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Alessandro Spilborghs Aula 18 XXII

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1 
 
2ª FASE OAB TRIBUTÁRIO 
Disciplina: Direito Tributário 
Professor: Alessandro Spilborghs 
Aula: 18 
Monitor: Caroline 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações 
II. Lousas 
 
 
I. ANOTAÇÕES 
 
SUSPENSÃO, GARANTIA E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO E EXCLUSÃO 
 
1. Roteiro de cobrança tributária 
 
Praticado o fato gerador, surge a obrigação tributária e o crédito tributário é constituído pelo lançamento. 
Se esse crédito tributário não fora pago, será ajuizada uma execução fiscal precedida da inscrição em dívida 
ativa 
 
1ª Fase: Fato gerador e Obrigação Tributária 
2ª fase: Lançamento e Crédito Tributário 
3ª fase: Inscrição em dívida ativa e Execução fiscal 
 
Na 2ª fase, o tema do crédito tributário pode estar relacionado com a suspensão, extinção, exclusão ou 
garantias. 
As formas de suspensão e exclusão estão no CTN. Já os temas de extinção e garantias, também estão no 
CTN, mas podem estar presentes em outras legislações. 
 
Ex.: Passando por dificuldades financeira, um contribuinte está com algumas dívidas de ICMS e sofre uma 
execução fiscal. Ocorre que ele possui precatórios por receber, em razão de algumas circunstâncias no 
passado, o mesmo Estado para quem ele deve, tem que pagar pra ele em precatório. O contribuinte oferecer 
esses precatórios como garantia para essa execução fiscal e suspender a exigibilidade do crédito tributário. 
Isso não será possível, porque precatório não é modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário (não está no rol do art. 151 do CTN). 
 
 
 
 
2 
#TEMTESE 
As hipóteses suspensivas da exigibilidade do crédito tributário são apenas aquelas discriminadas no CTN e 
sua interpretação é literal, pois assim afastamos o uso da analogia para estender o alcance da norma pela 
via jurisprudencial. 
Fundamentos: REsp 1.653.640 e Art. 111 c/c Art. 151, II, CTN 
 
TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. PRECATÓRIO. ENTIDADE DIVERSA. LEI 
AUTORIZATIVA. NECESSIDADE. NORMA CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO STF. 
1. A jurisprudência do STJ encontra-se pacificada no sentido da impossibilidade 
de compensar débitos tributários com precatório de entidade pública diversa (no 
caso, o IPERGS), ante a inexistência de norma regulamentar do art. 170 do CTN. 
2. Conforme assentado em julgamento de recurso repetitivo, crédito de precatório 
não equivale a dinheiro para fim de suspender a exigibilidade do crédito 
tributário (REsp 1.090.898/SP, Rel. 
Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 31/8/2009). 
3. No âmbito do Recurso Especial, não cabe analisar alegação de ofensa a norma 
constitucional, sob pena de usurpação da competência do STF (art. 102, III, da CF). 
4. Recurso Especial conhecido parcialmente e, nessa extensão, não provido. 
(REsp 1653640/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 
28/03/2017, DJe 24/04/2017) 
 
CTN 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
 
CTN 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
(...) 
II - o depósito do seu montante integral; 
 
2. Hipóteses de suspensão 
Art. 151, CTN 
TU Tutela DE Depósito 
LI Liminar MO Moratória 
PA Parcelamento RA Recurso administrativo 
 
 
 
 
3 
 Tutela e Liminar 
Só suspendem a exigibilidade do crédito tributário quando forem concedidas. 
Deve demonstrar “fumus boni iuris” e “periculum in mora”. 
 
 Parcelamento 
Só quando for deferido (pedir o parcelamento é só reconhecer a dívida). 
 
 Depósito 
Deve ser integral e em dinheiro (súmula 112, STJ). 
Obs: Art. 38, Lei nº 6.830/80 (dispositivo válido, mas uma parte dele diz que a ação anulatória 
depende de um depósito preparatório – essa informação é incoerente – você sempre terá direito de 
entrar com uma ação anulatória – se o juiz vai julgar procedente ou improcedente é outra história. 
Mas a obrigatoriedade do depósito para ajuizar a ação não é válida). 
 
