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Ação de Repetição de Indébito do FUNRURAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE BELO HORIZONTE - MG.
				
				AGROPECUÁRIA X LTDA, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Rua X, nº. 0000, em Belo Horizonte (MG) – CEP nº 11222-33, inscrita no CNPJ (MF) sob o nº. 11.222.333/0001-44, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que abaixo assina, para ajuizar a presente
AÇÃO DE RITO ORDINÁRIO,
( COM PLEITO DE TUTELA ANTECIPADA )
contra o INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS, por sua superintendência regional na cidade de Belo Horizonte(MG), pelas razões fáticas e de direito adiante evidenciadas.
(1) – QUADRO FÁTICO
 				A Autora exerce a atividade agroindustrial desde 00/11/2222, onde, para tanto, acosta-se os devidos comprovantes de regularidade de sua constituição. (docs. 01/04). 
				Desde sua fundação, no exercício de seu objetivo primordial, adquiriu de terceiros (produtores rurais, pessoas naturais) bovinos para abate, além de outros produtos agrícolas, pagando, por todo este tempo, o indevido percentual à seguridade social quando da emissão das respectivas Notas Fiscais e os devidos recolhimentos das contribuições previdenciárias (docs. 04/128), a saber: 
	FORNECEDOR
	PERÍODO
	PRODUTO(S)
	TOTAL
	Fulano de tal
	
	
	R$
	
	
	
	R$
	
	
	
	R$
 				Seguir-se-á, em linhas posteriores, destaques quanto à impertinência da cobrança e retenção referente à contribuição previdenciária sobre a receita bruta sobre a comercialização de produtos rurais, cujo recolhimento fora efetuado por sub-rogação. 
(2) – DA LEGITIMIDADE ATIVA
2.1. PARA REQUERER A REPETIÇÃO DE INDÉBITO OU COMPENSAÇÃO
 				
 				A Lei Complementar nº 11/71, a qual instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural, estipula que as obrigações do produtor rural são sub-rogadas pelo adquirente, consignatário ou cooperativa:
LEI COMPLEMENTAR nº 11/71
Art. 15. Os recursos para o custeio do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural provirão das seguintes fontes:
 I - da contribuição de 2% (dois por cento) devida pelo produtor sôbre o valor comercial dos produtos rurais, e recolhida:
 a) pelo adquírente, consignatário ou cooperativa que ficam sub-rogados, para êsse fim, em tôdas as obrigações do produtor;
 b) pelo produtor, quando êle próprio industrializar seus produtos vendê-los, no varejo, diretamente ao consumidor.
 				De outro turno, por força de norma inserta na Constituição Federal, fora instituído o Plano e Custeio da Previdência Social, onde criou-se a figura da contribuição de responsabilidade do produtor rural pessoa física e do segurado social:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
[ . . . ]
§ 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
 				Veio, então, por norma própria, a responsabilidade do adquirente e do consignatário no recolhimento do tributo, ficando, de outro turno, estes sub-rogados expressamente nas obrigações do contribuinte:
LEI FEDERAL nº 8.212/91
Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) 
[ . . . ]
II - os segurados contribuinte individual e facultativo estão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte ao da competência; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).
III - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 25 até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção, independentemente de essas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009). (Produção de efeitos).
IV - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa ficam sub-rogadas nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta Lei, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97)
[ . . . ]
X - a pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição de que trata o art. 25 desta Lei no prazo estabelecido no inciso III deste artigo, caso comercializem a sua produção: (Inciso alterado e alíneas acrescentadas pela Lei 9.528, de 10.12.97)
				Há, consoante se depreende das regras supracitadas, que há, expressamente, a tranferência da obrigação a terceiro, ocorrente, desta maneira, a figura jurídica da substituição tributária, nascendo o dever tributário diretamente para o substituto, o qual, como de conhecimento, fica com a atribuição de calcular o montante tirbutável e recolher o tributo em nome próprio. 
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 128 - Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
 		
