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Alunas: Daniela Gil, Juliana Vargas, Roberta Zorzi. UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA CLÍNICA MÉDICA DE RUMINANTES PROF. GILSON ANTÔNIO PESSOA Diagnóstico de Neuropatias HISTÓRICO / ANAMNESE INSPEÇÃO DO AMBIENTE E REBANHO ANIMAIS DOENTES EXAME CLÍNICO ANIMAIS MORTOS COLETA DE MATERIAL EUTANÁSIA OBSERVAÇÃO TRATAMENTO EXAMES COMPLEMENTARES NECROPSIA RECUPERAÇÃO D I A G N O S T I C O Intoxicação por Prosopis juliflora Conhecida como Algaroba Foi introduzida no Nordeste na déc. 40 É uma arvore, xerófila, com rápido crescimento, de até 8-12m de altura Produz frutos no 2º ou 3º ano Frutos: forragem, podem ser consumidos no campo ou coletados para produzir ração animal, consumo humano. Intoxicação tem sido descrita em bovinos nos EUA, Peru e no BR, e em caprinos no Peru. Sinais Clínicos Evidentes durante a ruminação Relaxamento da mandíbula Torção da cabeça Movimentos involuntários da língua Salivação Profusa Bocejos Dificuldade de deglutir Atrofia dos masseteres Mastigação continuada Nervosismo Disfagia Atonia ruminal Anemia Edema submandibular Emagrecimento progressivo Intoxicação por Prosopis juliflora Sinais Clínicos em Caprinos: Salivação Emagrecimento Tremores dos lábios, da mandíbula e da cabeça durante a mastigação Patologia Necropsia: desnutrição e atrofia dos músc. da mastigação Bovinos: não são identificadas lesões histológicas compativel c/ SC Intoxicação por Prosopis juliflora Intoxicação As favas de P. juliflora contêm alcalóides piperidínicos Lesão 1ª da intoxicação: vacuolização neuronal Bovinos: ingestão de ração (50% de frutos de algaroba) por 3 meses Caprinos: 60-90% de frutos por aprox. 210 dias Controle e Profilaxia Rações c/ no máx. 40% de favas de algaroba Intoxicação por Prosopis juliflora Intoxicação por Solanum Fastigiatum Doença de depósito lipossomal (DDL): Acúmulo de substratos não-metabolizados Resultado da atividade deficiente de hidrolases ácidas 2 tipos de DDL: Hereditária: Mutações genéticas, em Bovinos pouco comum Ingestão de planta tóxica: no BR neurolipidose causada por Solanum fastigiatum S. Fastigiatum ocorre no sul do Brasil e Uruguai Nome popular: Joá-preto ou Jurubeba Arbusto, atinge até 1m de altura, c/ folhas largas e flores brancas Intoxicação por Solanum Fastigiatum Sinais Clínicos Hipermetria Emagrecimento Progressivo Incoordenação Quedas Tremores musculares Convulsões Sinais aparecem quando os animais são movimentados Head raising test (convulsão após ter a cabeça erguida) Posição de base ampla (tentativa de manter o equilíbrio) Morte por trauma após crise Intoxicação por Solanum Fastigiatum Intoxicação por Solanum Fastigiatum Epidemiologia: Animais adultos Ingestão da planta por período prolongado Patologia Macro: Hemorragia no encefálo (2ª a traumatismo) Atrofia cerebelar (rara) Micro: Degeneração e perda dos neurônios de Purkinje Proliferação dos astrócitos de Bergmann Intoxicação por Solanum Fastigiatum Diagnóstico: Sinais clínicos Presença da planta na pastagem Confirmado por lesões histológicas Tratamento?? RAIVA → Doença infecciosa viral → Possui 2 variantes: → Paralítica → Furiosa → Vírus RNA envelopado, gênero Lyssavirus, familia Rhabdoviridae. PATOGENIA → PRINCIPAL → MORDEDURA ANIMAL INFECTADO → Aerosóis → membranas mucosas → Maior prevalência em animais JOVENS SINAIS CLÍNICOS → FASE INICIAL → Ansiedade → Pêlos eriçados → Períodos curtos de excitação SINAIS CLÍNICOS → Transtornos locomotores Incoordenação dos Membros Posteriores DIAGNÓSTICO → Imunofluorescência indireta TRATAMENTO / CONTROLE → NÃO HÁ TRATAMENTO → VACINAÇÃO ANUAL DOS ANIMAIS FEBRE CATARRAL MALIGNA → Doença infecciosa viral → Herpesvírus → Mortalidade ↑ SINAIS CLÍNICOS → Febre alta → Depressão → Corrimento nasal e ocular → Ulcerações na mucosa TRS → Convulsões Fig. 3: Bovino apresentando opacidade de córnea Fig. 4: Bovino apresentando focinho hiperêmico, coberto por mucopurulento e pequenas erosões Fig. 5: Bovino apresentando distúrbios nervosos DIAGNÓSTICO → Dados epidemiológicos → Sinais clínicos → Achados → Histologia TRATAMENTO/CONTROLE → Não há tratamento → “Como profilaxia a única medida recomendável é a de evitar a introdução de ovinos provenientes de áreas nas quais ocorre a doença (Riet-Correa et al., 2001).” POLIOENCEFALOMALACIA POLIO = SUBSTÂNCIA CINZENTA POLIOENCEFALOMALACIA MALACIA = AMOLECIMENTO INTRODUÇÃO → Doença nervosa não-infecciosa → Deficiência de TIAMINA → Intoxicação por ENXOFRE → Intoxicação por CHUMBO → Intoxicação por SAL (privação de àgua) DEFICIÊNCIA EM TIAMINA (Vitamina B1) DIETAS RICAS EM CARBOIDRATOS ATB´S ORAIS DIETAS ENERGÉTICAS ↑ FERMENTÁVEIS CRIAÇÃO INTENSIVA TIAMINASES EM PLANTAS ACIDOSE INTOXICAÇÃO POR ENXOFRE ↑ INGESTÃO DE S SNC LESÕES PEM ↑ PRODUÇÃO DE SULFETO ACIDOSE RUMENAL ERUCTAÇÃO/ABSOR ÇÃO VIA RESPIRATÓRIA SINAIS CLÍNICOS → Cegueira → Opistótono → Tremores musculares e incoordenação → Nistagmo ACHADOS TRATAMENTO → TIAMINA →Cloridrato de tiamina 10-20 mg/kg – IM, SC, IV → Dexametasona 1-2 mg/kg → Diurético e DMSO → Fenobarbital e Diazepam → ENXOFRE → Retirar exposição BOTULISMO – “DOENÇA DA VACA CAÍDA” → Causado por toxinas pré-formadas do Clostridium botulinum → São encontrados em carcaças em decomposição, materia vegetal em putrefação e em águas paradas. → Toxinas A a G → C e D – MAIOR IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PATOGENIA → Ingestão de restos de carcaças contaminadas → Vacas de cria ou prenhes exigência nutricional INGESTÃO TOXINA ABSORÇÃO/TRAN SPORTES VIA HEMATÓGENA JUNÇÕES NEUROMUSC ULARES (SNP) PARALISIA FUNCIONAL MOTORA SINAIS CLÍNICOS → Paralisia flácida da cauda → Paralisia dos músculo respiratórios, mastigatórios, de locomoção e deglutição. DIAGNÓSTICO → Técnica de microfixação - identifica toxina na amostra → ELISA – método de triagem rápido OTITE PARASITÁRIA → Causada pelo Raillietia auris e alguns nematódeos da família Rhabditidae → Localizado normalmente do canal auditivo externo Fig.3: Espécimes de Rhabditis blumi coletados do pavilhão auricular de bovino SINAIS → Ulcerações e exsudato purulento no canal auditivo → Sensibilidade à compressão do meato Auditivo → Inclinação de cabeça e nistagmo → Sinais de encefalite Fig.2: Pavilhão auricular de bovino da raça Gir com aumento de cerúmen e crostas devido ao parasitismopor larvas de Rhabditis blumi. DIAGNÓSTICO TRATAMENTO → Varia de acordo com o parasita → Lavagem do conduto auditivo → Triclorfon → Ivermectina Encefalopatia Espongiforme Bovina “Doença da vaca louca”. É uma doença degenerativa crônica que afeta o sistema nervoso central de bovinos e humanos, são caracterizados pela presença de vacúolos microscópicos e deposição de proteína amilóide (príon) na substância cinzenta do cérebro. O príon é o único agente infeccioso conhecido que não tem genes. Transforma as proteínas sãs, alterando sua forma e vai se acumulando no cérebro até provocar a morte. Sinais clínicos: Desordens comportamentais; Apreensão; Hipersensibilidade; Agressividade; Falta de coordenação dos membros durante a marcha; Quedas; Incapacidade de se levantar; Paralisia; Morte. Transmissão Ingestão de alimentos contendo proteínas e gordura animal (farinha de carne e ossos, etc.). Menos de um grama de material infectante é o suficiente para transmitir a doença. Os tecidos de maior risco, denominados “materiais específicos de risco” (MER), são o cérebro, a medula espinhal, os olhos, as amígdalas, o baço e o intestino. As aves e os suínos não correm risco de desenvolver EEB, por isso, é permitido alimentá-los com produtos contendo proteínas de origem animal. Maior Risco: ● Ruminantes