Buscar

Aborto (Enfermagem Favip)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
 
Em pleno século XXI, o aborto ainda constitui um problema de saúde pública e é um dos temas de maior destaque nas discussões que envolvem a área da saúde da mulher e, especificamente, a mortalidade materna. Trata-se de um assunto polêmico que articula diversas posições e conflitos pessoais, culturais, religiosos e sociais. O presente trabalho vem a discutir sobre o abortamento, seus tipos, técnicas, complicações e a atuação da enfermagem frente a questão.
- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O aborto é a interrupção da gestação antes do início do período perinatal, definido pela OMS (CIE 10) a partir de 22 semanas completas (154 dias) de gestação, quando o peso ao nascer é normalmente de 500g. Costuma-se classificar o aborto como precoce quando ocorre antes de 13 semanas da gravidez, e como tardio quando se dá entre as 13 e 22 semanas.
Do ponto de vista de sua causa, classifica-se o abortamento em 2 tipos principais: espontâneo e provocado.
Aborto espontâneo
O aborto espontâneo é a expulsão involuntária, casual e não intencional de um embrião ou feto antes de 20 a 22 semanas de gestação. Geralmente, o aborto espontâneo acontece até a 12ª semana de gestação, quando os principais órgãos do bebê estão se desenvolvendo. Muitas vezes é tão precoce que ocorre antes mesmo da mulher descobrir que está grávida, sendo o único sintoma o atraso na menstruação. Estima-se que quase 20% das gestações não cheguem ao fim.
A causa mais comum é a má formação do feto, ou seja, quando um defeito cromossômico impede o desenvolvimento do bebê. O aborto é a forma do corpo "decidir" por não levar adiante essa gravidez que não se desenvolve como "esperado".
A má formação do embrião pode acontecer devido à idade materna avançada, diabetes, disfunções da tireoide e do útero, uso de medicamentos, doenças infecciosas ou excesso de cigarro, álcool ou droga. Outra causa comum do aborto é a gravidez ectópica, quando o embrião se desenvolve fora do útero.
Muitas vezes a mãe se culpa por ter feito atividade física no início da gestação, por ter levado algum tombo ou por ter tido relações sexuais, porém, em princípio nada disso é considerado causa de aborto espontâneo.
O principal sintoma do aborto é o sangramento vaginal, que pode vir acompanhado de fortes dores abdominais e contrações uterinas. Em alguns casos, ao invés de sangue, a mulher elimina uma secreção, que indica que a bolsa se rompeu. Se expelir algum material sólido após esses sintomas, é importante colher o material para que o médico possa examinar. É possível ainda que o aborto aconteça sem sangramento ou dor e a mulher irá descobrir que a gravidez não está se desenvolvendo ao realizar os exames de pré-natal.
Ao observar qualquer sintoma é importante procurar um médico imediatamente (não adianta fazer buscas na internet e tentar consultas virtuais). Ele irá realizar exames para confirmar o aborto e verificar se há necessidade de realizar uma curetagem, caso o feto ou a placenta não tenha sido inteiramente eliminada. Muitas vezes, os sintomas podem ser apenas uma ameaça de aborto e se o médico agir rapidamente a gravidez poderá continuar.
A dúvida de muitas mulheres é se após sofrer um aborto espontâneo irão conseguir engravidar normalmente. Provavelmente sim. Sofrer um aborto não significa que as futuras gestações não vão se desenvolver até o fim. A única orientação é que esperem de três a seis meses até engravidar novamente para que o corpo possa se restabelecer.
Se o aborto espontâneo se repetir por três vezes consecutivas ele é considerado um aborto habitual e é indicado que se investigue a causa para poder tratar o problema.
Um cuidado que a gestante pode tomar para evitar um aborto espontâneo é fazer exames antes da gravidez. O ginecologista poderá detectar problemas hormonais e infecções virais que podem impedir que a gravidez se desenvolva normalmente. Se a mulher estiver saudável, o medico irá prescrever ácido fólico, que ajuda a evitar a malformação do feto.