 				Na hipótese ora trazida à baila, a contribuição previdenciária somente pode ser exigida do substituto, quando a lei especifíca regula o entendimento de obrigações do produtor rural. (LC,11/71, art. 15, inc. I, ´a´ e Lei nº 8.212/91, art. 30, incs. III e IV). Se assim o é, entende-se que o contribuinte de fato deixa de fazer parte da relação jurídico-tributária. 
				Registre-se, mais, que a Autora, a despeito de não ser a contribuinte de fato, é responsável tributária, ostentando, por mais este ângulo, a legitimidade ativa para a pretensão de repetição do indébito ou compensação. 
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 166 - A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
 				Neste sentido:
CONTRIBUIÇÃO PARA O FUNRURAL. LEGITIMIDADE ATIVA PARA PLEITEAR A RESTITUIÇÃO. COOPERATIVA, EMPRESA ADQUIRENTE, CONSUMIDORA OU CONSIGNATÁRIA. 
É pacífica a jurisprudência no sentido da ilegitimidade da cooperativa e da empresa adquirente, consumidora ou consignatária, para requererem a declaração de inexigibilidade da contribuição ao FUNRURAL, bem como a repetição do indébito. (TRF4ª R.; AC 2004.70.03.003824-4; PR; Segunda Turma; Rel. Des. Fed. Otávio Roberto Pamplona; Julg. 14/07/2009; DEJF 06/08/2009; Pág. 61)
2.2. PARA DISCUTIR A LEGALIDADE OU CONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO EM ESPÉCIE
 				Quanto ao debate que diz respeito ao debate quanto à legalidade da contribuição em debate, objetivando, em suma, o afastamento da exigibilidade da contribuição ao FUNRURAL, pacífico entendimento de que assistedireito ao responsável tributário postular em nome próprio, figurando, assim, no pólo ativo da querela, o que se observa por tradução do que rege a Lei Federal nº 8.212/91.(art. 30, inc. III). 
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDENTE SOBRE O VALOR COMERCIAL DOS PRODUTOS RURAIS. INCONSTITUCIONALIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DA ADQUIRENTE. 
1. A pessoa jurídica adquirente de produtos rurais é responsável tributário pelo recolhimento da contribuição para o FUNRURAL sobre a comercialização do produto agrícola, tendo legitimidade para discutir a legalidade ou constitucionalidade da exigência. 
2. É inconstitucional a contribuição sobre a comercialização dos produtos rurais, devida pelo produtor rural pessoa física, prevista no art. 25 da Lei nº 8.212/91. Precedente do Supremo Tribunal Federal. (TRF4ªR.; AC 2007.70.01.001786-8; PR; Primeira Turma; Rel. Juiz Fed. Jorge Antonio Maurique; Julg. 17/03/2010; DEJF 24/03/2010; Pág. 294) 
 
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PRETENSÃO DE REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE NO JULGADO. FUNRURAL. LEGITIMIDADE ATIVA DAS COOPERATIVAS. AUSÊNCIA DE INSTRUÇÃO DA INICIAL. FEITO EXTINTO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU. 
1. Prevê o art. 535 do CPC a possibilidade de manejo dos embargos de declaração para apontar omissão, contradição ou obscuridade na sentença ou acórdão, não se prestando este recurso, portanto, para rediscutir a matéria apreciada. 
2. Embora haja entendimento do STJ no sentido de a cooperativa possuir legitimidade para discutir a legalidade ou constitucionalidade da exigência, a sentença extinguiu o feito sem resolução de mérito porque a autora deixou de instruir a inicial com a documentação necessária a comprovar sua legitimidade ativa. 
3. Embargos de declaração rejeitados. (STJ - EDcl-AgRg-Ag 1.063.329; Proc. 2008/0130142-1; RS; Segunda Turma; Rel. Min. Mauro Campbell Marques; Julg. 24/03/2009; DJE 23/04/2009) 
 					Do ensejo, pois, resulta que a Autora tem legitimidade para requerer sobretudo a declaração incidental da inconstitucionalidade da Lei que ora debater-se-á. 
 		
(3) – NO MÉRITO 
3.1. A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL EM DEBATE FOI CRIADA DE FORMA TERATOLÓGICA 
INSCONTITUCIONALIDADE DA LEI Nº 8.540/92(art. 1º)
		 
 				Verifica-se, nas linhas iniciais desta peça, que a Autora figura como sub-rogada nas obrigações tributárias dos produtores rurais, pessoas naturais, posto que adquiriu e comprovou documentalmente, produtos rurais dos mesmos. (Lei Federal nº 8.212/91, arts. 25 e 30, inc. IV). Em vista disto, figura a Promovente como responsável pelo recolhimento da contribuição previdenciária prevista devida por aqueles. (Lei Federal nº 8.212/91, art. 25, inc. I) 
 				No que tange ao direito intertemporal, é de ser considerada a inconstitucionalidade da exação.
 				A disposição contida na Lei Federal nº 8.212/91, com a redação ofertada pela Lei nº 8.540/92, era:
“Art. 25 – A contribuição da pessoa física e do segurado especial referidos respectivamente, na alínea ´a´ do inciso V e no inciso VII do artigo 12 desta lei destinada à seguridade social é de:
	I – dois por cento da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
	II – um décimo por cento da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento de complementação das prestações por acidente de trabalho.”
 