domésticos com distúrbios nervosos ● Bovinos acima de 24 meses, e ovinos e caprinos acima de 12 meses, com resultados negativos para raiva; ● Bovinos importados de países de risco para EEB. Prevenção ● Não forneça aos ruminantes proteínas de origem animal, farinhas de animais e qualquer outra fonte de alimento que contenha proteínas de origem animal. ● Se você notar um animal apresentando algum sinal de doença do sistema nervoso, como alteração do comportamento, dificuldades de locomoção, paralisia, andar cambaleante, entre outros, avise a unidade local do serviço veterinário oficial mais próxima da sua propriedade. ● Mantenha-se informado e atualizado em relação às medidas de prevenção e às normas e procedimentos definidos pelas autoridades sanitárias. Desde 1997 é obrigatória a notificação das suspeitas de doenças nervosas em ruminantes. Diagnóstico: Até o momento, não existem provas disponíveis. Diagnóstico laboratorial: Amostras do sistema nervoso central do animal. No Brasil é feito o Exame histológico seguido da técnica de imunohistoquímica, realizado nos laboratórios credenciados pelo Mapa, distribuídos em diferentes unidades da federação. Tratamento: É necessário sacrificar os animais, pois não possui tratamento clínico. Doença incurável e mortal tanto nos bovinos como nos seres humanos, além disso, não existe até o momento, qualquer método para diagnosticá-la no animal vivo. Outro problema para detecção da enfermidade é que os sintomas podem demorar mais de 10 anos para se manifestar em sua plenitude. Leucose Enzoótica Bovina (Linfossarcoma): ETIOLOGIA: Vírus da Leucose Bovina (VLB). Possuem uma única fita de Ácido Ribonucléico (RNA). Apresentam a capacidade de transformar seu material genético em DNA, através da enzima Transcriptase Reversa, inserindo-se no genoma celular como provírus, mantendo-se nesta forma por longo período de incubação. São vírus envelopados sendo por isso facilmente inativados por solventes (éter, álcool e clorofórmio), detergentes lipídicos e aquecimento a 56 º C. Acomete todas as raças de bovinos com idade superior a dois anos, sendo que a maior incidência ocorre com o aumento da idade. Epidemiologia: Distribuído mundialmente, possui caráter endêmico em diversos países, embora já existam regiões e países, como Alemanha, Dinamarca, Finlândia e a região baixa da Silésia, na Polônia, que erradicaram. No Brasil, foi descrita pela primeira vez por Rangel e Machado (1943) e animais infectados já foram detectados em rebanhos leiteiros em diversos estados, como Bahia (41,0%); Minas Gerais (38,7%); Rio de Janeiro (54,3%); Rio Grande do Sul (23,5%); São Paulo (52,0%), Tocantins (37,0%) entre outros. Transmissão: O vírus geralmente é transmitido através do sangue de um animal infectado. Transmissão horizontal: Através de agulha ou seringa reutilizada, descornador, tatuagem, equipamento de castração, transfusão de sangue, utilização da mesma luva de toque retal para diversos animais e monta natural. Secreções nasais, saliva, urina, fezes, descargas uterinas. Transmissão vertical: Quando bezerras são alimentadas com leite ou colostro de mães infectadas. Consequências: Causa grandes prejuízos econômicos; Devido à resistência genética o animal não se torna infectado; Portadores latentes: infecção permanente e níveis detectáveis de anticorpos; Infecção permanente e animais soropositivos: desenvolvem linfocitose persistente e processo linfoproliferativo benigno; Linfossarcoma: animais soropositivos que desenvolvem tumores neoplásicos malignos. Sinais Clínicos: Perda de peso; Queda produção leiteira; Linfadenopatia externa; Redução no apetite; Linfadenopatia interna: Paresia posterior; Febre; Comprometimento respiratório; Exoftalmia bilateral; Diarréia; Constipação; Exoftalmia unilateral; Alterações cardiovasculares; Respiração