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Resumo Teoria Geral do Processo

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Cai na Prova:
Jurisdição – Conceito, características, princípios, meios alternativos de solução de conflitos (Autotutela, autocomposição, mediação e arbitragem), jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária.
Prazos: Cai prazo, diferença entre suspensão de prazo e interrupção de prazo.
Atos Processuais: - Conceito, Princípios (Publicidade, liberdade das formas e instrumentalidade), forma, tempo e lugar, atos das partes e atos do juiz (pronunciamentos jurisdicionais), atos dos serventuários (comunicação dos atos processuais: cartas, citações e intimações), prazos processuais (classificações, contagem, suspensão e interrupção, preclusão), negócio jurídico processual.
Competência: Organização judiciária nacional, conceito, critérios de fixação da competência (material, pessoal, funcional, econômico, valor da causa, territorial), competência absoluta e relativa (diferenças, declaração da incompetência), modificação da competência (foro de eleição, conexão e continência), conflito de competência (conflito de competência positivo e negativo – generalidades, procedimento e intervenção do MP).
Jurisdição: Uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. É a atribuição que o Estado possui para solucionar conflito de interesses, exercida por meio de seus juízes, com atuação em todo território nacional. A jurisdição se caracteriza pela inércia, o que importa dizer que, para sua atuação, deve ser provocada pelas partes interessadas a fim de prestar sua tutela jurisdicional. Art. 2º CPC O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
É monopólio do estado de dizer o direito. Possibilidade de dizer o direito, função do Estado. Diz o direito e substitui as partes, afasta as partes para evitar e resolver o conflito. É um poder, mas também um dever do estado, só o estado pode dizer o direito, mas também é seu dever dizer o direito.
Função: Poder-dever do Estado dizer o direito com imparcialidade, deve-se solucionar o conflito, substituir as partes com o objetivo de solucionar o conflito. O estado substitui a parte com o objetivo de solucionar um conflito. Dizer o direito somente não resolve o problema. Você tem que passar pelo estado para solucionar um problema – Jurisdição soluciona o conflito evitando a justiça com as próprias mãos, afastando as partes, mas isso só funciona se o estado for imparcial (juiz). Portanto, a função da jurisdição é dizer o direito e pacificar o conflito, exerce sua função através do poder judiciário.
Poder-dever do Estado: O estado deve ter poder para solucionar o conflito dentro do seu limite de atuação. Ex.: Polícia, viatura, PM armado. Se ordenar PARE, tem que parar, é um poder. Dizer o direito também é um poder. É uma função, estado tem poder e dever de prestar e cumprir com sua função através do poder judiciário. O poder judiciário (Estado juiz) é um dos poderes do Estado. A função do estado é a aplicação do direito, dizer o direito e pacificar o conflito. Tutela é a proteção do direito.
O estado deve prestar a tutela, o meu direito é de ação, de provocar o estado.
Direito de ação: Se alguém tem o dever, eu tenho o direito, o estado tem o dever de dizer o direito, e eu tenho a qualquer momento o direito de provocar o estado com uma ação. Você tem o direito de ação, de postular em juízo, não quer dizer que você vai conseguir a proteção do direito que você alega ter.
O Estado diz: Não é cada um por si, eu vou resolver, eu vou dizer o direito. Estado existe para aplicar o direito e não para agradar alguém. A ação nunca é contra o réu, e sim contra o estado, pois você chama o estado para cumprir o seu dever de tutelar o meu direito. A ação é contra o estado, a demanda é contra o réu. Eu chamo o estado a exercitar o seu dever. Demanda: Eu quero que o réu seja condenado em 10 mil reais. Deve-se acionar o estado e dizer: cumpra a sua função de prestar a tutela jurisdicional, de dizer o direito.
Objetivo: Prestação jurisdicional – Exercitar a jurisdição. A função do estado é dizer o direito e aplicar a lei, não é agradar ninguém. É resolver o conflito com total imparcialidade.
Princípios: 
Princípio do Juiz Natural (da imparcialidade do juiz): Estado só vai ser imparcial com um juiz natural. Só posso falar com imparcialidade se antes do conflito já existir um juiz previamente constituído. Através do sorteio se tem um juiz natural competente para julgar a causa. Juiz natural tem correlação direta com a imparcialidade. A preocupação do legislador se manifesta em dois aspectos: o de conter eventual arbítrio do poder estatal; e o de assegurar a imparcialidade do juiz, impedindo que as partes possam ter qualquer liberdade na escolha daquele que julgará o seu processo. O juiz natural é aquele cuja competência é apurada de acordo com regras previamente existentes no ordenamento jurídico, e que não pode ser modificada a posteriori. Seria muito perigoso se o Estado pudesse criar juízos ou tribunais excepcionais para julgar um fato ocorrido anteriormente.
Princípio da Investidura – Se eu me aposento como juiz num dia, no outro eu não estou mais investido da função de dizer o direito, eu não posso mais assinar uma sentença e se o fizer, ela é nula. Ele não tem mais o poder de dizer o direito.
Princípio da indeclinabilidade ou inafastabilidade – Se eu chamar o estado para resolver um problema, ele não pode declinar da jurisdição. Estado não pode nunca declinar da jurisdição. Sendo provocado a dizer o direito, o Estado tem que dizer o direito, tem que julgar. Um juiz jamais pode declinar a jurisdição.
Princípio da inércia – Eu preciso tirar o estado da inércia, eu preciso provocar o estado. Ele só vai prestar a jurisdição se ele for provocado. O estado-juiz é inerte. Você tira o estado da inércia com a ação. A relação jurídica das partes do processo é piramidal, mas ninguém está acima de ninguém. 
