócio. A ajuíza uma ação de anulação do negócio cumulada com a devolução do imóvel. A devolução do imóvel só será apreciada se o negócio formular? É uma CUMULAÇÃO SUCESSIVA, porque o pedido subsequente só tem como ser acolhido se o antecedente for acolhido ou o pedido subsequente só tem como ser examinado se o antecedente for acolhido.
Na CUMULAÇÃO SIMPLES os pedidos são independentes entre si na sucessiva há uma relação de dependência entre os pedidos.
Na CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA, o que diferencia é a formulação deste pedido. Se o autor manifestar preferência por um dos pedidos essa CUMULAÇÃO é chamada de EVENTUAL ou SUBSIDIÁRIA, se não for formulada preferência a CUMULAÇÃO é considerada como ALTERNATIVA. É só lembrar do vício redibitório. Ex.: Juiz o que eu quero mesmo é a devolução do meu dinheiro, mas se o pedido não for acolhido eu aceito o abatimento do preço. Na CUMULAÇÃO ALTERNATIVA não há esta manifestação de preferência é como se disséssemos ao Juiz: Juiz tanto faz, se vc me der o abatimento do preço ou a devolução do meu dinheiro prá mim está ótimo.
A forma como o orgão narra o pedido vai qualificar o tipo de CUMULAÇÃO, sobretudo a EVENTUAL e a ALTERNATIVA é o autor que vai delimitar se tem preferência por um dos pedidos ou não.
Apesar de ser uma classificação doutrinária, isto tem impacto prático no processo. Ex.: qual é o valor da causa quando tenho uma CUMULAÇÃO EVENTUAL? Será que é o mesmo valor de quando tenho uma CUMULAÇÃO ALTERNATIVA? NÃO. Vai ter reflexo para o processo essa classificação por isso que precisamos saber quando é PRÓPRIA, quando é IMPRÓPRIA, quando é SIMPLES, quando é SUCESSIVA, quando é EVENTUAL e quando é ALTERNATIVA.
Obs.: CUMULAÇÃO ALTERNATIVA não se confunde com PEDIDO ALTERNATIVO. CUMULAÇÃO ALTERNATIVA acontece quando é formulado vários pedidos mas só queremos um. No pedido ALTERNATIVO NÃO há cumulação de pedidos, O PEDIDO É ÚNICO, o que difere é como o réu pode cumprir esta obrigação, porque ele tem mais de um jeito de cumprir.
Ex.: A firmou com B um contrato, onde ele se obrigou a entregar 100 cabeças de gado que podiam ser Nelore ou Zebu. Qual o pedido que A irá formular contra B? Que B entregue as 100 cabeças de gado. (Não há cumulação, certo?) só que B tem outras formas de cumprir esta obrigação B pode entregar 100 Nelores ou 100 Zebus, ou 50 Nelores e 150 Zebus. B é quem vai decidir como vai compor esta obrigação, mas é um único pedido.
Obs.: no exemplo do vício redibitório pode-se formular mais de um pedido, ou o abatimento, ou a devolução do dinheiro ou a troca da coisa. No pedido alternativo só temos um pedido, mas a forma de cumprimento é variada pode ser de várias formas.
Aula 5 (09/02)
Para que esta CUMULAÇÃO seja realizada alguns requisitos tem que estar presentes, estes requisitos estão previstos no:
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
O primeiro requisito para que os pedidos possam ser CUMULADOS no mesmo processo é que eles sejam COMPATÍVEIS entre si. O que quer dizer isso? Que o acolhimento do pedido A, não pode repelir o pedido B. Se os pedidos forem incompatíveis a CUMULAÇÃO não pode ser realizada, este requisito da compatibilidade por óbvio, só se aplica a CUMULAÇÃO PRÓPRIA, ele não se aplica a CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA. Porque não? Porque que a compatibilidade entre os pedidos não se aplica em CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA (que aquela em que se formula vários pedidos, mas que o Juiz só vai dar um)? Só é requisito de admissibilidade da CUMULAÇÃO a compatibilidade na CUMULAÇÃO PRÓPRIA, onde é formulado vários pedidos e queremos que todos sejam dados pelo Juiz, então o pedido A não pode ser incompatível com B. Ex.: Não podemos pedir ao mesmo tempo a anulação do Contrato e a rescisão dele. Não podemos pedir e, mas podemos pedir ou. Isso ou aquilo. 
Resumindo: A COMPATIBILIDADE é requisito para a CUMULAÇÃO PRÓPRIA, para a IMPRÓPRIA não é requisito.
