Buscar

Direito Processual Penal I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL PENAL I
Aula-16/05/2016
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
3º PASSO: “RATIONE LOCI”
Verificada a competência em razão da matéria e da pessoa, cabe, por último, estabelecer a competência em razão do lugar, justamente para se saber qual o juízo eleitoral, militar, federal ou estadual é dotado de competência territorial.
- Falar sobre as teorias do resultado, atividade e ubiquidade.
Regra geral – No lugar onde ocorreu o delito: de regra, a competência será determinada pelo lugar em que se consumar a infração penal. No caso de tentativa, será determinada pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. (art. 70)
Regra subsidiária – Residência do réu: se o lugar da infração não for conhecido, a competência será determinada pelo domicílio ou residência do réu. (art. 72, “caput”)
- Sendo conhecido o local da infração não se aplica essa regra – Salvo no caso de ação privada exclusiva;
- Se o réu tiver mais de uma residência – será firmada a competência por Prevenção entre uma delas (artigo 72, parágrafo 1º do CPP);
- Se o réu não tiver residência ou for desconhecida, também será por prevenção (artigo 72, parágrafo 2º);
Casos de exclusiva ação privada: quando tratar-se de ação penal privada exclusiva, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda que seja conhecido o lugar da infração (art. 73).
Ação penal privada subsidiária da pública: nesses casos, como o art. 73 menciona exclusiva ação privada, o querelante deverá propor a ação no local onde ocorreu o delito.
Casos Especiais:
Estelionato mediante a emissão de cheque sem fundo – O crime se consuma quando o banco sacado recusa o pagamento. O foro competente será o do banco sacado que recusou o pagamento do cheque. É o entendimento das Súmulas 521 do STF e 244 do STJ.
Estelionato simples – Foro competente é o local do prejuízo – Súmula 48 do STJ.
Crimes qualificados pelo resultado – O local da consumação do resultado agravador será o foco competente para a propositura da ação penal.
Falso testemunho praticado mediante precatória – O foto competente será o do juízo deprecado. O local onde ocorreu a oitiva da testemunha.
Homicídio doloso consumado – A jurisprudência entende que o foro competente será o do local da ação e não do resultado, pois, dessa forma, o réu será julgado pelos seus pares, além de facilitar a produção de provas, já que as testemunhas que não residem na mesma comarca onde se processa a ação não têm obrigação de comparecer.
Crime de extorsão mediante sequestro – Crime permanente, sua fase consumativa se prolonga no tempo. Está consumado o crime com a privação da liberdade por tempo juridicamente relevante. Ex.: um empresário sequestrado em Curitiba é levado para cativeiro em Campo Mourão, depois o cativeiro é mudado para Cianorte. A consumação desse crime ocorreu em todos esses lugares. A competência, nesse caso, fixa-se pela prevenção.
Crime que se consuma na divisa entre duas cidades – O foro competente será qualquer uma das cidades, fixa-se pela prevenção.
Tentativa – O foro competente será o do último lugar da execução, onde ocorrer o último ato.
Crimes à distância, “iter criminis” ocorre entre dois países – Ex. Execução no Brasil e consumação em outro país, ou execução em outro país e consumação no Brasil. Foro competente será o lugar do último ato de execução ou do lugar onde o crime se consumou ou deveria ocorrer a consumação.
Crime praticado a bordo de embarcações – 
Embarcação nacional pública: em qualquer lugar que esteja e ocorrer o crime, este será julgado perante as leis pátrias.
Embarcação nacional privada: quando se encontrar no mar territorial ou em alto mar, os crimes a bordo ocorridos serão julgados pela lei nacional.
O foro competente para propor a ação será o local do porto nacional onde ocorreu o primeiro atracamento após o crime ou o porto de onde a embarcação saiu do Brasil para o exterior.
Para os crimes cometidos a bordo de aeronaves, utiliza-se a mesma regra da embarcação, sendo que o foro competente para propor a ação será o local do aeroporto onde ocorreu o primeiro pouso após o crime ou o aeroporto de onde saiu a aeronave antes do crime.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA EM UMA MESMA COMARCA
- A lei orgânica Judiciária pode estabelecer divisão em razão da matéria dentro de uma mesma comarca, visando com isso sistematizar o serviço através da especialidade (ex.: crimes de trânsito);
PREVENÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
- Com a utilização dos critérios anteriores, necessariamente já estarão fixadas a comarca e a Justiça competente.
- Ocorre que é possível que restem vários juízes igualmente competentes para o caso.
