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CASOS CONCRETOS 9 e 10 IED

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CASO CONCRETO 9
Certo estudante de direito em estudando Direito Penal, deparou-se com o seguinte crime: Código Penal: Crime de Curandeirismo Art. 284 - Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - fazendo diagnósticos: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. Imediatamente lembrou-se das inúmeras vezes que sua mãe e sua avó lhe ministraram diversos chás e simpatias para curar dor de cabeça, mau-olhado e emagrecimento. Além disto, lembrou-se das diversas vezes em que frequentou missas, cultos e outras sessões religiosas, nas quais algum membro lhe oferecia água para curar seus diversos males. Ora, indagou: sua mãe, sua avó, e todos estes membros de confissões religiosas podem ser processados e presos por este crime então?
Resposta: Curandeirismo é uma arte ou técnica de um curandeiro que diz ser capaz de curar utilizando-se de forças misteriosas. Utiliza-se de meios que não são reconhecidos cientificamente, além de não possuírem, os que praticam esse ato, conhecimentos médicos para exercerem a função de cura. Este crime, tipificado no Código Penal é no sentido de induzir o outro a erro e muitas vezes se aproveitando da fragilidade da pessoa.
Dentre os costumes de um povo temos diversas manifestações de simpatia, que faz parte da cultura de um povo, além disso, tanto as crenças religiosas e o exercício de cultos religiosos são invioláveis e protegidos pela constituição conforme o art. 5º. Logo, os familiares do estudante não podem ser enquadrados nesse artigo do Código Penal.
CASO CONCRETO 10
Mathias sempre sonhou em ser soldado. No ano em que completava 18 alistou-se e foi selecionado para o serviço militar. Muito feliz foi apresentar-se a Unidade militar onde deveria servir. Após um mês de trabalho está prestes a receber seu primeiro soldo. Mas que grande decepção! Sua remuneração seria um valor abaixo do salário mínimo nacional. Rapidamente ele consultou a Constituição Federal e leu : i) “CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;” Ele efetivamente era um trabalhador. Havia trabalhado duro durante aquele primeiro mês no Exército. Foi então falar com seu superior no Centro de Pagamentos que lhe informou sobre a seguinte súmula: ii) Súmula Vinculante n.º 06 : “Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças” Inconformado, Mathias sabendo que você é estudante de Direito, lhe procura perguntando: 
a) A referida remuneração que vai receber é constitucional? Explique com o que foi abordado na aula. 
A remuneração é constitucional sim. Apesar das normas jurídicas citadas, ou seja, o art. 7º da CF/88 e a súmula vinculante nº 6 do STF apresentarem uma antinomia jurídica, esta não existe porque o art. 7º se refere a determinadas categorias de trabalhadores, não estendendo aos praças a garantia de recebimento da mesma remuneração. Os praças pertencem a uma categoria especial, com regime jurídico próprio, direitos, deveres, garantias e remuneração próprias.
b) Caso deseje ajuizar uma Ação Judicial, há alguma chance de vitória para Mathias?
Não, porque há uma súmula vinculante que, por ser uma norma jurídica obrigatória, obriga todos a respeitá-la. Não há chance de vitória de Mathias, uma vez que a súmula com efeito vinculante é obrigatória para todos os órgãos do Poder Judiciário.

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