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1 Aulas Oficina Jurídica II

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TEORIA GERAL DA PENA
• PENA
- Conceito: Espécie de Sanção Penal. É a
resposta Estatal consistente na privação ou
restrição de um bem jurídico ao Autor de um
fato punível.
- Artigo 59 do CP adotou a Teoria Unitária-
“sanção deve ser necessária e suficiente para
a prevenção e reprovação”...
Assim, a SANÇÃO PENAL tem uma tríplice
função:
- PREVENIR
- RETRIBUR
- RESSOCIALIZAR
Devemos substituir a vingança privada por uma
intervenção estatal (limites da dignidade
humana e proporcionalidade, no sentido de
evitar excessos)
- Nenhuma pena passa da pessoa do condenado e
tem de ser necessária e adequada.
- As penas são:
*Pena privativa de liberdade
*Pena Restritiva de Direito e
*Pena de Multa
PERGUNTA: A PENA BASE pode ficar aquém ou
além da pena mínima prevista para o crime? OU
ela tem que obedecer os limites mínimo e
máximo?
Na primeira etapa (primeira fase), o juiz está
atrelado aos limites mínimo e máximo
abstratamente.
ARTIGO 59, II DO CP...
A quantidade de plena aplicável dentro dos
limites previstos...
Ex: Crime xxx com a pena de 01 a 04 anos, a
pena base tem que ficar entre 01 a 04 anos.
• Como o juiz aplica a pena?
Ele SEMPRE PARTE DA PENA MÍNIMA...
Se ele tem circunstâncias judiciais
desfavoráveis, a pena base vai
aproximando-se do máximo. Se ele
tem circunstância favoráveis, do
mínimo...
SITUAÇÕES
1) - Não há circunstâncias judiciais relevantes: =
pena base = imposta no mínimo.
2) Só há circunstâncias judiciais favoráveis = a
pena base deve ser imposta no mínimo.
3) Só há circunstâncias judiciais desfavoráveis =
a pena base deve ser imposta acima do
mínimo.
OBS: o quantum de aumento ou de diminuição
fica a critério do juiz. Deve justificar a sua
opção.
4) Concurso de circunstâncias favoráveis e
desfavoráveis = aplica-se o artigo 67 do CP,
por analogia (por analogia porque o 67 é
usado para agravantes e atenuantes - segunda
fase) – Ex: tem maus antecedentes
(desfavorável), mas tem comportamento
concorrendo para o crime (favorável). A pena
base fica no mínimo ou acima do mínimo?
Deve-se ver a circunstância preponderante...
OBS: Se a doutrina diz que tenho que aplicar o
artigo 67 por analogia, temos que usar o in
bona partem...
Pena base fixada no mínimo, sem
fundamentação judicial, é tolerada pela
Jurisprudência.
Pena base fixada acima do mínimo, sem
fundamentação, torna a sentença nula no
ponto: não se anula toda a sentença, mas
somente anula-se a fixação da pena. O
Tribunal devolve ao Juiz para que ele adeque
somente a fixação da pena.
Segunda Fase da Aplicação da Pena: FINALIDADE =
FIXAR A PENA INTERMEDIÁRIA
Instrumentos que serão observados: ATENUANTES e
AGRAVANTES.
As ATENUANTES: artigo 65 e 66 do CP e na Legislação
Extravagante (Ex: lei dos crimes ambientais :não ter
grau de escolaridade, ex).
As AGRAVANTES: artigos 61 e 62 do CP e na Legislação
Extravagante.
Ex:Extravagante Artigo 298 da Lei nº 9.503 de 23 de
Setembro de 1997- Trânsito(agravam)-om dano
potencial para duas ou mais pessoas ou com grande
risco de grave dano patrimonial a terceiros- utilizando
o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas.
O PONTO DE PARTIDA para a segunda fase é a
pena base.
Pergunta-se:
As AGRAVANTES sempre agravam a pena?
1) Em regra sim, salvo:
a) Quando constituem ou qualificam o crime
(evitar o bis in idem).
Exemplo: aborto sem consentimento da
gestante (art. 125). Não podemos considerar
a AGRAVANTE contra a mulher grávida
(61,II,h CP), porque o fato de a vítima ser
grávida já constitui o crime...
b) Quando a pena base foi fixada no máximo
(também na segunda fase, o juiz , na fixação
da pena intermediária, está atrelado nos
limites legais);
c) Quando a atenuante for preponderante
(sobre a agravante), nos termos do artigo 67
do CP.
**As ATENUANTES SEMPRE ATENUAM A PENA?
Art 65 CP. Existem exceções?
- Em regra, sim, salvo:
A- Quando a pena base foi fixada no mínimo
(ver Súmula 231 do STJ- a incidência da
circunstância atenuante não pode conduzir à
redução da pena abaixo do mínimo legal)
Porém, há contestação pelos advogados de
defesa ou defensores públicos, pois:
1- não existe lei que limite o juiz ao mínimo legal
previsto no preceito secundário.
2- Assim agindo, estaria violando o princípio da
legalidade.
B- Quando a agravante for preponderante, nos
termos do artigo 67 do CP. (concurso de
agravantes e atenuantes).
Art. 67 CP- No concurso de agravantes e atenuantes,
a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas
circunstâncias preponderantes, entendendo-se
como tais as que resultam dos motivos
determinantes do crime, da personalidade do
agente e da reincidência.
Jurisprudência fez uma tabela de preponderância
para entendermos:
1ª circunstância que mais prepondera sobre qualquer
outra é a circunstância atenuante da menoridade
(ser menor de 21 anos na data dos fatos).
Exemplo 01: Réu menos de 21 anos e reincidente
(atenuante e agravante)
Menos de 21 anos (atenuante)
Reincidente (agravante)
O juiz deve atenuar a pena porque a atenuante
neste caso é preponderante...
2ª circunstância agravante da reincidência
Exemplo 02: Réu reincidente (agravante) reparou o
dano causado à vítima (atenuante)
O juiz vai agravar ou atenuar a pena?
A circunstância agravante da reincidência é
preponderante, só perde para a menoridade.
Então, o juiz vai ter que agravar...
3ª Circunstância agravante ou atenuante subjetiva
preponderam sobre circunstância agravante ou
atenuante objetiva.
