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Resumo – Direito Ambiental Desapropriação.(Unidade 2)Pagina 39. Plano diretor - Não encontrei. Lei das Águas (Unidade 4,página 57) A Inexistência de cláusulas de reserva nos Tratados Internacionais. Bem de uso comum do povo,etc....Página 37(Unidade 2) O PROTOCOLO DE KYOTO É fundamental que você tenha refletido e esteja refletindo sobre a Declaração do Rio /92 porque exprime a “vontade política” do movimento ambientalista mundial acerca do que se pretende alcançar para se resolverem problemas ambientais, através do enunciado de princípios e diretrizes. O chamado Protocolo de Kyoto, in casu, trata-se de protocolo-acordo. Logo, cria normas jurídicas, portanto, obriga os signatários. Mas há uma diferença entre ambos os documentos ou “cartas”: a Declaração do Rio/92 decorre de mobilização consciente e determinada do ambientalismo internacional como instrumento de influência, a fim de que os Estados ajustem suas políticas públicas às exigências das pressões que emanam da consciência ecológica. Sua reflexão deve considerar estes aspectos, mas você, prosseguindo, há de verificar que o Protocolo de Kyoto não guarda qualquer semelhança com a Eco-92. Com efeito, enquanto a Declaração do Rio/92 é produto de uma vontade consciente do ambientalismo e de mobilização para se alcançarem resultados desejáveis, o Protocolo de Kyoto constitui documento que consagra os interesses dos Estados, em sua autonomia, na questão atualíssima da emissão de gás carbônico e do efeito-estufa responsável pelo aquecimento global. O mundo emite, atualmente, 23 bilhões de toneladas de gás carbônico. A população de todo o mundo respira 700 toneladas de gás carbônico a cada segundo o que equivale a 80% da poluição mundial. Os Estados Unidos respondem por 26% do gás carbônico liberado; a União Européia, por 15%. Ou seja, os Estados Unidos respondem por quase 6 bilhões de toneladas e a União Européia por cerca de 3,5 bilhões anuais. O Protocolo de Kyoto estabeleceu que, durante o período de 2008- 2012, os países terão de reduzir em 5% a quantidade de gás carbônico que emitirem em relação a 1990. Em artigo para a Folha de São Paulo, Opinião, 24.02.2002, A 2, Antonio Ermírio de Moraes constata que apenas 47 países ratificaram o Protocolo de Kyoto, os quais, no total, respondem por apenas 2,4% da emissão mundial. DIREITO AMBIENTAL “Os Estados Unidos não assinaram o tratado e disseram que não vão assinar porque pretendem reduzir a emissão de gás carbônico até o ano 2012 por meio de mecanismos voluntários, e não por meio de medidas impositivas... Os países da Europa não gostaram da idéia... “Mas até agora nada fizeram para reduzir a sua própria poluição...” Nessas condições, se o país signatário adotar o protocolo, tem força vinculante. Há, portanto, conflito internacional de interesses entre os países que emitem gás carbônico em níveis toleráveis, como o Brasil, que é um dos subscritores do Protocolo, e os Estados Unidos e União Européia. Em entrevista à grande imprensa americana e européia, retransmitida no Brasil, o atual Presidente dos EUA, George Bush, declarou que a questão ambiental envolvida nesse problema tem de ser solucionada sem afetar a produção industrial norte-americana em razão do que significa para a economia mundial. Desapropriação.(Unidade 2)Pagina 39. DESAPROPRIAÇÃO DIRETA E INDIRETA O Poder Público, na salvaguarda do meio ambiente, pode expropriar áreas para dar, a elas, destinação ambiental: é a chamada desapropriação direta. Ensejam desapropriação direta por ato do poder pública (certamente mediante prévia e justa indenização) a criação de: Estações Ecológicas como áreas representativas de ecossistemas brasileiros. Reservas Extrativistas Hortos Florestais Desapropriação indireta: Caracteriza-se por ato do Executivo que impõe, a determinada área, destinação ambiental. É o chamado apossamento administrativo. Na desapropriação direta, considerando as hipóteses em que permitida, o bem se transfere do domínio privado ao domínio público mediante prévia e justa indenização em dinheiro. Na indireta, o Poder Público se apossa de determinada área de propriedade para dar, a ela, destinação ambiental, o que, na decisão do STF, obriga o Poder Público a indenizar os proprietários. Plano diretor: O Estatuto da Cidade consagra o Plano Diretor como “o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana”. O Plano Diretor, conforme o artigo 41, é obrigatório para as cidades: (...); “IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico.” Lei