dificultada. Dados obtidos após observações clínicas em 1398 animais apresentando a forma tumoral. Diagnóstico Clínico: Animais adultos, com mais de 3 anos de idade, apresentam progressivo e visível aumento de volume dos linfonodos subcutâneos principais, simulando linfadenopatias infecciosas, sem febre. Biópsias para exames histopatológicos classificados como do tipo linfossarcoma. O diagnóstico fica difícil quando estas tumorações são internas ou disseminadas em linfonodos secundários no interior das cavidades torácicas e abdominais de difícil acesso. Realiza-se o diagnóstico clínico inspecionando-se os olhos e palpando-se diversos grupos de linfonodos. Diagnóstico Laboratorial: Histopatológico, através de biópsias ou fragmentos de orgãos. Hematológico, através da contagem de linfócitos. Imunológico, através do diagnóstico sorológico com Técnicas de Imunodifusão em Ágar gel, ELISA ou Radioimunoensaio são as mais utilizadas. Sondas Genéticas: Através da Técnica da PCR (Polymerase Chain Reaction). Prevenção e Controle: Testar o rebanho a cada 3 a 6 meses até que todos os animais positivos sejam identificados; Em casos de alta prevalência de animais positivos, separar os animais positivos dos negativos em dois lotes no campo, deixando-os em diferentes pastagens com distância mínima de 150 metros entre elas, evitando assim a possibilidade de transmissão mecânica por insetos hematófagos; Em propriedades com baixa prevalência, eliminar do rebanho os animais reagentes; Manter vigilância epidemiológica do rebanho através de exames sorológicos anuais; Não introduzir no rebanho animais soropositivos; IMPORTANTE! O controle irá reduzir drasticamente a incidência; porém, não eliminará a enfermidade. Babesiose Cerebral Distúrbio hemolítico causado por várias espécies de protozoários do gênero Babesia bigemina e Babesia bovis são as duas espécies responsáveis pela doença em bovinos, e são inoculadas pelo carrapato Riphicephalus (Boophilus) microplus. Causa prejuízos econômicos, mesmo em áreas livres de carrapato. Com elevada morbidade e mortalidade. A babesiose cerebral é a manifestação clínica da infecção por B. bovis.Das duas espécies, usualmente B. bovis é considerada mais virulenta. Sinais Clínicos: Sinais neurológicos como incoordenação motora; Hiperexcitabilidade; Opistótono; Cegueira; Tremores musculares; Paralisia dos membros pélvicos; Movimentos de pedalagem; Pressão da cabeça contra obstáculos; Andar em círculos; Ataques convulsivos; Agressividade ou depressão; Coma. Outros sinais clínicos encontrados em associação à manifestação neurológica incluem hemoglobinúria, anorexia, febre, taquicardia, taquipnéia e queda na produção leiteira. Transmissão: O período de incubação varia de 7 a 20 dias. A transmissão intra-uterina do parasito é considerada muito rara no país; Os bezerros são infectados durante os primeiros meses de vida, mas são protegidos por anticorpos maternos, desenvolvendo sua imunidade ativa sem exteriorizar manifestações clínicas. Na infecção por B. bovis em bovinos, ocorre sequestro de eritrócitos parasitados nos capilares da substância cinzenta do encéfalo. Os casos neurológicos quase invariavelmente são fatais, ocorrem após um curso clínico agudo ou superagudo que leva de alguns minutos até 24-36 horas. Diagnóstico e Tratamento: O diagnóstico precoce e a rápida terapia com babesicida, são fundamentais para recuperação. Em casos de anemia severa, hemoglobinúria e sinais neurológicos, o prognóstico é desfavorável. A realização do tratamento preventivo impede a doença em outros animais. Meningoencefalite por Herpesvírus Bovino Tipo 5 Infecção viral do sistema nervoso central (SNC), que acomete animais de todas as faixas etárias, porém, principalmente animais jovens. A infecção, geralmente fatal, é caracterizada por uma