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Questionário Processo Civil

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1)      Quando ocorre a resolução do processo sem julgamento de mérito? Quais as hipóteses capituladas no CPC? Cite e comente-as.
Extingue-se o processo sem resolução do mérito nas hipóteses previstas no art. 267 do CPC:
Quando o juiz indeferir a petição inicial -> por inépcia ou por defeitos formais. 
Processo parado durante mais de 1 ano por negligência das partes -> caracteriza abandono da causa. 
Deixar o autor de praticar ato por mais de 30 dias -> necessária intimação pessoal do autor, por oficial de justiça (Art. 267, §1º, CPC), e necessário ouvir o réu, uma vez que este pode ter interesse em uma sentença de mérito, impedindo que o autor entre com nova ação com mesmo pedido. 
Ausência de pressupostos processuais -> requisitos de existência e validade do processo. Trata-se de matéria de ordem pública, não cabendo preclusão e podendo o processo ser extinto a qualquer tempo.
Perempção, litispendência e coisa julgada -> Perempção = perda do direito de praticar ato por decurso de tempo, sendo que a extinção do processo por abandono por 3 vezes gera a perda do direito de renovar a ação (propor nova ação com mesmo pedido, causa de pedir e partes); Litispendência = existência de outra ação com mesmo pedido, causa de pedir e partes; Coisa julgada = processo julgado definitivamente, sem possibilidade de recurso. 
Quando não são atendidas as condições da ação (possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse processual).
Quando a lide deve ser decidida por arbitragem -> Lei 9.307/95. 
Quando o autor desistir da ação -> tal desistência depende da anuência do réu, uma vez que este pode ter interesse em uma decisão de mérito que impeça nova propositura de ação idêntica. 
Intransmissibilidade -> caso faltem condições para a continuidade da ação (ex.: divórcio). 
Confusão -> quando há fusão das partes por algum motivo (ex.: casamento, fusão de empresas), sendo que os conceitos de credor e devedor se misturam.
2)      O que encerra o processo? Por que?
Encerra o processo a coisa julgada material, uma vez que neste momento a decisão torna-se imutável. 
3)      Em que casos a sentença terminativa impede a renovação da ação? Explique.
Nos casos em que ocorre o juiz sentencie com base em perempção. Por desídia do autor, pode este perder a possibilidade de renovar a ação, caso se dê a extinção do processo por abandono por 3 vezes.
4)      Quando ocorre a resolução do processo com resolução de mérito? Quais as hipóteses capituladas no CPC? Cite e comente-as. 
Quando ocorrer alguma das hipóteses elencadas no Art. 269 do CPC, que são:
Quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor -> análise do mérito, com decisão favorável ou desfavorável à pretensão do autor. 
Quando o réu reconhecer a procedência do pedido -> quando o réu reconhece o direito do autor, o juiz profere sentença meritória, favorável ao autor. Porém, tal reconhecimento deve ser integral, para que o processo possa ser extinto.
Quando as partes transigirem -> quando ocorre acordo entre as partes. 
Quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição -> para sentenças condenatórias, cabe a prescrição; para constitutivas, cabe a decadência. 
Quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
5)      Diferencie e exemplifique prescrição de decadência.
Prescrição e decadência são conceitos que se relacionam a perda de direito devido ao decurso do tempo. No caso de decadência, o direito deveria ter sido constituído, para que fossem produzidos efeitos, mas não houve tal constituição dentro do prazo exigido pela lei. Já pela prescrição, o direito foi constituído, mas não produziu os efeitos dentro do prazo legal, perdendo o detentor de tal direito a possibilidade de exigi-lo judicialmente. Assim, para sentenças condenatórias, que visam condenar o réu ao cumprimento de uma obrigação, avalia-se o prazo prescricional; já para sentenças constitutivas, que criam, modificam ou extinguem uma relação jurídica, analisa-se o prazo decadencial.
6)      O que é procedimento comum? Como se subdivide?
Procedimento comum é aquele em que se busca formação de cognição. Subdivide-se em ordinário e sumário.
7)      O que é procedimento especial?
É o procedimento utilizado para ações de jurisdição voluntária. 
8)      Como se determinar o rito de uma ação?
Determina-se o rito de uma ação analisando seu valor e sua matéria. São submetidas ao rito sumário as ações que atendam as condições do Art. 275 do CPC, que são:
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo; 
II - nas causas, qualquer que seja o valor:
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo ressalvados os casos de processo de execução;
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;
g) que versem sobre revogação de doação;
h) nos demais casos previstos em lei.