 Moratória 
Desde que prevista em lei e o contribuinte tenha atendido os seus requisitos. 
É uma forma de adiar o vencimento do tributo. 
Pode prever uma única data de vencimento ou pode prever que a moratória seja parcelada. 
 
 Recurso administrativo 
Quando apresentado no prazo (tempestivo) 
 
Cuidado! 
Quais os efeitos da suspensão? 
 Impede a lavratura da multa 
 Impede a inscrição em dívida ativa 
 Impede o ajuizamento da execução fiscal 
 Suspende o prazo prescricional 
 Assegura a obtenção de uma certidão positiva com efeitos de negativa 
 
Ex.: Antes ou após o lançamento, posso impetrar um mandado de segurança com pedido de liminar 
(preventivo ou repressivo com prazo de 120 dias). O mandado de segurança preventivo com pedido de 
liminar não impede o lançamento e não suspende a decadência. Entretanto, uma liminar deferida 
posteriormente ao lançamento, impede a execução fiscal e suspende a prescrição. 
 
#TEMTESE 
Uma vez suspensa a exigibilidade, o fisco está impedido de praticar quaisquer atos de cobrança (autuação, 
 
 
 
4 
inscrição e execução), porém não evita a realização do lançamento, caso contrário o crédito tributário 
correria o risco de ser extinto haja vista o decurso do prazo decadencial 
Fundamentos: REsp 1.140.956; AgRg no REsp 410.492 e Art. 151 c/c Art. 173 e 174, CTN 
 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE 
CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. AÇÃO ANTIEXACIONAL ANTERIOR À 
EXECUÇÃO FISCAL. DEPÓSITO INTEGRAL DO DÉBITO. SUSPENSÃO DA 
EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, II, DO CTN). ÓBICE À 
PROPOSITURA DA EXECUÇÃO FISCAL, QUE, ACASO AJUIZADA, DEVERÁ SER 
EXTINTA. 
1. O depósito do montante integral do débito, nos termos do artigo 151, inciso II, do 
CTN, suspende a exigibilidade do crédito tributário, impedindo o ajuizamento da 
execução fiscal por parte da Fazenda Pública. 
(Precedentes: REsp 885.246/ES, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe 06/08/2010; REsp 1074506/SP, Rel. 
Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 21/09/2009; 
AgRg nos EDcl no REsp 1108852/RJ, Rel. 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2009, 
DJe 10/09/2009; AgRg no REsp 774.180/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 16/06/2009, DJe 29/06/2009; REsp 807.685/RJ, Rel. 
Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/04/2006, DJ 
08/05/2006; REsp 789.920/MA, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 16/02/2006, DJ 06/03/2006; REsp 601.432/CE, Rel. Ministro 
FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/09/2005, DJ 
28/11/2005; REsp 255.701/SP, Rel. Ministro FRANCIULLI NETTO, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 27/04/2004, DJ 09/08/2004; REsp 174.000/RJ, Rel. 
Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2001, DJ 
25/06/2001; REsp 62.767/PE, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 03/04/1997, DJ 28/04/1997; REsp 4.089/SP, Rel. Ministro 
GERALDO SOBRAL, Rel. p/ Acórdão MIN. JOSÉ DE JESUS FILHO, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 27/02/1991, DJ 29/04/1991; AgRg no Ag 4.664/CE, Rel. Ministro GARCIA 
VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/08/1990, DJ 24/09/1990) 2. É que as 
causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário (art. 151 do CTN) impedem 
a realização, pelo Fisco, de atos de cobrança, os quais têm início em momento 
posterior ao lançamento, com a lavratura do auto de infração. 
3. O processode cobrança do crédito tributário encarta as seguintes etapas, visando 
ao efetivo recebimento do referido crédito: a) a cobrança administrativa, que 
 
 
 