meningoencefalite não purulenta, associada a lesões necróticas do córtex cerebral e inflamatórias nas substâncias branca e cinzenta. Devido às semelhanças com outras enfermidades que comprometem o sistema nervoso central de bovinos, em particular a raiva, o diagnóstico da doença clínica assume especial importância. Epidemiologia: A diferenciação sorológica entre o BHV-1 e o BHV-5 é de difícil realização. No Brasil já foram descritos casos clínicos ocorridos nos Estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Embora não existam relatos da infecção em outros Estados, sugere-se que o BHV- 5 seja enzoótico em todo o país. Patogenia: A patogenia da infecção pelo BHV-5 tem sido estudada por meio de infecção experimental em terneiros. A inoculação em bezerros neonatos, privados de colostro, com isolados americanos do BHV-5, resultou em encefalite fatal com sinais clínicos observados 9 a 10 dias após a inoculação. As lesões histológicas no cérebro consistiram de meningoencefalite difusa não supurativa, caracterizada por necrose neuronal, gliose e manguito perivascular linfocitário. Em contraste, os animais inoculados com o BHV-1 não apresentaram lesões cerebrais, e pouco ou nenhum vírus foi recuperado dos tecidos nervosos. Por outro lado, os neonatos que receberam colostro demonstraram proteção contra o BHV-5, evidenciando a eficiência da imunidade passiva. Anticorpos colostrais induzidos pelo BHV-1.1 podem ter sido responsáveis por essa proteção. Sinais Clínicos: Corrimento nasal e ocular; Tremores musculares; Andar em círculos; Incoordenação; Opistótono; Nistagmo; Bruxismo e Convulsões. Em um mesmo foco de meningoencefalite herpética, não necessariamente, os animais acometidos irão apresentar os mesmos sinais clínicos. A faixa etária acometida é ampla, podendo comprometer desde bezerros com menos de um mês de idade até animais com idade superior a três anos. Achados Patológicos: Malácia no córtex cerebral, bem como achatamento das circunvoluções, protrusão do cerebelo através do forame magno e pontos hemorrágicos no córtex cerebral. Histologicamente evidenciou-se intensa meningite não supurativa difusa, com manguitos perivasculares de células mononucleares presentes tanto na substância branca quanto na cinzenta. Apenas a substância branca no cerebelo foi afetada, não sendo encontradas alterações no córtex. Outros achados incluem necrose neuronal maciça, atingindo grandes extensões do córtex com presença de neurônios acentuadamente eosinofílicos, retraídos e com aumento do espaço perineuronal. A malácia esteve presente nos casos onde a evolução foi igual ou superior a três dias. Foram observados corpúsculos de inclusão intranucleares em neurônios e, com maior freqüência, em astrócitos. A maior parte dos corpúsculos eram eosinofílicos e apresentavam-se ao centro do núcleo, circundados por um alo claro com a cromatina deslocada para a periferia. Controle: Não existem medidas de prevenção e controle específicas para o BoHV-5. pode-se incluir a vacinação. Descreve-se então a necessidade de se testar sorologicamente os animais a serem introduzidos no rebanho, evitar o estresse dos animais como no caso do desmame e isolar os indivíduos enfermos. Existem vacinas no mercado para BoHV-1 que podem induzir proteção contra o BoHV-5. Diagnóstico: O diagnóstico clínico pode ser inconclusivo devido à variedade de sinais clínicos. A sorologia tem valor limitado no diagnóstico indireto. O diagnóstico laboratorial direto, pela detecção do agente etiológico, envolve o isolamento do BHV- 5 em cultivo celular e a microscopia eletrônica. Para a detecção de componentes virais, como proteínas, podem ser empregar técnicas de imunofluorescência e imunoperoxidase. Técnicas de biologia molecular, para a detecção do genoma viral, como a PCR e a hibridização, podem ser