Buscar

Teorias_Sociológicas-A_2_e_3_-_Conhecimento_-_Engajamento,_distanciamento_-_inter_e_transdisciplinaridade

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
*
Conhecimento...
Engajamento e distanciamento...
Inter e transdisciplinaridade...
*
*
*
1.1 – Noções básicas
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos.
O conhecimento, dependendo da forma pela qual se chega a essa representação, pode ser classificado em diversos tipos como, por exemplo, mítico, empírico e científico. 
*
*
*
Conhecimento mítico – volta-se à explicação dos fenômenos, atribuindo-os a entidades de caráter sobrenatural. A “verdade” é impregnada de noções supra-humanas e a explicação se fundamenta em motivações humanas, atribuídas a "forças" e potências sobrenaturais.
*
*
*
Conhecimento Empírico – é o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas.
É o conhecimento popular, vulgar, transmitido de geração em geração por meio da educação informal e baseado na imitação e na experiência pessoal. 
*
*
*
Conhecimento Científico – é o conhecimento racional, sistemático, “exato” e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Visa explicar "por que" e "como" os fenômenos ocorrem.
É produzido pela investigação científica, através de seus métodos.
Surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, mas do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricas.
*
*
*
A ciência empírica fala dos fatos, extrai deles conhecimento e permite compreendê-los e explicá-los, predizer-los e manejar-los. 
*
*
*
Pesquisa teórica – dedicada a formular quadros de referência, a estudar teorias, burilar conceitos;
Pesquisa metodológica – dedicada a indagar por instrumentos, por caminhos, por modos de se fazer ciência, ou de produzir técnicas de tratamento da realidade, ou discutir abordagens teórico-práticas;
Pesquisa empírica – dedicada a codificar a face mensurável da realidade social;
Pesquisa prática – voltada para intervir na realidade social.
*
*
*
1.1.2 - Senso Comum e Conhecimento Científico:
O conhecimento vulgar ou popular, também chamado de senso comum, não se distingue do conhecimento nem pela veracidade, nem pela natureza do objeto conhecido. O que diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do conhecer. 
*
*
*
Aspectos a considerar:
A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade;
Um objeto ou um fenômeno podem ser matéria de observação tanto para o cientista quanto para o homem comum. O que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular é a forma de observação;
Tanto o "bom senso", quanto a "ciência" almejam ser racionais e objetivos.
*
*
*
Senso Comum
Superficial - conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas.
Sensitivo - referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária.
Subjetivo - é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos.
Assistemático - a organização da experiência não visa a uma sistematização das idéias, nem da forma de adquirí-las nem na tentativa de validá-las.
Acrítico - verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica.
*
*
*
Conhecimento Científico 
Real, factual - lida com ocorrências, fatos, isto é, toda forma de existência que se manifesta de algum modo.
Contingente - suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
Sistemático - saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.
Verificável - as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.
Falível - em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final.
Aproximadamente exato - novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.
Clique para editar o estilo do título mestre
Clique para editar o estilo do subtítulo mestre
*
*
*
1.2 – Propostas para cognição e operacionalização do conhecimento
*
*
*
1.2.1 Dogma, Mistério, Enigma: Noções
Dogma: no campo filosófico, é uma opinião imposta, que não admite contestação. No campo religioso é uma verdade divina, revelada e acatada pelos fiéis. 
Mistério: algo que é incompreensível, que não se consegue explicar ou desvendar.
Enigma: qualquer coisa de difícil explicação
*
*
*
“Um enigma pode ser resolvido. Um mistério é insolúvel por sua própria natureza” (Luis Alberto WARAT, 2001, p.42)
*
*
*
1.2.2 – distanciamento e engajamento:
Norbert Elias (1998), utiliza o conto “Descida ao maelström”, de Edgar Allan Poe, para ilustrar a relação engajamento e distanciamento no processo cognitivo, apontando-nos para a necessidade do exercício do distanciamento:
*
*
*
*
*
*
é uma postura de distanciamento – sobretudo emocional e psicológico – com o objeto e, ou, fenômeno que permite a cognição do mesmo e a operacionalização em suas configurações;
o distanciamento implica em processos de controle (dos instintos, dos medos, das ansiedades etc.);
a cognição dos fenômenos (em especial os sociais) permite uma operacionalidade que amplia as probabilidades, mas que não elimina totalmente os riscos e as incertezas diante das configurações que se enfrenta.