Distribuição: estabelecida a competência do foro, faz-se, finalmente, a distribuição do processo entre os juízes da jurisdição perante o qual irá correr a ação penal. (é uma espécie de sorteio para a fixação de um determinado juiz para a causa)
Casos em que não haverá distribuição:
Nos crimes dolosos contra a vida, já que o julgamento fica afeto ao Tribunal do Júri (órgão jurisdicional especial – art. 74, § 1º), a não ser que haja mais de um juízo competente;
Quando, em razão da continência ou conexão, as infrações devam ser apuradas em processo em que já haja autoridade judicial prevalente (arts. 76 a 78);
Quando houver prevenção (art. 83).
Prevenção: impede a distribuição. Ocorre nos casos em que já tenha havido a distribuição do inquérito policial, a decretação de prisão preventiva, a concessão de fiança ou a determinação de alguma diligência, tornando o juízo prevento para a futura ação penal.
Caráter residual da prevenção: A prevenção constitui critério residual de fixação de competência (CPP, art. 69, VI), só se verificando em casos em que for possível a dois ou mais juízes conhecerem do mesmo caso, seja por dividirem a mesma competência de juízo (CPP, art. 83), seja pela incerteza da competência territorial (CPP, art. 70, § 3º), ou ainda, quando se tratar de crime continuado ou permanente (CPP, art. 71). (STJ, HC. 67559)
Súmula 706 do STF: E relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA
COMPETÊNCIA ABSOLUTA
- É o interesse público que dita a competência e não o interesse das partes, sendo improrrogável.
- Nos casos de competência ratione materiae e personae, não há qualquer possibilidade de prorrogação. (será ?????)
COMPETÊNCIA RELATIVA
- Prorrogável: o legislador, no caso da competência de foro (ratione loci), pensou no interesse de uma das partes, aceitando a prorrogação da competência.
- Nulidade na competência relativa: pode haver nulidade, desde que seja demonstrado o prejuízo.
- Preclusão: não arguida oportunamente, ocorrera preclusão.
- Prorrogação de competência necessária: nos casos de conexão e continência (arts. 76 e 77).
- Prorrogação de competência voluntária:
Nos casos de competência ratione loci, quando não alegada em momento oportuno (art. 108);
Quando o querelante, nas ações exclusivamente privadas, opta pelo foro do domicílio do réu, ao invés do local do delito (art. 73).
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Conceito: é a transferência de competência, de um juízo para outro, para a feitura de determinados atos processuais impossíveis de se realizar no foro originalmente competente.
Delegação externa: quando praticados em juízos diferentes.
Exemplos: cartas precatórias citatórias, instrutórias e cartas de ordem (dos tribunais para os juízes).
Delegação interna: quando a delegação e feita dentro do mesmo juízo.
Exemplos: delegação feita aos juízes substitutos ou auxiliares.
Desaforamento: deslocamento do julgamento de processo de competência do Júri para outra comarca.
Carta precatória entre justiça federal e estadual: é possível, já que é finalidade do processo penal realizar os atos da forma mais simples, rápida e barata, ainda mais que o juízo deprecado, em nenhuma hipótese,poderá proferir decisões de mérito (STJ – Ccomp. 17551-SC)
Aula-17/05/2016
CONEXÃO E CONTINÊNCIA
- A conexão e continência não são critérios para a fixação, mas para a prorrogação da competência.
- Quando existir algum vínculo entre duas ou mais infrações, estabelece a lei que deve existir um só processo.
- Duplo efeito: agrupamento das ações penais num mesmo processo e prorrogação da competência.
- Quanto os crimes ocorrerem na mesma comarca e devem ser apurados pela mesma justiça não haverá qualquer problema na união.
- No entanto, muitas vezes os delitos conexos, são de competência de comarcas distintas ou justiças distintas.
COMPETÊNCIA POR CONEXÃO – significa dizer união, nexo, ligação entre um fato e outro.
Conceito: quando duas ou mais infrações estão ligadas por um vínculo que aconselha a reunião dos processos num mesmo juízo:
HIPÓTESES DE CONEXÃO – artigo 76.
Conexão intersubjetiva (artigo 76, I, do CPP):
- Nesta as duas ou mais infrações são praticadas por duas ou mais pessoas sendo que o elo de ligação entre os delitos reside justamente nisso.
