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Resumo de Português IV

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Português IV
Aula 1 - O QUE É E O QUE INTERESSA À MORFOLOGIAMORFOLOGIA: CONCEITO E OBJETO. A análise mórfica (análises mórficas das palavras)da palavra “morfologia” diz que ela se trata do estudo da forma. 
ANÁLISE MÓRFICA Consiste na descrição da estrutura do vocábulo mórfico, depreendendo seus
morfemas (formas mínimas), de acordo com uma significação e uma função elementares que lhes sãoatribuídas dentro da significação e da função do vocábulo.
O conceito de Morfologia como estudo das formas da língua implica considerar uma
das faces das unidades linguísticas – O SIGNIFICANTE (imagem acústica que manifesta algo
que significa) –, enquanto a outra face – O SIGNIFICADO – fica a cargo da Semântica, a
contraparte da análise mórfica. A definição de Morfologia como estudo das formas da línguatambém requer que se indique em que níveis da estrutura da língua se encontram as formas aserem analisadas. Há formas em diferentes níveis de construção. Se considerarmos a forma “casas”,é fácil percebermos que é possível dividi-la em duas partes “casa” + “-s”. Sendo que a primeiraencontra-se no nível da palavra e o segundo seguimento fônico que agregou a estrutura do vocábuloo valor plural, encontra-se abaixo do nível da palavra, pois sozinha não constitui uma palavra. Naexpressão, “relógio de parede”, temos três palavras que juntas constituem um significado próprio.Essa forma pode contrapor a formas como “relógio de pulso”, “relógio de praça”, “relógio de bolso”etc. Em todas elas, ultrapassa-se do nível da palavra (“relógio”) para o nível do sintagma (“relógiode parede” etc.). Portanto, é no nível da palavra, abaixo do nível do sintagma que se concentram osestudos da Morfologia. Azuaga (1996, p. 216), considerando apenas a palavra como objeto de estudo da Morfologia, afirma queessa disciplina “analisa, então, as formas das palavras, ou melhor, as alterações sistemáticas na
forma destas unidades, alterações essas que estão relacionadas com mudanças no sentido das
mesmas”.Alterações Sistemáticas: alterações recorrentes e regulares muito utilizadas na Língua Portuguesa,como a flexão de plural –s, -es, -is, acréscimo das formas –eiro, -aria etc.Durante nosso percurso, analisaremos como certas alterações na forma das palavras serelacionam a certas alterações no sentido (semântico/significado) das mesmas, como por exemplo,flexão de plural –s, acréscimo das formas –eiro, -aria etc. Observe que, no vocábulo “cerveja”, ao acrescentarmos “–eio” = “cervejeiro”, temos oprofissional que trabalha com cerveja, e se acrescentarmos “-aria” = “cervejaria”, temos o local ondecomercializam cervejas. Mas, repare que ao acrescentarmos os mesmos seguimentos fônicos “-eiro”e “-aria” ao vocábulo “açúcar”, teremos respectivamente “açucareiro” (recipiente que comporta oaçúcar) e “*açucaria” (palavra que não faz parte do léxico da Língua Portuguesa).A MORFOLOGIA EM INTERFACE COM OUTRAS DISCIPLINAS. A Fonologia, a Sintaxe e aSemântica, são disciplinas que se relacionam com a Morfologia.
Fonologia - parte da linguística que estuda os sons da fala (fonemas) do ponto de vista de sua funçãona língua.
 na forma flexionada “amamos”, verifica-se que a pronúncia do segundo “a” é nasalada, por ser eletônico e estar logo antes da consoante nasal que inicia a forma –mos. Morfologia/Fonologia.
Sintaxe – parte da linguística que estuda as palavras enquanto elementos de uma oração, bem comosuas relações de concordância, de subordinação e de ordem.
 As relações de concordância são exemplos de fatos sintáticos com repercussão morfológica. Na frase“As meninas chegaram.”, o –s final em as e em meninas, assim como a terminação –ram em chegaram.Morfologia/Sintaxe.
Semântica - parte da lingüística que se ocupa do estudo da significação como parte dos sistemas daslínguas naturais.
 associando-se o radical pedr– aos sufixos –eiro, –aria, –inha, –ada, obtêm-se as palavras pedreiro,pedraria, pedrinha, pedrada, observa-se que essas combinações provocam alterações de sentido.Morfologia/Semântica.SUBESPECIFICAÇÕES DA MORFOLOGIA. Com base em algumas distinções teóricas, pode-se falar em:
 Morfologia Sincrônica e Morfologia Diacrônica: Dubois, “A língua pode ser analisada comoum sistema que funciona num determinado momento do tempo (sincronia) ou então
analisada em sua evolução (diacronia)”. São esses, portanto, dois olhares diferentes quena prática descritiva se complementam.
 Morfologia Derivacional e Morfologia Flexional : A segunda divisão da Morfologia baseia-sena distinção entre FLEXÃO e DERIVAÇÃO. A FLEXÃO é uma operação de caráter maisgramatical, é mais sistemática e regular. É fácil observar flexão de número (singular – plural),em que o acréscimo do s– é marca geral (casas, estudantes, meninos etc.). A flexão dosverbos também apresenta um paradigma (modelo) bastante regular de sufixos para indicaras noções de modo/ tempo (sufixos modo-temporais) e de número/pessoa (sufixos número-pessoais). A DERIVAÇÃO é uma operação de caráter menos gramatical e é menos regular emenos sistemática. Tomemos como exemplo a possibilidade da formação de nomes a partirde verbos. Os sufixos mais utilizados, são –mento (questionamento, aparecimento,comprometimento etc) e –ção, (condenação, revelação, internação etc). Outros sufixosderivacionais são também muito produtivos, como, por exemplo:
 a)–mente, na formação de advérbios de modo a partir de adjetivos (constante /constantemente, feliz / felizmente, possível / possivelmente etc.); 
 b) –dade, na formação de substantivos a partir de adjetivos (bom / bondade, fácil /facilidade, leal / lealdade etc.); 
 c) –ência, na formação de substantivos a partir de verbos (conferir / conferência,gerir / gerência, depender / dependência, transigir / transigência etc.); 
 d) –vel, na formação de adjetivos a partir de verbos (realizar / realizável, amar /amável, adorar / adorável, perder / perdível, resumir / resumível etc.).CONCLUSÃO. Por fim, como pode perceber, esta disciplina descreve e analisa a estrutura e aformação das palavras, tendo o morfema (a unidade mínima de significação de uma língua) como seuobjeto principal.
Aula 2 – O CONCEITO DE MORFEMA E O MODO PELO QUAL SE PODE DEPREENDÊ-LO O
CONCEITO DE MORFEMA. “... morfema é forma linguística mínima com significado que não apresenta semelhanças fonético-semânticas com qualquer outra forma.” (BLOOMFIELD).Morfema não é sílaba, às vezes a separação de uma palavra pode coincidir com a separaçãodos morfemas: “veremos” (1ª p. do pl. do fut. do pres. do ind.) = “ve-“ (nesta unidade temos o sentidolexical do verbo), “-re-” ( aqui temos a noção gramatical de fut. do pres. do ind.) e “-mos” (aqui temosa ideia de 1ª p. do pl.), a cada uma dessas unidade chamamos MORFEMAS. Repare que na separaçãomórfica de “bonito” = “bonit-”, “-o”, separação mórfica e separação silábica não coincidem. Por isso,ATENÇÃO: MORFEMA NÃO É SÍLABA. Os morfemas podem ser distinguidos quanto à sua forma equanto à natureza de sua significação. 
 Quando à FORMA, podemos classificá-los como MORFEMA LIVRE ou como MORFEMA PRESO:são FORMAS LIVRES, aquelas que constituem um enunciado, isto é, aquelas que sozinhasconstituem vocábulos existentes em na língua (ex.: “vento”). Já as FORMAS PRESAS: são aquelasque não são suficientes para constituírem um enunciado, ou seja, elas precisam estar associadasa outra forma para integrar, assim, uma palavra existente na língua. No vocábulo ventos, porexemplo, o morfema “–s” é um segmento que, isolado, não tem autonomia como palavra, masassociado à forma livre vento, passa a marcar a noção de plural.
 Quanto à natureza da SIGNIFICAÇÃO, o morfema pode ser classificado como LEXICAL ouGRAMATICAL. É LEXICAL o morfema que têm significação externa, porque faz referência aouniverso biopsiquicossocial, designando entidades, ações, processos, estados e qualidades.Omorfema vento, por exemplo, apresenta um significado que se relaciona ao mundoextralinguístico, isto é, refere-se ao ar mecanicamente agitado em uma realidade objetiva. Omorfema GRAMATICAL, por sua vez, é aquele que apresenta significação interna, pois derivadas relações e categorias existentes na língua. Assim, a marcação de plural, por exemplo, é umvalor gramatical, por isso o morfema –s de ventos é um morfema gramatical.O MÉTODO DA COMUTAÇÃO PARA DEPREENSÃO DOS MORFEMAS. Para se depreender osmorfemas de uma palavra, realiza-se o que se chama ANÁLISE MÓRFICA. De acordo com MattosoCâmara Jr. “O método dessa análise consiste na técnica da ‘comutação’. Por esse nome se entende asubstituição de uma INVARIANTE por outra, de que resulta um novo vocábulo formal”.Olha-, -re-, -mos Olha-, -re-, -i -mos ≠ -iOlha-, -re-, -mos Olha-, -ria-, -mos -re- ≠ -ria-