Clique para editar o estilo do título mestre
Clique para editar o estilo do subtítulo mestre
*
*
*
1.2.3 – inter e transdisciplinaridade: Noções
*
*
*
Disciplinar: relativo a um ramo do conhecimento (disciplina); ciência, matéria
Multidisciplinaridade ou pluridisciplinaridade: trata do estudo de um mesmo objeto por várias disciplinas; não há a necessidade de integração entre elas, uma vez que cada qual concorre com seus conhecimentos específicos no estudo de determinado assunto, podendo, no máximo, resultar em certa organicidade de apresentação dos resultados ou de contribuições. É visível os níveis de cooperação das diferentes disciplinas e também a peculiaridade produzida pela conseqüente orientação dos conhecimentos envolvidos naquele estudo. (RODRIGUES, 2000, p.127)
*
*
*
Interdisciplinaridade: promove a troca de informações e de conhecimentos entre disciplinas, mas, fundamentalmente, transfere métodos de uma disciplina para outra. [...]
A interdisciplinaridade possibilita não só a fecunda interlocução entre as áreas do conhecimento como também constitui uma estratégia importante para que elas não se estreitem nem se cristalizem no interior de seus respectivos domínios; favorece o alargamento e a flexibilização dos conhecimentos, disponibilizando-os em novos horizontes do saber. É comprometida como método, técnica didática, instrumento de ação, mas principalmente
*
*
*
[...] como postura profissional que permite se pôr a transitar o “espaço da diferença” com sentido de busca, de desvelamento da pluralidade de ângulos que um determinado objeto investigado é capaz de proporcionar, que uma determinada realidade é capaz de gerar, que diferentes formas de abordar o real podem trazer. [...] A perspectiva interdisciplinar não fere a especificidade das profissões e tampouco seus campos de especialidade. Muito pelo contrário, requer a originalidade e a diversidade dos conhecimentos que produzem e sistematizam acerca de determinado objeto, de determinada prática, permitindo a pluralidade de contribuições para compreensões mais consistentes deste mesmo objeto, desta mesma prática.
(RODRIGUES, 2000, p.127-8)
*
*
*
Transdisciplinaridade:
[...] supõe agir sobre os saberes que vimos
produzindo, atuando sobre os valores que os mantêm, o modo de praticá-los, questionando as “chamadas” novas competências individuais e coletivas; faz-nos retomar as marcas profundas que a história nos legou, utilizando este aprendizado como experiência essencial na reorientação de novas ações e de uma nova ética. Consiste, portanto, no exercício crítico em que concorrem pensamento, ação, experiência, diferença, valores.
*
*
*
A perspectiva transdisciplinar requer a eficácia de uma dialógica, abertura para escutar o que se passa em outras esferas do conhecimento, mesmo mantendo posição diver­gente, pois é impossível saber-se tudo, dominar todos os ângulos de uma in­vestigação.
A transdisciplinaridade instala-se, portanto, na interação entre o sujeito e o objeto, na compreensão de que a realidade é multidimensional e na com­preensão do que chamo um jogo exclusão-inclusão.
*
*
*
Para uma síntese sobre a transdisciplinaridade
· A questão não está em superar as fronteiras que existem entre as disciplinas, mas em transformar o que gera as fronteiras.
· As disciplinas precisam reassumir os sujeitos sociais (em contraposição à exclusão do sujeito) em sua integralidade; não eliminar de seu pensamento, de sua epistéme, a alma, o conteúdo, as emoções, o sofrimento; não eliminar o vivente.
*
*
*
· Para promover a transdisciplinaridade é necessário um paradigma que permita disjuntar os domínios científicos, fazendo-os comunicar-se sem redução.
· A visão transdisciplinar é resolutamente aberta na medida que ultrapassa o campo das ciências exatas devido ao seu diálogo e sua reconciliação, não apenas com as ciências humanas, mas também com a arte, a literatura, a poesia e a experiência interior.
*
*
*
· A ética transdisciplinar recusa toda atitude que se negue ao diálogo e à discussão, qualquer que seja sua origem - de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica, política, filosófica. O saber compartilhado deveria levar a uma compreensão compartilhada, baseada no respeito absoluto das alteridades unidas pela vida comum numa única e mesma terra.
*
*
*
· Uma educação autêntica não pode privilegiar a abstração no conhecimento. Ela deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar. A educação transdisciplinar reavalia o papel da intuição, do imaginário, da sen­sibilidade e do corpo na transmissão dos conhecimentos.
(RODRIGUES, 2000)
*
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais