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REVISÃO HISTÓRIA DA PSICOLOGIA N2

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REVISÃO HISTÓRIA DA PSICOLOGIA N2 
 
PSICOLOGIA ANIMAL 
A psicologia animal regista um grande desenvolvimento a partir do inicio do século 
XX. Muitos dos que realizam estas investigações estão convictos que o 
comportamento dos animais tem enormes semelhanças com o dos homens, 
nomeadamente no seus níveis mais básicos. Por outro lado, as experiências com 
animais tinha para eles uma enorme vantagem face às realizadas com seres 
humanos: - Não levantava problemas morais ! 
A Reflexologia e o Behaviorismo são duas correntes da psicologia cujos conceitos 
fundamentais foram construídos a partir de estudos com animais. 
 
REFLEXOLOGIA 
A reflexologia foi criada por Pavlov, prémio Nobel em 1904 pela sua obra sobre a 
digestão. Centrou o estudo da psicologia no comportamento dos animais, procurando 
descobrir as respostas inatas ou adquiridas a certos estímulos. 
A principal descoberta de Pavlov foi os reflexos condicionados. Os cães, por exemplo, 
salivam não apenas quando viam comida (reflexo inato), mas também quando regiam a 
outros estímulos que eram associados à chegada de comida. Esta resposta dado que não 
era inata, era portanto aprendida por associação (reflexo condicionado). A investigação 
psicológica devia segundo Pavlov centrar-se no estudo destas respostas (reflexos inatos 
ou adquiridos) em relação aos estímulos do meio. 
A influência destas investigações foi enorme no desenvolvimento posterior da psicologia 
científica, em particular no Behaviorismo. 
 
 
BEHAVIORISMO 
O Behaviorismo, palavra de origem inglesa que em português significa "comportamento" . 
O Behaviorismo é uma corrente e método da psicologia que afirma que o único objecto de 
estudo da psicologia é o comportamento observável, seja nos homens como nos animais, e 
que é susceptível de ser medido. 
O seu John Watson sustentou que não existem estados internos na consciência, como 
"pensamento", "vontade", "percepções", etc. A única coisa que existem são respostas 
orgânicas (musculares ou glandulares). As emoções, hábitos, pensamentos ou a linguagem, 
não passam de respostas fisiológicas complexas a estímulos externos. 
Neste sentido procurou determinar as leis que regiam a relação entre a ocorrência de certos 
eventos ambientais (estímulos) e o comportamento observável que provocavam (respostas). 
Valorizou as experiências na formação dos seres humanos, secundarizando a herança 
genética. 
Todo o comportamento (conduta) era aprendida. Seguindo um pensamento rigorosamente 
empirista defende que o homem é um produto das experiências. 
Aplicou de forma sistemática métodos objectivos (experiências e observações 
laboratoriais, testes, etc). 
Principais referências: Watson , Skinner 
 
PSICANÁLISE 
A Psicanálise designa várias coisas: 
 
- Método de exploração do psiquismo, em particular do inconsciente. 
 
- Terapêutica no tratamento de histerias e neuroses. 
 
