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Apostila da Aula 1

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Faculdade Brasil Norte - Fabran 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
PROCESSO DE CONHECIMENTO. 
Prof. Franck Gilberto. 
I – Introdução. 
 Costuma-se classificar os processos tendo em vista a atividade 
desenvolvida pelo Juiz e a providência jurisdicional almejada. O processo, de acordo 
com esse critério, tem a mesma natureza da ação que o instaurou, ou seja: de 
conhecimento, de execução ou cautelar. 
 O processo de conhecimento é aquele no qual o órgão judicial busca 
acertar, definir a existência (ou não) do direito do Autor. Busca-se a certeza do direito. 
 Conforme o direito que se visa acertar em juízo, o processo de 
conhecimento (cognitivo) pode ser meramente declaratório, constitutivo ou 
condenatório. 
II – Jurisdição. 
 Nos dias atuais, tendo em vista a existência de um Estado organizado 
(regulado por um conjunto de normas com força suficiente para impor sua vontade à 
vontade dos cidadãos), o poder de resolver os conflitos entre as partes é exclusivo ao 
Estado que, nesse caso, é representado pelo Poder Judiciário. 
 Antes dessa organização existia a autotutela (ainda existe, mas de 
maneira mitigada), prevalecia a vontade do mais forte. 
 A arbitragem (instituída pela Lei nº 9.307/96) não é autotutela, mas uma 
forma amigável de composição dos litígios evitando-se um longo, penoso e custoso 
processo judicial. 
 Segundo Donizetti (2011, p. 366), geralmente, o processo ou a relação 
processual dele decorrente forma-se, desenvolve-se e extingue-se com o alcance do seu 
objetivo: a composição do litígio. Por meio da petição inicial, o Autor provoca a 
jurisdição. Essa por sua vez, verificando ser idôneo o meio utilizado para provocá-la e 
presentes certos requisitos, determina a citação do réu. Este, a seu turno, defende-se. 
Após isso coletam-se as provas e, ao final, o Juiz profere sua decisão (melhor dizendo, 
ele sentencia). 
 Dessa forma jurisdição é o poder-dever do Estado em fazer justiça e 
dirimir os conflitos de interesse. 
2.1 – Classificação da jurisdição. 
O CPC em seu Art. 1º, admite duas espécies de jurisdição: a contenciosa 
e a voluntária. 
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Faculdade Brasil Norte - Fabran 
Prof. Franck Gilberto. 
a) Jurisdição contenciosa: fala-se em jurisdição contenciosa quando há a solução de 
um conflito entre as partes, aplicando-se o direito ao caso concreto, mediante um 
provimento jurisdicional (decisão). Ela age mediante provocação da parte 
interessada (princípio da inércia, Art. 2º do CPC). O provimento jurisdicional 
substitui a vontade das partes. 
 
b) Jurisdição voluntária: é administração pública dos interesses privados. Existem 
situações que a despeito de não haver conflito devem ser levadas ao judiciário 
para que produzam seus regulares efeitos (abertura de testamento, divórcio 
consensual*, etc). Nos procedimentos de jurisdição voluntária o juiz tem plenos 
poderes para investigar livremente os fatos alegados pelas partes e ordenar de 
ofício a realização de qualquer prova (Art. 1.107 do CPC). Há intervenção 
obrigatória do Ministério Público (Art. 1.105 do CPC). 
Jurisdição 
Contenciosa Voluntária 
Lide Ausência de lide 
Partes Interessados 
Substitutiva Integrativa 
Sentença Sentença homologatória 
Coisa julgada Não faz coisa julgada (Art. 1.111 CPC) 
Ação rescisória (Art. 485 CPC) Ação anulatória (Art. 486 CPC) 
 
