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1 2ª FASE OAB TRIBUTÁRIO Disciplina: Direito Tributário Professor: Alessandro Spilborghs Aula: 07 Monitoras: Thais / Caroline MATERIAL DE APOIO - MONITORIA Índice I. Anotações II. Lousas I. ANOTAÇÕES IMPOSTOS EM ESPÉCIE Impostos Municipais 1) Introdução: Impostos Taxas Contribuição de Melhoria Emprestimo Compulsórios Contribuições Especiais Cuidado: Contribuições Especiais: art. 149, “a” da CF: COSIP: pertencem a competência dos Municípios e do DF. Ex.: COSIP – custear a iluminação pública. Imposto – Arrecadação dos impostos não pode ter destinação especifica. #TEMTESE A COSIP é uma cobrança de natureza tributária, porém não se encaixa na qualidade de imposto, pois sua arrecadação tem destinação específica (iluminação pública). Fundamentos: RE 573.675 e art. 149-A da CF c/c art. 167, IV da CF. 2) IPTU: a) Imposto entre princípios: 2 Legalidade: As alíquotas do IPTU só podem ser alteradas através de lei. Cuidado! Anterioridade: Quando a alteração no valor venal do imóvel implicar em aumento da carga tributária, o IPTU só precisará respeitar a anterioridade anual. #TEMTESE Quando o IPTU tiver as suas alíquotas alteradas é preciso observar as duas anterioridades. Se a alteração for apenas da sua base de cálculo, então bastará observar a anterioridade anual. Fundamentos: Art. 150,III, “b” e “c” c/c art. 150. § 1º da CF. b) IPTU na CF: Alíquotas: Progressivas: em razão do valor venal. Ex.: Alíquotas aumentam conforme maior for a base de cálculo. BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA Até 500 mil 1% De 500 a 900 mil 1,5% Acima 900 mil 20% Progressivas: em razão da função social da propriedade. Ex.: Imóvel abandonado = não atende a função social. Notifica-se o proprietário: Não atende a notificação. O IPTU será progressivo, as alíquotas vão aumentando no decorrer do tempo. Alíquotas do IPTU podem ser diferenciadas em razão do uso e da localização do imóvel. Ex.: Município por lei divide-os. - Em um determinado bairro (A) da cidade a prefeitura deseja incentivar (estímulo Comércio). Imóvel comercial 1% Imóvel residencial 3% - No outro bairro (B) a prefeitura de um estímulo as residências. Imóvel Comercial: 3% Imóvel Residencial: 1% 3 #TEMTESE O IPTU atualmente possui duas progressividades: aquela fixada em razão da função social que nsempre existiu na CF e aquela fixada em razão do valor venal que só foi admitida após a EC 29/00. Fundamentos: Súmula 668 do STF, art. 156 § 1º da CF c/c art. 182 § 4º da CF. c) IPTU no CTN: Fato Gerador: - propriedade: art. 1.245 C.Civil - domínio útil: 1.369 do C.Civil - posse: art. 1.196 do C.Civil Localizado em zona urbana: Área urbana: definida em lei Municipal que comporte dois melhoramentos urbanos. Art. 32, § 1º do CTN. #TEMTESE Também podem ser considerados urbanas as áreas urbanizáveis que são aqquelas localizadas fora da zona urbana, contudo, para as quais existem loteamentos aprovados com fins habitacionais, comerciais ou industriais. Fundamentos: Ag Rg EDCL no RESP 1.375.925, art. 156, I da CFR c/c art. 32, § 2º do CTN. Base de Cálculo: Valor venal (é uma avaliação feita ao imóvel). Quais são as características para buscar o valor venal? 1. Localidade 2. Uso critérios previstos em lei planta genérica de valores 3. Área - Planta genérica de valores: está sujeita a atualização anual. Infralegal + 4 # TEMTESE: A mera atualização do valor monetário da base de cálculo do IPTU pode se dar por decreto, desde que observado o índice oficial de correção monetária. Fundamentos: Súmula 160 do STJ e art. 97, § § 1º e 2º do CTN Contribuintes: - Proprietário: título registrado - Titular do domínio útil: tem direito de plantar e construir durante um determinado tempo – Lei 10.257/01, art. 21, § 3 – Estatuto da Cidade. - Possuidor a qualquer título: Animus domini: aquele que ocupa o imóvel como se dono fosse. Ex.: Usufruto (art. 718, C Civil) – posse, uso, administra – ele é contribuinte do IPTU. Ex.: Usuário / Titular do direito de habitação: (art. 1.412 a 1.416, C. Civil) - Usa ou habita uma casa alheia. Mas não pode ceder ou relocar o imóvel – não se encaixa na perspectiva do IPTU. Locatário, arrendatário, comodatário (art. 1.196, C. Civil) – tem a posse direta, mas não podem transferir, não pode relocar – não irá insidir o IPTU. #TEMTESE O fato de o locatário ser contratualmente obrigado a suportar o encargo econômico do IPTU não o torna contribuinte do imposto, pois este não possui o animus domini. Fundamentos: RESP 1.327.539, arts. 34 c/c 123 do CTN 3) ITBI A) Imposto entre princípios: Observação aos princípios: Legalidade Anterioridade: as duas regras B) ITBI na CF: Imunidade específica para o ITBI: Não incide o ITBI sobre a transmissão de imóvel em duas situações. 