Autor entra com a ação contra o Estado, e tem uma demanda contra o réu, o Estado sai da inércia e cita o réu. Autor vai mover uma ação contra o estado, para tirar o estado da inércia. A ação é o pontapé inicial, é o início. Contra o réu tem a demanda, a demanda é o pedido, o autor formulou pedidos contra o réu, e ele quer que o estado (juiz) julgue os pedidos. O juiz não tem o direito de dizer que não vai julgar os meus pedidos. Estado Juiz cita o réu informando que existe uma demanda. Juiz é afastado das partes para ser imparcial, já os advogados são parciais.
Unidade da jurisdição: A jurisdição é uma, é uma coisa só, mas distribuímos e classificamos a jurisdição para simplificar. Se tem um juiz na cidade, ele faz tudo, tem vara única – Penal, cível, etc. A primeira distribuição da matéria é penal e não penal, pois o Direito Penal lida com a privação da liberdade. Se tiver 2 juízes na cidade, um vai tratar da matéria penal e outro de todo o resto não penal, por conta de lidar com a liberdade das pessoas. A terceira distribuição é de família, então ficaria penal, cível geral e família. A quarta distribuição é de sucessões, e a quinta distribuição é de registros públicos. Justiça brasileira distribui a jurisdição em matérias. Juiz pode estar numa vara cível e depois ir para o fórum criminal, a jurisdição é uma só, ele é juiz de direito e o direito é um só.
Princípio do devido processo legal: É o princípio máximo, tudo decorre dele. Tudo tem origem nele, a origem é de 1215, data histórica da Magna Carta, surgimento do devido processo legal (freios e contrapesos). Você diz para o Estado: Você não pode agir do jeito que você quer, deve agir de acordo com a lei. Isso limita o poder do estado. Juiz não pode decidir o que quiser, deve seguir o devido processo legal.
Princípio do contraditório: Participação – A ideia é que você participe do processo com o fim de influenciar o resultado. Se dá a oportunidade de influenciar o resultado através da apresentação de suas razões e suas provas parainfluenciar no resultado, convencer o juiz. Juiz vai formando o convencimento dele. Participação é para produzir provas, alegações, e o juiz se baseia nessas provas.
Princípio da ampla defesa: Possibilidade de me defender de forma ampla, baseado numa “defesa técnica”. Que tipo de alegação? Qual prova? Isso tudo é uma defesa técnica. Sem um advogado a pessoa não tem como se defender amplamente. Sem ampla defesa, você fica sem contraditório também. É o exercício do contraditório, uma defesa ampla.
Princípio da investigação da prova: Juiz pode procurar por provas? Sim, mas não em todos os casos. Normalmente quem peregrina as provas é a polícia e o MP. Ex.: DNA é a prova, o juiz pode obrigar o exame de DNA. Juiz pode ir atrás de uma prova sem comprometer sua parcialidade ou chamar alguém como testemunha do juízo e intimar alguém para prestar depoimento. Testemunha pode ser conduzida coercitivamente.
Princípio da proibição da prova ilícita: Prova ilícita pode? Não. Confissão sob tortura por exemplo não pode. A prova ilícita não pode ser aproveitada.
Processo: Método de solução do conflito para o direito processual. Processo é instrumento para o legítimo exercício do poder, você não age de qualquer forma, mas sim segue um método. O exercício do poder deve ser legítimo. Ex.: Quero expulsar o aluno da faculdade. Isso é arbitrário, mas não é o legítimo exercício do poder dela. Eu decido qual é a lei? Não, tem um processo legislativo, o método deve ser seguido. Deve ter processo legislativo para formar aquela lei. Processo de licitação: Método para licitar, exercício legítimo do poder. É o processo que garante o contraditório e permite que X se defenda para tentar influenciar o resultado. O poder judiciário tem método, tem processo, eu não expulso o policial, eu preciso de um processo administrativo.
Autos: Materialidade dos documentos nos quais se corporificam os atos do procedimento. Pode ser vídeo, áudio, fotos, contrato, petição e contestação, guias, etc. Os autos vão corporificar todos os documentos.
Sujeitos da relação jurídica processual: Estado-juiz, autor e réu. A ação é contra o Estado e a demanda é contra o réu. Podem ser um pedido ou vários pedidos, e podem ter vários fundamentos para um único pedido. Ou vários pedidos (dano moral e material) para um fundamento (quebra de contrato). Demanda é do autor contra o réu.
Intimação: Para que você pratique um ato dentro do processo. Maioria das intimações é feita através do advogado da parte e não pelo oficial de justiça. Se eu não tiver advogado, as intimações são dirigidas à parte (eu).
Pressupostos processuais:
Citação: Ciência inequívoca da demanda, produz efeitos. Aviso de que existe um processo contra você, é um pressuposto de existência. É um pressuposto de existência, sem citação não há processo, ele é anulado. Ex.: Quero me esconder de propósito do oficial de justiça, se o oficial de justiça não encontra a pessoa, ele pode fazer a citação por hora certa, avisando que vai aparecer em determinado horário e vai no endereço no horário que ele avisou. O relato dele tem fé pública, faz com que o réu seja citado. Se o réu não for citado, o processo é nulo, mesmo se já tiver sentença. Oficial achou que o citado estivesse tentando enganar ele, mas ele estava nos Estados Unidos, o processo é nulo. Citação nada mais é que a ciência de que existe uma ação movida pelo autor e uma demanda contra mim. Se eu não me defender, temos à revelia, que é a presunção de veracidade dos fatos.