das Aguas (Unidade 4,página 57) A PROBLEMÁTICA DA ÁGUA E A LEI N. 9.433/97 A água pode ser considerada na perspectiva da Política Nacional do Meio Ambiente, atraindo regras de Direito Ambiental, ou como bem especificamente protegido pela legislação aplicada ao meio ambiente. O paradoxo do planeta que é 70% água: só 1% serve para uso humano. O desafio é evitar a poluição, o desperdício e distribuir melhor esses recursos hídricos. A preocupação é a de que a água, tão abundante, se torne paradoxalmente cada vez mais escassa para uso humano. Em março de 2005, o (então) Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, decretou os anos que vão de 2005 a 2015 como a Década da Água. O objetivo é que, nesse prazo, se reduza, à metade, o número de pessoas sem acesso à água encanada, cifra que ultrapassa 2 bilhões de pessoas. Eis os dados oferecidos pela reportagem: Mantidos os atuais níveis de consumo, estima se que em 2050 dois quartos da humanidade viverão em regiões premidas pela falta crônica de recursos hídricos. É um dado gravíssimo considerando que 60% das doenças conhecidas estão relacionadas de alguma forma com a escassez de água. O problema pode ser equacionado em dois termos: má distribuição e má administração. O primeiro se deve à própria natureza. O segundo se deve ao homem. A água é, realmente, a substância mais comum na terra. No entanto, 97% dela estão nos mares, sendo assim, imprópria para uso agrícola e industrial e para o consumo. Outros 2% estão nas calotas polares, em forma de gelo ou neve. Resta, assim, apenas 1% de água doce, aquela disponível nos rios, lagos e lençóis freáticos. Essa água é extremamente mal distribuída. Países como o Canadá e a Finlândia têm muito mais do que precisam, enquanto o Oriente Médio nada tem. O Brasil, dono da maior reserva hídrica do mundo – 13,7% da disponibilidade de água doce do planeta – expressa internamente esse paradoxo: – Dois terços da água estão concentrados na região com menor densidade populacional, a Amazônia. Isso significa que um brasileiro de Roraima tem 1000 vezes mais água à disposição do que um conterrâneo que vive no interior de Pernambuco. A água é pesada e difícil de transportar. Levá-la de um lugar para outro tem sido o grande desafio dos seres humanos desde os tempos dos romanos, que construíram aquedutos por toda parte.O segundo problema relativo à água é a má gestão e, nessa área, há outro paradoxo. Mesmo sendo escassa para a economia, a água sempre foi dada de graça... – Até recentemente, nem os industriais nem os agricultores, para não falar dos consumidores domésticos, pagavam pela água, apenas pelo serviço de distribuição... No fundo, toda a sociedade paga quando o governo subsidia empresas estatais para que tratem a água que um empresário vai usar em sua fábrica, ou quando constrói uma barragem para que um rio seja colocado à disposição dos agricultores para irrigação. Quando não se paga pelo que se consome o resultado é o desperdício. Por isto, quando se fala em solucionar os problemas da água no mundo, uma palavra surge como um mantra: precificação. Significa que o governo, que é dono em última análise dos mananciais naturais de um país, deve cobrar pelos recursos hídricos consumidos por seus cidadãos, revertendo o dinheiro para a cobertura dos custos de tratamento da água e preservação dos ecossistemas ligados a ela. A solução brasileira para problemasdessa natureza encontrasse na Lei n.9.433/97 Lei das Águas. A LEI N. 9433/97 – LEI DAS ÁGUAS A Lei n. 9.433/97 fixa as linhas gerais para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos que é, sem dúvida, conseqüente e parte essencial à Política Nacional do Meio Ambiente. A Lei n. 9.984, de 17 de julho de 2000, dispõe sobre a criação da Agência Nacional das Águas (ANA), entidade federal destinada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos como autarquia sob regime especial dotada de autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (artigo 3º). O artigo 2º, da lei n. 9.984/2000, estabelece que: “compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos promover a articulação dos planejamentos nacionais, regionais, estaduais e dos setores usuários elaborados pelas unidades que integram o Sistema Nacional de Recursos Hídricos e formular a Política Nacional de Recursos Hídricos...” Entre as diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos destacamse a gestão ambiental; dentre os objetivos, a prevenção e a defesa de recursos hídricos, a preservação das águas e a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, inclusive