Do ponto de vista psicológico, o aborto espontâneo deve ser encarado pela mulher com naturalidade e ela deve confiar que as chances da próxima gravidez ocorrer normalmente são grandes. Antes de fazer novas tentativas, é importante se recuperar emocionalmente da perda do bebê. Conversar com outras mães que passaram por isso e hoje têm filhos pode ajudar a mulher a ganhar confiança, esquecer o episódio e perder o medo de encarar outra gravidez.
Aborto Induzido
O aborto induzido, também denominado aborto provocado, é o aborto causado deliberadamente por razões médicas admitidas pela lei ou clandestinamente por pessoas leigas, o que constitui crime. Pode acontecer pela ingestão de medicamentos ou por meio de métodos mecânicos. Quando o aborto é realizado devido a uma avaliação 
médica é dito aborto terapêutico. O aborto provocado por qualquer outra motivação é dito aborto eletivo.
Quando o feto é expulso entre a 22ª e a 37ª semanas de gestação, ele é dito natimorto. Quando ocorre a expulsão do fetoapós a 37ª semana, mas antes que a gestação tenha se completado, se o feto nasce vivo, fala-se em parto prematuro.
 
Métodos utilizados para indução do aborto
O aborto pode ser feito por métodos cirúrgicos ou farmacológicos (medicamentosos). Os abortos farmacológicos são feitos por medicações que interrompem a gestação e promovem a expulsão do embrião e só são viáveis no primeiro trimestre da gravidez. Os abortamentos realizados por médicos, nas clínicas ou hospitais, podem ser feitos por sucção (um aparelho de sucção é ligado ao útero da gestante e é feita a sucção do conteúdo uterino), dilatação do colo do útero e posterior extração mecânica do feto, curetagem (raspagem do conteúdo uterino por um instrumento parecido com uma colher, chamado cureta) e injeção salina (a injeção é feita dentro da bolsa amniótica). Algumas vezes o abortamento pode ser realizado através de medicações que inibem o desenvolvimento do feto e, em geral, tem que ser complementado por alguma intervenção cirúrgica. As medicações destinadas a provocar o aborto podem ser administradas por via vaginal ou oral. Muitas mulheres, no entanto, recorrem a métodos caseiros ou a atendimentos em clínicas clandestinas, o que aumenta em muito os riscos de complicações sérias e, às vezes, fatais. 
O aborto dito cirúrgico consiste na remoção do conteúdo uterino por aspiração e curetagem. Pode ser realizado com anestesia local ou geral, segundo decisão médica. A hospitalização necessária é breve, mesmo se a cirurgia for feita sob anestesia geral. A intervenção deve ser feita no bloco operatório e dura apenas alguns minutos. 
O abortamento espontâneo pode ocorrer sem qualquer indicação ou aviso prévio. Geralmente esses abortos não colocam em perigo a vida da mulher. Muitas vezes torna-se necessária uma hospitalização rápida para remover o que restou no interior do útero ou possa estar em processo de degradação dentro do útero. As infecções são raras e a possibilidade de sobrarem vestígios do feto é remota.
A “pílula do dia seguinte” modifica a parede do útero de modo a impedir a implantação do ovo e, neste caso, atua como abortiva quando se concebe que a vida começa na concepção. Também os dispositivos intrauterinos (DIU) tornam o ambiente uterino 
inóspito para a implantação do embrião e são também, segundo essa mesma concepção, abortivos.
A droga RU-486 induz o aborto, até ao segundo mês de gestação, bloqueando a produção de progesterona. Sem este hormônio, o feto não obtém a nutrição adequada e não consegue sobreviver. Além do abortamento, ela produz, como efeitos secundários, náuseas, cãibras, vômitos e hemorragias.
Complicações
Os riscos do abortamento para a saúde dependem das condições em que o procedimento seja realizado. Os abortos legais, realizados em ambientes adequados e por profissionais experientes, são procedimentos seguros. Quando realizados sem a necessária assepsia, por pessoas sem treinamento e por meio de equipamentos perigosos, quase sempre levam a sérias complicações e à morte. Infelizmente,isso continua acontecendo em grande número. O risco de morte relacionada ao aborto feito em condições adequadas é menor do que o do parto normal.