Oficial de justiça tem fé pública, eu não preciso de provas para ter fé. Ele tem fé, ele diz que você estava se escondendo, o estado acredita sem provas. Mas eu posso desconstruir a fé pública com provas e dizer eu estava em um intercâmbio nos EUA, mas eu tenho que provar isso.
Autor: Ação contra o estado. Estado deve citar o réu. Autor tem demanda contra o réu.
Pressupostos processuais: Para a existência do processo, só é possível imaginar que exista processo se tiverem os pressupostos de existência. Citação é um pressuposto processual. Autor entra com a ação contra o estado, ele quer movimento. A demanda é contra o réu, é o pedido. Para fechar o circuito, preciso da citação, aí se inicia a relação jurídica processual. Sem a citação, a relação não existe, não existe sentença, defesa (contestação), audiência, produção de provas, nada. Se o réu não foi citado ele tinha a chance de se defender? Não. Sem citação todo o processo vira lixo, o circuito nunca se fechou. Para o processo eu devo garantir a participação, o devido processo legal, ampla defesa e contraditório. O vício de citação é um vício de inexistência.
Vício de citação é pressuposto de existência, se não aconteceu o processo não é nulo, ele simplesmente NÃO EXISTE. É preciso entrar com uma ação chamada “QUERELA NULITATIS” – Ação declaratória, para o juiz declarar que o processo é inexistente, provando o vício de citação, tudo que aconteceu virou lixo. A citação deve acontecer antes do processo continuar. Oficial de justiça pode fazer uma citação de hora certa, amparada na fé pública. Nesse caso, não há o vício de citação.
Existência da jurisdição: Outro pressuposto processual, se não existia jurisdição, existia processo? Não. Movi a ação, o processo se iniciou e fui sentenciado por um juiz que se aposentou ontem. Hoje ele volta para pegar alguma coisa, e assina uma sentença. Se ele assinar, o processo é inexistente, foi tomada uma decisão por um juiz que não é juiz. Nesse caso a sentença é inexistente.
Capacidade postulatória: Só pode postular em juízo um advogado, tirando casos expressos em lei. Ex.: Até 20 salários mínimos no JEC estadual e federal. Quem pode postular em juízo, tirando essas exceções, somente advogado. Somente quem é bacharel em Direito e passa na prova da OAB pode postular. Quem tem capacidade postulatória só quem ingressa nos quadros da OAB. Hoje é certificada eletronicamente, em um chip na carteira da OAB. Para evitar fraude de capacidade postulatória, tem carteira da OAB, e-CPF.
Dos atos processuais: Considerando que o processo é uma relação jurídica entre as partes e o juiz, que almeja uma decisão de mérito pacificadora do conflito de interesses estabelecido, essa sequência desenvolve-se por meio da prática de atos processuais. São eles a força motriz do processo, a considerar que a prática de um ato processual desencadeia necessariamente um novo ato processual, a fim de que a marcha processual atinja seu objetivo: sentença de mérito com trânsito em julgado.
Atos do juiz: 
Linha hipotética de processo: Fase postulatória: Petição inicial (citação), réu apresenta sua defesa (contestação), depois começa o saneamento, depois a produção de provas e por fim a fase decisória. Processo é o método, solução do conflito, mas para solucionar o conflito é preciso adotar um procedimento. Procedimento comum é o que foi exposto logo acima.
Saneamento: Primeiro grau de jurisdição. Juiz verifica se tem nulidades no processo que podem ser sanadas ou não. Se não puderem ser sanadas, ele extingue o processo.
Produção de provas: Prova testemunhal, pericial, produção de documentos, etc.
Fase decisória: Função da sentença.
Se não gostar da sentença, se inicia o segundo grau de jurisdição (recurso de apelação). Após análise se o recurso pode ser admitido, se cumpriu os requisitos, vamos para a próxima etapa: Juízo de mérito, são 3 juízes (desembargadores) que vão prolatar um acórdão. A próxima etapa é ir para os tribunais superiores para 2 possíveis recursos – Juízo de admissibilidade e juízo de mérito. Cada tribunal vai prolatar o seu acórdão. Para recurso extraordinário, STF, para recurso ordinário, STJ. Leva-se de 8 a 12 anos para um caso que tramita em todas as esferas. Decisões que são prolatadas pelos tribunais são revisões de sentença, ex.: Autos do processo é um livro, autos físicos, tem capa, folhas. O final é a conclusão, a sentença, o ápice. Se o desembargador leu o livro, o mesmo que o juiz, ele deve chegar à mesma conclusão, ou não. Se ele gostou e não concorda com uma parte, ele modificauma parte da decisão. Senão teríamos uma reforma total da decisão, ou parcial, ou mantém-se a decisão. Recurso é isso, acórdão é a decisão prolatada pelo tribunal, feito em colegiado de 3 desembargadores, fazem uma análise da sentença baseada nos autos. Desembargador revê os autos. Pode ser por maioria (2 contra 1) ou unânime (3 desembargadores concordam).
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. – Pronunciamentos do juiz seriam sentenças, despachos, etc.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. – Sentença é o pronunciamento pelo meio do qual o juiz, baseado nos artigos 485 e 487, irá julgar com mérito ou sem mérito. Se o juiz analisou o seu pedido, julgou com mérito, seja contra ou a favor do pedido. Se ele não analisou o pedido, ele julgou sem mérito. A sentença põe fim à fase cognitiva (conhecimento, estudo, fase de estudo). A fase de cognição do procedimento é encerrada na sentença, a sentença põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, ele pode ser com mérito ou sem mérito.