As de caráter pessoal ou subjetivas se referem aos
motivos determinantes, qualidade ou condição pessoal
do agente, suas relações com a vítima ou com os
demais participantes. (Exemplo: Confissão Espontânea-
atenuante subjetiva- ver art. 65 CP).
OBS: Réu confesso executou o furto por motivo fútil.
Confesso: atenuante subjetiva
Por motivo fútil: agravante subjetiva
O juiz vai atenuar ou agravar a pena do furto? Estão no
mesmo patamar...
OBS: Nessa hipótese, em que as duas estão no mesmo
patamar, a Jurisprudência aceita a compensação...
O juiz não agrava nem atenua... Ele confirma a
pena base...
OBS 2: Há entendimento de que a circunstância
de o agente ser maior que 70 anos na data da
sentença é circunstância que prepondera
sobre TODAS as demais (ao lado da
menoridade).
Ocuparia o lugar mais alto ao lado da
menoridade...
Então, se ele é maior de 70 anos na data da
sentença e reincidente, o JUIZ vai ter que
ATENUAR A PENA...
É POSSÍVEL COMPENSAR A AGRAVANTE DA
REINCIDÊNCIA COM A ATENUANTE DA
CONFISSÃO ESPONTÂNEA?
A agravante da reincidência ocupa o 2ª lugar na
preponderância e a atenuante da confissão
espontânea ocupa o 3ª lugar na preponderância.
Logo: a 2ª prepondera... Só pode compensar se
estiverem no mesmo patamar. Porém, o STJ
entende diferente.
Apesar de haver decisão na 6ª Turma do STJ
autorizando a compensação, prevalece
entendimento em sentido contrário.
A agravante da reincidência deve preponderar, nos
termos do artigo 67 do CP (STJ HC 143.699; STF-
HC 102.486)
**PERGUNTA: Exige-se dolo do agente nas agravantes e
atenuantes?
As ATENUANTES, incidem nos crimes dolosos e culposos
As AGRAVANTES, em regra, exigem dolo do agente.
Qual seria a ÚNICA AGRAVANTE aplicável em crime
culposo? A reincidência...
Exceção nos crimes culposos: Salvo a reincidência (Código
Penal, art. 61, I), todas as demais circunstâncias
agravantes só incidem nos crimes dolosos e não nos
culposos (...).” (Celso Delmanto et al, Código Penal
Comentado, 8ª ed., São Paulo: Ed. Saraiva, 2010, p.
287);
obs: De acordo com parte do STF, apesar de a maioria da
doutrina só admitir, no crime culposo, a agravante de
reincidência, reconhece possível outras circunstâncias
agravantes, como as atinentes ao motivo que levou à
conduta negligente (HC 70.362). --- Ex: a futilidadedo
motivo que levou o réu a tomar para si o volante da
viatura, (…) por mero capricho
A doutrina, por sua vez, também traz posições
antagônicas sobre o tema.
STF, 1ª Turma, HC 120165, j. 11/02/2014: Respeitadas as
divergências doutrinárias e jurisprudenciais, verifica-se
a possibilidade da incidência de circunstância
agravante em crime culposo (relativas ao motivo fútil),
desde que diretamente relacionada com a conduta
voluntária adotada, e não com o resultado desejado ou
de risco assumido, próprio da modalidade dolosa
REINCIDÊNCIA
Repetir o fato punível – previsão legal- artigo 63
do CP.
Requisitos da reincidência:
1- trânsito em julgado de sentença penal
condenatória por crime anterior;
2- cometimento de novo crime (basta cometer
novo crime... A sentença futura somente
declarará esta reincidência...)
OBS 1) Sentença absolutória imprópria, que impõe
medida de segurança não gera reincidência (discute-
se se gera maus antecedentes...)
OBS 2) Transação penal não gera reincidência, nem
maus antecedentes- Lei 9099/95-61, 72, 76 (não vai
poder desfrutar novamente dos benefícios desse instituto
pelo prazo de cinco anos).
OBS 3) Suspensão condicional do processo não gera
reincidência nem maus antecedentes (A suspensão
condicional do processo pode ser proposta ao cidadão que
estiver respondendo a processo de competência do Juizado
Especial Criminal, desde que a pena prevista para o crime
do qual esteja sendo acusado seja igual ou inferior a um
ano- art 89 lei 9099/95)
O artigo 63 do CP deve ser
complementado pelo artigo 7º da Lei das
Contravenções Penais (Decreto Lei
número 3688/1941).
Artigo 7º: Verifica-se a reincidência
quando o agente pratica uma
contravenção depois de passar em
julgado a sentença que o tenha
condenado, no Brasil ou no estrangeiro,
por qualquer crime, ou, no Brasil, por
motivo de contravenção.
REINCIDÊNCIA- Hipóteses geradas de 
Reincidência- resuminho não exaustivo!
Sentença condenatória definitiva Novo Fato
Crime praticado no Brasil ou Estrangeiro Cometimento de novo crime, gera 
reincidência (art. 63 CP)
Crime praticado no Brasil ou Estrangeiro Cometimento de contravenção penal 
gera reincidência (art 7 LCP)
Contravenção Penal no Brasil Cometimento de Crime= NÃO HÁ 
PREVISÃO LEGAL PARA REINCIDÊNCIA... 
Não vai ser reincidente. Apenas 
portador de maus antecedentes...
Contravenção Penal no Estrangeiro Contravenção Penal: não gera 
reincidência (ver art. 7 da LCP)
Contravenção Penal no Brasil Contravenção Penal no Brasil: gera (art 7 
da LCP)
OBS: Se o fato é crime no estrangeiro e não é
crime no Brasil. Gera reincidência?
Não!!!
OBS: Pena de Multa gera reincidência?
• Prevalece que a pena de multa 
também gera reincidência porque a 
reincidência pressupõe uma 
condenação definitiva pretérita. Não 
importa o crime ou a pena imposta...
• Terceira Fase: Causas de Aumento e 
Diminuição da Pena
Essa é a última fase da dosimetria. Computar-se-
ão as causas de aumento e diminuição.