O segundo requisito está no:
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
O que quer dizer isso? Não estamos formulando vários pedidos para o Juiz? Temos que pensar que esses requisitos são lógicos. Ex.: se o Juiz é incompetente para o pedido, podemos formular o pedido perante aquele juízo? NÃO. Se não podemos levar o pedido individualmente, não poderemos levar ele acompanhado de outro. Se o Juiz não pode julgar o pedido individualmente sozinho, porque iremos pode levar ele com outro pedido? Não tem o menor sentido. A pergunta que se faz na competência é: Se for ajuizado um processo sobre um pedido, o Juiz teria competência para julgar? Se a resposta for positiva, podemos CUMULAR, se a resposta for negativa, não podemos CUMULAR. A questão é os pedidos que formulamos, que queremos levar para o juízo, o A+B+C. Se fizermos separado o A, o B e o C, aquele Juiz poderia julgar o processo? Se SIM então podemos CUMULAR, se NÃO, não podemos cumular. Devemos lembrar que existe a COMPETÊNCIA ABSOLUTA e a COMPETÊNCIA RELATIVA, e isso vai impactar na CUMULAÇÃO.
Se o Juiz for absolutamente incompetente para processar e julgar um determinado pedido, podemos cumular este pedido? NÃO. Porque ele jamais poderia julgar aquele pedido, porque se teria violado uma norma de competência que visa interesse público, então não tem coo levar este pedido para ele. Se a norma for violada pode o Juiz de oficio dizer: Opa! Não pode cumular? PODE. E o que acontece se não reconhecer, este vicio desaparece? NÃO. Mas... se a Competência for RELATIVA? o Juiz pode de ofício dizer: Ei, sou incompetente? NÃO. Quem tem que alegar a incompetência é o Réu, porque o autor foi quem escolheu o juízo competente (endereçamento). Se o réu não alegar, o juízo que era incompetente torna-se competente. E se houver CONEXÃO (quando os pedidos mantem entre si algo que os vincula) entre os pedidos? Toda vez que tiver CONEXÃO existe o risco de decisões contraditórias, então toda vez que tiver conexão ocasionará modificação de COMPETÊNCIA RELATIVA. Ex.: A e B foram vítimas do mesmo acidente, que foi ocasionado por um terceiro. A e B separadamente podem ajuizar uma ação contra este terceiro de indenização? PODEM. Mas estas duas ações não se baseiam na mesma circunstância/fato, no mesmo acidente? SIM. Há risco de decisões contraditórias? SIM. Será que os processos não devem ser reunidos para julgamento conjunto? SIM. Então se podemos reunir os pedidos nos mesmo juízo, não podemos CUMULAR no mesmo processo? PODE. Isso se dá porque tem CONEXÃO. Se há conexão eles têm que ser juntados ou submetidos ao mesmo juízo para ele evitar decisões contraditórias.
Resumindo: se o Juiz for INCOMPETENTE RELATIVAMENTE para um dos pedidos que se quer cumular e o réu não alegar em defesa ou se ele alegar em defesa, antes de dizer que não pode ficar com o pedido no processo ou que não pode haver CUMULAÇÃO tem que perguntar se existe alguma conexão entre o pedido A e o pedido B, se eles se baseiam no mesmo fato ou se os pedidos seriam os mesmos. Porque se houver alguma relação de conexão, podemos CUMULAR, porque de qualquer jeito o processo iria para o mesmo Juiz. A conexão só altera a competência relativa, a competência absoluta NÃO é alterada pela conexão.