Simultaneidade (ou ocasional) – se, ocorrendo duas ou mais infrações penais, houverem sido praticados, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, sem estarem previamente acordados. Ex.: Um caminhão tomba na estrada com televisores. As pessoas, simultaneamente, passam a furtar. Todos os furtos serão julgados serão julgados por um só juiz.
Concurso: Se, ocorrendo duas ou mais infrações penais, houverem sido praticadas por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar. Nesse caso há o liame subjetivo (ajuste) entre os agentes que, portanto, são coautores ou partícipes. Ex.: A, B e C acordam de praticar crimes, sendo que A vai furtar um veículo; B vai roubar algumas armas de fogo; C vai falsificar documentos para nova identidade do grupo; etc...
Reciprocidade: Se as infrações forem praticadas forem praticadas por duas ou mais pessoas, umas contra as outras (lesões corporais recíprocas)
Conexão Objetiva, lógica ou material (artigo 76, II, do CPP):
- São hipóteses em que o vínculo entre as infrações está na motivação de uma delas em relação à outra.
- Classificam em:
Teleológica – Quando uma infração visa assegurar a execução da outra. (ex.: furto de um carro para usar no assalto de um banco);
Consequencial – Quando uma infração visa assegurar a ocultação, a impunidade ou vantagem da outra. Nessa hipótese, o vínculo encontra-se na motivação do segundo delito em relação ao primeiro. Ex: Atear fogo em uma casa, para que não se descubra o furto nela cometido.
Conexão Instrumental ou Probatória (artigo 76, III, do CPP):
- Quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Ex.: a prova do crime de furto em relação à receptação.
- Trata-se de conveniência para apurar a verdade real.
Conexão na fase preliminar investigatória – Não existe previsão legal para a reunião de inquéritos, devendo cada qual tramitar separadamente na circunscrição em que houve a consumação do delito. Contudo, sendo útil ao esclarecimento e busca da verdade real, pode-se providenciar a sua união desde que autorizado judicialmente, ouvindo-se antes o MP.
COMPETÊNCIA POR CONTINÊNCIA – significa extensão, capacidade.
Conceito: “quando um fato contém vários crimes” (H. Tornagui). Uma causa está contida na outra.
HIPÓTESES DE CONTINÊNCIA – (Artigo 77 do CPP)
Por cumulação subjetiva (artigo 77, I) – Quando duas ou mais pessoas foram acusadas pela mesma infração. Ocorre na hipótese de coautoria ou participação em relação a um só crime (o que diferencia da conexão, que sempre pressupõe duas ou mais infrações).
Por cumulação objetiva (artigo 77, II) – em todas as hipóteses de concurso formal, inclusive na aberractio ictus (erro na execução) e aberractio criminis (resultado diverso do pretendido) com duplo resultado.
- Concurso Formal: o sujeito pratica uma única conduta, dando causa a dois ou mais resultados. Ex.: motorista imprudente que, dirigindo perigosamente, perde o controle do automóvel e mata 9 pedestres;
- Aberractio ictus: o agente, ao executar o crime, atinge pessoa diversa da pretendida ou, então, atinge a quem pretendia e, também, terceiro inocente. Ex.: pretendendo vingar-se do inimigo, o agente atira em sua direção, mas acaba acertando, também, uma outra pessoa, que andava pelo local.
- Aberractio delicti: o agente tenciona praticar um crime, mas, por erro na execução, acaba praticando outro ou, então realiza o crime pretendido e um outro. Ex.: irritado com o preço elevado de um determinado produto, o agente atira uma pedra na vitrine da loja (dano), mas acaba acertando a vendedora (lesão corporal culposa).
Preclusão e momento de reconhecimento da conexão ou continência
- A reunião deve ser reconhecida quando da propositura da ação penal, no momento em que o juiz recebe a inicial, tal como formulada pela parte autora.
- No entanto, é possível o reconhecimento superveniente da conexão ou continência – para tal proceder é necessário que haja compatibilidade de fases processuais e que não haja prejuízo à eficácia do direito ao contraditório e à ampla defesa do imputado.
AVOCAÇÃO DE PROCESSO – Artigo 82 do CPP.
- Se, mesmo ocorrendo conexão ou continência, foram instaurados vários processos, a autoridade prevalente deve avocar para si os processos que corram perante outros Juízes, se ainda não foram julgados em sentença definitiva.
- Se já houver sentença definitiva, isto é, julgamento de mérito, a unificação dos processos se dará posteriormente, na execução, para efeitos de soma ou unificação das penas.
- Súmula 235 do STJ – A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.

Outros materiais