- Corrente muito diversificada da psicologia que se afirma continuadora de obra de 
Freud. 
A psicanálise é inseparável do seu criador - Sigmund Freud (1856-1939). Formado 
em medicina, começou por interessar-se pela anatomia do cérebro e depois 
pelas doenças nervosas. De inicio utiliza a hipnose como método terapeutico. 
Através da hipnose dedica-se a despertar nos pacientes recordações 
desaparecidas e que em tempos foram reprimidas. Este método permite-lhe 
confirmar a existência de três níveis de actividade psiquica: o consciente, o 
pré-consciente e o inconsciente. 
- O consciente é o Eu. Corresponde à dimensão da nossa vida e identidade 
pessoal reconhecidas como tais. O consciente é regido por leis lógicas, temporais, 
espaciais, etc. 
- O pré-consciente faz parte do Eu. É constituído por conteúdos que são 
inconscientes em forma latente, mas que podem tornar-se conscientes mediante 
um esforço de recordação. 
- O inconsciente é a zona mais dinâmica do psiquismo humano, albergando toda 
as forças instintivas, ancestrais, os desejos, as pulsões reprimidas ou censuradas. 
Estes conteúdos não afloram ao consciente. O inconsciente é caracterizado por 
ser: atemporal (Não existe a dimensão do tempo. Um facto ocorrido na infância 
manifesta-se na idade adulta como atual), ilógico (não existem contradições, 
predomina a ambivalência), concreto (Não existem abstrações, mas apenas 
situações e coisas específicas), simbólico, mágico (qualquer coisa é 
possível), primitivo (as reações do inconsciente são extremas e sem matizes). 
A causa de muitas das perturbações mentais (histerias e neuroses) estava 
segundo Freud na acumulação de desejos e necessidades censurados ou 
reprimidos no inconsciente. Esta acumulação acabava por gerar enormes forças 
energéticas que determinavam o aparecimento de sintomas neuróticos nos 
pacientes. 
A hipnose foi o primeiro método que ele utilizou para atingir as zonas mais 
profundas do psiquismo, para descobrir as causas inconscientes das neuroses. 
Mas Freud não tardou a abandonar a Hipnose, adoptando o método das 
associações livres. O paciente era convidado a colocar-se num estado de 
abandono dos seus pensamentos, sem procurar reprimi-los ou dissimulá-los. A 
Associação Livre foi depois complementada pela interpretação dos sonhos. O 
sonho é segundo Freud a manifestação (simbólica) de desejos recalcados. 
O trabalho do psicanalista consistia em decifrar na cadeia de associações livres do 
paciente, a sexualidade que fora censurada ou recalcada. 
SEXUALIDADE 
A sexualidade é para Freud não apenas uma dimensão do psiquismo humano, 
mas é também e, sobretudo o conjunto de processos através dos quais um 
indivíduo se constitui na sua relação com outros, psiquicamente interiorizados (o 
pansexualismo freudiano). Freud distingue várias fases na sexualidade infantil, 
sendo a fase decisiva é a que corresponde ao complexo de Édipo (3-5 anos). 
A passagem por cada uma das fases implica um confronto entre a satisfação das 
pulsões sexuais e as forças que lhe opõem. A resolução desses conflitos provoca 
dicotomias difíceis de resolver, e que irão influenciar a formação da personalidade 
do adulto. 
 
PRINCIPAIS FASES DA SEXUALIDADE INFANTIL 
Fase Oral. A boca é a primeira zona erógena. A obstinada persistência do bebé 
em sugar é para Freud a prova que a criança procura na boca a sua satisfação 
libidinal. 
Dicotomias: optimismo/pessimismo; admiração/inveja; credulidade/desconfiança. 
Fase Anal-Sádica. Os anus é a segunda zona erógena. Por volta dos 2-3 anos, o 
excremento urinário e fecal torna-se para a criança num "instrumento" de prazer, 
mas também pelos quais ela mostra a sua afeição, inclinação e agressividade. 
Dicotomias: Ordem compulsiva/desordem; "masoquismo” / “sadismo”. 
Fase Fálica. Os órgãos genitais são a nova zona erógena. Entre os três e os 5/6 
anos, criança manifesta-se interessada pelos órgãos sexuais e pela sua diferença 
entre os sexos. É nesta fase que se estabelece o célebre Complexo de Édipo. . 
Dicotomias: Orgulho/humildade; sedução/timidez; castidade/promiscuidade. 
Fase de Latência: Amnésia da sexualidade Infantil. Entre os seis e os 12 anos. 
- Aprendizagem social; 
- Desenvolvimento da consciência moral; 
 
Fase Genital: Reaviva-se o complexo de Édipo. Predomínio da genialidade. 
Corresponde ao período da puberdade e adolescência. 
 
- Reativação de conflitos anteriores (““ ex “““. Complexo de Édipo”) 
- Regressões sob a forma de "ascetismo" ou "intelectualizarão". 
 
EVOLUÇÃO DA PSICANÁLISE FREUDIANA 
A Psicanálise pode ser dividida em dois períodos fundamentais: antes e depois de 
1920. 
Antes de 1920 Freud está centrado na exploração do inconsciente e na terapia de 
certas doenças, depois alarga a sua metodologia à análise de outros domínios 
como a História da Humanidade, a Religião, a Arte, etc. 
A partir de 1920 a estruturae o dinamismo do psiquismo humano sofre uma 
profunda reinterpretação: 
- O Consciente (Eu) rege-se agora pelo princípio da realidade, o que convém ou 
não fazer. 
- O Pré-consciente (Super-Ego, Super-Eu) passa a representar a cultura, os 
valores sociais e familiares. Corresponde à consciência moral e ao Ideal de Eu ( a 
imagem que cada um tem de si mesmo). O Super-Ego é o responsável pela auto-
repressão e censura, produzindo sentimentos de culpa e auto-crítica, etc,. 
- O Inconsciente (Id) passa a representar a ancestralidade da espécie humana e o 
motor de toda a energia psíquica ( impulsos contraditórios de éros- amor e 
thanatos-morte). O inconsciente torna-se desta maneira impessoal. Rege-se pelo 
princípio do prazer, evitando a dor, etc. 
 