Existem diversas dispositivos previstos na legislação esparsa que preveem normas de competência e aí é preciso apurar se é norma de competência absoluta ou relativa. Se violarmos norma de competência absoluta, nunca poderia formular aquele pedido naquele juízo, então a incompetência para um dos pedidos gera impossibilidade. Se formulamospedido A e B e percebemos que o juiz é incompetente para o pedido B. O que o juiz faz com este processo? Ele desmembra o processo? Remetendo a parte do processo, relativo ao pedido B para o juízo que seria o competente? Ou ele simplesmente não examina o pedido B justificando que ele é incompetente para realizar este julgamento? Esta discursão é controversa na doutrina, todavia existe um indicativo que é o art. 45 § 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
Quando a união está em processo ela desloca a competência para a justiça federal, só que ela pode vir para este processo e dizer que ela só tem competência no pedido B, que ela não tem interesse no pedido A, nesse caso o pedido A permaneceria com o juízo onde está o processo e o B ou iria para a justiça federal ou o juiz não apreciaria o B que está no processo, porque ele não detém competência. Vamos encontrar quem defenda que o juiz simplesmente não aprecie o pedido para o qual ele não detém competência assim como vamos encontrar quem diga que o juiz tem que desmembrar o processo remetendo a apuração do pedido para o qual ele não tem competência para o juízo que seria o competente. 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
Além da incompatibilidade e da competência há um terceiro requisito estabelecido pelo código que é o seguinte o PROCEDIMENTO que vai ser aplicado aos pedidos cumulados, ele tem que ser o mesmo ou ele tem poder ser compatibilizado. Lembrando que PROCEDIMENTO é o caminho que o Juiz percorre para julgar o direito, se para reconhecer este direito temos que percorrer este caminho e para reconhecer este outro direito temos outro caminho distinto, pergunta-se: qual dos dois caminhos o Juiz vai seguir? Esse é o problema do procedimento ser distinto. O procedimento é a forma que o processo caminha para que o Juiz possa julgar o litigio e nem sempre o procedimento é o mesmo. Esse é o problema. Se no pedido A o Juiz tem que seguir um caminho e o pedido B ele tem que seguir por outro caminho, qual dos dois procedimentos ele vai adotar para processar os dois pedidos? Se não tiver como estabelecer um caminho comum para os dois não tem como fazer CUMULAÇÃO, teria que fazer necessariamente dois processos distintos.
Explicando melhor: já ouviram falar de um procedimento especial chamado de INVENTÁRIO? Quando alguém morre seu patrimônio se transfere para os herdeiros, mas é preciso um procedimento especifico para fazer com que estes herdeiros definam quem vai ficar com tal bem ou qual é o percentual de cada herdeiro, sobre cada um dos bens. Esse procedimento especial chamado inventário, só se realiza deste jeito, tá previsto no código, não temos como fazer outro caminho que não aquele.
O pedido para fazer um inventário pode ser cumulado para fazer com outro pedido? NÃO
Não tem como estabelecer um caminho comum. O inventário só se realiza daquele jeito e não tem como adaptar este procedimento.
Resumindo: existem procedimentos em que a parte não tem opção, eles são obrigatórios, que o pedido tem que ser processado daquele jeito e existem procedimentos que são verdadeiros caminhos alternativos para a parte. A parte poderia ir por um caminho e chegaria ao objetivo ou poderia ir por outro caminho e também chegaria ao mesmo objetivo. Ex.: o procedimento no Juizado Especial é um procedimento que não é obrigatório, se a parte não quiser processar o pedido que ela fez pelo juizado, ela pode adotar o procedimento comum e vai chegar no mesmo resultado, por dois caminhos distintos, ela poderia ir pelo Procedimento do Juizado ou poderia ir pelo procedimento comum. Ora, quando o PROCEDIMENTO não é obrigatório a parte pode abdicar dele e adotar o PROCEDIMENTO que é o mesmo para TODOS os pedidos e portanto adotar um caminho único, quando isso for possível, é viável a CUMULAÇÃO, mesmo que a princípio os dois pedidos se submetessem a procedimentos distintos, se tivermos que seguir um caminho comum, mesmo que importe regras deste procedimento especial para aplicar, temos como CUMULAR, há procedimentos que não temos como abdicar, portanto dificilmente eles poderão ser objetos de CUMULAÇÃO, e há procedimentos que são opção da parte. Ex.: Mandato de segurança, é um procedimento especial não obrigatório, é um procedimento muito mais célere que o comum para proteger direito líquido e certo, mas se a parte não quiser se valer do procedimento de MANDATO DE SEGURANÇA, ela não é obrigada. Ela pode ir para o PROCEDIMENTO COMUM, opção dela, e ela pode formular este pedido como outros direitos que não sejam líquidos e certos. 