empregadas com sucesso para o diagnóstico da infecção pelo BHV-5. Encefalopatia Hepática: Resultam do acúmulo na corrente sangüínea, no líquido cefalorraquidiano e no encéfalo de substâncias como a amônia, ácidos graxos de cadeias curtas e mercaptanos, além de alterações nas concentrações de neurotransmissores. Normalmente, substâncias tóxicas são eliminadas quando de sua passagem pelo fígado, o que não ocorre quando há lesão hepática difusa grave com insuficiência hepática; em conseqüência essas substâncias podem chegar ao encéfalo e como falsos neurotransmissores causar vários sinais clínicos neurológicos. A amônia é considerada como a principal substância envolvida na patogênese da encefalopatia hepática. A elevada quantidade de amônia no sangue leva ao acúmulo dessa susbstância no encéfalo, onde ela reage com o ácido a-cetoglutárico para formar a glutamina. A depleção do a-cetoglutarato, que é um intermediário do ciclo do acido cítrico, prejudica a formação do ATP, conduzindo a uma diminuição do ATP para conduzir o metabolismo cerebral. Intoxicação por Senécio spp ( Maria mole) e Echium plantagineum (Língua de vaca, flor roxa). Sinais Clínicos: Incoordenação; Agressividade; Ranger de dentes; Tenesmo retal; Diarréia; Morte. Os sinais nervosos ocorrem em conseqüência de uma hiperamonemia, secundária à insuficiência hepática, que causa lesões histológicas de espongiose em diversas áreas do encéfalo. Diagnóstico Diferencial: Se realiza pela observação de outros sinais de insuficiência hepática (fotossensibilização, edemas, diarréia, emagrecimento progressivo) e a presença de lesões macroscópicas e histológicas do fígado, características da intoxicação por plantas que contém alcalóides pirrolizidínicos. Abscessos Cerebrais Ocorrem principalmente em ANIMAIS JOVENS Principais agentes: BactériasPiogênicas: Actinomyces spp., Staphylococcus aureus, E. coli, Streptococcus spp. e Pseudomonas spp. Vias de Infecção Disseminação Hematógena Extensão de lesões de estruturas adjacentes Implantação direta – lesões penetrantes ou cirúrgicas Migração retrógrada pelos nervos periféricos Abcessos Cerebrais Via hematógena Via de infecção mais importante Animais jovens Acompanhada de meningite Frequente no hipotálamo e no córtex Êmbolos bacterianos: umbigo, faringe, TGI ou septicemia Extensão de lesões adjacentes Lesões nos ossos do crânio + frequente em Ovinos, sinusite supurativa, miíases (Oestrus Ovis) Bovinos complicação da descorna Abcessos Cerebrais Sinais Clínicos Depressão Febre moderada Anormalidades no reflexo ou no tamanho pupilar Sinais específicos: depende da localização do abcesso Compressão dos nervos cranianos: hemiplegia ou paralisia uni ou bilateral Ataxia cerebelar, opistótono, andar em círculos, quedas, compressão da cabeça contra objetos e cegueira. Sinais específicos: aparecer de forma aguda, intermitentes, ou se desenvolver lentamente. Abcessos Cerebrais Diagnóstico Clínico: sinais clínicos estão diretamente relacionados c/ a região do SNC afetada. Exames complementares: análise do fluido cefaloraquidiano Exame Radiológico??? Confirmatório: necropsia Cultura e antibiograma: ID do agente e definição do tratamento para o rebanho. Abcessos Cerebrais Tratamento: Antibiótico amplo espectro Resultados limitados: sequelas Corte de cauda e colocação de tabuleta para desmame interrompido devem ser realizados com os cuidados higiênicos necessários. Animais recém-nascidos: correta desinfecção do umbigo. Cenurose Doença observada c/ frequência em Pequenos Ruminantes Torneio Verdadeiro: acomete o SNC Causada pelo estádio larval: Coenurus cerebralis Parasito: Taenia multiceps • Hospedeiro definitivos: Cães ou canídeos selvagens • Hospedeiro intermediários: Ovinos ou outros ruminantes Cenurose – Ciclo Biológico Ingestão de Tecido com cisto Eliminação