 				De outro ângulo, na época da edição da aludida norma, a Constitui Federal conferia a seguinte redação ao texto do art. 195:
“Art. 195 – A seguridade social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
	I – dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; “
 				É consabido que antes da Emenda Constitucional nº 20/98, inexistia previsão de receita bruta como base de cálculo da contribuição para a seguridade social. Resulta, assim, que a cobrança do tributo ora em espécie somente poderia ser criada mediante Lei Complementar. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
[ . . . ]
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
				No caso sub examine, a incidência da constribuição proveniente da comercialização pelo empregador rural, pessoa natural, fora feito mediante lei ordinária, a qual criou uma nova contribuição social, quando estabeleceu como hipótese de incidência a “receita bruta, proveniente da comercialização de sua produção”, alterando, assim, como dito, o teor do art. 25 da Lei Federal nº 8.212/91.
				Destarte, a lei ora guerreada pretendeu, com isso, aplicar a previsão contida no art. 195, § 8º, a sujeito passivos diversos daqueles em relação aos quais a Carta Política autorizou incidência, o que reclama, como afirmado, a criação por meio de Lei Complementar.(CF, art. 195, § 4º) 
 				De outro bordo, a contribuição social(nova), a partir da vigência da citada lei guerreada, descanbou gritantemente em erro, ao enxertar regra aplicável exclusivamente às pessoas físicas produtores rurais, sem empregados permanentes(art. 195, § 8º, da CF) a quaisquer produtores rurais pessoas físicas, inclusive os que detenham empregados. 
 				Mas, vejamos o erro crasso: a contribuição sobre o resultado da comercialização da produção rural, existe justamente porque seu destinatário(produtor rural sem empregados permanentes) não pode contribuir sobre folha de salários, faturamento ou receita, porquanto não dispõe de empregados, nem o é pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada. 
 				Ora, se o artigo 25 da Lei Federal nº 8.212/91 dispõe que “a contribuição da pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta lei”, é de se entender este(a pessoa física), não se enquadra na exceção contida na regra específca do texto constitucional. 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
[ . . . ]
§ 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
 					Então, se o produtor chegar a contratar funcionários e gerando, por consequência empregos diretos, será severamente castigado pela incidência mais gravosa de encargos tributários, visto que além de pagar a contribuição social sobre o resultado financeiro da produção, contribuirá, também, sobre a folha de salários, colidindo, por certo, com normas constitucionais que regram o valor social do emprego e desenvolvimento nacional. (CF, art. 1º, inc. IV c/c art. 3º, inc. II)
 				
 					Pelos motivos expostos, a conclusão é da inconstitucionalidade do art. 1º, da Lei 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisosV e VII, art. 25, incisos I e II, e 30, inc. IV, da Lei nº 8.212/91, inclusive com a redação atualizada até a Lei nº 9.528/97. 
		
(4) – DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA 
CTN, ART. 151, INC. V
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. MEDIDA CAUTELAR SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ARTIGO 151, V, DO CTN. POSSIBILIDADE. REQUISITOS. REEXAME. SÚMULAS NºS 283/STF E 7/STJ. 
1. O Código Tributário Nacional possui expressa previsão no sentido de que é possível a suspensão da exigibilidade do crédito tributário mediante a concessão de medida liminar ou antecipação de tutela. 
2. Hipótese que não se confunde com compensação, ainda que indireta, pois, tão logo cessada a suspensão da exigibilidade, pode o fisco retomar a cobrança, com todos os consectários legais. 
3. Reconhecido, pelo Tribunal de origem, a presença dos requisitos legais para a concessão da medida e não impugnados os fundamentos suficientes para manter o acórdão recorrido nesse ponto, o Recurso Especial não merece conhecimento. 
4. Recurso Especial conhecido em parte, mas não provido. (STJ; REsp 982.054; Proc. 2007/0213581-7; CE; Segunda Turma; Relª Minª Eliana Calmon Alves; Julg. 18/06/2009; DJE 01/07/2009) 
 				Ficou destacado claramente nesta peça processual, em tópico próprio, que há visível inconstitucionalidade da lei federal citada, tema este inclusive já assentado em julgado do Egrégio Supremo Tribunal Federal(RE 363.852/MG). 
				O Código Tributário Nacional autoriza o Juiz conceder a antecipação de tutela para suspender o crédito tributário, bastando que se convença da relevância do direito invocado: 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
 