O código trouxe uma novidade, ele autorizou que desde que seja compatível com este PROCEDIMENTO podemos importar as questões ou as técnicas diferenciadas do PROCEDIMENTO ESPECIAL para o PROCEDIMENTO COMUM, fazendo uma espécie de mescla de procedimentos. Podemos seguir o COMUM, mas podemos pegar um detalhe do PROCEDIMENTO ESPECIAL para poder aplicar, importar a técnica que implicou na diferenciação do procedimento aplicando a regra geral comum mas com o detalhe do procedimento especial que foi estabelecido. Outro exemplo são as AÇÕES POSSESSÓRIAS, que são procedimentos especiais que estão previstos a partir do art. 554, que se destinam a proteger a posse que é exercida por determinada pessoa sob determinado tempo, se a violação ao ato da posse começou a acontecer a MENOS DE UM ANO e UM DIA, podemos nos valer deste PROCEDIMENTO ESPECIAL, onde a possessão da liminar é mais fácil de que se o ato estiver acontecido a mais de um ano e um dia. É como se a concessão da liminar para reintegrar a posse por exemplo, para devolver a posse para quem teve a posse esbulhada, ela fosse mais simples do que a concessão da liminar para quem já teve esta posse invadida a mais de um ano e um dia. É como se o legislador tivesse dito assim: se o ato que esbulhou a posse for a menos de um ano e um dia é mais fácil dar a liminar neste este procedimento especial, se contudo a posse foi violada a mais de um ano e um dia será aplicado o procedimento comum e a liminar vai ser mais difícil. Podemos verificar que o que faz com que a ação de manutenção do mandato de reintegração de posse seja diferente do comum é só a facilidade da liminar, porque depois o procedimento fica muito parecido. Pode a parte CUMULAR o pedido de reintegração de posse como se submetesse ao procedimento comum e importar esta regra da facilidade da liminar? Foi isso que o Código permitiu, que se abarcasse os procedimentos para o comum, importando as regras que são benéficas e que não são incompatíveis com o PROCEDIMENTO COMUM, é isto que o Código diz expressamente no:
Art. 327 É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. O procedimento tem que ser adequado para TODOS os pedidos. O pedido A tem que se submeter ao mesmo procedimento do pedido B, senão não tem como CUMULAR
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
Ex.: reintegração de posse, está previsto no procedimento especial, e eu quero cumular com uma indenização por dano moral. Pode? PODE. Adota-se o comum mas aquilo que o procedimento especial se compatibiliza com o procedimento comum, pode-se adotar as regras especiais.
Podemos perceber que os requisitos são lógicos, se a posse for PRÓPRIA, o primeirorequisito é a COMPATIBILIDADE. O pedido A não pode excluir o pedido B, porque queremos que todos sejam acolhidos. Esta regra só se aplica a CUMULAÇÃO PRÓPRIA.
Segundo requisito – pode o juiz julgar os pedidos cumulados? Ele teria COMPETÊNCIA para julgar todos os pedidos? Se a COMPETÊNCIA for ABSOLUTA não pode. Se for COMPETÊNCIA RELATIVA, depende da NÃO provocação do réu em defesa, e da ausência de conexão, mas se não tiver conexão o juiz poderá ficar com o processo, o pedido poderá ser cumulado. E o PROCEDIMENTO tem que ser o mesmo, o caminho que o juiz vai traçar para julgar os dois ou mais pedidos tem que ser os mesmos, NÃO podem ser caminhos distintos, se os caminhos forem distintos só poderemos cumular se adotar para eles o mesmo caminho ainda que com algumas “passagens secretas”.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326.
O art. 326 trata da CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA, o caput trata da CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA EVENTUAL, e o Parágrafo 2º da CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA ALTERNATIVA.
O que ele está dizendo expressamente: na COMPATIBILIDADE, não se aplica a CUMULAÇÃO PRÓPRIA.
Curiosidade: o art. 325 trata de PEDIDO ALTERNATIVO e não CUMULAÇÃO ALTERNATIVA, já o art. 326 trata da CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA EVENTUAL e da ALTERNATIVA. O art. 327 trata dos REQUISITOS para a CUMULAÇÃO.
ALTERAÇÃO DO PEDIDO ou a CAUSA DE PEDIR
A pergunta basicamente é uma só. Depois que o autor já apresentou a PETIÇÃO INICIAL com a CAUSA DE PEDIR e o PEDIDO, ele pode alterar este pedido?
Ex.: A só pediu dano material, mas quer influir pedido de dano moral. A pode alterar a petição que ele fez para incluir este pedido? PODE. A qualquer tempo? NÃO. Até quando ele pode alterar? Qual o limite?
Temos 3 regras básicas:
Até a CITAÇÃO, ou seja, até antes do réu ser ajuizado no processo, o autor tem liberdade para alterar como quiser. Ele pode alterar, pode suprimir.
Após a CITAÇÃO, ou seja, após a integração do réu no processo. Para fazer alteração o autor precisa da concordância do réu, e caso ele concorde o prazo de defesa do réu será alterado também.
O limite para a alteração é o SANEAMENTO do processo, após o SANEAMENTO, diz o Código que NÃO cabe mais modificação.