• Parte Geral do CP
• Art. 29, § 2º, 2ª parte;
• Art. 70 – concurso formal;
• Art. 71 – crime continuado
• Parte Especial do CP
• Art. 121, § 4º
• Diminuição (minorantes)
• Parte Geral do CP
• Art. 14 – tentativa;
• Art. 16 – arrependimento;
• Art. 21 – erro de proibição inescusável
• Parte Especial do CP
• Art. 121, 1º
Exemplo de causas de diminuição genéricas: a 
tentativa, artigo 14, parágrafo único; 
arrependimento posterior, artigo 16; 
erro de proibição evitável, artigo 21, 2ª parte; 
semi-imputabilidade; menor participação, artigo 
29, parágrafo
causas de aumento genéricas: concurso formal, 
artigo 70; crime continuado, artigo 71 1º.
• Se houve extinção da punibilidade no crime 
anterior, gera reincidência?
OBS: Verificar primeiro: se a extinção da
punibilidade ocorreu antes ou depois da
sentença condenatória transitada em julgado.
Exemplo:
ANTES da sentença 
condenatória transitada em 
julgado
DEPOIS da sentença 
condenatória transitada em 
julgado
Não gera reincidência. Ex: 
prescrição da pretensão 
punitiva 
Gera reincidência. Ex: 
prescrição da pretensão 
executória.
EXCEÇÕES: 
ANISTIA
ABOLITIO CRIMINIS
Mesmo após o trans julgado 
não geram reincidência
OBS: PERDÃO JUDICIAL não gera reincidência-
artigo 120 CP. Sentença que concede perdão
judicial não gera reincidência (Art. 120 - A
sentença que conceder perdão judicial não será
considerada para efeitos de reincidência. )
Como se prova a REINCIDÊNCIA?
Por certidão cartorária;
FOLHA DE ANTECEDENTES (FAC).(Temos decisões
admitindo prova por meio de)
O STJ admite como prova a certidão emitida pelo
Instituto Nacional de Identificação.
OBS: artigo 64, I do CP traz o sistema da
temporariedade da reincidência... Período
depurador da reincidência...
Art. 64: Para efeito de reincidência: I - não prevalece a
condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou
extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido
período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o
período de prova da suspensão ou do livramento condicional,
se não ocorrer revogação.
Crime _____ Trans._______ Cumprim ou________5 anos _____
Julg. Sent Cond. Extinção da Pena
Se entre o Crime e o Trans. Julgado Sentença
Condenatória ele pratica novo crime. É reincidente?
NÃO. (porque ainda não houve o trânsito em julgado!!
O réu ainda pode ser absolvido, por exemplo.)
Entre o Trânsito em Julgado da Sentença Condenatória e
o Cumprimento da pena pratica novo crime. É
reincidente? Sim. Reincidência ficta.
Entre o cumprimento ou extinção da pena e um período
depurador de 5 anos você pratica novo crime. Há
reincidência? SIM. É a reincidência real.
Se pratica novo crime após os 5 anos. É reincidente? Os
efeitos deletérios da reincidência perduram pelo prazo
máximo de 5 anos, contados da data do cumprimento
ou da extinção da pena. Após esse período, ocorre a
caducidade da condenação anterior para fins de
reincidência.
STF: A existência de condenação anterior, ocorrida
em prazo superior a 5 anos, contado da extinção
da pena não poderá ser considerada como maus
antecedentes. Após o prazo de 5 anos previsto
no art. 64, I, do CP, cessam não apenas os efeitos
decorrentes da reincidência, mas também
qualquer outra valoração negativa por condutas
pretéritas praticadas pelo agente. Se essas
condenações não mais servem para o efeito da
reincidência, com muito maior razão não devem
valer para fins de antecedentes criminais.
“O homem não pode ser penalizado eternamente
por deslizes em seu passado (...)” Min. Dias
Toffoli - STF. 1ª Turma. HC 119200, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 11/02/2014.
APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Cálculo da Pena: artigo 68 do CP- critério
trifásico (critério Nelson Hungria – foi quem o
idealizou):
Art.68 “A pena-base será fixada atendendo-se ao
critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição e
de aumento”
Ex: Simples- 06 a 20 anos
Qualificado – 12 a 30 anos
Homicídio 121 CP
A Primeira Fase do critério trifásico, busca fixar a
pena-base (artigo 59 do CP)
A Segunda Fase do critério trifásico= sobre a pena
base, vai considerar as agravantes e atenuantes,
encontrando uma pena intermediária.
A Terceira Fase= partindo-se da pena intermediária,
fixa a pena definitiva. Para tanto, considera as
causas de aumento e diminuição de pena.
1ª Fase
3ª Fase
2ª Fase
Pena Base 
Pena 
Intermediária
Pena 
Definitiva
Art .59 CP
Agravantes/
Atenuantes
Causas de 
Aumento e 
de 
Diminuição
OBS: As qualificadoras não entram nas fases de
fixação da pena. São consideradas PONTOS DE
PARTIDA...
O método trifásico de cálculo da pena busca
viabilizar o exercício do direito de defesa,colocando o réu inteiramente a par de todas
as etapas da individualização da pena, bem
como passa a conhecer o valor atribuído pelo
juiz às circunstâncias legais que reconheceu
presentes.
Primeira Fase
Finalidade: Fixar a pena- base.
Instrumentos para o juiz fixar a pena-base: circunstâncias
judiciais (art. 59 CP).
Ponto de Partida: Pena Simples ou Qualificada, abstratamente
prevista para o delito.
Art. 59, II CP = pena base: O juiz, atendendo à culpabilidade,
aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do
agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime:
II- a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos
Condições subjetivas= em azul acima.
OBS:De acordo com Paulo Queiroz, adotando a
Constituição Federal um direito penal
garantista, compatível, unicamente, com o
direito penal do fato, critica circunstâncias
subjetivas constantes do artigo 59 do CP.
Porém, não prevalece, porque as circunstâncias
subjetivas são importantes e devem ser
consideradas para concretizar o mandamento
constitucional da individualização da pena. O
juiz quando considera circunstâncias
subjetivas, o faz para individualizar a pena.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
1ª) CULPABILIDADE DO AGENTE (art. 59 CP- culpabilidade
do agente): (nada tem a ver com a culpabilidade,
substrato do crime).