O juiz pode extinguir o processo sem julgamento de mérito. Ex.: Tenho um problema, comprei um carro e o motor está com defeito de fabricação, o reparo não é possível, eu quero a substituição do veículo. Carro é FIAT, mas eu movi a ação contra a Volkswagen, juiz não entra no mérito, não vai analisar as provas, logo de saída ele determina a extinção por ilegitimidade da parte, juiz não analisa o mérito.
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o. – Tirando o que é sentença, qualquer decisão que o juiz tomar antes da sentença é decisão interlocutória. Ex.: Liminar. Não pode esperar para fazer cirurgia, juiz pode conceder ou não, não importa, mas ele julga a liminar, ele decide algo, mas ele não põe fim à fase de cognição, porém tem conteúdo decisório, é uma decisão interlocutória. O juiz, na fase do saneamento, pode precisar de uma prova pericial, pois sem prova pericial ele não consegue decidir. Ou então o advogado pede autorização para o juiz, ele pode autorizar ou não, ou seja, é conteúdo decisório e produz efeito para as partes, mas não põe fim à fase cognitiva. Toda vez que o juiz decide algo, não é uma sentença e produz efeito para as partes, é decisão interlocutória. Cabe recurso a decisão interlocutória? Sim, chama-se agravo de instrumento.
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. Outros pronunciamentos do juiz, atos administrativos ou expediente do processo, não tem efeito para as partes, não é decisão interlocutória nem sentença, não tem conteúdo decisório e não gera efeito para as partes. Ex.: Analisando os autos verifica-se um erro na numeração das folhas, juiz despacha: “renumere as folhas, as páginas”. É decisão que põe fim à fase cognitiva? Não. É apenas um despacho administrativo. Outro ex.: Juiz verifica que existe falta na expedição de uma guia pelo cartório, ele despacha: “providencie-se citação já determinada”.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. – Chega a petição inicial, tem que ir para o juiz. Após isso, houve uma manifestação do autor, juntada de um documento, eu já mandei para o juiz? Não. Funcionário pede para o réu se manifestar e só depois passa para o juiz. Despacho ordinatório não precisa passar pelo juiz, escrevente pode juntar documentos por exemplo, ato do cartório praticado pelo serventuário. Ex.: Advogado aguarda o processo no cartório, e estava demorando. Dois escreventes debatem sobre o prazo, não chegavam à uma conclusão e não queriam consultar o juiz. Eles deveriam consultar o juiz nesse caso, apesar de ser um ato ordinatório. Não é obrigatório levar para o juiz, mas não é proibido também. Eles podem remeter ao juízo.
Portanto, são 3 pronunciamentos do juiz (ato do juiz) e um ato do cartório, ato simples que não depende de despacho do juiz, são atos ordinatórios.
Sentença é decisão monocrática, acórdão é decisão de colegiado.
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. – Em que momentos eles serão praticados? Das 06 às 20 horas. Um oficial de justiça pode bater na porta de casa às 06h.
No fórum, a atividade forense é das 09h às 19h. Mas o advogado ou estagiário com carteira da OAB só pode entrar após às 11h, geralmente. As práticas de alguns atos vão exigir a apresentação da carteira da OAB. Exceção: Justiças federais especializadas, exemplo justiça do trabalho. Atos processuais praticados pelo advogado podem ser acompanhados pelo estagiário. Mas alguns o estagiário pode praticar sozinho, são atos bem restritos como juntada de documentos, desentranhamento, carga dos autos. Embargos: Manifestação dos autos, pede para o juiz fazer um esclarecimento de uma contradição, por exemplo, isso interrompe o prazo.
§ 1o Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. – Pode iniciar antes das 20h, mas pode ser que demore e ultrapasse o horário. É possível o horário ultrapassar o horário dos atos, mas devem ser iniciados antes das 20h.
§ 2o Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal. – Oficial de justiça não precisa mais de autorização judicial fora dos horários, mesmo nas férias forenses. Se ele não localizar o réu durante os horários ele pode aparecer fora do horário para citação, intimação e atos de penhora. Férias forenses – Recesso e férias. De acordo com o novo CPC, as férias forenses são de 20/12 a 20/01, é para os advogados, mas o fórum funciona a partir de 06/01, porém, não tem intimações aos advogados, elas estão suspensas. Salvo os casos em que não estão restritos a paralização. Advogados não tinham férias antigamente. Durante o período de recesso o fórum está fechado, durante o período de férias, de 06/01 a 20/01, o fórum abre, mas advogado não recebe intimação do juiz.
§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local. – Prática do ato eletrônico vai até 23:59, até esse horário é dia para prática. Já o ato físico é até 19h, horário do expediente forense. No sistema eletrônico, pode ter instabilidade. Se o sistema do tribunal estiver indisponível, não consigo peticionar, se tiver mais de 2h de indisponibilidade, o sistema fica indisponível o dia inteiro e o prazo se prorroga para o dia seguinte, mesmo que só fique 2 horas sem funcionar.
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. CAI NA PROVA.
Exemplo: dias 29, 30, 31, 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, sendo dia 29 sexta-feira e dia 10 quarta-feira. Recebi uma publicação de uma decisão no dia 01 (segunda-feira). O prazo é de 5 dias, eu devo excluir o dia do início, portanto o primeiro dia útil é o dia 02 (terça-feira). Contamos em dias úteis (isso se aplica apenas ao processo civil). Qual o último dia útil do prazo? Dia 08, segunda-feira, se não for feriado.