Olha-, -re-, -mos Estuda-, -re-, -mos Olha- ≠ Estuda-novíssimo + Ø(novíssimo) novíssimo + s(novíssimos) Ø ≠ -snov- + íssimo(novíssimo) nov- + -idade (novidade) -íssimo ≠ -idadeTrata-se, portanto, de uma operação de permuta de elementos, ou seja, divide-se a palavraem subconjuntos e trocam-se esses subconjuntos de forma que a palavra resultante dessa troca tenhaum significado diferente da palavra original.No que concerne à morfologia, os morfemas da Língua Portuguesa podem ser: a) aditivos, que são segmentos que se ligam a um radical (repor, transatlântico, flores,infelizmente etc.); b) subtrativos, que são aqueles que resultam da supressão de um fonema do radical paraexprimir alguma diferença de sentido (anão/anã, órfão/órfã etc.); c) alternativos, que se caracterizam por apresentar, em seu interior, fonemas alternantes(ovo/ovos, este/esta, avô/avó etc.); d) zero, quando se dá a ausência de qualquer morfema aditivo, criando-se uma oposiçãoentre uma forma linguística só com o semantema (morfema lexical) e outra em que esse semantemaé acompanhado de morfema aditivo (singular: menino + Ø (menino) / plural: menino + s (meninos);cantava + Ø (cantava)/ cantava + s (cantavas) - cantava + m (cantavam); etc.) .A RELAÇÃO E A DIFERENÇA ENTRE MORFEMA E MORFE. O MORFEMA é, portanto, uma
UNIDADE ABSTRATA, a REALIZAÇÃO CONCRETA de um morfema é chamada MORFE. Entendamelhor em exemplos:Ex.: Em “novíssimos”, o segmento “–s” marca o plural do vocábulo, mas nem todo plural noportuguês é marcado a partir desse segmento. O plural de “cruz”, por exemplo, é “cruzes”, ou seja,nesse caso, o segmento “–es” é o que marca o plural da palavra. Conclui-se, daí, que a marcação deplural em nossa língua manifesta-se, pelo menos, por meio de dois MORFES, o “–s” e o “–es”. Assim,
pode-se falar em MORFEMA marcador de plural (NOÇÃO ABSTRATA) que se realiza de maneira
CONCRETA no português através dos MORFES –s ou –es.
AULA 3 ALGUNS PRINCÍPIOS DA ANÁLISE MÓRFICAREPRESENTAÇÃO DOS MORFES. Os morfes são depreendidos a partir da realização oral dos signoslinguísticos. Desse modo, quando dizemos que o morfe “–s” indica plural, na verdade, estamos nosreferindo à sua pronúncia, representada, fonologicamente, por /S/. Aqui, por razões didáticas, optamospela referência ao morfe a partir de sua representação gráfica, ou seja, pela(s) letra(s) correspondente(s)ao morfe.ALOMORFIA. Observa-se que a marcação de plural em nossa língua manifesta-se, pelomenos, por meio de dois morfes, o “–s” e o “–es”. Assim, pode-se falar em morfema marcador deplural (noção abstrata) que se realiza de maneira concreta no português através dos morfes “–s” ou“–es”. E, pelo fato desses dois morfes remeterem ao mesmo morfema marcador de plural, eles
são chamados ALOMORFES. 
ALAMORFES. Significa “outra forma”, é o nome das diferentes formas/realizações / variações de ummesmo morfema. Ao processo de variação de forma, chamamos ALOMORFIA.Quando há mais de um morfe para o mesmo morfema, ocorre a alomorfia. 
 Os segmentos “–s”, “–es” e “–is” são morfes do morfema de plural no português, portanto,dizemos que eles são alomorfes.
 A vogal temática “-a”, é encontrada na maior parte das flexões do modo indicativo:
o No Pretérito Prefeito do Indicativo ela (-a) se apresenta na 2ª pessoa do singular (amavas)e na 1ª, 2ª e 3ª pessoa do plural (amávamos, amáveis e amavam). Na 1ª e 3ª pessoa dosingular, ela (-a) se materializa por meio de outro morfes (amei, amou), ou seja, por meiodos alomorfes (“-e-” e “-o”).
 As formas ilógico/ilegal e infeliz/incapaz têm em comum o morfema na posição de prefixo queindica negação, na posição de alomorfes.