Parágrafo único - Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas.
9)      O que é procedimento ordinário? Cite uma ação de rito ordinário e explique por que esta ação tem citado rito.
Procedimento ordinário é o procedimento mais completo, utilizado em ações onde há a necessidade de análise de mérito mais aprofundada, para fins de formação de cognição plena. Um exemplo é a ação de execução, onde o réu pode oferecer embargos e o juiz deve analisar pormenorizadamente os fatos. 
10)   Cite o iter do procedimento ordinário, até a fase da sentença.
Petição inicial -> Citação -> Defesa -> Revelia -> AIJ -> Sentença. 
11)   Quais as fases do procedimento ordinário? Qual a finalidade de cada uma?
Postulatória, Saneadora, Instrutória e Decisória.
- Postulatória -> Fase em que é apresentada a inicial e a defesa. Relaciona-se com a capacidade de pedir. Nesta fase, os requerimentos são feitos no processo (petição inicial, juntada de documentos, requerimentos, pedidos etc). 
- Saneadora -> fase em que o juiz determina as provas que deverão ser produzidas pelas partes. Até esta fase, o pedido pode ser alterado. 
- Instrutória -> abrange os atos probatórios, quando são apresentadas as oposições de teses que possibilitam a formação da cognição do juiz. 
- Decisória -> formação da sentença pelo juiz. 
12)   Por que os procedimentos não são objeto de escolha da parte e sim uma obrigação legal?
Porque procedimento é matéria de ordem pública, devendo seguir regras estabelecidas pelo ordenamento jurídico. 
13)   O que é o procedimento sumário?
É um procedimento mais célere (rápido e simplificado), utilizado para processos mais simples, com discussões de valores menores, ou relativos a matérias que necessitam de resposta mais rápida, definidos em lei. 
14)   Quais causas estão sujeitas ao procedimento sumário?
As causas que atendam aos requisitos do Art. 275 do CPC, que são:
a) inciso I: Valor Real da Causa até 60 Salários Mínimos na data da propositura.
b) qualquer valor, se a matéria for:
- Arrendamento rural/parceria agrícola.
- Despesas de condomínio.
- Reparação de danos por acidente com veículo terrestre.
- Cobrança de seguro relativo a acidente veículo (segurado x seguradora)
- Honorário profissional
- Outras previstas em lei – exemplo: seguro obrigatório
15)   Em que casos é possível converter o procedimento sumário em ordinário?
A conversão se dá em casos de alteração do valor da causa, superando os 60 salários mínimos, ou em casos em que se prove a complexidade do processo. 
16)   Cite uma característica do procedimento sumário que o torna mais célere em relação ao ordinário.
Na petiçãoinicial, deve-se especificar o rol de testemunhas para a AIJ, os quesitos e as provas a serem produzidas. No rito ordinário, esses procedimentos se dão até a fase instrutória, onde as provas são produzidas. Além disso, processos submetidos ao rito sumário não têm seus procedimentos suspensos durante férias forenses. 
17)   Por que na ação sumária não é cabível reconvenção?
Porque é feito no próprio processo o pedido contraposto, que substitui a reconvenção.
18)   Que modalidade de intervenção de terceiros é admissível no rito sumário?
Intervenção com base em contrato de seguro, conforme previsto no Art. 280 do CPC.
19)   Quais os requisitos da petição inicial da ação de rito sumário?
Apresentação, já na petição inicial, do rol de testemunhas e dos quesitos necessários em caso de solicitação de perícia. 
20)   Qual o prazo para defesa no rito sumário?
Prazo de 15 dias.
21)   Cite o procedimento do rito sumário, até a prolação da sentença.
Petição inicial -> citação do réu -> conciliação -> revelia -> AIJ -> Sentença
- Revelia -> não há AIJ -> juiz sentencia no momento ou em até 10 dias. 
- Conciliação inexitosa -> AIJ marcada para até 30 dias.
- AIJ -> sentença no momento da AIJ ou até 10 dias da AIJ. 
22)   O que é procedimento ordinário? Quando tem cabimento no direito positivo?
Procedimento ordinário é o procedimento mais completo a ser seguido por um processo, tendo cabimento no direito positivo sempre que for necessário formar cognição plena para se proferir a sentença, diante da complexidade dos fatos narrados na petição inicial. 
23)   Cite os requisitos da petição inicial da ação ordinária.
A petição inicial de ação ordinária deve atender os requisitos do Art. 282 do CPC, que são:
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.
24)   Quando a ação ordinária poderá ser liminarmente indeferida?