com o transporte aquaviário. São fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídricos: água, bem de uso comum do povo; recurso natural limitado, de valor econômico; prioridade para o consumo humano e dessedentação de animais; gestão, deve proporcionar uso múltiplo; bacia hidrográfica, como unidade territorial; gestão descentralizada: poder público, usuários e consumidores. Prevêem se cobrança de usos sujeitos à outorga (pela derivação ou captação; extração do aqüífero subterrâneo; lançamento de esgotos e resíduos; por aproveitamento hidrelétrico; por outros usos que alterem o regime, a qualidade e a quantidade disponível) e cobrança pelo uso de recursos hídricos (incentivos à racionalização do uso; obtenção de recursos para aproveitamento racional da água com fins econômicos em relação com a gestão ambiental). OUTORGA DO USO DA ÁGUA Documento elaborado e expedido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), por iniciativa de sua Diretoria do Meio Ambiente, tendo como destinatários os sindicatos filiados, orienta sobre como obter a outorga do uso da água. COMO OBTER OUTORGA DO USO DA ÁGUA A utilização das águas de superfície, assim como da água subterrânea, requer uma autorização emitida por um órgão credenciado, federal ou estadual a OUTORGA que é ferramenta que o poder público possui para garantir que as prioridades de uso planejadas deverão estar definidas em um Plano de Bacia e sejam efetivamente respeitadas pelos usuários. O que é outorga? É o documento que assegura ao usuário o direito de uso da água especificando o local, a fonte e a vazão no período determinado e para que finalidade. Tipos de outorga Permissão – quando a utilização da água não for de utilidade pública, ou seja, for de uso particular e a derivação for de vazão insignificante. Autorização – quando a utilização da água não for de utilidade pública, mas com vazão significante. Concessão – quando a utilização da água não for de utilidade pública. Características da outorga De captação – águas superficiais e águas subterrâneas. De lançamento – lançamento de efluentes. Como solicitar a outorga? Através de formulário próprio que contém as informações mínimas necessárias à avaliação técnica, devendo ser protocolado no órgão competente. Quem deve pedir a outorga e suas condições? Usuários de águas dominiais do estado e da federação; Captações de água superficial ou subterrânea; Lançamentos de esgotos líquidos ou gasosos com o fim de sua utilização em qualquer fonte de água; Qualquer outro tipo de uso que altere o regime, a qualidade e a quantidade da água. A quem solicitar a outorga? Águas estaduais – são águas de domínioestadual os cursos d’água que têm nascente efoz em um único Estado e as águas subterrâneas. Águas federais – são cursos d’água de domínio da União aqueles que banham dois ou mais Estados, servem de divisa entre esses Estados ou se estendem a territórios estrangeiros. Nesses casos, o pedido de outorga deverá ser feito à Agência Nacional das Águas (ANA). A Inexistência de cláusulas de reserva nos Tratados Internacionais. TUTELA INTERNACIONAL AO MEIO AMBIENTE O Direito Ambiental reflete a globalização inevitável de relevantes questões ambientais e de soluções amplas a essas questões. Problemas ecológicos de magnitude, como os relativos ao ar e ao mar, não se localizam uma vez que se irradiam para muito além dos pontos em que ocorrem em suas manifestações iniciais. Temos, entre nós, no Brasil, o caso típico da floresta Amazônica cuja preservação é considerada essencial ao equilíbrio ecológico do próprio planeta. Em conseqüência, a problemática ecológica, não podendo ser equacionada isoladamente, requer a integração dos Estados em suas relações de Direito Internacional Público – DIP, com que se institui normatividade própria em escala internacional. Essa normatividade se consubstancia em Tratados ou Convenções Internacionais cujas regras e disposições se incorporam ao Direito interno. Para a celebração de Tratados ou Convenções Celso Albuquerque Mello diz serem condições de validade: a) a capacidade das partes contratantes – reconhecida aos estados soberanos, às organizações internacionais, aos beligerantes, à Santa Sé e a outros entes internacionais; b) habilitação dos agentes signatários; c) objeto lícito e possível; d) “consentimento mútuo.” (1991-1:178/181). Em matéria de Tratados é de grande importância o tema relativo às reservas e objeções. Conforme Celso Albuquerque Mello: a convenção de Viena define reserva do seguinte modo: “uma declaração unilateral, qualquer que seja sua denominação ou redação, feita por um estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um Tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar os efeitos de certas disposições do Tratado em sua aplicação a esse estado.” 