 Coisa julgada: Art. 6º, §3º da LINDB. 
 Jurisdição contenciosa: 
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. 
PEDIDO DE ALVARÁ JUDICIAL. LEVANTAMENTO DE VERBAS DO 
FGTS. RESISTÊNCIA DA CEF. JURISDIÇÃO CONTENCIOSA. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. A jurisprudência da Primeira 
Seção do STJ firmou-se no sentido de que, sendo, em regra, de jurisdição 
voluntária a natureza dos feitos que visam à obtenção de alvarás judiciais 
para levantamento de importâncias relativas a FGTS, PIS/PASEP, seguro-
desemprego e benefícios previdenciários, a competência para julgá-los é da 
Justiça Estadual. 2. Por outro lado, havendo resistência da CEF, competente 
para processar e julgar a causa é a Justiça Federal, tendo em vista o disposto 
no art. 109, I, da CF/1988. 3. In casu, verifico que houve obstáculo por parte 
da Caixa Econômica Federal quanto ao levantamento do FGTS requerido 
pelo autor, o que evidencia a competência da Justiça Federal para o 
julgamento da demanda, nos termos do art. 109, I, da Constituição da 
República. 4. Constatada a competência de um terceiro Juízo, estranho aos 
autos, admite-se-lhe a remessa do feito. 5. Conflito conhecido para declarar 
competente a Justiça Federal de Santos/SP, apesar de não integrar o presente 
conflito. (STJ - CC: 105206 SP 2009/0092756-0, Relator: Ministro 
HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 26/08/2009, S1 - PRIMEIRA 
SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 28/08/2009). 
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Faculdade Brasil Norte - Fabran 
Prof. Franck Gilberto. 
 Jurisdição voluntária: 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. ALVARÁ PARA 
EXUMAÇÃO, TRASLADO EINUMAÇÃO REQUERIDO PELO DNOCS. 
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. COMPETÊNCIA DAJUSTIÇA 
ESTADUAL. 1. Trata-se na origem de pedido de alvará judicial pelo 
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, para que fosse 
autorizada a exumação, traslado e inumação de restos mortais localizados em 
cemitério situado em área de implantação do Projeto Tabuleiros Litorâneos 
de Parnaíba. 2. Em casos de pedido de expedição de alvará judicial, 
procedimento de jurisdição voluntária, é competente a Justiça 
estadual.Precedentes do STJ. 3. Conflito conhecido para declarar a 
competência do juízo suscitado. (STJ - CC: 117499 PI 2011/0129407-8, 
Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 24/08/2011, 
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 06/09/2011). 
2.2 – Princípios da jurisdição. 
a) Inafastabilidade da tutela jurisdicional (Art. 5º, XXXV, da CF): Nenhuma 
lesão ou ameaça a direito deixará de ser apreciada pelo poder judiciário. 
Vedação ao NON LIQUET (Art. 126 do CPC): o juiz é obrigado a julgar. 
 
b) Juiz natural: Juiz previamente investido no cargo, sendo vedado tribunais de 
exceção. 
 
c) Imparcialidade. 
 
d) Identidade física do Juiz: Aquele que colhe a prova, julga (Art. 132 CPC). 
 
e) Imperatividade: A decisão do Juiz tem força de lei para as partes. Aquilo que 
o juiz decide as partes devem acatar. 
 
f) Inércia: A jurisdição não poderá ser exercida de ofício pelo Poder Judiciário, 
dependendo de provocação pelo interessado. Nada obstante, provocada a 
atividade, os atos de movimentação (instrução probatória e julgamento) 
acontecerão por IMPULSO OFICIAL, ou seja, independentemente da 
iniciativa das partes, cabendo ao Juiz impulsionar o feito até seu provimento 
final. O princípio da inércia não é absoluto porque em determinados casos o Juiz 
pode iniciar o procedimento de ofício, como no caso do inventário (Art. 989 do 
CPC), exibição de testamento (Art. 1.129 do CPC), etc. 
 
g) Aderência: A jurisdição é exercida dentro de um território limitado. 
 
h) Unicidade: A jurisdição é una e indivisível. Entretanto, a atividade 
jurisdicional pode ser dividida para melhor funcionalidade. 
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Faculdade Brasil Norte - Fabran 
Prof. Franck Gilberto. 
III – Competência: 
 É o limite da jurisdição. É a distribuição aos órgãos judiciários de suas 
funções. 
 Segundo Alexandre de Freitas Câmara (2006, p. 98) competência é o 
conjunto de limites dentro dos quais cada órgão do judiciário pode exercer 
legitimamente a função jurisdicional. 
 
Competência 
Absoluta (Improrrogável) 
- Material: competência definida em razão 
da matéria a ser posta para a apreciação 
judicial. 
- Funcional: mesmo que competência 
hierárquica. 
Relativa (Prorrogável)- Territorial: o foro (lugar) em que a 
demanda deverá ser proposta. Regra geral: 
domicílio do réu. 
- Valor da causa: Em determinadas 
circunstâncias, dependendo das normas de 
organização judiciária, a competência de 
atuação dos diversos órgãos do Judiciário 
pode levar em conta o valor devido à causa. 
 
 
 
 
 
 
 
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