Quando apresentar vício insanável, nos termos do Art. 295 do CPC:
Art. 295 - A petição inicial será indeferida:
I - quando for inepta;
II - quando a parte for manifestamente ilegítima;
III - quando o autor carecer de interesse processual;
IV - quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5º);
V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;
Vl - quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284.
Parágrafo único - Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir;
II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
III - o pedido for juridicamente impossível;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
25)   Quando se admite o julgamento prima facie da ação ordinária?
Quando houver pré-existência de ações idênticas quanto ao pedido, julgadas improcedentes, sendo a discussão especificamente relativa a matéria de direito (interpretação de lei). Neste caso, julga-se a ação improcedente antes mesmo da citação do réu. Porém, cabe apelação, que se impetrada pelo autor, provoca a citação do réu para se manifestar sobre o recurso. O juiz, neste caso, pode se retratar em 5 dias ou remeter o processo para o TJ. Se o TJ reformar a sentença, o réu é intimado a se defender, dando andamento ao processo. 
26)   O que é o pedido da ação e qual sua importância no processo civil?
Pedido é a conseqüência lógica dos fatos e fundamentos em que se embasa a ação. Sua importância consiste no fato de o pedido formalizar e delimitar a pretensão do autor. 
27)   Quais os requisitos do pedido?
O pedido deve ser certo (expresso), determinado (limitando a pretensão do autor) e concludente (fatos e fundamentos devem condicionar o pedido). 
28)   É admissível pedido genérico? Explique.
Não. O pedido deve conter o mínimo de pedido mediato, limitando a lide e possibilitando a ampla defesa do réu. Porém, a sentença pode ser ilíquida (sem valor determinado), gerando a necessidade de uma fase de liquidação do processo, após o trânsito em julgado. 
29)   Diferencie pedido mediato de pedido imediato. Exemplifique.
Pedido imediato é a busca da prestação jurisdicional, o requerimento ao Estado, para que o pedido seja julgado procedente. 
Pedido mediato consiste na tutela específica de direito material, culminando na declaração do direito que constitui a relação jurídica ou na condenação do réu, para que este cumpra a obrigação. 
30)   O que é pedido cominatório e qual sua aplicação? Exemplifique.
Pedido cominatório é o pedido relacionado a cominação de penas pecuniárias ou astriente. É próprio de obrigações de fazer ou não fazer, ou entregar coisa certa ou incerta. 
O Estado atua sob coação, fixando multa pecuniária para o caso de não cumprimento da sentença, ou sob subrogação, subrogando-se na posição do autor e obrigando o réu a cumprir a obrigação (Ex.: penhora). 
31)   O que é pedido alternativo e qual sua aplicação? Exemplifique.
Ocorre quando a obrigação pode ser cumprida por mais de um meio. Assim, a dívida é satisfeita por uma ou outra opção fixada em lei ou sentença. Ex.: entrega do bem depositado ou entrega do valor correspondente ao bem depositado. 
32)   O que é pedido sucessivo e qual sua aplicação? Exemplifique.
É um pedido caracterizado por um pedido eventual, sendo que o juiz pode acolher um pedido se o anterior não puder ser acolhido. Ex.: Pedido de recisão de contrato, solicitando condenação relativa à cláusula penal de indenização por descumprimento do contrato ou pagamento do valor contratado e não adimplido. Portanto, o pedido é de indenização; porém, caso o juiz não acate o pedido principal, solicita-se o pedido acessório. 
33)   Diferencie cumulação subsidiária de pedidos de cumulação efetiva de pedidos.
Cumulação efetiva de pedidos ocorre quando cada pedido representa uma lide, sendo os pedidos autônomos. Ex.: condenação por danos materiais e morais. 
Já na cumulação subsidiária, os pedidos são vinculados, sendo que um pedido só pode ser analisado após a decisão do anterior ao qual se vincula. Ex.: Ação de alimentos, cumulada com a declaração de paternidade. 
34)   O que é pedido de trato sucessivo? Exemplifique.
É o pedido que inclui eventos que ocorram no decorrer da lide (enquanto o processo estiver sendo julgado). Ex.: ação de despejo por não pagamento de aluguel, sendo que o devedor é condenado a pagar o que deve no momento da propositura da ação acrescido dos aluguéis que vencerem no decorrer da lide. 
35)   O que são pedidos efetivamente cumulados? Exemplifique.
São pedidos caracterizados pela mesma conduta. Ex.: dano moral e dano material. 
36)   Quando é impossível a cumulação efetiva de pedidos? Como fazer para cumular pedidos incompatíveis?