Publicação: Quando nos autos eu apresento a decisão. Quando introduzi a sentença nos autos, ela será pública, foi publicada. Julguei procedente o pedido, posso mudar de ideia? Sim. Antes de a sentença for publicada, sim. Após publicada, a sentença foi atingida pela imutabilidade. Publicaçãoda sentença é feita quando entra nos autos. O que é publicado no Diário Oficial é a publicação da intimação aos advogados. O que contamos de prazo é a partir dessa data.
5º dia útil – Dia 08, segunda-feira.
§ 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. – Último dia do prazo pode ser prorrogado por mais um dia, quando acontecer alguma coisa em relação ao expediente forense.
§ 2o Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. – Software faz a pesquisa, leitura das intimações do diário para facilitar a leitura, o diário oficial vai circular antes, no dia 29 (sexta-feira) o sistema já lê o diário de segunda-feira (dia 01). Na sexta já foi disponibilizado, AASP já fez a leitura e já disponibilizou. Na sexta já sei o que vai acontecer segunda, mas da contagem do prazo só se inicia dia 01, sendo o primeiro dia do prazo dia 02, terça-feira, pois eu devo excluir o dia do início da contagem do prazo.
Exemplo de pergunta: No dia 27/12, em pleno recesso forense, foi juntada uma citação. Os prazos voltam à ser contado dia 20/01. Vai se abrir o prazo no dia útil seguinte à juntada da citação? Ou seja, no dia útil seguinte (Dia 21/01, segunda-feira)? Não. Pois a juntada foi feita dia 21/01, já que 27/12 o judiciário estava de recesso. Então, o prazo passa à ser contado dia 22/01.
Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa. – Não é desistir, comecei a São Silvestre, desisti no meio. Pressupõe iniciar, eu início e desisto. Na renúncia, antes do movimento eu desisto. O prazo não abriu e eu já renunciei. Tenho 15 dias para recorrer, eu renuncio antes de abrir o prazo. Porém, se eu apresentar o recurso e depois desistir dele, então é desistência e não renúncia. Na renúncia você sequer começa o prazo. Ex.: Divórcio consensual, as partes renunciam ao prazo do recurso.
Art. 226. O juiz proferirá (prazos do juiz): I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias; II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias; III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido. – Se temos um volume de processos muito grande, o juiz pode dobrar os prazos, justificando.
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - A data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio; quando juntar nos autos, começa-se a contar o prazo. Se juntou dia 01, começa o prazo a partir do dia 02. Por AR (Aviso de recebimento), comprova-se a citação. Intimação pode ser feita por correio? Normalmente não, mas se o cliente renunciou ao advogado dele, então ele vai ser intimado pessoalmente.
II - A data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça; oficial de justiça tem fé pública, não precisa de provas. Quando ele junta cumprida a citação nos autos, abre-se o prazo. Juntou, o dia útil seguinte passa-se à ser contado.
Exceções rituais: Toda defesa deve se apresentar na fase da contestação. Mas há algumas matérias que devem ser alegadas por meio de um incidente, com a intenção de suspender o processo. Esse incidente tem o nome de exceção ritual, e as matérias são: a incompetência relativa ao juízo, o impedimento e a suspeição do juiz. O objetivo não é levar à extinção do processo sem julgamento do mérito, mas à correção de um vício processual relacionado à incompetência do juízo ou à parcialidade do juiz. A suspensão irá impedir a prática de todos os atos processuais, exceto os urgentes. A suspensão do prazo estende-se até o julgamento da exceção em primeiro grau, não sendo acolhida a exceção, o prazo volta a correr a partir da data em que as partes forem intimadas, o que ocorrerá com a publicação do decidido no Diário Oficial. 
Suspensão e interrupção de prazo: Distingue-se a suspensão da interrupção de prazo porque, na primeira, ele fica paralisado, mas volta a correr do ponto em que parou, quando incidiu a causa suspensiva. Já a interrupção provoca o retorno do prazo à estaca zero, como se nada tivesse corrido até então. Iniciada a contagem, o prazo não será suspenso, salvo a existência das hipóteses previstas no CPC. 
As causas interruptivas são raras, podendo ser mencionadas três: quando o réu requer o desmembramento do processo, em virtude de litisconsórcio multitudinário; quando as partes opõem embargos de declaração e quando o réu, citado, faz nomeação à autoria.
Competência: Serve para limitar a jurisdição (dizer o direito). Juiz investido da jurisdição terá um limitador para dizer o direito. Fixar a competência do juiz, fechar ela. Juiz pode ser estadual ou federal (nesse caso, área de competência é um estado). Foro central da capital – Zoom maior ainda, jurisdição somente sobre a capital do Estado, é um limite de jurisdição. Pode ser Foro de Pinheiros, Tatuapé, fecha mais ainda a jurisdição.
Competências:
Cumulativa ou concorrente: Pode ajuizar a ação no Brasil e fora do Brasil. Ex.: Acidente da Airfrance, último contato foi em solo brasileiro, no Rio Grande do Norte. Onde os parentes ajuízam a ação? Avião caiu no meio do oceano. Contrato de transporte – Sai do Rio de Janeiro para Paris. Passageiro ou parente ajuízam a ação ou no local de saída ou no local de destino. Pode ajuizar a ação no Rio de Janeiro ou em Paris. A maioria dos parentes ajuizou a ação em Paris, pois tem a justiça mais rápida que a brasileira. Outro ex.: Apple, Google Play, aplicativos.
Exclusiva: 2 italianos querem discutir um imóvel no Brasil. Nesse caso, só pode ajuizar na justiça brasileira. Juiz italiano não pode julgar, o bem de raiz é o terreno, ele nunca sai do Brasil, é um pedaço do território brasileiro, mesmo que o contrato foi feito e assinado fora do Brasil.