 O verbo “dizer” apresenta um morfema lexical que se realiza concretamente nos alomorfes “diz-”(dizer), “diss-” (disse), “di-” (direi), “dig-” (digo).A noção de alomorfe resolve grande parte dos problemas encontrados hora em que vamossegmentar uma palavra em unidades mínimas significativas (ou, na hora de aplicar a análisemórfica). Veja quando consideramos alguns cognatos da palavra “vinho”:
GRUPO 1 GRUPO 2Vinh-, -ateiro Vin-, -ícolaVinh-, -aço Vin-, -íferoVinh-, -áceo Vin-, -icultorVinh-, -ataria Vin-, -agrePoderíamos falar de um problema relacionado à diferença dos radicais nas palavrascognata: mesmo sendo todos os vocábulos, dos grupos 1 e 2, cognatos de vinho, os do grupo 1apresentam como radical o morfema “vinh-”, enquanto os vocábulos do grupo 2 apresentam comoradical o morfema “vin-”. No entanto, considerando o conceito de alomorfe pode-se dizer que ESSES
DOIS MORFEMAS SÃO VARIAÇÕES MÓRFICAS DE UM MESMO MORFEMA, ou seja, SÃO
ALOMORFES.Segundo Ribeiro, a alomorfia, pode ser de natureza:
a) MÓRFICA, privativa da primeira articulação da linguagem, conforme ocorre nos pares noite/noturno,fazer/feito, saber/soube, trazer/ trouxe, etc.;
b) FONOLÓGICA, como acontece com a vogal temática do pretérito perfeito do indicativo dos verbosregulares da primeira conjugação: andamos/andei/andou;
c) GRAMATICAL, como no caso das formas de particípio dos verbos abundantes, para as quais a regragramatical determina que sejam:
 regulares, quando acompanhadas dos verbos auxiliares ter ou haver (Ele tem expressado suas ideiascom muita convicção.);
 e irregulares, quando acompanhadas dos auxiliares ser ou estar (Assim foram expressos todos os seuspensamentos.).NEUTRALIZAÇÃO. A neutralização morfológica é o processo que anula a diferença entredois morfemas pelo aparecimento de um morfema único.Pretérito Perfeito do Indicativo Pretérito Mais que PerfeitoEu conversei Eu conversaraTu conversaste Tu conversarasEle conversou Ele conversaraNós conversamos Nós conversáramosVós conversastes Vós conversáreisEles conversaram Eles conversaramNão é difícil constatar que ambas as formas de terceira pessoa do plural (Eles) são idênticasexternamente. Vejamos, agora, o uso dessas duas formas:
 Maria e Ana já conversaram com as crianças ontem. (Pret. Perf. do Ind.).
 Maria e Ana conversaram com as crianças. (Pret. Mais que Perfeito).A neutralização do morfema de tempo e modo “–ram” ocorre, nesse caso, quando não sepercebe a distinção entre conversaram (3ª p. do pl. do pretérito perfeito do ind.) e conversaram (3ª p.
do pl. do pretérito mais que perfeito). Essa neutralização é compensada pelo contexto decomunicação e pelo paradigma verbal que faz parte (tempo, modo e flexão). Em outras palavras, é ocontexto de comunicação que evidencia, em determinada frase, a que tempo verbal a o verbo seencontra. Assim, se a oposição entre a 3ª p. do pl. do pretérito perfeito e 3ª p. do pl. do pretérito maisque perfeito se anulam em “conversaram”, a oposição retorna se consideramos as formas “conversou”e “conversara” na 3ª p. do pl. desses mesmos tempos verbais.CUMULAÇÃO. Diz respeito ao acúmulo de significações que alguns morfes detêm. Em“estud- + -a- + -re- + -mos” (estudaremos), “estud- + -a- + -ria- + -mos” (estudaríamos) e “estud- + -a-+ -sse- + -mos” (estudássemos), podemos perceber que se tratam de formas flexionadas na 1ºPESSOA DO PLURAL,por causa do morfe “-mos” marcando essa noção gramatical. Logo temos, ummorfe “-mos” cumulativo, já que ela marca duas noções, (1.) a de pessoa (1ª pessoa)e (2.) a de
número (plural). Por esse motivo esse morfe é chamado de desinência número-pessoal.Pretérito Imperfeito(indicativo) Pretérito Imperfeito(subjuntivo)Eu falava Eu falasseTu falavas Tu falassesEle falava Ele falasseNós falávamos Nós falássemosVós faláveis Vós falásseisEles falavam Eles falassemEm ambas as colunas, as formas verbais estão no Pretérito Imperfeito, na primeira coluna,temos modo indicativo, e, na segunda, o modo subjuntivo. O que marca esta diferença entre modossão os morfes sublinhados (“-va”/ “-ve” e “–sse” , respectivamente). Temos aqui mais dois exemplosde cumulação, uma vez que “-va”/“-ve” INDICAM O TEMPO PRETÉRITO IMPERFEITO E O MODOINDICATIVO, e “–sse” INDICA O TEMPO PRETÉRITO IMPERFEITO E O MODO SUBJUNTIVO. Por essemotivo, esses morfes são chamados desinências modo-temporal. Nestes exemplos, temos adesinência modo-temporal do pretérito imperfeito do indicativo (-va/-ve) e a desinência modo-temporal do pretérito imperfeito do subjuntivo (-sse). 