Explicação: vale lembrar que o SANEAMENTO, era uma fase de organização, onde o Juiz estabelecia que pontos ele precisa esclarecer, que provas ele vai produzir. Depois do SANEAMENTO o processo vai se encaminhar para o final, porque o juiz vai produzir as provas sobre os pontos que necessitaram ser esclarecidos e julgar em seguida, é por força desta estabilização do processo que não se pode alterar PEDIDO ou CAUSA DE PEDIR, após o SANEAMENTO. Como já foi definido sobre o que vai produzir prova, se fosse possível alterar após o saneamento, isso teria que implicar sobre uma nova decisão do saneamento. Isto está previsto expressamente no Código. 
Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; ANTES DA CITAÇÃO
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, (entre a citação e o saneamento pode, porém é necessário o consentimento do réu, e depois do saneamento diz o código que não pode mais) assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias (úteis), facultado o requerimento de prova suplementar. Porque ele pode requerer prova suplementar? Porque foi acrescentado outro fundamento ao pedido para o qual ele não tinha se defendido e que pode surgir a necessidade de produção de outra prova. É simples. É lógico!
Diz o código que o próximo requisito da fase postulatória/petição inicial é a atribuição do valor da causa.
Para que serve o VALOR DA CAUSA? Em que o valor da causa interfere no processo? No PROCEDIMENTO. Existe possibilidade de estabelecer procedimento com base no valor da causa? O valor da causa no antigo procedimento sumário se aplicava nas causas que tivesse até 60 salários era uma regra para estabelecer o caminho do processo. Hoje ainda é possível, se vier alguma lei que estabelece procedimento diferente, ela poderá criar um outro procedimento com base no valor da causa, apesar de não existir mais, o valor da causa pode ser levado em consideração para estabelecer regras de procedimento.
Em que mais o VALOR DA CAUSA interfere? Na COMPETÊNCIA. Ex.: as causas que podem ser processadas nos Juizados Especiais, têm limites de valor da causa, se for Juizado Especial Estadual até 40 Salários Mínimos, se for Juizado Especial Federal, 60 salários.
Regime Financeiro do Processo- o Valor da Causa é levado em consideração para se calcular as CUSTAS para que este processo possa ser realizado, quanto maior o valor da causa, maior o valor de custas que o coautor pagará. No TJ existe uma tabela, se o valor da causa for entre 1 real e 10.000 reais, vai ser pago, 200 reais de custas. Se for entre 10.000 reais e 40.000 reais vai ser pago 400 reais de custas. Se for entre 40.000 reais e 100.000 reais vai ser pago 1.000 de custas.
Quanto maior o valor da causa, maior o valor das custas que o autor pagará para que esta causa seja realizada. 
O valor da causa é obrigatório? É. Mesmo que a causa não tenha conteúdo econômico? SIM.
O código estabeleceu algumas regras para atribuir o valor a causa. Estas regras estão no:
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; (se o objetivo é reconhecer o Direito Determinado CRÉDITO, além do crédito principal, pedimos correção monetária, juros e multas. O valor da causa representa a soma de todos esses pedidos.)
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; Se houver um contrato que queira anular, o valor da causa é o valor do contato, porém se o interesse é anular somente uma cláusula deste contrato, de quanto é a repercussão econômica desta causa? Ex.: quero anular a cláusula que trata de multa. O valor da causa será a consequência deste aspecto ou seja, a anulação desta cláusula.
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
Se for pedido 100 reais mensais de alimentos, qual será o valor da causa? 1.200
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; repartir um bem que é de comum propriedade das partes, se eu quiser repartir este bem que é objeto de propriedade comum, o valor da causa é o valor do próprio bem. Se eu quiser somente demarcar, por ex.: imaginem 2 imóveis vizinhos, qual o limite de um para o outro? O valor de cada área é o valor da causa. A reivindicação é uma ação para obter a posse.
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; o código deixa muito claro que as ações declaradas têm que ter o valor da causa expressamente dito. Se a CUMULAÇÃO for ALTERNATIVA, será o pedido de maior valor. Se a CUMULAÇÃO for EVENTUAL, será a que foi manifestado preferência. É o que diz os incisos seguintes
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; CUMULAÇÃO SIMPLES OU SUCESSIVA
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; CUMULAÇÃO ALTERNATIVA
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. CUMULAÇÃO EVENTUAL.
 O código traz ainda uma regra especial, quando tiver prestações vincendas, ou seja, que ainda não venceu e o contrato for superior ou não, pode ser por prazo determinado se o prazo das prestações vincendas for indeterminado, será cobrado as vencidas mais 12 meses. É o que diz os seguintes parágrafos:
§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor

Outros materiais