Foro de eleição: Fixamos no nosso contrato, qualquer questionamento desse contrato será no foro de Tatuapé. Isso é o foro de eleição, ele é determinado pelas partes. Pode ser até fora do Brasil se uma parte das obrigações for na Itália por exemplo. Se tem um contrato que parte das execuções são brasileiras e parte estrangeiras, o foro de eleição pode ser lá fora. Se todas as obrigações forem brasileiras, não pode.
Litispendência: Tenho 2 ações. As duas têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. As duas são idênticas. Sou casado e me separo verbalmente, vou embora. Faz 10 dias que moro na casa do amigo, não nos falamos. Ela ajuíza uma ação de divórcio, ele também. Isso é uma ação com a mesma causa, mas nenhum dos 2 ainda foi citado. Isso é litispendência, deve-se extinguir uma delas, e a ação que será preservada será a preventa. Terá regras de prevenção, então extingue-se a outra. Em caso de 2 ações iguais, mas com ajuizamento de uma ação no Brasil e outra na Itália, não leva à extinção, as duas ações continuam. A que primeiro resolver o caso, a que primeiro der a sentença, homologa a decisão na outra jurisdição também.
Toda sentença estrangeira produz efeitos no Brasil, caso seja homologada pelo STJ e não seja de competência exclusiva do Brasil.
Jurisdição é dizer o direito. Quem pode dizer o direito? O Estado. Juiz está investido de jurisdição. O que limita a jurisdição? É a competência, existe um limite. A competência é o limite da jurisdição. Existem questões que podemos ajuizar a ação em um país, em outro ou nos 2. Juiz estrangeiro não pode decidir sobre imóvel no Brasil.
Competência da Justiça: Justiça Especial (Trabalho, Militar, Eleitoral, Justiça Federal e Justiça Estadual). Devemos ver qual é o foro, qual é a matéria (Vara da família, por exemplo).
Justiça Federal (art. 109, I, CF): Qualquer causa de naturezacível que envolva competência da justiça federal. Ex.: Mover uma ação contra o INSS, Caixa Econômica Federal. Sendo a União, empresa pública ou entidade autárquica autor ou réu, será Justiça Federal. Correios também é competência da Justiça Federal.
Art. 109, II, CF: Cidade de SP conseguiu financiamento com o Banco Mundial para obras. Município fez captação de recursos em bancos estrangeiros. Se o município não paga, a demanda vai para a Justiça Federal.
Art. 109, III, CF: União também pode captar recurso fora, que pode ser executado na Justiça Federal.
Art. 109, VIII: Mandado de segurança e Habeas Data – Justiça Federal.
Justiça Estadual: Competência é enorme, é residual.
Competência absoluta: Art. 47 CPC. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. – Não se pode mudar a competência, não pode ser flexibilizada competência sobre discussão de bem imóvel. Se o imóvel está no foro central eu posso discutir no Jabaquara o direito sobre propriedade? Não.
Competência relativa: Pode ocorrer alteração.
Critérios para estabelecer a competência:
Valor da causa: Ex.: JEC é Estadual. Limite de 40 salários mínimos. JEF (Juizado Especial Federal) – Matéria Federal de até 60 salários mínimos. Limite de competência em relação ao valor da causa.
Matéria: Competência é em relação à matéria da ação. É matéria cível? Criminal? Juiz Penal, Família e sucessões e cível geral. Juiz da Família pode resolver um contrato de cobrança de banco? Não. Tem limite de matéria. Juiz criminal não vai julgar execução de banco. Organização do Estado em relação à matéria. Cada estado tem a sua organização.
Competência funcional: Horizontal e Vertical. 
Competência horizontal (1º grau): Ex.: 1ª Vara cível de Santo Amaro, alguém entra com uma ação de penhora de bens contra Paulo, mas os bens de Paulo não estão na competência de Santo Amaro e sim em Santos, mas o juiz determinou a penhora dos bens de Paulo. Carta Precatória vai pra 2ª vara cível de Santos não tira a competência da vara de Santo Amaro, mas transfere a competência para realizar aquela penhora, os atos de expropriar quem vai fazer é o juiz de Santos. O Juiz de Santo Amaro é o foro competente, mas o patrimônio não estava em SP, e sim em Santos, ele pede penhora e expropriação, a execução será do juiz de Santos, pois os bens estão em Santos. O juiz de Santo Amaro pode ficar só esperando e quando receber o dinheiro ele paga o credor que venceu a ação. Através de carta precatória se movimenta o processo. É competência de primeiro grau, o juízo não muda hierarquicamente.
Competência vertical (2º grau) – Se recorrer na esfera estadual, vai para o TJSP. Se recorrer na esfera federal, vai para o TRF. Hierarquicamente superior, TJ ou TRF. Se recorrer novamente, sobe mais hierarquicamente, mas não podemos chamar de 3º grau. Vai para o STJ ou STF. Se for matéria constitucional STF, se for lei federal STJ.
Competência de foro (territorial) – Em regra, o foro é de domicílio do réu.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. – Se o réu mora em Santos, o foro competente é o de Santos. § 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. Tendo mais de um domicílio, o réu pode ser demandado em qualquer um deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. Se for desconhecido, pode ser demandado onde encontra-lo ou no endereço do autor. Ex.: Não sei onde tem domicílio, mas 2x por mês vejo ele dando palestras em Olinda. Então distribuo ação no foro de Olinda.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. – Réu mora fora do Brasil, ação será proposta no foro de domicílio do autor.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. – PERGUNTA DE PROVA: A ajuizou ação contra B, C e D. B fica em Santo Amaro, C fica em Santos, D fica em Embu. Qual o foro competente? É um litisconsórcio passivo. Qualquer um dos 3 foros é competente.