Aula 4 – O CONCEITO DA PALAVRAINTRODUÇÃO. Com as palavras, nos comunicamos, isto é, tornamos comuns nossospensamentos. As palavras apontam para as coisas existentes no mundo, ela pode guardar muitossentidos. Nesta aula vamos parar para pensar a respeito do que é uma palavra.A PALAVRA. As letras isoladas não tem significado, mas agrupadas, formam conjuntos comsignificados, as palavras. Na fala, as palavras são formadas por vários sons (os fonemas).TEXTO. Podemos reconhecer as palavras de uma língua por dois motivos: são amplamentedivulgadas entre os falantes e apresentam estruturas típicas da língua.COM A PALAVRA, O LÉXICO! As palavras que tem seu uso constante pelos falantes constituemo léxico da língua. Com o passar do tempo, algumas caem em desuso, surgem outras, passam a tersignificados diferentes ou deixam de ter mais de um emprego. Para a Morfologia, a palavra é algo quese organiza internamente de uma determinada maneira a fim de corresponder a um significado.Assim, é possível identificar não só a palavra, mas também seus elementos constituintes e a ordemem que eles se apresentam. A morfologia se interessa unicamente pela fragmentação em formasmínimas significativas, organizadas em uma ordem fixa. Por exemplo: guarda-chuva é uma palavra,mas não admitimos a forma guarda-muita-chuva; participação é uma palavra, mas não admitimos aforma çãoparticipa*; infeliz é uma palavra, mas não admitimos felizin* e entorpecer é uma palavra,mas não admitimos entorpenecer*.PALAVRA E VOCABULÁRIO. Embora haja diferentes formas de se apresentar o verbo “levar”(levaram, levou, levasse, levo...), o conteúdo lexical permanece o mesmo (fazer passar de um lugarpara o outro). Afirma-se então que o verbo “levar” corresponde a uma unidade lexical; suasdiferentes formas são os vocabulários.
 As formas verbais são lexemas, assim como também o são os substantivos, os adjetivos e osadvérbios, pois apresentam significado lexical, um significado relacionado a uma parcela darealidade. Já as preposições, as conjunções e os verbos auxiliares, por não apresentaremsignificado lexical, são considerados vocábulos gramaticais. Sua função básica é a de organizar a
estrutura das frases.
 VOCÁBULO MÓRFICO: É a unidade a que se chega quando não é possível nova divisão emduas ou mais formas livres. No campo da Morfologia, o que nos interessa observar e analisaré a estrutura do VOCÁBULO MÓRFICO.VOCÁBULO MÓRFICO. O vocábulo mórfico é identificado, na escrita, pelo espaço em brancoque o separa dos outros vocábulos. Mesmo quando, na pronúncia, um vocábulo se amalgama a outro,como em “Quero uma almofada aqui no sofá” (/’kerumawmu’fadakinuso’fa/), na escrita, cadaelemento é tomado como uma unidade mórfica. As unidades formais (que vão compor cadavocábulo) podem ser formas livres, ou formas presas. Formas livres são aquelas que funcionamcomo comunicação suficiente (mesmo que essa “comunicação suficiente” seja uma resposta: “O quevocê quer?” Resposta: “Nada!”). Já as formas presas só funcionam ligadas a outras (Por exemplo, re-,de reler). O vocábulo mórfico é composto por, pelo menos, uma forma livre (luz), mas também podeser composto por duas ou mais formas presas (im + pre + vis + ível), ou por uma forma livre e uma oumais formas presas (re + tom + a + r). Mattoso Câmara (1983) acrescenta a essa explicação a ideia de
forma dependente, que abarcaria as partículas proclíticas e enclíticas em português.As partículas a que Mattoso se refere são palavras de pouca força tonal.São ditas proclíticas quando aparecem em posição anterior a uma palavra, como os artigos o, a, os,as; se posteriores, são consideradas enclíticas, como os pronomes oblíquos, por exemplo.A forma dependente não funciona isoladamente como comunicação suficiente (e, portanto,não pode ser considerada uma forma livre); mas também não é presa, porque, entre ela e a formapresa a que se refere, é possível interpor outro elemento, ou então pode ser mudada a posição emrelação à forma livre a que está ligada. Exemplos: A casa está vazia.
A minha casa está vazia.Fala-se muita bobagem; não se fala de coisas sérias.A estrutura interna do vocábulo pode ser composta por radical, afixos, vogais temáticas edesinências.