de ovos Ingestão do ovo no ambiente Desenvolve no TI tênia adulta (3-4 sem) Oncosfera: desenvolve coenurus cerebralis (CISTO) Cenurose Patogenia: Acomete animais de 6 a 18 de idade Lesão focal lentamente progressiva do cérebro Localização de cistos de T. multiceps é variável O cenuro desenvolvido pode medir de 5-6 cm de diâmetro Sinais clínicos: necrose + aumento da pressão intracraniana Aumento da pressão intracraniana: ataxia, hipermetria, cegueira, inclinação da cabeça, dor de cabeça, tropeço e paralisia. Cenurose Sintomas: CASOS AGUDOS Sintomas: CASOS CRÔNICOS Febre Ataxia Tremores musculares Lesões hemorrágicas na retina Paralisia Cegueira Nistagmo Falta de coordenação Letargia Ausência de resposta a estímulos Animais infectados: afasta do rebanho e pressiona a cabeça contra objetos. Sinais clínicos diferentes, depende do nº de cistos a progressão da doença. Doença fatal na maioria dos casos para os hospedeiros intermediários. Cenurose Diagnóstico Cão diagnóstico clínico (sinais de teníase e visualização de proglótides nas fezes) Diagnóstico laboratorial: EPF Ovinos • Necropsia: Identificação da lesão por cisto no encéfalo. Cenurose: Tratamento Não existe tratamento para acabar c/ larvas nos ovinos (Embrapa, 2008) Remoção cirúrgica: único tratamento disponível Ovinos infectados experimentalmente: albendazol, praziquantel e febendazol tem demonstrado efeito antiparasitário sobre os cistos C. cerebralis. Cães: anti-helmínticos c/ reforço após 15 dias. Cenurose: Profilaxia Prevenção: Interrupção do ciclo do parasita Evitar o acesso de cães ao pasto Cães de serviço: anti-helmíntico preventivo a cada 3 meses Não oferecer carne ou vísceras mal cozidas ou cruas aos cães Evitar acesso a carcaça de animais mortos no campo Listeriose É causada pela Listeria monocytogenes (Bactéria Gram + e anaeróbica facultativa) Doença infecciosa: afeta ruminantes, monogástricos e humanos No BR, forma neurológica de listeriose em pequenos ruminantes é descrita em caprinos e ovinos. Listeriose: associada a ingestão de silagem de baixa qualidade Listeriose: Epidemiologia Ocorrência mundial, em países de clima temperado Doença nos meses de inverno e início de primavera: associado ao consumo de silagem. Silagem de má qualidade: pouca fermentação, pH ˃ 5,5, favorece o desenvolvimento da Listeria. Ruminantes sadios: bactéria pode ser isolada da secreção nasal e das fezes Listeriose Sinais Clínicos Septicemia: formação de abcessos em vísceras; Reprodutivos: aborto, metrite e placentite; Neurológico: meningoencefalite em ovinos e caprinos. Susceptibilidade Ovinos 34% maior p/ listeriose em relação aos bovinos Incidência Baixa e esporádica Listeriose Patogenia Meningoencefalite: lesões mucosa oral causados por alimentos grosseiros ou infecções das cavidades dentárias, a bactéria invade o nervo trigêmeo e chega até o tronco encefálico causando encefalite. Infecção intra-uterina: por via hemátogena, após a ingestão do agente pelas fêmeas prenhes, provoca aborto devido ao edema e necrose da placenta em 5-10 dias após a infecção. Listeriose Meningoencefalite S.C.: desvio da cabeça, andar em círculos, décubito, cegueira, taquipneia, febre e sialorreia. Morte: 1-2 semanas após início dos sinais clínicos Listeriose – Diagnóstico É baseado nos SINAIS CLÍNICOS + Dados epidemiológicos + Lesões histológicas + Isolamento da Bactéria. Lesões histológicas: SNC – acúmulo perivascular de céls. Mononucleares e infiltrado inflamatório, formação de microabcessos no tronco encefálico. Forma septicêmica: focos de necrose no fígado e baço Isolamento da Bactéria: Imunofluorescência ou cultivo bacteriano (cérebro) Listeriose Diagnóstico Diferencial: Acetonemia em Bovinos Toxemia da Prenhez em Ovinos Coenurose Polioencefalomalacia Encefalite por HVB-5 Abcessos Cerebrais Evolução rápida