 
GESTALT 
A palavra "gestalt" de origem alemã, significa "forma", "configuração", "padrão" ou 
"estrutura". 
Esta corrente, surgiu por volta de 1912, na Austria, ligada ao Laboratório de 
Psicologia Experimental de Graz, mas tinha ramificações em outros países 
europeus, como a Alemanha. Entre os seus iniciadores destacam-se Max 
Wertheimer (1883-1943), Kurt Koffka, Wolfgang Kohler (1887-1967). 
Os seus iniciadores rompem com a teoria associacionista para a explicação das 
nossas percepções. Rejeitam que as nossas percepções sejam o resultado do 
somatório ou combinação de estímulos ou sensações. A sensação elementar não 
é dada de imediato à consciência. O que percepcionamos de imediato são 
totalidades, factos organizados. 
A totalidade é o elemento básico do conhecimento perceptivo. Aquilo que 
designamos por experiência é a consciência perceptiva de uma totalidade, ou 
uma Gestalt. 
A totalidade estrutura prevalece sobre os seus elementos constituintes. Exemplos: 
"Ouvimos a música como um todo organizado e não como notas 
isoladas". Quando percepcionamos algo, como uma cadeira, percebemo-la na sua 
totalidade, e só depois a começamos a analisar nas suas distintas propriedades 
(altura, materiais de construção, cor, etc). 
O objectivo desta corrente da psicologia foi o de determinar a experiência 
consciente da percepção e as leis pelas quais esta última se apresenta como 
uma totalidade. 
LEIS DA PERCEPÇÃO 
O gestaltismo afirma que na captação das formas em que se baseia a percepção 
intervêm certas leis. Estas leis definem a organização perceptual e determinam 
como se configuram os objectos na percepção: 
a) Lei da Forma e Fundo. Quando percepcionamos algo, separamos 
espontaneamente a "figura" do "fundo" 
b) Lei da Boa Forma ou da Pregnância. Na percepção tendemos a completar 
aquilo que se acha incompleto, a dar às coisas formas regulares, simples e 
simétricas. "A forma é a melhor possível nas condições presentes". 
c) Lei da Semelhança 
d) Lei do Fechamento 
e) Lei da Continuidade 
f) Lei da Proximidade. Os elementos são espontaneamente agrupados em função 
da sua proximidade. 
g) Lei do Contraste 
h) Lei da Constância Perceptiva 
i) Lei da Simplificação 
j) Lei da Conexão 
l) Lei da Região Comum 
m) Lei da Conectividade 
A totalidade determina não apenas a forma como os elementos são 
percepcionados, mas também o seu agrupamento e a sua significação. 
ESTRUTURASLINATAS 
Os gestaltistas afirmavam que os seres humanos possuem um sistema nervoso 
inato que está preparado para organizar a experiência sensível, facilitando a 
aprendizagem e o conhecimento. 
A mente humana está longe de ser passiva, como acreditavam os behavioristas, 
pelo contrário, ela é extremamente ativa e criativa na resolução dos problemas 
concretos. A conduta humana não é previsível, nem automática. Entre o momento 
em que o homem recebe os estímulos e aquele em que dá a resposta, existem 
toda uma série de processos intermédios que condicionam as respostas. 
FENOMENOLOGIA 
Fenomenologia é o estudo da experiência subjetiva de consciência, que tem suas 
raízes na obra filosófica de Edmund Husserl. Fenomenólogos pioneiros, como 
Husserl, Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty conduziram suas próprias 
investigações psicológicas no início do século XX. O trabalho destes 
fenomenólogos mais tarde influenciou pelo menos dois campos principais da 
psicologia contemporânea: uma abordagem psicológica fenomenológica da 
"Escola de Duquesne" , Amedeo Giorgi, Jonathan Smith, Frederick Wertz, Steinar 
Kvale, Wolfgang Köhler e outros (Análise Fenomenológica Interpretativa), e as 
abordagens experimentais associadas com Francisco Varela, Gallagher, 