5 Não incide o ITBI: Para integralizar o capital social. Cuidado! Não se aplica a imunidade se a empresa adquirente tiver o ramo imobiliário como atividade preponderante. #TEMTESE Considera-se atividade preponderante quando mais que 50% da receita operacional da empresa decorrer da compra, venda e locação de bens imóveis, estando assim sujeita ao imposto. Fundamentos: Art. 156, § 2º, I da CF c/c art. 37 do CTN. Qual o município competente para cobrança desse imposto? O ITBI é devido ao município local da situação do bem. Ex: Imagine um imóvel localizado em Fortaleza. O proprietário (vendedor) mora hoje em Recife e o comprador (adquirente) desse bem reside em Salvador. Nesse caso, o ITBI deverá ser recolhido em Fortaleza (local da situação do bem). #TEMTESE O ITBI sempre será devido ao município ondeo imóvel se encontra, sendo irrelevantes quaisquer outras características da negociação como os domicílios do vendedor ou do comprador. Fundamentos: Art.156, §2º, II, CF/ Art. 41 do CTN - inaplicável CF Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) § 2º O imposto previsto no inciso II: (...) II - compete ao Município da situação do bem. CTN Art. 41. O imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos, mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessão aberta no estrangeiro. c) ITBI no CTN Fato gerador Incide o ITBI sobre a transmissão onerosa de - bens (imóveis) compra e venda - direitos (imóveis) cessão de usufruto Em qualquer um dos casos, o fato gerador ocorre no momento do REGISTRO no cartório competente. 6 #TEMTESE Não incide o ITBI sobre a mera promessa de compra e venda, uma vez que o fato gerador do impsoto só acontece quando do registro no Cartório de Registro de Imóveis. Fundamentos: AgRg no AREsp 659.008 e Arts. 156, II, CF c/c 35, CTN e 1.245, CC PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO ARTIGOS 458 E 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ITBI. FATO GERADOR. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. NÃO INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Inexiste violação aos artigos 458 e 535 do CPC quando o Tribunal deorigem soluciona a controvérsia de maneira clara e fundamentada, promovendo a integral solução da controvérsia, ainda que de forma contrária aos interesses da parte. 2. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que o fato gerador do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis - ITBI é a transmissão do domínio do bem imóvel, nos termos do art.35, II, do CTN. Dessa forma, não incide o ITBI em promessa de compra e venda, na medida que trata-se de contrato preliminar que poderá ou não se concretizar em contrato definitivo, este sim ensejador da cobrança do aludido tributo. Precedentes. Incidência do óbice da Súmula 83/STJ. 3. Vale destacar que o óbice da Súmula 83/STJ não se restringe aos recursos especiais interpostos com fundamento na alínea "c" do permissivo constitucional, sendo também aplicável nos recursos fundados na alínea "a". 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 659.008/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/04/2015, DJe 14/04/2015) CF Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; CTN Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador: I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil; II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II. Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários. CC Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Base de cálculo Valor venal: é o valor médio que um imóvel alcança em condições normais de mercado. 7 Ex: Em uma operação de compra e venda, no contrato firmado entre as partes foi fixado um preço de compra e venda R$ 300.000,00 (preço firmado entre os contratantes – podiam colocar qualquer valor). Ocorre que o valor venal do IPTU é de R$ 400.000,00 (valor definido em lei), mas o valor venal do ITBI é de R$ 500.000,00 (valor definido pelo mercado). #TEMTESE O ITBI deverá ser calculado sobre o valor real da transmissão ou valor do mercado (o que for maior) sendo impossível vincular a base de cálculo do ITBI à base de cálculo do IPTU, uma vez que a forma de apuração dos impostos é diferente. Fundamentos: REsp 1.202.007 e Art. 38, CTN TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - ITBI x IPTU - APURAÇÃO VINCULADA DOS VALORES DESSES IMPOSTOS - DESCABIMENTO - PRECEDENTES. 1. Esta Corte firmou o entendimento de que a forma de apuração da base de cálculo e a modalidade de lançamento do IPTU e do ITBI são diversas, razão que justifica a não vinculação dos valores desses impostos. Precedentes. (AgRg no REsp 1.226.872/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJe 23/4/12). 