208/9). Contudo, ressalva-se que em determinadas convenções ambientais, a exemplo da Convenção da Biodiversidade, Convenções sobre as Mudanças Climáticas Globais, não admitem nenhum tipo de “reserva”. Observa Celso Albuquerque Melloque “Os Tratados possuem uma conclusão imediata com as seguintes fases: negociação, assinatura, ratificação, promulgação e registro...”. E ainda segundo Celso Albuquerque Mello(223-226) “há as hipóteses de revisão” (...); “nulidade” (...); “anulação” Bem de uso comum do povo,etc....Página 37(Unidade 2) O art. 225 da Constituição Brasileira de 1988 também declara que o meio ambiente é “bem de uso comum do povo”. Em que sentido se pode entendê-lo como bem? E bem de uso comum do povo? Sobre “bem ambiental” observa Sirvinskas “Bem ambiental é aquele definido constitucionalmente (art. 225, caput) como sendo de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. Qual é o bem do uso comum do povo? Bem ou recurso ambiental é aquele definido no art. 3º, V, da Lei n. 6.938/81, ou seja, a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. É, em outras palavras, o meio ambiente ecologicamente equilibrado... O bem ambiental não pode ser classificado como bem público nem como privado (art. 98, CC), ficando numa faixa intermediária denominada bem difuso. Difuso é o bem que pertence a cada um e, ao mesmo tempo, a todos. Não há como identificar o seu titular e seu objeto é insuscetível de divisão...”. E quanto ao termo uso? “(...) não estamos diante de um bem que possa ser incluído entre aqueles pertencentes a uma ou outra pessoa jurídica de direito público, pelo contrário, o meio ambiente é integrado por bens pertencentes a diversas pessoas jurídicas, naturais ou não, públicas ouprivadas. O que a Constituição fez foi criar uma categoria jurídica capaz, a todos quantos se utilizarem de recursos naturais, de impor uma obrigação de zelo para com o meio ambiente. Trata-se de uma modalidade de intervenção econômica que visa garantir a todos o acesso aos bens ambientais. Não se olvide, contudo, que o conceito de uso comum do povo rompe com o tradicional enfoque de que os bens de uso comum só podem ser bens públicos. Não, a Constituição Federal estabeleceu que, mesmo no domínio privado, podem ser fixadas obrigações para que os proprietários assegurem a fruição, contudo, é mediata, e não imediata. O proprietário de uma floresta permanece proprietário da mesma, pode estabelecer interdições quanto à penetração e permanência de estranhos no interior de sua propriedade. Entretanto, está obrigado a não degradar as características ecológicas que, estas sim, são de uso comum, tais como a beleza cênica, a produção do oxigênio, o equilíbrio térmico gerado pela floresta, o refúgio de animais silvestres etc.” DIREITO AMBIENTAL Em resumo: O bem é que é de uso, de tal modo que todos a ele têm direito, em condições de usufruir de sadia qualidade de vida. Assim, mesmo que uma área rural ou urbana seja de propriedade particular, o proprietário tem o dever – dever, e não mera obrigação – de não degradá-la ou poluí-la. E todos podem ser afetados pela degradação ou poluição que na propriedade ocorra. Se um bem ambiental é lesado – exemplos: água, ar, solo, fauna, flora – o prejuízo afeta mesmo os que ali, na propriedade, não estejam. No Direito Ambiental brasileiro, O DIREITO PÚBLICO AO MEIO AMBIENTE SE SOBREPÕE AO INTERESSE PRIVADO. Você precisa atentar bem para o termo uso. O uso, para nós, em matéria ambiental, se relaciona a um critério de necessidade. É o que utilizo diretamente (o ar, a água, por exemplo) ou de que em benefício indiretamente (solo, fauna e flora, se não estou em relação direta com eles, mas só para exemplificar). Você não deve perder de vista o comentário de Bessa Antunes sobre o significado da expressão “uso comum do povo”. Nem todos têm a propriedade ou a posse de certos bens ambientais, mas sua danificação pode ser lesiva a todos. Em sentido positivo, pois, uso é o direito de todos, proprietários possuidores ou não de serem beneficiados, direta ou indiretamente, pelo bom estado do bem. E, em sentido negativo, é o direito de todos de não serem prejudicados pelo mau estado ou mau uso de bens ambientais da vida.
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