Thompson, e outros (tese da mente incorporada). Psicólogos fenomenológicos 
também figuraram com destaque na história do movimento da psicologia 
humanista. 
O sujeito da experiência pode ser considerada como a pessoa ou o eu-próprio, 
para fins de conveniência. Na filosofia fenomenológica (e em particular na obra de 
Husserl, Heidegger e Merleau-Ponty), "experiência" é um conceito muito mais 
complexo do que geralmente utilizado diariamente. Em vez disso, a experiência 
(ou o ser, ou a própria existência) é um fenômeno em-relação-a-algo e é definida 
pelas qualidades de direcionamento, mundanismo concretização, e, que são 
evocados pelo termo "ser-no-mundo ". 
A qualidade ou a natureza de uma dada experiência é muitas vezes referida pelo 
termo qualia, cujo arquétipo exemplar é a vermelhidão. Por exemplo, poderíamos 
perguntar: "Será que minha experiência de vermelhidão é a mesma que a sua? 
Conquanto seja difícil responder a essa pergunta de qualquer maneira concreta, o 
conceito de intersubjetividade é frequentemente utilizado como um mecanismo 
para entender como é que os seres humanos são capazes de sentir empatia com 
experiências uns dos outros, e de fato se engajar em comunicação significativa 
sobre elas. A formulação fenomenológica do Ser-no-mundo, onde a pessoa e o 
mundo são mutuamente constitutivas, é central aqui. 
PSICOLOGIA EXISTENCIAL 
A Psicologia Existencial, um dos muitos ramos da Psicologia, surge na Europa 
antes da Segunda Guerra Mundial e desenvolve-se depois dela paralelamente ao 
existencialismo filosófico. Allport, Rogers, From e Maslow alinham nesta corrente , 
que surge como reacção ao racionalismo de uma psicologia de certo modo 
positivista. Os seus fundamentos teóricos surgem pela expressão filosófica de 
Husserl, Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty. 
TEMAS ABORDADOS 
As posições teóricas da Psicologia Existencial conduzem à abordagem de alguns 
temas como: 
A VONTADE E A DECISÃO 
O homem só se torna verdadeiramente humano na altura de se decidir. A terapia 
não deve aumentar a passividade do paciente, pelo contrário, deve aumentar o seu 
campo de liberdade e de decisão. 
A UNICIDADE E A INTEGRAÇÃO DA PESSOA 
Contra as teses atomistas, a psicologia existencial privilegia a unicidade do ser 
para além das suas diferentes expressões. 
A Identidade, Experiência, Actualização do Eu e Autenticidade 
Dá-se uma importância fundamental ao futuro através do desenvolvimento e do 
potencial de cada ser humano. 
APLICADA À TERAPIA 
A terapia baseada na psicologia existencial tem como questão central o 
melhoramento do sujeito e sua evolução e está indicada para indivíduos com alto 
nível de escolaridade, com capacidade de insight e boa capacidade de exploração 
interior. Realiza-se, pelo menos, uma vez por semana e tem a duração de um ou 
mais anos. 
O objeto da abordagem terapêutica não é o sintoma nem a doença, nem a 
estrutura, mas duas pessoas que existem num mundo, que nesse momento, é o 
consultório do terapeuta. 
Como técnica terapêutica insiste no fator fundamental da presença do terapeuta 
como sendo a questão mais importante e anterior a qualquer técnica. Aborda a 
terapia como uma técnica catártica em que a pessoa enfrenta os seus conflitos 
interiores e tenta, com a ajuda de um terapeuta, alargar a consciência de si 
mesmo;que o paciente consciencialize o que sente de forma clara e profunda. 
O terapeuta existencial não considera o paciente como um conjunto de pulsões, 
fantasmas e mecanismos de defesa, mas como uma pessoa que procura um 
significado para a sua existência. É a pessoa que dá sentido aos mecanismos e 
não o contrário. 
 