5 
ocorrerá mediante a lavratura do auto de infração e aplicação de multa: exigibilidade-
autuação ; 
b) a inscrição em dívida ativa: exigibilidade-inscrição; 
c) a cobrança judicial, via execução fiscal: exigibilidade-execução. 
4. Os efeitos da suspensão da exigibilidade pela realização do depósito integral do 
crédito exequendo, quer no bojo de ação anulatória, quer no de ação declaratória de 
inexistência de relação jurídico-tributária, ou mesmo no de mandado de segurança, 
desde que ajuizados anteriormente à execução fiscal, têm o condão de impedir a 
lavratura do auto de infração, assim como de coibir o ato de inscrição em dívida ativa 
e o ajuizamento da execução fiscal, a qual, acaso proposta, deverá ser extinta. 
5. A improcedência da ação antiexacional (precedida do depósito do montante 
integral) acarreta a conversão do depósito em renda em favor da Fazenda Pública, 
extinguindo o crédito tributário, consoante o comando do art. 156, VI, do CTN, na 
esteira dos ensinamentos de abalizada doutrina, verbis: "Depois da constituição 
definitiva do crédito, o depósito, quer tenha sido prévio ou posterior, tem o mérito 
de impedir a propositura da ação de cobrança, vale dizer, da execução fiscal, 
porquanto fica suspensa a exigibilidade do crédito. 
(...) Ao promover a ação anulatória de lançamento, ou a declaratória de inexistência 
de relação tributária, ou mesmo o mandado de segurança, o autor fará a prova do 
depósito e pedirá ao Juiz que mande cientificar a Fazenda Pública, para os fins do 
art. 151, II, do Código Tributário Nacional. Se pretender a suspensão da exigibilidade 
antes da propositura da ação, poderá fazer o depósito e, em seguida, juntando o 
respectivo comprovante, pedir ao Juiz que mande notificar a Fazenda Pública. Terá 
então o prazo de 30 dias para promover a ação. Julgada a ação procedente, o 
depósito deve ser devolvido ao contribuinte, e se improcedente, convertido em renda 
da Fazenda Pública, desde que a sentença de mérito tenha transitado em julgado" 
(MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 27ª ed., p. 
205/206). 
6. In casu, o Tribunal a quo, ao conceder a liminar pleiteada no bojo do presente 
agravo de instrumento, consignou a integralidade do depósito efetuado, às fls. 77/78: 
"A verossimilhança do pedido é manifesta, pois houve o depósito dos valores 
reclamados em execução, o que acarreta a suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário, de forma que concedo a liminar pleiteada para o fim de suspender a 
execução até o julgamento do mandado de segurança ou julgamento deste pela 
Turma Julgadora." 7. A ocorrência do depósito integral do montante devido restou 
ratificada no aresto recorrido, consoante dessume-se do seguinte excerto do voto 
condutor, in verbis: "O depósito do valor do débito impede o ajuizamento de ação 
executiva até o trânsito em julgado da ação. 
 
 
 
6 
Consta que foi efetuado o depósito nos autos do Mandado de Segurança impetrado 
pela agravante, o qual encontra-se em andamento, de forma que a exigibilidade do 
tributo permanece suspensa até solução definitiva. 
Assim sendo, a Municipalidade não está autorizada a proceder à cobrança de tributo 
cuja legalidade está sendo discutida judicialmente." 8. In casu, o Município recorrente 
alegou violação do art. 151, II, do CTN, ao argumento de que o depósito efetuado 
não seria integral, posto não coincidir com o valor constante da CDA, por isso que 
inapto a garantir a execução, determinar sua suspensão ou extinção, tese 
insindicável pelo STJ, mercê de a questão remanescer quanto aos efeitos do depósito 
servirem à fixação da tese repetitiva. 
9. Destarte, ante a ocorrência do depósito do montante integral do débito exequendo, 
no bojo de ação antiexacional proposta em momento anterior ao ajuizamento da 
execução, a extinção do executivo fiscal é medida que se impõe, porquanto suspensa 
a exigibilidade do referido crédito tributário. 
10. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 
543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. 
(REsp 1140956/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
24/11/2010, DJe 03/12/2010) 
 
CTN 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de 
ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
 
CTN 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se 
após 5 (cinco) anos, contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter 
sido efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício 
formal, o lançamento anteriormente efetuado. 
 