Quando os pedidos foram incompatíveis entre si (impossibilidade) ou quando o juízo competente para apreciação dos pedidos cumulados não for o mesmo. Relativamente ao procedimento adequado, para se cumular pedidos incompatíveis, adota-se o rito ordinário, por ser este o mais completo. 
37)   Quais as formas de cumulação de pedidos? Explique.
Cumulação Simples -> ocorre quando os pedidos são autônomos. Ex.: dano moral e dano material.
Cumulação Sucessiva -> quando os pedidos são vinculados. Ex.: ação de alimentos e declaração de paternidade, sendo deferido o pagamento de pensão alimentícia somente se for declarada a paternidade.
Cumulação incidental -> ocorre quando surgem alegações prejudiciais no decorrer da lide. Ex.: O autor entra contraa seguradora pedindo a indenização, sendo que a seguradora alega que não havia união estável do autor com a falecida. O autor entra com um pedido de ação declaratória incidental, para que o juiz declare que havia a união estável
38)   Como os pedidos devem ser interpretados? Por que?
O pedido deve ser interpretado como se fosse contra o Estado, sendo o réu atingido de forma reflexa, pelos efeitos da decisão judicial. Tal fato se deve ao monopólio da justiça (jus puniendi) ser do Estado, devendo este garantir a estabilidade das relações jurídicas existentes entre os particulares. 
O pedido também deve ser interpretado restritivamente, sendo apreciado apenas o que for alegado pelo autor, uma vez que se fosse de forma diversa haveria prejuízo à ampla defesa do réu. 
39)   Até quando é possível o aditamento de pedidos?
Até a fase saneadora, que é quando o juiz determina as provas a serem produzidas. 
40)   O que é antecipação de tutela? Diferencie antecipação de tutela de tutela cautelar.
Antecipação de tutela é um pedido que visa a antecipação dos efeitos de procedência de uma sentença de procedência, possuindo caráter satisfativo. Já a tutela cautelar possui caráter preventivo e subsidiário, uma vez que visa garantir a satisfação do direito principal. 
41)   Quais os requisitos para antecipação de tutela?
- REQUERIMENTO DA PARTE: O poder judiciário não age de ofício, em atividade supletiva. 
- PROVA INEQUÍVOCA: Ex.: recibo de quitação de dívida, com a inscrição da dívida no SERASA.
- VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO: Aparência de ser verdadeira a alegação. Semelhante ao fumus bonu juris da cautelar. 
- RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO: Semelhante ao periculum in mora. 
42)   Explique a fungibilidade das medidas de urgência.
Se um pedido correto for o cautelar, mas houve pedido como tutela antecipada, para evitar o perecimento do direito, sendo a medida emergencial e presentes os requisitos necessários, o juiz poderá deferir incidentalmente o pedido (mesmo não sendo a forma correta), podendo condicionar o deferimento à prestação de caução (garantia real ou fidejussória). Tal caução é uma faculdade do juiz, podendo ser dispensada. 
43)   Quando é admissível a tutela antecipada parcial?
Quando o pedido for incontroverso (o réu não se manifestou com relação a tal pedido), desde que não haja prejudicialidade entre os pedidos. 
44)   O que é resposta do réu e quais as atitudes poderá o réu tomar ao ser citado?
Resposta do réu é a sua manifestação (ou ausência de manifestação) após ter sido regularmente citado. Neste caso, o réu pode tomar as seguintes atitudes:
- INÉRCIA (REVELIA) -> falta de defesa (contestação).
- Efeitos: presunção de veracidade dos fatos narrados na petição inicial. 
- RESPONDER:
	- Contestação = defesa propriamente dita. 
	- Exceção = defesas indiretas (que não atacam o mérito).
- Reconvenção = ação do réu contra o autor dentro do mesmo processo, com base nos mesmos fundamentos. 
- RECONHECER O PEDIDO:
	- Reconhecer a integralidade do pedido (fato e conseqüência). 
45)   Diferencie defesa processual de defesa de mérito.
Defesa processual é a defesa indireta, que ataca as condições formais do processo, presentes no Art. 301 do CPC (legitimidade das partes, litispendência, coisa julgada, competência de foro etc.). 
Defesa de mérito é a defesa direta, que ataca a causa de pedir (fato e conseqüência), no que diz respeito ao ato ilícito e às conseqüências do ato. 
46)   O que é contestação? Qual sua matéria?
Contestação é oposição formal e material do autor. A contestação visa desconstituir o pedido autoral -> resistência ao pedido autoral.
47)   O que são preliminares de contestação? Podem ser conhecidas de ofício pelo juiz? Por que?
Preliminares são os argumentos da contestação que são postados antes da contestação de mérito. São previstas no Art. 301 do CPC:
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta; 
III - inépcia da petição inicial; 
IV - perempção;  
V - litispendência; 
Vl - coisa julgada; 
VII - conexão; 
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
IX - convenção de arbitragem; 
X - carência de ação;  
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. 
Podem ser conhecidas de ofício pelo juiz, uma vez que se tratam de matéria de ordem pública, não estando sujeitas a preclusão e podendo ser reconhecidas a qualquer tempo.
 
48)   O que são as exceções em matéria de defesa? Como devem ser arguidas? Quais seus objetos? Qual o efeito da exceção interposta?
Exceções são defesas indiretas dilatórias, que não atacam o mérito nem tem capacidade de extinguir o processo, apenas dilatando seu procedimento até que o vício seja sanado. Devem ser argüidas em juízo apartadamente (em separado), tendo por objeto a incompetência relativa (exceção de foro), a suspeição do juiz (causas subjetivas – ex.: amigo íntimo de uma das partes) ou o impedimento do juiz (causas objetivas - ex.: parente de uma das partes). O efeito é a suspensão do processo até o julgamento do incidente (causa da exceção). 
49)   Citar o procedimento da exceção de incompetência, até decisão e recurso cabível.
A exceção de incompetência deve ser provocada pela parte, não podendo ser conhecida de ofício pelo juiz. Consiste em mera causa de anulabilidade, presumindo-se a aceitação das partes em caso de não contestação, cabendo preclusão e ocorrendo uma prorrogação de competência (o foro que recebeu o processo torna-se competente). 
A petição inicial deve ser autuada apartadamente (exceção de foro em separado da contestação de mérito), com provas (ex.: contrato com eleição de foro) e indicação de juízo competente.
A oitiva do excepto (parte adversa à que entra com a petição) deve se dar em 10 dias, sendo a decisão prolatada em igual prazo. Se for necessário ouvir testemunhas em AIJ, a decisão deve se dar 10 dias após AIJ. 
Se acolhida a exceção de foro, os autos são remetidos ao juízo competente (deslocamento de foro). Caso contrário, nega-se o provimento à exceção. 
50)   Citar o procedimento da exceção de suspeição ou impedimento, até decisão e recurso cabível.
A exceção de suspeição ou de impedimento volta-se contra o juiz, por causas objetivas (ex.: parente) ou subjetivas (ex.: amigo íntimo). 
Não há deslocamento de jurisdição. Portanto, o processo permanece no mesmo juízo, sendo julgado por juiz substituto. 
Devem ser conhecidos de ofício, sendo dever funcional do juiz declarar sua suspeição ou impedimento, mesmo sem ser provocado. 
Na exceção, o excepto é o juiz impedido ou suspeito, e o órgão jurisdicional é o tribunal. A parte adversa não é parte da exceção (não é parte da relação jurídica, não sendo ouvida). 
	
Ocorrendo o pedido de exceção, pode o juiz:
- Reconhecer a suspeição ou impedimento -> remessa dos autos ao substituto. 
- Responder em 10 dias, aduzindo as suas razões (especificando provas) e remetendo os autos ao tribunal.
* Se o juiz perder, ele responde pelas custas processuais. 
51)   O que é reconvenção e quais os requisitos para cabimento? Qual a forma de sua oferta?
Reconvenção é uma ação do réu contra o autor, com base nos mesmos fundamentos alegados na petição inicial. É ofertada dentro do mesmo processo onde o réu é demandado, por razões de celeridade e economia processual, mas trata-se de ação autônoma (feita em petição apartada da contestação) que busca uma inversão do processo contra o autor. 
52)   O que é revelia e quais são seus efeitos?
Revelia é o reconhecimento dos fatos narrados pelo autor, pressuposto devido à inércia do réu (inexistência de contestação). A presunção de veracidade é relativa, não implicando em efeitos de procedência.
53) Em que hipóteses não se observaráos efeitos da revelia?
Nas hipóteses do Art. 320 do CPC, que são:
- Contestação de um dos réus, em caso de litisconsórcio passivo (quem não apresenta defesa é revel, mas não sofre os efeitos da revelia, pois a defesa de um dos litisconsortes aproveita aos demais. 
- Lide sobre direitos indisponíveis (ex.: alimentos) -> mesmo havendo a revelia, o autor deve provar suas alegações.
- Falta de documento público que a lei considere indispensável ao ato -> mesmo se houver a revelia, o autor deve provar suas alegações.

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