Aula 5 – OS MORFEMAS NA ESTRUTURA VERBAL E NOMINALBREVES DESCRIÇÕES DOS MORFEMAS. Como dito, morfema é a unidade mínima dotada desentido, compreendendo raízes (elemento mórfico primário de significação comum às palavras, e édiferentemente do radical por não sofre alterações), vogais temáticas (que junta ao radical, formamo tema, ela caracteriza nomes e verbos, reunindo-os em classes morfológicas), afixos (elementosmórficos modificadores de sentido, que se acrescentam a radicais ou a temas formando novaspalavras, divide-se em prefixos e sufixos) e desinências; formas livres , formas presas e formas
dependentes; e vocábulos gramaticais. Segundo Azeredo, a palavra é uma unidade autônoma econstituída de um ou vários morfemas, sendo um deles a base mórfica do seu núcleo semântico e osdemais ocupam posição periférica “-inho” (marinho), “-zal” (capinzal), “em-” e “-ar” (encapuzar). Palavras atemáticas são palavras que não apresentam vogal temática, portanto apresentam apenasradical: “mar”, “urubu”, “capuz”... Isso acontece com palavras cujo final é grafado por uma consoantee também com palavras oxítonasSendo assim, conclui-se que os morfemas pertencem a duas ordens principais. São eles: o
morfema lexical (morfema dotado de significação externa, também chamado lexema) e o morfema
gramatical (morfema dotado de significação interna, também chamado gramema – preposição,afixos, conjunções, pronomes, alguns advérbios e artigos –).MORFEMAS LEXICAIS E MORFEMAS GRAMATICAIS. OS morfemas lexicais, ou semantemas, oulexemas, servem de base a uma palavra; representam um conceito de natureza humana; erelacionam-se ao mundo extralinguístico, indicando seres, ações e conceitos abstratos.Exemplo de MORFEMAS LEXICAIS, ou SEMANTEMAS, ou LEXEMAS.“trist-“ : tristinho, triste, tristonho, entristecer, contristar.Os morfemas gramaticais ou gramemas, por sua vez, são os morfemas responsáveis pelospapéis gramaticais da palavra. Isso significa que esses morfemas distribuem as palavras pelas classesgramaticais, além de dar a essas palavras as noções de gênero, ou de número, ou de tempo etc. 
O ladrilheiro continua a desfazer o serviço incansavelmente.-eiro Este sufixo indica que a palavra é um
substantivo que designa um a profissão.des- e in- Estes prefixos desempenham um caráter denegação ao sematema.-er Indica que o verbo está em sua forma infinitiva.-mente Indica que a palavra é um advérbio.
 aluno/ aluna ® -o, -a; aluno/alunos ® -Ø, -sNeste esquema, destacam-se -o, -a, -s e -Ø (desinências), em que “-o” representa adesinência degênero masculino; “-a” representa a desinência de gênero feminino; “-s”, a desinência de número
plural; e “-Ø”, o morfema gramatical que representa a ausência de uma marca específica que
represente o singular: morfema zero.MORFEMAS CLASSIFICATÓRIOS, DERIVACIONAIS E FLEXIONAIS. Conforme sua função osmorfemas podem ser divididos em:
 MORFEMAS CLASSIFICATÓRIOS: são representados pelas vogais temáticas verbais enominais;
 Quando VERBAL, a vogal temática caracteriza-se como o morfema indicador das
três conjunções verbais.
Cantar => -a- (1ª conjugação)
Vender => -e- (2ª conjugação)
Partir => -i- (3ª conjugação)
 Quando NOMINAL, as vogais temáticas distribuem-se por três classes, cada uma dasquais terminadas por uma vogal identificadora, sempre átona.
 aluno, livro, quadro ® -o
 aula, palestra, gravura ® -a
 pente, alicate, pele ® -e
 MORFEMAS DERIVACIONAIS: são representados pelos afixos, que juntam-se a bases lexicais,ou morfemas lexicais, para a criação de novas palavras. Divide-se em: 
 PREFIXOS (morfemas derivacionais que se colocam antes do radical) — inabalável,
subaéreo, encapar, transamazônico; e
 SUFIXOS (morfemas derivacionais que se colocam depois do radical) —menininho, normal(i)dade, construção, acidez.
 MORFEMAS FLEXIONAIS: são aqueles representados pelas desinências. Estas indicam ascategorias de tempo, de modo, de número e de pessoa para os verbos, e de gênero e denúmero para os nomes. 
 DESINÊNCIAS VERBAIS, referem-se, como o próprio nome sugere, a verbos,acrescentando-lhes uma noção:
 MODO-TEMPORAL: cantava, cantávamos (pretérito imperfeito do indicativo)cantarei, cantaremos (futuro do presente do indicativo)
 NÚMERO-PESSOAL:cantas, vendes, partes (segunda pessoa do singular)cantamos, vendemos, partimos (primeira pessoa do plural)
 Já as DESINÊNCIAS NOMINAIS referem-se a nomes, acrescentando-lhes a noçãogramatical de:
 De GÊNERO FEMININO (-a)gata / menina / cantora
 De NÚMERO: singular (-Ø) e plural (-s)carro (-Ø) / carros - belo (-Ø) / belos - este (-Ø) / estes
Observe que apenas o feminino possui uma desinência de gênero (-a). A desinência de gêneromasculino, de acordo com Câmara Jr. (1992), é Ø, e o morfema final presente nas palavras “gato” e“menino”, por exemplo, é uma vogal temática.