No que consiste a culpabilidade do agente referida no
artigo 59 do CP?
Corrente 1: cuida do grau maior ou menor da
reprovabilidade da conduta (decidiu o STJ no HC
94326, em agosto de 2011). Decidiu que no crime de
uso de documento falso praticado por um funcionário
público, deve ser elevada a pena base, porque func.
Públ. praticando uso de documento público deve ter
um grau maior de reprovabilidade na conduta...
Corrente 2: Culpabilidade significa o conjunto de todos os
fatores do artigo 59 do CP (NUCCI)
Corrente 3: Luis Flávio Gomes entende que na 
culpabilidade deve ser observado pelo juiz: 
a) A posição do agente frente ao bem jurídico 
tutelado;
b) Menosprezo;
c) Indiferença
d) Descuido
2ª Vida Pregressa do Agente
Fato posterior ao crime NÃO PODE SERVIR como 
maus antecedentes
** Inquérito Policial arquivado ou em andamento
serve como “maus antecedentes”? Não, pois
prevalece o princípio da presunção de inocência
ou não culpa.
** Ação Penal Extinta sem Condenação ou em
Andamento serve como “maus antecedentes”?
Não, pois prevalace o princípio da presunção de
inocência ou não culpa.
** O que gera maus antecedentes é a sentença
condenatória transitada em julgado, incapaz de
gerar reincidência OU SEJA: decorrido prazo de 5
anos após cumprir a pena, para alguns pode
gerar maus antecedentes e não reincidência (STF
não concorda).
Súmula 444 do STJ- princípio de presunção de
inocência ou não culpa.
Atos Infracionais geram maus antecedentes?
Não, de acordo com o STJ os atos infracionais
não podem ser considerados maus
antecedentes. Entretanto, o próprio STJ aceita
que sejam considerados na primeira fase
como personalidade desajustada (HC 146684
RJ, setembro/2010).
3º Conduta Social do Agente: Situação
vivenciada pelo agente nos seus papeis
desempenhados na sociedade, na
comunidade em que vive, no seu trabalho, em
sua família.
4º Motivos do Crime: Faz-se um perfil do
criminoso e da causa do crime. A pena deveria
aproximar-se do mínimo se o que levou ao
crime foi derivado por sentimentos de
nobreza moral e elevando-a se derivar de
sentimentos antissociais
5º Circunstâncias e Conseqüências do Crime: são de
caráter geral e não estão inscritas em dispositivos
específicos. Ex: duração do tempo do crime, local
mais perigoso onde foi praticado o crime,
indiferença ou arrependimento do agente logo
após o cometimento do crime, se ocasionou
alguma sequela física grave na vítima, se
provocou penúria da família ao matar o esteio do
lar.
6º Comportamento da Vítima: provocação ou
estímulo da vítima à conduta criminosa do agente
(Ex: vítima pouco recatada que sofre crime
sexual) Não justifica o crime, obviamente...
“Vítimas colaboradoras”: vítimas natas – Ex:
personalidades que “criam caso”, antipáticas,
sarcásticas, arrogantes, espertas, prostitutas,
cônjuges ciumentos, adúltero, pessoas com
pouco pudor...
Não justificam o crime, mas podem levar à
diminuição da censurabilidade da conduta do
agente, abrandando a pena.
Segunda Fase: Pena Intermediária: Agravantes e
Atenuantes
AGRAVANTES:
Circunstâncias referidas nos artigos 61 e 62 do
CP. Sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime. Evita-se o
bis in idem.
Existem agravantes genéricas que, em alguns
casos, fazem parte do tipo penal ou o
qualificam.
Ex: Emprego de fogo (art.61, II, d) não pode
agravar a pena do crime do artigo 250 (cr. de
incêndio).
Ex: Agravante do art. 61, II, a (motivo fútil) em
um homicídio não pode agravar o crime já
previsto no art.121 §2º, II.
Espécies de Agravantes
Tornam o crime mais grave e implicam maior
fixação da pena. São previstas para os crimes
dolosos (pois necessária a aceitação do agente
para sua censura ser mais grave)
1) MOTIVO FÚTIL: é o motivo de pouca
importância, desproporcional, insignificante,
mesquinho, de pretexto inadequado, por uma
ninharia, por muito pouco, pratica o crime.
Ex: matar uma pessoa porque pisou no seu
sapato; bater na mulher porque não fez arroz
integral para a dieta
OBS: o ciúme não tem sido caracterizado como
motivo fútil pela doutrina e pela
jurisprudência.
MOTIVO TORPE: é um motivo imoral, abjeto,
indigno, que causa repugnância, antissocial.
Normalmente, derivam de sentimentos de
cobiça, inveja, despeito, cobiça. Ex:
testemunha que prestou depoimento contra o
réu e é morta ou espancada.
3) PARA FACILITAR OU ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A
OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU A VANTAGEM DE
OUTRO CRIME: Ex: o agente agride alguém que
está tentando socorrer a vítima de um homicídio
que ele cometeu para tentar assegurar a morte;
ameaçar a testemunha que vai depor a seu
desfavor ou em desfavor de alguém.
4)TRAIÇÃO: ataque inesperado à vítima, quebrando
sua confiança; EMBOSCADA: o criminoso espera,
oculto, para praticar o delito surpreendendo a
vítima (tocaia); DISSIMULAÇÃO: procura-se
encobrir o intento criminoso utilizando disfarce
para enganar ou surpreender a vítima (Ex: utiliza
roupa de porteiro do prédio, uniforme dos
Correios, de empresa de telefonia...)
5) OUTRO RECURSO QUE DIFICULTOU OU
TORNOU IMPOSSÍVEL A DEFESA DO
OFENDIDO: qualquer recurso que diminua a
reação da vítima. Ex: agente que “dopa” a
vítima. Levar a vítima a um local ermo para
praticar um crime.
6) VENENO: dificulta a defesa do ofendido e
provoca padecimentos. É caracterizado como
toda substância capaz de lesar a saúde ou
destruir a vida
7) FOGO OU EXPLOSIVO: grande periculosidade
8) TORTURA: Adota-se sadismo, insensibilidade e a
crueldade, infligindo um sofrimento maior e
desnecessário à vítima.