PSICOLOGIA HUMANISTA 
A psicologia humanista tem como principal característica considerar o ser 
humano como um todo. Ela se baseia no fato de que há múltiplos fatores 
envolvidos na saúde mental. Todos eles convergem e estão interligados: as 
emoções, o corpo, os sentimentos, o comportamento, os pensamentos, etc. 
“Percebo que se fosse estável, prudente e estático, viveria na morte. Portanto, 
aceito a confusão, a incerteza, o medo e os altos e baixos emocionais, porque 
esse é o preço que estou disposto a pagar por uma vida fluida, rica e excitante“ 
– Carl Rogers – 
COMO SURGIU A PSICOLOGIA HUMANISTA? 
A psicologia humanista é uma corrente da psicologia que surgiu no meio do 
século XX. Nasceu como uma alternativa para as duas escolas principais: o 
behaviorismo e a psicanálise. Seu objetivo era dar uma resposta diferente, 
abordando os problemas do ser humano, oferecendo uma perspectiva da área da 
saúde ao invés da doença. 
A abordagem humanista exalta a saúde mental e todos os atributos positivos 
da vida. A pessoa como um ser individual, ressaltando o que é necessário para 
atendê-la de forma personalizada e multidimensional. 
As raízes da psicologia humanista estão na corrente filosófica do existencialismo 
europeu, com autores tais como: 
Jean Paul Sartre 
“O homem nasce livre, responsável e sem desculpas.” 
Jean Jacques Rousseau 
“O homem é bom por natureza, é a sociedade que o corrompe.” 
Erich Fromm 
“Se eu sou o que tenho e perco o que tenho, quem sou eu, então?”. 
Viktor Frankl 
“O homem se realiza na mesma medida em que se compromete com o significado 
de sua vida”. 
Estes autores têm uma visão da condição humana com base na liberdade, no 
significado da vida, nas emoções e na responsabilidade. Eles consideram o 
indivíduo como responsável pela sua vida e pelas suas ações, sendo capaz de 
encontrar seu próprio caminho para a liberdade. 
PRINCIPAIS PRECURSORES DA PSICOLOGIA HUMANISTA 
Abraham Maslow e Carl Rogers podem ser considerados os principais precursores 
da psicologia humanista. 
Abraham Maslow: é conhecido principalmente pela sua famosa “Pirâmide de 
Maslow“, na qual ele define uma hierarquia diferente das necessidades humanas, 
a partir da mais básica (fisiológica), até chegar ao topo, onde você encontraria a 
autorrealização. Este conceito foi criado por Maslow para considerar que no 
momento em que o ser humano tiver satisfeitas todas as suas necessidades, ele 
atingirá o estado de desenvolvimento de seu impulso vital. 
Carl Rogers: tem uma nova visão terapêutica que busca uma colaboração mais 
estreita com o “cliente” (termo cunhado dentro da psicologia, sendo considerado 
mais adequado do que o termo “paciente”). 
Em seu livro “A terapia centrada no cliente”, ele mostra como rejeita as técnicas 
diretivas em sua experiência clínica, mostrando um relacionamento mais próximo 
com seus clientes, facilitando assim o encontro do indivíduo com ele próprio. 
Sua contribuição para a psicologia, a partir desta perspectiva, é inestimável, já que 
se considera que o indivíduo é capaz de encontrar dentro de si todos os 
recursos necessários para manter o equilíbrio em sua vida. 
Para Rogers, as pessoas que se encontram mal estão “dormindo”, e é necessário 
acordá-las através de sua própria sabedoria interior. O terapeuta serve como um 
guia para que eles possam encontrar suas próprias respostas. 
CARACTERÍSTICAS DA PSICOLOGIA HUMANISTA 
– Fornece uma ampla perspectiva holística, ou seja, caracteriza-se por ver a 
pessoa como um todo, numa base global. Cada um dos aspectos possui a mesma 
relevância. Os pensamentos, o corpo, as emoções e o lado espiritual. Estes 
aspectos estão inter-relacionados e se confluem mutuamente. Eles são a principal 
via pela qual o indivíduo encontra a si mesmo. 
– A existência humana ocorre em um contexto interpessoal, portanto, é muito 
importante e necessário o relacionamento com os outros, levando em conta o 
contexto em que é produzido, para o desenvolvimento individual do ser humano. 
– As pessoas possuem a capacidade de fazer suas próprias escolhas, de 
responsabilizar-se e de proceder para um desenvolvimento e implantação de seu 
próprio potencial. 
– Promove e facilita o desenvolvimento pessoal. O psicólogo serve como uma 
ferramenta para que a pessoa, através de recursos próprios, possa vir 
a compreender-se e desenvolver-se. 
– As pessoas têm uma tendência inata de autorrealização. O ser humano pode 
confiar na sabedoria dessa parte do seu interior, já toda a cura está em suas 
próprias respostas. Isto precisa ser entendido, pois não é necessário controlar o 
ambiente ou controlar as próprias emoções suprimindo-as. 
A psicologia humanista focaliza o indivíduo sob uma perspectiva global. Ela 
compreende que todos os aspectos que compõem o ser humano são importantes. 
O indivíduo é considerado um ser único, responsável por sua própria 
experiência, capaz de se tornar ciente de seus próprios recursos; se desenvolver, 
alcançar a autorrealização e descobrir todo o seu potencial. 
 “O elemento básico do campo do conhecimento é a experiência direta e íntima. 
(…). Não há substituto para a experiência”. 
– Abraham Maslow – 
 
