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Caso concreto + Conflito aparente de normas prof. Gilmar

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CASO CONCRETO + CONFLITO APARENTE DE NORMAS - PROF. GILMAR
1. Caso concreto:
No dia 24 de maio de 2015, Guilherme Caixeta, professor universitário, por volta das 13h, mediante emprego de um revólver, praticou roubo contra Ulisses Simões, que estava na parada de ônibus (art. 157, §2º, I, CP). No mesmo dia, por volta das 14h e 30 min, em uma blitz de rotina da polícia (sem que os policiais soubessem o roubo ocorrido), Guilherme Caixeta foi preso com os pertences da vítima e com o revólver empregado no assalto. Em face do caso proposto, por qual (quais) delito (s) responderá Guilherme? 
2. Análise 
Para solucionar o caso proposto é necessário revisitar as teorias criadas para solucionar o conflito aparente de normas, então vejamos: 
“Ne bis in idem” ou “No bis in idem”. Princípio do Direito Penal que veda a dupla incriminação ou seja ninguém pode ser processado, julgado e condenado mais de uma vez pela mesma conduta. O princípio do “Ne bis in idem” é o principal fundamento da teoria do CONFLITO APARENTE DE NORMAS. 
O CONFLITO APARENTE DE NORMAS é solucionado pelos princípios da especialidade, da subsidiariedade e da consunção.
3. Princípio da ESPECIALIDADE 
Norma especial prevalece sobre a norma geral. Análise de aplicação feita em abstrato.
Ex.: homicídio (norma geral); infanticídio (norma especial)
Obs.: a norma especial contém todos os elementos da norma geral + o elemento especializante.
4. Princípio da SUBSIDIARIEDADE
Norma primária (+ grave) prevalece sobre a norma secundária ou subsidiária (- grave). Análise de aplicação em concreto.
Ex.: Estupro (norma primária) / constrangimento ilegal (norma secundária)
Obs.: a norma primária contém as elementares da norma secundária. 
5. Princípio da CONSUNÇÃO 
A conduta fim absorve a conduta meio. 
Ex.: falsificação de cheque para prática do estelionato, quando a falsificação for mero meio para a execução da conduta fim.
Obs.: só absorve quando a conduta meio exaure sua potencialidade lesiva. Ver súmula 17 do STJ.
A conduta meio absorve a conduta fim. 
Ex.: subtração de um carro (furto), que posteriormente foi vendido (receptação). A conduta meio absorverá a conduta fim, já que a conduta fim (receptação) é mero exaurimento da conduta meio (furto).
6. Resolução:
ROUBO com emprego de arma de fogo + prisão em flagrante no momento da conduta: responde por ROUBO com causa de aumento de pena (roubo majorado por emprego de arma de fogo);
Obs.: a arma foi presa no contexto da ação do roubo.
ROUBO com emprego de arma de fogo + espaço de tempo + prisão em flagrante com objetos do crime (arma, pertences da vítima, etc.): responde por roubo majorado + porte ilegal de arma de fogo.
	
Obs.: o espaço de tempo caracteriza a autonomia do porte de arma (a conduta meio - porte de arma de fogo - não exauriu sua potencialidade lesiva).

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