OBS: Se a tortura for revestida de circunstâncias
previstas na Lei 9455/97, constituirá crime
autônomo e sofre os rigores dos crimes
hediondos (Lei 8072/90)
9) DE FORMA GERAL: meios insidiosos,crueis ou
que podem resultar perigo comum.
Insidiosos: que atingem a vítima subrepeticiamente,
por meio de um estratagema
Meios Crueis: causam mais padecimentos à vítima
Podem Resultar Perigo Comum: são os crimes que
causam desabamento, inundação, desastres, etc.
10) CONTRA CÔNJUGE, ASCENDENTES,
DESCENDENTES OU IRMÃO: derivam de relação
de parentesco- estima e afetividade.
11) ABUSO DE AUTORIDADE e RELAÇÕES
DOMÉSTICAS, de coabitação e hospitalidade
Abuso de Autoridade: relações privadas
Relações Domésticas: entre membros da família,
empregados e empregadores que trabalham emresidências,
Relações de Coabitação: parentes ou não que
convivem sob o mesmo teto (amásios, padrastos,
enteados, companheiros de quarto)
Relações de Hospitalidade: coabitação por pouco
tempo (hóspede x hospedeiro x hóspede). Não é
necessária relação de intimidade e de
permanência demorada no local.
12) VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: Lei
11.340/2006.: Prevenção e repressão à violência
doméstica e familiar contra a mulher. Violência
física, psíquica, sexual, patrimonial, moral. Ainda
que ausente a coabitação, devem estar
presentes: violência baseada em gênero,
praticada no âmbito familiar, do convício
doméstico ou de relação de convivência íntima.
13) Com a exasperação da pena, a lei dá maior
proteção às pessoas que estão submetidas ao
agente por uma parcela de mando u quando
existe entre elas uma relação de confiança
profissional.
Abuso de poder que reduz a defesa da vítima
(por agente público que excede no
desempenho de suas funções).
Violação de dever de ofício inerente a cargo,
ofício, ministério ou profissão (desvio por
parte de quem está obrigado a um respeito
maior à lei eque transgride o ordenamento)
OBS: Não ocorre a agravante se o exercício do
cargo é elementar do crime (ex: concussão,
peculato) ou se se trata de circunstância
qualificadora ou quando o autor do crime foi
punido por crime de abuso de autoridade,
definido em lei própria (lei 4898/65).
14) CONTRA CRIANÇA, MAIOR DE 60 ANOS (lei
10.741/2003), ENFERMO OU MULHER
GRÁVIDA: vítima merece mais respeito e tem
menos chances de defesa.
Criança: pelo ECA seria: não completou 12 anos.
Pelo Cod. Penal (até 14 anos).
OBS: Afasta-se a agravante genérica se:
1) a circunstância for elementar ao crime, como
por exemplo: art. 244 CP, 96 a 108 da Lei
10.741/2003;
2) Configura uma qualificadora, exemplo: Arts
140, §3º; 148, §1º, I; 159, §1º do CP.
3) Constitui causa especial de aumento de
pena: arts. 121, §4º ; 129, §7º; 133, §3º, III;
141, inciso IV do CP e 21, §único da LCP; art
1, §4º, II da lei 9455/97.
15) SE O OFENDIDO ESTAVA SOB IMEDIATA
PROTEÇÃO DA AUTORIDADE: Contra aqueles que
estão recolhidos a estabelecimento público ou
conduzidos ao recolhimento.
16) POR OCASIÃO DE INCÊNDIO, NAUFRÁGIO,
INUNDAÇÃO OU QUALQUER CALAMIDADE
PÚBLICA OU DESGRAÇA PARTICULAR DO
OFENDIDO: o agente se aproveita da situação
para cometer o delito
17) EMBRIAGUEZ PREORDENADA: o agente
embriaga-se deliberadamente para criar
condições psíquicas favoráveis ao crime,
animando-se de coragem (actio libera in causa)
18) REINCIDÊNCIA:
ART. 61, I CP: ver slides de 19 a 31...
E quais são os efeitos da reincidência?
a) agrava a pena privativa de liberdade em quantidade indeterminada dentro 
dos limites da cominação pertinente (art. 61, I, do CP);
b)prepondera no concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes(art. 67, 
última parte, do CP);
c)impede a concessão da suspensão condicional da execução da pena (sursis) 
na hipótese de crime doloso (art. 77, I, do CP);
d)impede a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos na hipótese de crime doloso (art. 44, II, do CP), a não ser que a 
reincidência seja genérica e a substituição socialmente recomendável (art. 
44, § 3º, do CP);
e)impede a substituição da pena privativa de liberdade por multa (art. 60, §
2º, e 44, § 2º, do CP);
f)provoca a conversão da pena substitutiva em pena privativa de liberdade 
(art. 45, I, do CP, atual § 5 º do artigo 44);
g)aumenta de um terço à metade prazo de efetiva privação da liberdade para 
a obtenção do livramento condicional, se se tratar de crime doloso (art. 
83, II);
h)aumenta para dois terços o prazo de efetivo cumprimento da pena 
privativa de liberdade para a obtenção do livramento condicional, se se
tratar de crime hediondo ou equiparado (art. 83, V, primeira parte, do CP);
i)impede a concessão do livramento condicional quando se trata de 
reincidência específica em crimes hediondos, tráfico ilícito de 
entorpecentes, terrorismo e tortura (art. 83, V, parte final, a contrário 
senso, do CP, a contrário senso ) ;
j)impõe ao agente o regime fechado para início de cumprimento de pena de 
reclusão (art. 33, § 2º, b e c do CP);
k)impõe ao agente o regime semi-aberto para início de cumprimento de 
pena de detenção (art. 33, § 2, c, do CP);
l)produz a revogação obrigatória do sursis em condenação por crime 
doloso (art. 81, I, do CP);
m)produz a revogação facultativa do sursis, na hipótese de condenação por 
crime culposo ou contravenção (art. 81, § 1º, do CP);
n)acarreta a revogação obrigatória do livramento condicional,
sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade por crime
cometido durante a vigência do benefício (art. 86, I, do CP);
o)acarreta a revogação obrigatória do livramento condicional,
sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade por crime
cometido anteriormente à vigência do benefício (art. 86, II, do CP);
p)acarreta a revogação facultativa do livramento condicional,
sobrevindo condenação por crime ou contravenção, se imposta
pena privativa de liberdade (art. 87, do CP);
q)revoga a reabilitação, quando sobrevier condenação a pena que não
seja de multa (art. 95);
r)aumenta de um terço o prazo prescricional da pretensão executória
e "de acordo com o que vem entendendo o Superior Tribunal de
Justiça também o da prescrição da pretensão punitiva (art. 110,
"caput", do CP);
s)interrompe a prescrição da prescrição executória (art. 117, VI, do
CP).