CONSTRUTIVISMO 
 
Jean Piaget (1896-1980), fundador do construtivismo, define-o como a teoria do 
desenvolvimento do conhecimento em resultado de uma interacção com o meio. 
Piaget procurou determinar os processos de construção do conhecimento desde 
as suas formas mais elementares até ao níveis superiores, nomeadamente o 
conhecimento científico. 
 
Comportamento. Para Piaget o indivíduo não é um simples resultado do meio 
(tese behaviorista), nem é simplesmente determinado por princípios inatos (tese 
gestaltista). O seu desenvolvimento é determinado pela interação entre fatores 
internos (orgânicos, hereditários) e fatores externos (meio). Nos primeiros meses 
de vida, o seu comportamento é determinado por reflexos inatos, mas depois as 
respostas são cada vez mais complexas fruto de um processo de adaptação. Este 
processo embora tenha algumas etapas comuns a todos os indivíduos, não produz 
em todos os mesmos resultados. As mesmas coisas não têm a mesma 
significação para todos. O comportamento é uma resposta que varia em função da 
interação entre a personalidade do sujeito (P) e a situação (S). 
A personalidade vai-se formando através desta interação com o meio. Neste 
processo são decisivas as disposições biológicas do sujeito, as diversas 
aprendizagens e as atividades sobre o meio. O comportamento é visto como a 
resposta de uma dada personalidade numa situação concreta. 
 
Esta concepção sobre o comportamento marcou uma ruptura com as concepções 
anteriores (inatistas e comportamentalistas). 
Perspectivas em Confronto 
Perspectiva inatista: o sujeito era visto como o resultado das potencialidades 
que havia herdado. O meio tinha uma reduzida influência sobre o seu 
comportamento. 
Perspectiva comportamentalista (behaviorista): O sujeito é visto como o 
resultado do meio. A hereditariedade tem uma limitada influência sobre o 
comportamento. 
Perspectiva construtivista (psicologia genética): o sujeito é o resultado da sua 
interacção com o meio. 
. 
Conhecimento. O construtivismo (ou psicologia genética) procura explicar o 
desenvolvimento do pensamento (inteligência) como um processo continuo de 
adaptação do organismo ao meio, marcado por várias fases (estádios): Cada uma 
delas representa um estágio de equilíbrio, cada vez mais estável,entre o 
organismo e o meio, onde ocorrem de determinados mecanismos de interacção, 
como a assimilação e a acomodação. 
 
Todo o conhecimento começa por uma assimilação pelas estruturas e esquemas 
do sujeito dos dados que recebe do exterior. Estas estruturas e esquemas são os 
meios que permitem o conhecimento. Esta assimilação implica por sua vez a sua 
modificação. A acomodação consiste na modificação destas estruturas ou 
esquemas aos novos dados. 
A inteligência surge assim, como o conjunto das estruturas e esquemas que um 
organismo dispõe em cada fase do seu desenvolvimento. A adaptação do 
organismo constitui a expressão do equilíbrio atingido entre a assimilação e a 
adaptação. 
 
ESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
1º.Estádio: Período Sensório-Motor (até aos 2 anos) 
Este período vai desde o nascimento até aos dois anos. A partir da transformação 
dos reflexos inatos a criança começa a desenvolver a sua inteligência, prática e 
manipulativa (sensório-motora), que consiste fundamentalmente numa 
diferenciação entre ela e o mundo. A criança começa por possuir apenas 
sensações internas- prazer, dor -, mas depois é capaz de acompanhar com o olhar 
um objeto que se desloque no seu campo visual. Lentamente vai reconhecendo a 
autonomia dos objetos e reconhecendo-se diferente deles. O pensamento como 
representação interiorizada ainda não existe. No final deste período, a criança 
apresenta as seguintes características cognitivas: 
a) é capaz de conhecer as coisas sem estar diretamente a atuar sobre as 
mesmas; 
b) procura-as quando não as encontra no seu campo visual (noção de 
permanência dos objetos); 
c) evoca no presente uma atividade passada (noção de sucessão temporal dos 
acontecimentos e de certa relação de causalidade); c) aparece a linguagem, ou 
função simbólica (18/24 meses); 
2º.Estádio: Período Pré-Operatório (2 aos 5/6 anos) 
Começa por volta dos 2 anos e vai até aos cinco/seis anos. Durante este período a 
criança desenvolve a inteligência representativa, ligada á aquisição da linguagem. 
Ela desenvolve a capacidade de representar qualquer coisa por meio de outra 
coisa, isto é, um significado qualquer (objeto, acontecimento, etc), por meio de um 
significante diferenciado que só servirá para essa representação: linguagem, gesto 
simbólico, imagem mental, etc. (Função Simbólica). A partir deste momento a 
criança está em condições de atuar sobre os objetos de maneira organizada, 
deixando de estar dependente da manipulação directa das coisas. Ainda 
permanece no entanto num estado de confusão entre o mundo objectivo e o 
subjectivo. 
3º.Estádio: Período das Operações Concretas ( 5 aos 12 anos) 
Começa com o pensamento operacional(5/8 anos) e vai até às operações 
concretas (8/12 anos). É nesta fase que nasce o verdadeiro raciocínio na criança, 
graças à aquisição de uma nova possibilidade: doravante a criança não se fixa 
apenas àquilo que percepciona, mas mostra-se capaz de efectuar operações 
mentais reversíveis, ou seja, de reviver um processo não apenas na ordem em que 
ocorreu, mas também na sua ordem inversa. Apesar destes avanços ela ainda têm 
a necessidade de recorrer à concretização dos seus pensamento, o que não a 
deixa resolver problemas enunciados apenas em termos verbais. 
Algumas noções que são adquiridas neste estádio: Aos 9 anos a noção de 
conservação do peso; Aos 11 anos a conservação do volume; etc. 
4º.Estádio: Período das Operações Formais (11/12 aos 14 anos) 
Começa por volta dos 11/12 anos e vai até à adolescência. O pensamento liberta-
se dos domínios do real e do concreto, para abranger o universo do possível e do 
abstracto. Atinge o raciocínio hipotético-dedutivo que já não se baseia sobre 
objectos manipuláveis, mas sobre hipóteses e proposições. Com o pensamento 
formal é capaz de extrair conclusões de puras hipóteses e não apenas de 
observações do mundo exterior. Por volta do 15/16 anos é capaz de formular 
teorias sobre qualquer assunto e é influenciada pela linguagem formal. 
 
 
 
CONSTRUTIVISMO SOCIAL 
O construtivismo social foi criado pelo psicólogo russo Lev 
S. Vygostsky (1896-1934) e possui muitos pontos em 
comum com a teoria interaccionista de Jean Piaget. 
Opondo-se ao behaviorismo considera que o objecto de 
estudo da psicologia é a consciência. Esta é 
profundamente influenciada pelo contexto social e cultural 
em que a criança foi criada. 
Para além dos factores biológicos Vygostsky coloca em 
evidência na formação da personalidade a educação, os 
valores éticos, as estruturas políticas, etc. com as quais a 
pessoa dialoga (interage) e lhe permitem interiorizar uma 
dada cosmovisão. A linguagem desempenha neste 
processo um papel fundamental. Ao falar a criança está a 
interiorizar as estruturas sociais da sociedade onde está 
inserida. O pensamento é a linguagem interiorizada e a 
linguagem o pensamento comunicado. 
Vygostsky considera que cada função superior surge duas 
vezes no processo de desenvolvimento da criança: 
Primeiro como actividade colectiva, promovida por adultos 
ou um grupo social (nível social, interpsicológica). Depois 
como uma actividade individual interiorizada pela criança 
(nível individual, intrapsicológica). 
Em Construção !

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