Aula 6 – FLEXÕES DA LÍNGUA PORTUGUESA. O QUE É FLEXÃO NOMINAL?OS MECANISMOS FLEXIONAIS. O QUE É FLEXÃO: processo que consiste na variação de um dado vocábulo para nele expressardeterminadas categorias gramaticais (Câmara Jr). A aplicação de um morfema (aditivo, subtrativo,alternativo e reduplicativo) a um vocábulo. Câmara ainda completa, o mecanismo gramatical daflexão se assenta fundamentalmente no morfema aditivo em seguida ao radical, ou seja, nos sufixosflexionais, ou desinências. Os vocábulos passíveis de receber esses sufixos flexionais ou desinênciassão chamados de variáveis ou flexionais e dividem-se em dois grupos: os nomes (chamados de
flexões ou desinências nominais) e os verbos (flexões ou desinências verbais). Veja o exemplo abaixo e constate a necessidade de se estudar a flexão nominal e a verbal deformas separadas: no nome sala, o morfe –s encontra-se associado ao valor de número plural (ouseja, mais de uma unidade), ao passo que, na forma verbal falas, o morfe –s expressa, ao mesmotempo, o valor de pessoa e de número (segunda pessoa do singular)
COMO SE PROCESSA A FLEXÃO: por meio da junção de desinências (sufixos) à palavra, a fim de acrescentar-lhe uma categoria gramatical. O processo de FLEXÃO altera a palavra gramaticalmente (como de plural, masculino, passado...), mas não lexicalmente. A FLEXÃO NOMINAL. A FLEXÃO NOMINAL atinge SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS, ARTIGOS, vários PRONOMES e alguns NUMERAIS e se refere às categorias de gênero (masculino/feminino) e de número (singular/plural). (exceto ADVÉRBIOS E PREPOSIÇÕES).
 FLEXÃO NOMINAL DE NÚMERO: compreende os valores de singular (que consiste na ideia de uma unidade ou um conjunto de unidades que forma um todo) e plural (que traduz a ideia de mais de uma unidade ou mais de um conjunto de unidades).A Bpeixe (singular – uma unidade ) cardume (singular – conjunto de mais de uma unidade)peixes (plural – mais de uma unidade) cardumes (plural – mais de um conjunto de unidades)Obs.: Em alguns casos, a oposição singular/plural em que o número não é marcado morfologicamente, ele se apresenta por meio da flexão de um termo DETERMINANTE (termo que especifica outro termo): pires branco/pires brancos, a xérox/as xérox, etc.
 A EXPRESSÃO DE NÚMERO NOS NOMES: – Regra Geral –
 O singular é feito pelo morfe Ø.
A FLEXÃO SE RESTINGE À PALAVRA.
O que pode alterar o significado
lexical é a DERIVAÇÃO, e não a
FLEXÃO.
São VARIÁVEIS palavras as palavras que admitem
FLEXÃO: substantivos, adjetivos, artigos,
pronomes e verbos. Preposições, conjunções e
interjeições não admitem flexão, então, são
consideradas INVARIÁVEIS.
 Acréscimo de /-s/ (morfe): após vogais e ditongos;
 Acréscimo de /-is ou -es/ (alomorfes): quando aposto a consoante.*Obs.: terminações em -al, -el, -il, -ol e –ul, fazem plural em “-is”. Porém, se o –il não fizer parte da sílaba tônica, fará plural em –eis. (anéis, funis, anzóis, azuis) / (fósseis, úteis, projéteis etc.)*Obs.: algumas terminações em –l, flexionam apenas pelo acréscimo do alomorfe –es. (mal= males/ cônsul=cônsules) – Plural dos nomes terminados em -ão –
 Fazem plural em: -ãos, -ães e –ãos.*Obs.: Considera-se que aqueles que formam o plural em –ãos estão perfeitamente incluídos na regra geral, ou seja, recebem apenas o acréscimo do morfe –s. (mão + -s = mãos)*Obs.: Os que apresentam as terminações –ães ou –ões também podem ser incluídos na regra geral, tendo em vista que eles passam pela redução do ditongo –ão para –ã ou para –õ, recebendo em seguida o acréscimo do alomorfe –es. (pão => pã + -es = pães / limão => limõ + -es = limões)
Aula 7 – FLEXÕES DA LÍNGUA PORTUGUESA. A FLEXÃO NOMINAL DE GÊNERO.CONSIDERAÇÕES:
 Nesta aula, trataremos da flexão nominal de gênero dos nomes (substantivos e adjetivos). Osartigos, alguns pronomes e alguns numerais também podem ser flexionados em gênero, porém,apresentam quantidade de elementos muito reduzida. (Aula 17).
 Gramáticos como Bechara e Azeredo, consideram que o morfe –a que marca o gênero femininocaracteriza-se como sufixo derivacional, o que significa que, no par menino – menina, ocorre umprocesso de derivação, isto é, trata-se de duas palavras com significados distintos, sendo asegunda formada por derivação da primeira, e não uma flexão dela.