Além disso:
a)impede a concessão de fiança, em caso de
condenação por delito doloso (art. 323, III,
CPP);
b)possibilita a decretação da prisão preventiva
(art. 313, III, CPP);
c)impede a liberdade provisória para apelar (art.
594, do CPP); e
d)impede o direito de aguardar o julgamento
pelo Tribunal do Júri em liberdade (art. 408, §
2º, do CPP).
AGRAVANTES NO CONCURSO DE AGENTES:
Artigo 62 do CP- em caso de concurso de agentes.
- Aquele que promove ou organiza a cooperação no
crime ou dirige a atividade dos demais agentes (pune-
se mais severamente o organizador, o líder, o chefe,
por ter tomado a iniciativa do fato e coordenado a
atividade criminosa).
- Aquele que coage ou induz alguém a executar o crime
materialmente (inciso II)- Induzir é criar a ideia em
outrem da prática do crime. A coação por si só já é
crime (146). Ela acarreta não só a agravante para o
crime praticado pelo coacto como a responsabilidade
pelo delito de constrangimento ilegal (146)- Essa
opinião induz ao BIS IN IDEM (pois a coação seria crime
a agravante)
Quem instiga ou determina a cometer o crime alguém
sujeito à sua autoridade ou não punível em virtude de
condição ou qualidade pessoal (inciso III): Pena mais
severa a quem usa da autoridade (pública ou privada)
que mantém com relação ao executor para levar este à
prática do delito.
O agente executa o crime, ou nele participa, mediante
paga ou promessa de recompensa (inc IV): Pena mais
alta porque a paixão, a cupidez levam o agente ao
crime, demonstrando sua periculosidade, sua
insensibilidade e sua condição moral baixa.
OBS: Nos crimes contra o patrimônio esta agravante
genérica não é aplicada porque já é da índole deste
delito a vantagem econômica.
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES
ART. 65 CP:
Aspectos que levam à diminuição da pena .
A redução é obrigatória.
Não é possível a redução da pena abaixo do
mínimo previsto em lei.
1) MENOR DE 21 anos NA DATA DO FATO OU
MAIOR DE 70 ANOS, NA DATA DA SENTENÇA:
imaturidade do agente (imaturidade
/influenciável) e a senilidade é um momento
de maior lentidão de raciocínio, memória
mais fraca.
21 anos: não se funda na incapacidade civil, mas
na idade cronológica do agente.
Jurisprudência predominante: a menoridade do
réu é circunstância preponderante sobre os
seus antecedentes ou qualquer outra
minorante.
Súmula 74 do STJ: “Paraefeitos penais, o
reconhecimento da menoridade do réu requer
prova por documento hábil.”
LEMBRE-SE: art 115 CP: menor de 21 anos e
maior de 70 anos: também tem o tempo de
prescrição diminuído pela metade.
O maior de 70 anos também tem o benefício de
receber o sursis se condenado à pena não
superior a quatro anos (art 77, §2º CP).
2) DESCONHECIMENTO DA LEI (art 65, II)
3) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL OU
MORAL (inc.III, a): delitos ligados a
sentimentos de honra, de liberdade ou outros
bens jurídicos socialmente relevantes. Ex: João
agride Caio que invadiu sua casa.
OBS: Se o motivo já constituir a figura
privilegiada, não se utiliza da atenuante
genérica (ex: art 121, §1 e 242, §único do CP).
AGENTE QUE PROCUROU, POR SUA
ESPONTÂNEA VONTADE E COM EFICIÊNCIA,
LOGO APÓS O CRIME, EVITAR-LHE OU
MINORAR-LHE AS CONSEQUÊNCIAS, OU TER
ANTES DO JULGAMENTO, REPARADO O DANO
(ART 65, iii, B).
Ex: autor de lesão corporal que leva a vítima a
ser socorrida em nosocômio.
Ex: art 312, §3º, 1parte (peculato culposo); 168-
A, §2º (apropriação indébita previdenciária):
reparação do dano como causa de extinção de
punibilidade.
Retratação em crimes contra a honra (art. 143 
CP).
COAÇÃO RESISTÍVEL: causa de atenuação da 
pena (porque o agente podia resisti-la).
CUMPRIMENTO DE ORDEM DE AUTORIDADE 
SUPERIOR: 
CRIME COMETIDO POR VIOLENTA EMOÇÃO, 
PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA VÍTIMA: 
deve ser provado que o agente sofreu 
perturbação do equilíbrio psíquico causado 
por ato injusto do ofendido. 
CONFESSADO ESPONTANEAMENTE, PERANTE A
AUTORIDADE, A AUTORIA DO CRIME (art 65,
III, d): É necessário que o agente procure a
autoridade para a confissão e é necessário o
arrependimento.
SOB A INFLUÊNCIA DE MULTIDÃO OU TUMULTO,
SE NÃO O PROVOCOU (art. 65, III, e): o
comportamento de pessoas que participam de
um tumulto pode ser alterado, por ter-se
exaltado por sugestão da alma coletiva.
CIRCUNSTÂNCIA RELEVANTE, ANTERIOR OU
POSTERIOR AO CRIME, EMBORA NÃO
PREVISTA EXPRESSAMENTE EM LEI: é uma
circunstância inominada que o juiz terá de
avaliá-la, por não estarem previstas em lei.
Ex: a extrema pobreza do agente, o
arrependimento do agente, a confissão
voluntária de crime imputado a outrem,
recuperação, do agente após o cometimento
do crime, etc.
FIXAÇÃO DA PENA
Art. 5º, XLVI CR/88. – A lei regulará a
individualização da pena.