S.C. nervosos + cetonúria Forma de surtos Causam Cegueira Listeriose – Controle e Profilaxia Fator de risco: Alimentação c/ silagem Tratamento: Clortetraciclina, 5 dias, p/ Bovinos ↓ eficaz p/ Ovinos Penicilina 44.000 UI/kg de peso, via IM, 7 dias Eficiência do tratamento: rapidez do diagnóstico Doença ocorrência esporádica Diagnóstico confirmatório pós-mortem: isolamento da bactéria no SNC Controle: Evitar dieta compostas exclusivamente de silagem Inverno: troca gradual Evitar silagens de baixa qualidade ou deterioradas Tétano Doença Infecciosa, altamente fatal, causada por: toxinas produzidas pelo Clostridium tetani Caracterizada por: Rigidez muscular e morte causada por parada respiratória ou convulsões C. tetani é uma bactéria anaeróbica, gram +, formadora de esporos Produz 3 proteínas tóxicas: Tetanospasmina: interfere na liberação de neurotransmissores e GABA Tetanolisina: disseminação da infecção pela necrose tecidual local Toxina não-espasmogênica: hiperestimulação do SN SimpáticoTétano Epidemiologia Distribuição mundial + comum em áreas de cultivo intensivo Letalidade: Ruminantes jovens > 80% Recuperação: taxa alta para bovinos adultos Caso esporádico: Ferimentos externos contaminados Ex: umbigo mal curado ou por lesões internas Surtos: Após práticas de manejo Castração, colocação de brincos ou vacinações Surtos de Tétano em Bovinos: toxina produzida no intestino ou ingerida pré-formada no alimento. Tétano Epidemiologia Ovinos: Animais submetidos a processos invasivos (principalmente castração e tosquia) e após o parto. Tétano Sinais Clínicos: Aparecem 1 a 3 semanas após a infecção bacteriana Andar rígido, Opistótono, Rigidez muscular, Posição em base ampla, Sialorreia, Decúbito, Movimentos de Pedalagem, Hiperexcitabilidade Ranger de dentes. Convulsões Inicio: por estímulo som ou toque Forma espontânea Tétano Sinais Clínicos: Evolução a doença é variável Morte Equinos e bovinos: após 5-10 dias do início dos sinais clínicos Ovinos: 3-4 dias Antes da morte: Animais permanecem em decúbito lateral c/ cabeça e pernas estendidas Orelhas paralelas c/ coluna vertebral torácica Afeta músc. respiratórios: hipóxia Estrabismo ventrolateral e pupilas fixas e dilatadas em casos avançados Morte durante a convulsão terminal: hipoxemia Insuficiência cardíaca 2ª: hipertensão sistêmica e a pneumonia aspirativa Tétano Prognóstico: Intensidade do quadro mórbido Período de incubação Espécie animal Velocidade da progressão dos sinais clínicos Animais que sobrevivem por + 7 dias: recuperação completa. Patologia: Não há alterações macroscópicas ou histológicas Observação de feridas: fonte de infecção Tétano Diagnóstico: Exame clínico e dados epidemiológicos Espasmos musculares, prolapso 3ª pálpebra, histórico lesão acidental ou cirurgia. Diagnóstico Diferencial: D. Diferencial/ S.C. Tétano Outros Sinais Clínicos Envenenamento por estricnina Tetania Convulsão Vários animais Superdosagem Meningite Cerebroespinhal Rigidez do pescoço Hiperestesia ao toque Efeito: depressão e imobilidade Distrofia Muscular Enzoótica Rigidez acentuada Ausência de tetania Polioencefalomalacia Animais em decubito Não há prolapso de 3ª palpebra e rigidez menor Tétano – Controle e Profilaxia Tratamento Drenagem e limpeza do ferimento p/ eliminar o MO Infiltração de Penicilina G em torno da ferida Penicilina G procaína, via IM, 22.000 UI/kg, 2x dia Antitoxina: dose única subcutânea de 1000-5000UI/animal Relaxamento muscular: clorpromazina (0,4mg/kg de peso vivo), 2x dia, 8-10 dias Referências Antônio Carlos L. Câmara, N. d.-C. (Março de 2009). Intoxicação espontânea por vagens de Prosopis juliflora (Leg. Mimosoideae) em bovinos no Estado de Pernambuco. Pesq. Vet. Bras, págs. 233-240. Daniel R. Rissi, R. R. (Janeiro/Março de 2006). 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