Medicamente, a aspiração uterina à vácuo é o método de aborto não farmacológico mais seguro, no primeiro trimestre da gestação. As complicações desse procedimento são raras e podem incluir perfuração uterina, infecção pélvica e retenção dos produtos da concepção, necessitando de um segundo procedimento para evacuá-los. Desde antes do aborto, a paciente deve tomar antibióticos profiláticos, porque eles diminuem substancialmente o risco de infecções pós-operatórias. Em termos de segurança, existe pouca diferença entre o aborto por aspiração à vácuo e o aborto farmacológico, quando são realizados no início do primeiro trimestre. Os abortos realizados sem os cuidados médicos adequados (uso de certas drogas, ervas ou a inserção de objetos não cirúrgicos no útero) conduzem a um elevado risco de infecção e à morte. Como no aborto há normalmente certo grau de sangramento, há o risco de uma hemorragia mais volumosa, que pode exigir transfusões de sangue e mesmo levar a mulher à morte. Outras complicações de certa gravidade são os abortos incompletos e a ruptura uterina.
Aborto no Brasil
O Código Penal brasileiro, em vigor desde 1984, prescreve pena de detenção de um a três anos para a gestante que provocar ou consentir que outra pessoa provoque. Para aquele que provocar o aborto com consentimento da gestante o referido código prevê a pena de um a quatro anos de detenção. Já para aqueles que provocarem o aborto sem o consentimento da gestante a previsão legal é de pena de três a dez anos de detenção.
Entretanto, não é considerado crime o aborto no Brasil nas seguintes situações: 
Quando há risco de morte à mulher causado pela gravidez; 
Quando a gravidez for oriunda de um estupro;
Se o feto for anencefálico;
Aborto até o terceiro mês de gravidez.
Atuação da enfermagem
A primeira ação do profissional de enfermagem, juntamente com a sua equipe, seria a de prevenção do aborto, investindo em educação sexual básica para a população, orientação do uso de métodos contraceptivos, implementação de programas de planejamento familiar, assim, promovendo a saúde da população em geral. Já com relação às mulheres que irão realizar o aborto respaldadas pela lei que garante o seu procedimento, cabe ao enfermeiro orientá-las, mostrá-las todas as alternativas possíveis à situação, mas sempre respeitando a decisão delas, não manifestando preconceito em seu discurso e dando-as autonomia para decidirem o que fazer com o seu corpo, afinal, desde que respaldadas pela lei, elas têm o direito de praticar o aborto. Sendo o processo abortivo planejado ou não, o profissional de enfermagem deve apoiar suas clientes, estimulando-as a falar como se sentem, sendo positivo e empático, assim, tornando a paciente mais segura para demonstrar a sua dor do momento. Todo esse cuidado prestado a essas mulheres deve ser dobrado quando elas enfrentam essa situação sem o apoio da família e amigos. As pessoas mais próximas delas, nesse momento, são os profissionais de enfermagem, que muitas vezes não percebem que, para elas, ter apenas alguém que as escute já representa um apoio muito importante. Sendo assim, é preciso que o profissional esteja preparado para atendê-las em suas necessidades físicas e emocionais, sensibilizado pelo seu sofrimento e respeitoso quanto todas as suas decisões.
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aborto pode ser de duas formas provocado, quando a interrupção da gestação é feita intencionalmente pela gestante ou por terceiro, e espontâneo, quando a gestante por causas naturais interrompe a gravidez. Algumas das formas de aborto provocado como exposto, que podem levar até mesmo a morte ou deformação da gestante. O aborto é um problema social. A discussão a respeito de existência e consequências deve ser feita mediante a incorporação de justiça social, direitos humanos e saúde pública, é a mais frequente intercorrência obstétrica. As mulheres devem receber orientações e apoio.

Outros materiais