A pena base será fixada atendendo-se ao critério do
artigo 59 do CP; em seguida, serão consideradas
as circunstâncias atenuantes e agravantes (dando
ênfase às circunstâncias preponderantes); por
último, as causas de diminuição e aumento
(previstas nas causas gerais e especiais nas
proporções previstas nos dispositivos legais,
inclusive, redução referente à tentativa, quando
for o caso.(art 68, caput do CP).
Havendo várias causas de aumento e
diminuição:
- Cada aumento ou diminuição se opera sobre a
quantidade da pena resultante da operação
anterior. (NÃO PODE: cada aumento ou
diminuição incidir sobre a pena base!)
- Súmula 231 STJ: “a incidência de circunstância
atenuante não pode conduzir à redução da
pena abaixo do mínimo legal”.
DOSIMETRIA DA PENA – mecanismos
objetivamente empregados pelo juiz na sentença
condenatória para chegar à pena em concreto
(pena efetivamente sentenciada, imputada ao
condenado).
SISTEMA TRIFÁSICO
• 1ª ETAPA: PENA BASE
• 2ª ETAPA: PENA INTERMEDIÁRIA (agravantes e
atenuantes)
• 3ªETAPA: PENA DEFINITIVA: CAUSAS DE
AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA
(MAJORANTES E MINORANTES)
JUIZ TRABALHA DA SEGUINTE FORMA.
1º)Para fixar a pena-base o juiz vai analisar as
circunstâncias judiciais indicadas no art. 59 do CP.
2º)O juiz vai analisar as atenuantes e agravantes
genéricos de pena (arts. 65 e 61 CP)
3º) Reconhecimento de todas as demais hipóteses
de diminuição ou de aumento de pena. Aqui,
entra, por exemplo, a redução de 1/3 a 2/3
relativa ao instituto da tentativa...
Ex: majoração de pena do crime de aborto- resultar
lesão corporal grave, aumenta a pena em 1/3
(127CP); Ex: homicídio privilegiado tem uma
redução de pena que é reconhecida nesta fase
1ª Fase: o juiz está limitado à pena estabelecida em lei.
Ex: lesão corporal- detenção de 03 meses a 01 ano.
O juiz ao estabelecer esta pena-base terá que
fundamentar. Ele deve estabelecer o mínimo previsto
em lei para o crime, deverá ser fundamentada em
algumas das circunstâncias judiciais estabelecidas no
art. 59 do CP. Ex: agente pratica o crime de furto
(reclusão de 01 a 04 anos). O juiz vai estabelecer a
pena-base. Ex: é um indivíduo com muitos processos,
inquéritos, vive intimidando a coletividade, tem
personalidade tendente a atos de violência, não
respeita ninguém... Se existe motivação, o juiz pode ir
aumentando a pena-base até o limite máximo
cominado em lei ao delito.
A gravidade em abstrato do delito não é
motivação idônea para o juiz estabelecer uma
pena-base acima do mínimo cominado em lei.
2ª Fase= Magistrado vai reconhecer a existência
de atenuantes e agravantes
Atenuantes: art.65 CP (Ex: agente menos de 21
anos no momento do crime ou mais de 70 no
momento de prolação da sentença)
Agravantes: 61 do CP: Ex: reincidência é agravante
genérico de pena. Ex: crime contra CADI
(cônjuge, ascendente, descendente ou irmão); Ex:
por motivo fútil ou torpe.
OBS1: cuidado! Reincidência NÃO é circunstância
judicial! É agravante genérica atribuída na
segunda fase da dosimetria da pena.
OBS2: Uma mesma circunstância funciona como
agravante genérica e como qualificadora
específica de um crime. Ex: homicídio por motivo
fútil. Uso a circunstância apenas como critério de
qualificação e não como qualificação, por causa
da taxatividade do caput do art. 61 CP (pois o
motivo fútil qualifica outro delito...).
No que diz respeito às agravantes, o rol da lei é
TAXATIVO.
No que diz respeito às atenuantes, o rol da lei é
EXEMPLIFICATIVO.
Na 2ª Fase da dosimetria, o juiz ainda está preso
aos limites máximo e mínimo.
Na 3 ª Fase da dosimetria, o juiz NÃO ESTÁ
ADSTRITO AOS LIMITES MÁXIMOS E MÍNIMOS
COMINADOS EM LEI E serão reconhecidas
todas as demais hipóteses que diminuam ou
aumentem a pena.
Ex: Um rapaz de 19 anos de idade, atirou em seu
desafeto, matando-o porque este não lhe devolvera
uma calça que havia sido emprestada. Na delegacia, o
agente não foi cortês, desrespeitou as pessoas; é uma
pessoa mal quista pela sociedade; tem antecedentes
criminais.
Então, temos Homicídio Qualificado: Pena-Base- 12 a 30
anos. Há circunstâncias desfavoráveis... Juiz vai
estabelecer, de acordo com as circunstâncias (art. 59) a
pena-base. Exemplo: 16 anos.
Agora, o juiz vai analisar as agravantes e as atenuantes.
OBS: Neste caso, o motivo fútil não pode ser levado em
conta, porque já foi utilizado para qualificar o crime.
Temos, porém a atenuante (menos de 21 anos no
momento do cometimento do crime). O juiz vai reduzir
a pena, por exemplo, em 3 anos.
Suponhamos que a pessoa não tivesse sido morta. Crime
tentado: juiz verifica a pena de tentativa na 3ª fase (causa
de diminuição de pena- artigo 14, parágrafo único CP).
Ex2: Na data do crime, o agente tinha 26 anos e era
reincidente e praticou furto simples. As circunstâncias
judiciais são amplamente desfavoráveis ao agente. Porém,
após o furto, o agente devolveu o bem à vítima
(arrependimento posterior- art. 16 do CP- causa de
diminuição de pena)
Pena- Base: (circunstâncias desfavoráveis) 3 anos. Segunda –
Fase: reincidente: mais 1 ano (juiz está adstrito aos limites
mínimos e máximos cominados em lei). Terceira-Fase:
arrependimento posterior (reduz a pena de 1/3 a 2/3) : 1
ano e 6 meses.
Pena final: 2 anos e 6 meses de reclusão.