2. Recurso especial provido. (REsp 1202007/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 15/05/2013) CTN Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Contribuintes Qualquer uma das partes da operação tributada Ex: Como objeto dessa operação, você terá sempre um imóvel, a figura do vendedor e a figura do comprador. O vendedor é o transmitente. O comprador é o adquirente. Assim, ocorre a transmissão do bem. As legislações municipais constumam indicar o comprador como contribuinte e o vendedor como responsável. #TEMTESE Nas hipóteses de usucapião/ desapropriação não incide o ITBI por serem formas de aquisição originária da propriedade. Na hipótese de retrocessão (quando o bem é devolvido ao proprietário original) também não incide o imposto, pois o que ocorre é o mero desfazimento da desapropriação. Fundamentos: Art. 156, II, CF c/c Art. 42, CTN e Art. 519, CC CF Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) 8 II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; CTN Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. CC Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. 4. ISS a) Impostos entre princípios Legalidade Anterioridade (deve observar as duas) b) ISS na CF Alíquotas: cabe à lei complementar estabelecer as alíquotas máxima e mínima para o ISS; - máxima: 5% - mínima: 2% (LC 157/2016) Ex: Os municípios podem escolher as alíquotas que desejam aplicar, respeitadas a alíquota máxima de 5% e a alíquota mínima de 2%. Imagine que no município “A”, a alíquota máxima é de 5% e a mínima é de 2% e a base de cálculo seria o preço do serviço. Já no município “B”, a alíquota máxima é de 5% e a mínima é de 2% e a base de cálculo seria a metade do preço do serviço (com intuito de atrair mais prestadores de serviço para o seu município). Nesse caso, no município “B”, a base de cálculo não poderia ser metade do preço de serviço, porque gera a guerra fiscal. #TEMTESE Todos os municípios devem respeitar o limites das alíquotas estabelecidas em lei complementar, não se admitindo nenhuma técnica que promova a redução da alíquota aquém do mínimo. Fundamentos: Art. 156, §3º, I, CF e Art. 8º c/c Art. 8º-A, LC 116/03 e Art. 8º-A, §1º, LC 116/03 CF Art. 156. (...) § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; 9 LC 116/03 Art. 8o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as seguintes: I – (VETADO) II – demais serviços, 5% (cinco por cento). Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento). § 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar. Exportação de serviços Não incide ISS sobre a exportação de serviços Ex: Imagine um médico no Brasil e o seu paciente no exterior. - Se o médico viaja para operar o seu paciente no exterior: não incide ISS; - Se o médico opera por videoconferência (consegue operarà distância): incide o ISS (o serviço é realizado por aqui); #TEMTESE Embora a legislação não defina o que são serviços exportados para o exterior é lógico o afastamento do ISS sobre eles, uma vez que os municípios não podem tributar serviços cujo resultado só se verifique no exterior Fundamentos: AREsp 587.403; Art. 156, §3º, II, CF; Art. 2º, I c/c Art. 2º, parágrafo único, LC 116/03 TRIBUTÁRIO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISSQN. EXPORTAÇÃO DE PROJETOS DE ENGENHARIA. NÃO INCIDÊNCIA. 1. Agravo de instrumento julgado conjuntamente com o recurso especial, conforme autorização do art. 1.042, § 5º, do CPC/2015. 2. A só confecção do projeto de engenharia, à luz dos arts. 109, 113, 114, 116, I, do CTN, é fato gerador do ISSQN, e sua posterior remessa ao contratante estrangeiro não induz, por si só, à conclusão de que se está exportando serviço. 3. À luz do parágrafo único do art. 2º da LC n. 116/2003, a remessa de projetos de engenharia ao exterior poderá configurar exportação quando se puder extrair do seu teor, bem como dos termos do ato negocial, puder-se extrair a intenção de sua execução no território estrangeiro. 4. Hipótese em que se deve manter o acórdão a quo, porquanto o Tribunal consignou que as provas dos autos revelaram a finalidade de execução do projeto em obras que só poderiam ser executadas na França ("elaboração das Plantas de execução do muro cilíndrico de proteção do reservatório de gás liquefeito de petróleo naval TK1, a ser construído na cidade de Gonfreville - LOrcert, França e ao dimensionamento dos blocos de estacas do edifício principal do centro cultural, Centre Pompidou a ser construído na cidade de Metz, França e a modelagem em elementos finitos da fachada principal de dito centro"). 5. Agravo conhecido para negar provimento ao recurso especial. (AREsp 587.403/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 24/11/2016) 10 CF Art. 156. (...) § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (...) II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. LC 116/03 Art. 2o O imposto não incide sobre: I – as exportações de serviços para o exterior do País; (...) Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior. c) ISS na LC 116/03 Fato gerador ISS incide sobre serviços de qualquer natureza, definidos em LC, desde que não compreendidos na competência estadual. I. Serviço não tributado pelo ICMS; II. Serviço encontra-se na LC 116/03; III. Serviço deve configurar uma obrigação de fazer; Ex: aluguel de bicicleta e aluguel de cofre (não incide ISS – é uma obrigação de dar), aluguel de carro com motorista (incide ISS – é uma obrigação de fazer) #TEMTESE Serviços tributáveis pelo ISS são aqueles que correspondem a obrgação de fazer, logo o imposto não incidiára sobre serviços que exijam prestação de dar, ainda que previstos na LC 116/03. Fundamentos: Súmula Vinculante 31; Art. 156, III, CF e Art. 1º, LC 116/03 Súmula Vinculante 31. É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis. CF Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. LC 116/03 Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. 11 § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. § 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. § 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. § 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado. Base de cálculo ISS é calculado sobre o preço do serviço, mesmo que se trate de um serviço misto (serviço prestado com o fornecimento de mercadoria). Ex: - organização de festa (serviço+ mercadoria). Assim, sobre a organização da festa em si, incide ISS, mas sobre as mercadorias da festa, incide ICMS. Isso porque, a LC 116/03 estabelece os dois na sua lista anexa (item 17.11 da LC 116/03). - Diária de hotel (serviço + mercadoria). Só incide ISS. Isso porque, a LC 116/03 só prevê o ISS (item 9.01 da LC 116/03). - Restaurante (serviço + mercadoria). Só incide ICMS. Isso porque, a LC 116/03 não prevê o ISS. #TEMTESE Serviços mistos podem sofrer tanto a incidência do ISS, bem como do ICMS sem que isso corresponda a uma bitributação. Isso porque quando incidirem os dois impostos, o ISS recairá sobre o serviço e o ICMS sobre a mercadoria. Fundamentos: REsp 1.135.534; Art. 1º, LC 116/03 c/c Art. 2º, IV, LC 87/96; Art. 12, VIII, “a”, LC 87/96 c/c Art. 13, IV, “a”, LC 87/96 PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. ICM. OPERAÇÕES DE FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS POR BARES, RESTAURANTES E SIMILARES. BASE DE CÁLCULO. VALOR TOTAL DAS OPERAÇÕES. DEMANDA AJUIZADA EM 1987. JURISPRUDÊNCIA SUPERVENIENTE. APLICAÇÃO. SÚMULA 574/STF (1976). AFASTAMENTO. SÚMULA 163/STJ (1996). INCIDÊNCIA. 1. O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação (Súmula 163/STJ), à luz do disposto nos artigos 1º, III, e 8º, §§ 1º e 2º, do Decreto-Lei 406/68, verbis: "Art 1º O impôsto sôbre operações relativas à circulação de mercadorias tem como fato gerador: (...) III - o fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares. (...) Art 8º O impôsto, de competência dos Municípios, sôbre serviços de qualquer natureza, tem como fato gerador a prestação, por emprêsa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviço constante da lista anexa. § 1º Os serviços incluídos na lista ficam sujeitos apenas ao impôsto previsto neste artigo, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadoria. 12 § 2º O fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não especificados na lista fica sujeito ao impôsto sôbre circulação de mercadorias." (o artigo 8º foi revogado pela Lei Complementar 116/2003) 2. A jurisprudência superveniente é aplicável aos processos em curso (EREsp 933.438/SP, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Fernando Gonçalves, julgado em 21.05.2008, DJe 30.10.2008; e AgRg nos EREsp 396.236/RS, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, julgado em 28.05.2009,DJe 18.06.2009). 3. O ICMS incide sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos congêneres, cuja base de cálculo compreende o valor total das operações realizadas, inclusive aquelas correspondentes à prestação de serviço (Precedentes do STJ: REsp 151.568/PE, Rel. Ministro Hélio Mosimann, Segunda Turma, julgado em 11.12.1997, DJ 02.02.1998; EREsp 112.187/PE, Rel. Ministro Garcia Vieira, Primeira Seção, julgado em 09.09.1998, DJ 13.10.1998; REsp 130.350/PE, Rel. Ministro Milton Luiz Pereira, Primeira Turma, julgado em 23.11.1999, DJ 28.02.2000; e REsp 246.688/PE, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, julgado em 06.12.2005, DJ 06.03.2006). 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1135534/PE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 01/02/2010) LC 116/03 Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. § 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. § 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. § 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado. LC 87/96 Art. 2° O imposto incide sobre: (...) IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; LC 87/96 Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: (...) VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios; LC 87/96 Art. 13. A base de cálculo do imposto é: (...) IV - no fornecimento de que trata o inciso VIII do art. 12; a) o valor da operação, na hipótese da alínea a; 13 II. LOUSAS 14 15 16 17 18 19
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