[ . . . ] 
 
 V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
 				Há nos autos “prova inequívoca” da ilicitude cometida pela Ré, fartamente comprovada pelos fundamentos evidenciados nesta peça processual. 
				De outro contexto, há fundado receio de dano irreparável, porquanto a Promovida poderá dá ensejo a execução fiscal, por conta de contribuição previdenciária evidentemente inconstitucional. 
				
				Diante disto, a Autora vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte contrária, tutela antecipada no sentido de:
a) Suspender a exigibilidade do tributo a que refere-se o art. 25, inc. I da Lei Federal nº 8.212/91, desobrigando a Autora da retenção e do recolhimento desta contribuição social ou do seu recolhimento por sub-rogação sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural” de empregadores pessoas naturais, até ulterior deliberação, determinando, mais, que a Ré abstenha-se de incluir o nome da Autora junto ao CADIN;
		
(5) – PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
CTN, ART. 151, INC.
 				Diante do que foi exposto, pede e requer a Autora que:
a)requer seja determinada a citação da Ré, para, querendo, contestar a presente ação;
d) pede que sejam julgados procedentes os pedidos ora formulados na presente ação, condenando-a ao pagamento do ônus de sucumbência, definindo mais pela:
(i) confirmando na sentença a tutela antecipada, pede a declaração da inconstitucionalidade do art. 1º da Lei nº 8.540/92, a qual deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com a redação atualizada até a Lei nº 9.528/97, declarando sua inexigibilidade por definitivo; 
(ii)via de consequência, pede a repetição do indébito, ou a sua compensação, dos recolhimentos previdenciários aludidos e destacados nesta peça proemial, nos termos do art. 168 do Código Tributário Nacional e da Lei Complementar nº 118/05; 
(e) protesta provar o alegado por toda espécie de prova admitida (CF, art. 5º, inciso LV), notadamente pela prova pericial contábil, se entender Vossa Excelência que o caso necessita de dilação probatória.
 			Concede-se à causa o valor de R$ .x.x.x ( .x.x.x.x.x.), que corresponde ao montante de valores recolhidos a título de contribuição previdenciária ao longo dos anos relacionados nesta inicial, os quais se pretendem a repetição do indébito ou compensação.
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. VALOR DA CAUSA. EQUIVALÊNCIA COM O VALOR ECONÔMICO PRETENDIDO. VIOLAÇÃO AO ART. 535. INOCORRÊNCIA. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADA. 
1. O valor da causa, inclusive em ações de natureza meramente declaratória, deve guardar pertinência com o benefício econômico que a parte pretende auferir através da prestação jurisdicional. Precedentes: RESP n.º 721.822/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 06/06/2005; RESP n.º 730.581/MG, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 19/04/2005; RESP n.º 436.203/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ de 17/02/2003. 
2. O artigo 535 do CPC resta incólume, quando o tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 
3. A divergência jurisprudencial ensejadora de conhecimento do Recurso Especial, deve ser devidamente demonstrada, conforme as exigências do parágrafo único do art. 541 do CPC c/c o artigo 255 e seus parágrafos, do RISTJ. 
4. A demonstração do dissídio jurisprudencial, impõe indispensável avaliar se a solução do decisum recorrido e do(s) paradigma(s) assentaram-se nas mesmas premissas fáticas e jurídicas, havendo entre elas similitude de circunstâncias. 5. Agravo regimental desprovido. (STJ - AgRg-Ag 1.264.240; Proc. 2009/0246549-6; RJ; Primeira Turma; Rel. Min. Luiz Fux; Julg. 04/05/2010; DJE 18/05/2010) 
 
	
	
	
 
Respeitosamente, pede deferimento.
Belo Horizonte (MG), 00 de .x.x.x.x de 0000.
 
				P.p Beltrano de tal
 					 Advogado – OAB(MG) 112233
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