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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária I Prof. Daniel Roulim Stainki 72 26) HIPERPLASIA DO ASSOALHO VAGINAL # DEFINIÇÃO: É o crescimento anormal e exagerado da mucosa vaginal, que, ocasionalmente, leva ao desenvolvimento de uma dobra de mucosa sobre o assoalho da vagina (Fig. 07), salientando-se entre os lábios vulvares como um tecido mole e avermelhado. Esta dobra pode impedir mecanicamente a cópula, pela obstrução do canal vaginal, mas normalmente a gestação e o parto não são afetados, pois normalmente ocorre regressão espontânea após o cio. # ETIOLOGIA: • distúrbios hormonais – estrógeno aumentado; • resposta exacerbada ao estro – principalmente no 1º cio; • geralmente tem origem no pró-estro, tende a regredir no diestro; • pode ser uma condição hereditária. # OCORRÊNCIA: É visto mais freqüentemente nas raças braquicefálicas, como o boxer, o buldog e o pequinês. A regressão espontânea ocorre durante o diestro, mas sua recorrência é comum no estro seguinte. # DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Palpação – na palpação de uma hiperplasia vaginal verifica-se que o canal da vagina está em um dos lados da porção prolapsada, e pode-se perceber um pedículo ligado à parede vaginal. Fig. 07 – Hiperplasia vaginal em uma cadela, com presença de dupla dobra vaginal. Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária I Prof. Daniel Roulim Stainki 73 # TRATAMENTO CIRÚRGICO: O paciente é posicionado para a realização de uma episiotomia, que é feita através de uma incisão cutânea na comissura dorsal dos lábios da vulva, até ser seccionada à mucosa da parede dorsal do canal vaginal. A hemorragia pode ser controlada pelo pinçamento das bordas da incisão com clampes de Doyen. A uretra deve ser sondada para evitar que seja lesionada. O excesso de mucosa deve ser palpado e seccionado na sua base. A sutura da ferida ocasionada pela secção da porção prolapsada é efetuada com pontos isolados simples da submucosa e mucosa vaginal, com categute cromado 2.0. A episiotomia deve ser restaurada com pontos na mucosa e submucosa da vulva (categute cromado 2.0) e com pontos simples isolados na pele (mononylon 3.0). A castração (ovariohisterectomia) promove o alívio permanente desta condição. Aproximadamente, um quarto dos casos tratados por amputação, sem a castração, apresenta recidivas. 27) PROLAPSO VAGINAL # DEFINIÇÃO: É a eversão do canal vaginal (prolapso cilíndrico) que, normalmente, ocorre após o parto ou no estro (Fig. 08). É menos comum que a hiperplasia do assoalho vaginal nas cadelas. # ETIOLOGIA: • distúrbios hormonais – condição rara; • normalmente ocorre em decorrência do parto (esforço excessivo); • traumática – quando há a separação forçada durante a cópula. Fig. 08 – Prolapso vaginal em uma cabra. Perceba o grau de lesão da mucosa provocado pelo atrito contra objetos. Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária I Prof. Daniel Roulim Stainki 74 # DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Na palpação – temos acesso ao canal vaginal no centro da protrusão. Ocorre a ausência de pedículo. # TRATAMENTO CIRÚRGICO: Após a sondagem da uretra deve-se procurar reduzir o edema da porção prolapsada, lubrificá-la (vaselina líquida), procedendo-se a redução anatômica. Para a diminuição do edema, pode-se utilizar solução hiper-saturada com açúcar. Após a redução, a mesma é mantida colocando-se pontos de fixação através dos lábios vulvares (na base), com mononylon 0 ou 1 para pequenos e nylon 0,70 para grandes. Em casos de recorrência está indicada a ovariohisterectomia e a histeropexia do coto na parede abdominal. Quando houver ulcerações graves e necrose da mucosa pode ser realizada a amputação vaginal, evitando-se sempre de lesar o meato urinário. PÓS-OPERATÓRIO: Retirar os pontos em torno de 1 semana (avaliar se houve a redução do prolapso). Administrar antibióticos e antiinflamatórios. LEITURA OBRIGATÓRIA: GABALDI, S.H., LOPES, M.D. Hiperplasia e prolapso vaginal em cadelas. Clínica Veterinária, n.13, p. 17-18, 1998. SUGESTÃO DE LEITURA: BOJRAB, M.J. Disease mechanisms in small animal surgery. 2 ed., Philadelphia: Lea & Febiger, 1993. PETTIT, G.D. Massas da vagina e da vulva. In: BOJRAB, M. J. Cirurgia dos pequenos animais. 2 ed., São Paulo: Roca, 1986, cap.: 26, p. 384-387.
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