Exemplos de perguntas de prova dadas pelo professor:
1) sobre contagem de prazo, comunicação foi dia 10, por que o prazo se iniciou dia x?
2) O que é uma decisão interruptora?
3) qual a diferença entre decisão interlocutória e sentença?
4) qual a diferença entre competência absoluta e relativa?
5) Juiz cível pode julgar matéria penal? Explique.
6) Princípios do processo CAI, princípios da jurisdição. Tudo de princípios cai. Ex.: Explique o princípio do contraditório.
Art. 46 CPC
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. – A entra com ação contra polo passivo B, C e D, são solidários. B mora em Santana, C mora em Santo Amaro e D mora em São Bernardo. Aonde eu ajuízo a ação? Como eu tenho mais de um domicílio do réu, posso ajuizar a ação em qualquer um desses foros.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor. – Ex.: O réu é pescador, seu domicílio é seu barco. Se não for encontrado, pode distribuir no foro de domicílio do autor. Senão, onde ele possa ser encontrado eventualmente.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. – Se a pessoa mora na Alemanha e eu quero distribuir ação contra ela, o foro é do autor, eu brasileiro. Mas se um alemão quiser discutir com um italiano que não seja sobre bem imóvel, pode ser em qualquer foro no Brasil, caso seja sobre alguma obrigação ou contrato no Brasil, pode ser em qualquer foro dentro do Brasil.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. – Ex.: Passo a semana em São Paulo e moro em Campinas. Tenho 2 domicílios, o autor pode distribuir a ação em qualquer um dos dois.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. – Caso de tributos, ação de execução de título fiscal.
Ações de direito pessoal ou direito real sobre bem móvel, a competência será sempre no domicílio do réu, essa é a regra. Vai propor a ação no foro de domicílio do réu.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. – Se eu discutir os juros de um contrato de imóvel que eu comprei, eu to discutindo sobre o imóvel? O foro tem que ser da coisa? NÃO. Não estou discutindo direito real de propriedade. Estou discutindo cláusulas do contrato. Nesse caso o foro será de domicílio do réu, e não no foro do imóvel.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. – Foro em relação à imóvel é competência absoluta, imutável, eu não posso alterar.
Competência Absoluta: Competência Material – Posso propor ação cível no foro criminal? Não. Isso é competência material, ela também é absoluta, eu não posso alterar ela. Outra competência absoluta é sobre o valor da causa, por exemplo somente posso ajuizar uma ação de até 40 salários mínimos no JEC, na absoluta o juiz reconhece de ofício.
Competência relativa: Ex.: Territorial. Você que deve apontar a nulidade, quase sempre é o réu que deve apontar a nulidade, pois o autor já propôs a ação naquele foro achando que era competente.Ex.: Ajuízo ação contra o réu de Santana em Santo Amaro. O réu que precisa alegar que tem um vício de competência territorial.
Direito real sobre bens imóveis – Foro da situação da coisa. Vou propor uma ação sobre direito de propriedade ou posse, sempre que for sobre imóvel é no foro da coisa. Sempre vou propor no foro do imóvel. Isso para que se o juiz quiser fazer uma inspeção no imóvel ele possa fazer. Ex.: Direito de vizinhança, uma briga sobre muro, os dois vizinhos vão entrar em litígio. Foro da situação do imóvel, da coisa, mesmo que o autor more em outro lugar, outra cidade ou bairro.
Conflito de competência negativo: Juiz de Santana recebe e fala que o certo é em Santo Amaro. Juiz de Santo Amaro entende que o certo é em Santana, remete o processo de volta. Vai para o TJ decidir a competência.
Conflito de competência positivo: 2 juízes se declaram competentes.
Modificação da competência: A modificação da competência consiste na alteração decorrente de lei ou da vontade das partes. É um fenômeno processual no qual um juízo, abstratamente incompetente passa à ser concretamente competente para apreciar e julgar a causa. A incompetência relativa não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Ele não pode dizer: “Eu não vou julgar”. Na competência relativa, se eu entro com a ação, o juiz é incompetente e a outra parte não se manifesta com a contestação, o juiz não tem como saber. Na competência absoluta o juiz pode se declarar incompetente.
Modificação da competência convencional: Prorrogação – Originalmente incompetente – Forma tácita – A prorrogação da competência dá-se com a aceitação tácita da parte adversária, ou seja, o foro originalmente é incompetente para apreciar e julgar determinada causa, entretanto, em virtude da omissão de manifestação do requerido, o foro, que antes era incompetente, passa à ser competente. Passa à ser competente em virtude da omissão. Contestação é o único momento que eu posso me manifestar sobre a competência.
Derrogação (art. 63 CPC): As partes podem modificar a competência em razão do valor ou do território. Só poso eleger o foro obedecendo esses 3 critérios. 1º - Contrato. 2º territorial e valor da causa. 3º Objeto do contrato tem que ser direito das obrigações (dar, fazer, não fazer). Só posso eleger o foro se for direito das obrigações, faço um contrato que eu tenho que dar mil reais por mês. Não sendo de direito real, eu posso eleger o foro.