 Quanto ao tópico anterior, trataremos a questão da formação de feminino dos substantivos comum caso de flexão. Partiremos do princípio de que o fenômeno da flexão de gênero, deve-se peloacréscimo da desinência de gênero –a à uma forma masculina.
 Não consideramos a terminação –o de muitos substantivos como desinência de gênero, mas
sim como vogal temática. Aliás, não é a terminação do substantivo o elemento que determinaseu gênero, mas o elemento que está fora dele, ou seja, nesse caso, os artigos definido (o/a) ououtro determinante.
 Gêneros Inerentes: são palavras que, não há, em seu sentido, nada que as vincule ao sexomasculino ou feminino. Quando o substantivo, por outro lado, traz em si a marca flexional de
gênero (-a), como em menina, professora, aluna etc., dizemos que se trata de uma marcaredundante, isto é, repetitiva.
 A FLEXÃO DE GÊNERO: – Regra Geral –
 Relembrando as palavras de Câmara Jr. (1981), expostas anteriormente, “(...) o mecanismo gramatical da flexão se assenta fundamentalmente no morfema aditivo em seguida ao radical, ou seja, nos sufixos flexionais, ou desinências (...)”. Já sabemos também que o morfema flexional de gênero da Língua Portuguesa é o –a. Esse fenômeno ocorre de modo bem simples. Diz-se, então, de acordo com Câmara Jr., que a forma feminina é umaforma marcada, em oposição à masculina, não marcada.
PALAVRA RADICAL VOGAL TEMÁTICA DESINÊNCIA DEGÊNERO
SAPO SAP O ØSAPA SAP Ø A– Casos especiais–
 Os nomes que têm em sua terminação o sufixo derivacional –eu sofrem alteração nesse sufixo: a semivogal u /w/ é suprimida e, em seu lugar, posiciona-se o morfema flexionalde gênero, a vogal e /e/ alterna para é / / e se torna um ditongo/ y/. Veja: europe(u) ® europea® europeia.
 Os nomes masculinos terminados em –ão, ao se flexionarem em gênero, podem passar por um dos seguintes processos: a) adição da desinência de gênero feminino –a, com duas possibilidades de alteração:Redução da terminação –ão a uma vogal nasal /õ/ (on), seguida de desenvolvimento de uma consoante nasal. Exemplo: grandão ® grandõ (grandon)® grandona.Redução da terminação –ão a uma vogal oral /o/. Exemplo: leão ® leo® leoa.b) redução do ditongo nasal –ao /awm/ a uma vogal nasal /ã/ (an).Exemplo: irmão ® irmã.A FLEXÃO DE GÊNERO NAS GRAMÁTICAS TRADICIONAIS E NOS LIVROS DIDÁTICOS. CONSIDERAÇÕES:A subdivisão de “flexão de gênero” representada pelos chamados “epicenos”, entre os quais é comum serem utilizadas as expressões “macho” e “fêmea” para indicar a “flexão de gênero” dos substantivos que se referem a animais, é completamente injustificável, primeiramente, porque que não se trata de flexão, pois se dá por meio de mecanismo sintático, ou seja, fora dos limites da palavra, e, segundo, por se tratar apenas da indicação do sexo do animal.Com relação aos seres humanos, diversos são os substantivos que têm gênero único, mas que podem se referir a um ou a outro sexo. Trata-se daqueles substantivos classificados, nos manuais gramaticais, como “sobrecomuns”. Como exemplos, temos as palavras criança, vítima,testemunha, pessoa, cônjuge, animal, cadáver, membro, criatura, etc.Temos também que demonstrar que outro tipo de “flexão de gênero” dos substantivos, aquele denominado “comum de dois gêneros”, ou simplesmente “comum de dois”, não pode ser atribuído aos substantivos, já que estes permanecem imutáveis e podem representar um gênero ou outro em face ao determinante que a ele precede ou acompanha. Observe: * gerente atencioso ® gerente atenciosa* a famosa artista ® o famoso artista
 Na verdade, morfologicamente, esses substantivos, por si só, podem ser considerados de 
gênero neutro, representando indivíduos de um sexo ou outro, de acordo com os 
determinantes que a eles se referem. Outro tipo de formação de feminino que não pode ser considerado flexão é aquele que ocorre em pares como ator ® atriz, profeta ® profetisa.E, para completar o quadro de tipos de “flexão de gênero” relacionados a sexo, resta-nos o grupo de substantivos de gênero único, ou seja, não flexionáveis, que por sua vez se referem a um único sexo, mas que formam pares sexuais com outros substantivos também de gênero único, também não flexionáveis. Esses pares de palavras são chamados de heterônimos. Veja os exemplos: homem ® mulhertouro ® vacabode ® cabrapai ® mãecompadre ® comadre
frade ® freira

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