Ex:o homicídio é simples ou qualificado...Simples: pena de 6 a 20 anos:
vai analisar o artigo 59 do CP, que fala que o juiz vai atender à
culpabilidade, aos antecedentes,à conduta social, à personalidade
do agente, aos motivos, às circunstâncias do crime e o
comportamento da vítima ... A partir daí, vai estipular a pena-base
O juiz deverá, primeiro, verificar a pena menor e a partir de 6 anos, ele
vai aumentando.
Depois, o juiz vai observar as agravantes e as atenuantes (arts. 61, 62,
65 e 66 do CP).
Depois, na 3ª etapa, o juiz tem que analisar o aumento ou a
diminuição da pena. Neste caso, o juiz poderá diminuir a pena
mínima ou aumentar a máxima, porque os critérios são
estabelecidos em lei.
DOUTRINA: a cada circunstância desfavorável do Réu, o juiz tem que
aumentar 1/8 da pena e, na jurisprudência, diz que tem que
aumentar 1/6.
DOSIMETRIA DA PENA E O
CONCURSO DE CRIMES
1) Concurso Material (art. 69)
2) Concurso Formal Perfeito (ou
Próprio) e Imperfeito (ou
Impróprio) (art. 70)
3) Crime Continuado (art.71)
1) Concurso Material (art. 69 CP): Teremos este
concurso quando o agente delituoso praticou
duas ou mais condutas idênticas ou distintas
entre si e gerou dois ou mais resultados.
Ex: O agente atirou em Maria e a matou. Saiu da
sala e encontrou uma pessoa. Matou a
pessoa, também. Duas condutas. Dois
resultados. Dois crimes de homicídio.
Concurso Material.
As penas privativas de liberdade no concurso
material serão somadas (aplicadas
cumulativamente)
Ex: Crime 1 – reclusão de 8 anos
Crime 2 – reclusão de 4 anos
Pena Final: Reclusão de 12 anos.
2) Concurso Formal (art. 70 CP):
Perfeito ou Próprio (pratica uma conduta desejando um
resultado, mas acaba produzindo mais de um resultado
delituoso). As consequências: olha para as penas para
cada um dos crimes. Se as penas forem idênticas, toma-se
uma delas. Em sendo as penas distintas, toma-se a maior
delas. Em todos os casos, vamos exasperar a pena de 1/6
até a ½.
Ex: crime 1- pena 6 anos
crime 2- pena 6 anos.
Penas idênticas- Tomo uma das penas e aumento de 1/6 até
½.
Ex: Crime 1- 6 anos
Crime 2- 2 anos
Penas distintas. Toma-se a maior delas (6anos) e
exaspera-se de 1/6 a ½.
Imperfeito ou Impróprio (art 70 final)- “se, embora
haja dois ou mais crimes praticados mediante
uma só ação ou omissão, era da vontade do autor
a prática de todos eles.” PARTICULARIDADE:
Quando o agente pratica a conduta, já o faz
desejando, querendo, buscando a obtenção de
dois ou mais resultados delituosos. São baseados
em desígnos autônomos.
Ex: sei que duas pessoas vão viajar no dia XX-XX-
201___ e desejo que essas duas pessoas
morram. Eu provoco a falta de freio no carro
deles, sabendo que ambas as pessoas iriam
viajar. Eu quero matar as duas...
Ex: Quero matar mãe e filho e desejo matar os
dois. Tenho apenas uma bala na arma. O filho
está no colo da mãe. Dei um tiro querendo a
morte dos dois. A criança morre e a mãe não
morre. Eu tenho o homicídio da criança e a
tentativa de homicídio da mãe.
No Conc. Formal Imperfeito, as penas privativas
de liberdade serão aplicadas
cumulativamente. Serão somadas.
Ex: Crime 1- reclusão 4 anos
Crime 2- detenção 1 ano
Crime 3- reclusão 5 anos
Somo as penas: 10 anos
Resumo
• Concurso Formal Perfeito:Pratico uma
conduta, quero um resultado, mas acabo
produzindo outros resultados
• Concurso Formal Imperfeito: Pratico uma
conduta, mas desde o começo eu já quero
mais de um resultado
Crime Continuado ou em Continuidade Delitiva
(art. 71 CP).
Quando o agente pratica vários crimes de mesma
espécie. Age em crime continuado quem pratica
“n” (maior que 1) crimes de mesma espécie em
um contexto em que fique claro que o segundo
crime é decorrente do primeiro, o terceiro do
segundo, etc...
Para identificarmos o crime continuado, precisa ser
aplicada a teoria dos “elos da corrente”. Os “elos
da corrente” são idênticos... O segundo está
ligado ao primeiro, o terceiro está ligado ao
segundo...
Ex: a empregada que furta toda semana da carteira
da patroa R$ 10,00.
Ex: agente rouba um escritório e rouba uma
secretária, outra secretária, um estagiário e uma
atendente comercial... Praticou o crime em
continuidade delitiva.
As consequências do crime continuado são:
1- se as penas forem idênticas: toma-se uma delas
2- se as penas forem distintas: toma-se a maior
delas.
Em ambos os casos, as penas serão exasperadas de
1/6 a 2/3.
OBS: Para Concurso Formal Perfeito e Crime
Continuado:
Ex: Existe um concurso formal perfeito e o
agente praticou 2 crimes.
No crime 1: reclusão de 20 anos.
No crime 2: detenção de 1 ano
Se as penas são idênticas, toma-se uma delas
Se as penas são distintas, toma-se uma delas e
exaspera de 1/6 até ½
ACONTECE QUE: se aplicar a menor exasperação
possível (que é de 1/6), vai dar
aproximadamente 3 anos e 6 meses.
Resultado: 23 anos e 6 meses.
Ocorre que neste caso, não podemos aplicar
esta regra por causa do parágrafo do artigo 70
do CP, pois diz que se ao aplicar a regra da
exasperação e obtiver um resultado superior
ao que conseguiria se somasse as penas,
devemos, simplesmente somar as penas...
Veja no exemplo que a soma de 20 + 1 = 21
anos (é menor do que 23 anos e 6 meses).
Em existindo pena de multa, ela sempre deverá 
ser aplicada cumulativamente. 
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