É o fenômeno que se verifica quando as partes, em contrato, elegem o foro consistente na escolha de um foro que será competente para a propositura de futuras ações, decorre de convenção das partes, as partes estão de acordo que aquele foro será eleito para eventual litígio. A eleição do foro é limitada às ações oriundas de direito das obrigações.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Competência absoluta: Não posso alterar. Só posso derrogar se for competência relativa.
Modificação de competência legal – Decorre de lei:
Modificação de competência por Conexão: Art. 55, CPC - Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. – 2 ou mais ações com os mesmos fundamentos jurídicos ou o mesmo pedido. Os dois tem uma ação contra a Casas Bahia, os dois querem a mesma coisa. Ações podem ser remetidas para um mesmo juiz, dá segurança jurídica, para não ter decisões distintas. Mas isso deve ser solicitado pela parte. É uma relação que se estabelece entre duas ou mais demandas. Haverá conexão entre elas quando tiverem o mesmo pedido ou quando coincidirem os respectivos fundamentos (causa de pedir). Basta que as duas ações tenham um desses elementos em comum para que sejam consideradas conexas.
Mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido em 2 processos. Litispendência, processos idênticos. Causa de pedir e pedido são os mesmos, existe a conexão. As ações são conexas, são ações individuais. No mesmo prédio estoura um duto de água que invade 5 apartamentos dentro do condomínio. Cada apartamento ajuíza uma ação contra o condomínio, A foi a primeira a distribuir, mas o pedido dos 5 são iguais. Todos têm a mesma causa de pedir, não precisa ser idêntico. Então reúnem-se os processos para evitar decisões conflitantes, reúne tudo na vara do prevento, para evitar desprestígio da Justiça, vai para primeira vara do prevento.
Modificação de competência por continência – (Não confundir com litispendência) – É muito raro acontecer. Tenho um contrato e entro com ação de anulação desse contrato, e ele entra com anulação de uma cláusula do contrato. Anulação do contrato é mais abrangente. Tem que ser as mesmas partes e as mesmas causas de pedir, mas o pedido deve ser diferente, um deve ser mais abrangente que o outro. A continência é, tal como a conexão, uma relação, um vínculo que se estabelece em duas ou mais ações em andamento. Para a conexão, bastava um elemento de identificação (pedido). A continência é um vínculo mais forte, pois exige dois elementos comuns: As mesmas partes e a mesma causa de pedir. Os pedidos devem ser diferentes (do contrário, haveria litispendência, mas um deve ser mais amplo e abranger o outro. Tramitando em separado ações que mantenham entre si esse vínculo, o juiz deve (é obrigado) determinar a reunião para julgamento em conjunto.
É quase uma litispendência, mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido, mas um pedido é mais amplo que o outro e abrange o outro. Pedido de A é anular a cláusula 2 do contrato, pedido de B é anular o contrato inteiro. Litígio é quase idêntico. Vai reunir onde for mais amplo, juiz que vai analisar se vai anular todo o contrato deve ser o mesmo que vai analisar se vai anular só a cláusula 2ª.
Modificação de competência por prevenção (art. 58) - Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. – Critério que vou utilizar para distinção dos foros competentes. Tenho 2 foros competentes, qual o juízo competente? Prevenção é um critério para exclusão dos demais juízes igualmente competentes de um mesmo foro. Várias ações tramitando sobre o mesmo caso. É na verdade instrumento para verificar em qual juízo as ações deverão ser reunidas e julgadas simultaneamente. Existem 2 critérios para a fixação da competência através da prevenção: 1º critério – Se o juiz tem a mesma competência territorial, o juízo prevento é aquele que despachou em primeiro lugar. 2º critério – Se os juízes têm competência territorial diversa, o juízo prevento será aquele que determinou a 1ª citação válida. – Prevento, o que primeiro foi distribuído, extingue o outro não prevento.
Juiz prevento, o que primeiro receber a distribuição. Se daqui 2 meses alguém distribuir um processo igual, juiz se declara incompetente e remete para a vara competente. Juiz prevento que já havia absorvido o caso e tem uma análise mais ampla.
Conflito de competência – Os juízes podem se declarar competentes ou incompetentes.
Conflito de competência positiva – 2 ou mais juízes se declaram competentes. – Há conflito.
Conflito de competência negativo: Ambos os juízes se declaram incompetentes. – Tem conflito entre os juízes, os 2 se declaram incompetentes e remetem o processo um para o outro.
Em ambos os casos, podem ser suscitados pelo juiz, MP ou as partes.
Conflitoentre 13ª Vara Federal (TRF) e 4ª Vara Estadual (TJSP). TRF não tem jurisdição sobre a vara estadual e TJSP não tem jurisdição sobre a vara federal. Quem soluciona o conflito é o STJ.
Se são 2 juízes de vara estadual em conflito, o TJSP soluciona. Se for 1 juiz de MG e 1 de SP, tem o TJSP e o TJMG, um não tem hierarquia sobre o outro, STJ vai solucionar o conflito. Se for STJ com TSE, nenhum está acima do outro. Quem vai solucionar é o STF.
“Custos legis” – Vai atuar como fiscal da lei. Vai garantir o princípio do juiz natural, verificar se a lei está sendo cumprida. Quando distribuir a ação, vai sortear para ver qual juiz vai julgar. Relator deve obedecer ao regimento interno do Tribunal. Regras de competência, qual ação pode ali ou aqui.
Se ocorrer conflito de competência entre juízes de mesma hierarquia, quem vai decidir é o TJ.
Competência territorial é relativa. Ela é de Guarulhos, eu ajuízo uma ação em Santo Amaro, o réu precisa contestar a competência. Se o réu não contestar, o foro de Santo Amaro fica sendo o foro competente.

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