 
 
 
7 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, 
contados da data da sua constituição definitiva. 
 
3. Garantias e privilégios do crédito tributário 
 
a) Cláusula de impenhorabilidade 
Responde pelo crédito tributário a totalidade de bens/rendas do devedor, ainda que gravados com cláusulas 
de impenhorabilidade e inalienabilidade. 
 
São inalcançáveis apenas aqueles bens ou rendas considerados absolutamente impenhoráveis. 
 
Ex.1: O roteiro de cobrança tributária vai desde o fato gerador até o ajuizamento da execução fiscal com 
uma série de atos como o lançamento e a inscrição em dívida ativa. Imagine que determinado contribuinte 
saiba quais os efeitos da execução fiscal e queira gravar um bem com cláusula de impenhorabilidade no 
momento em que está sofrendo uma execução fiscal. E se ele gravar com cláusula de impenhorabilidade 
uma parte do seu patrimônio antes de sofrer execução fiscal? 
Nesse caso, independe da data da gravação. 
 
Ex.2: Imagine uma execução fiscal cobrando ISS que acaba gerando uma penhora de máquinas que servem 
para marcenaria. Essas máquinas são absolutamente impenhoráveis, porque são ferramentas que servem 
à atividade profissional do marceneiro (Ele já não pagou ISS. Se penhoras e retirar as máquinas, aí é que 
ele não irá pagar mesmo). 
 
#TEMTESE 
Não é obstáculo para a Fazenda Pública a declaração de impenhorabilidade que acontece por ato voluntário, 
assim só é considerado bem/renda absolutamente impenhorável quando houver previsão legal. 
Fundamentos: REsp 1.114.767 e Art. 184, CTN c/c Art. 833, CPC/15 
 
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. 
ARTIGO 543-C, DO CPC. EXECUÇÃO FISCAL. IMÓVEL PROFISSIONAL. BEM 
ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEL. NÃO CARACTERIZAÇÃO. ARTIGO 649, IV, DO 
CPC. INAPLICABILIDADE. EXCEPCIONALIDADE DA CONSTRIÇÃO JUDICIAL. 
1. A penhora de imóvel no qual se localiza o estabelecimento da empresa é, 
excepcionalmente, permitida, quando inexistentes outros bens passíveis de penhora 
e desde que não seja servil à residência da família. 
2. O artigo 649, V, do CPC, com a redação dada pela Lei 11.382/2006, dispõe que 
são absolutamente impenhoráveis os livros, as máquinas, as ferramentas, os 
 
 
 
8 
utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício 
de qualquer profissão. 
3. A interpretação teleológica do artigo 649, V, do CPC, em observância aos princípios 
fundamentais constitucionais da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa(artigo 1º, incisos III e IV, da CRFB/88) e do direito 
fundamental de propriedade limitado à sua função social (artigo 5º, incisos XXII e 
XXIII, da CRFB/88), legitima a inferência de que o imóvel profissional constitui 
instrumento necessário ou útil ao desenvolvimento da atividade objeto do contrato 
social, máxime quando se tratar de pequenas empresas, empresas de pequeno porte 
ou firma individual. 
4. Ademais, o Código Civil de 2002 preceitua que: "Art. 1.142. Considera-se 
estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária." 5. Conseqüentemente, o 
"estabelecimento" compreende o conjunto de bens, materiais e imateriais, 
necessários ao atendimento do objetivo econômico pretendido, entre os quais se 
insere o imóvel onde se realiza a atividade empresarial. 
6. A Lei 6.830/80, em seu artigo 11, § 1º, determina que, excepcionalmente, a 
penhora poderá recair sobre o estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, 
regra especial aplicável à execução fiscal, cuja presunção de constitucionalidade, até 
o momento, não restou ilidida. 
7. Destarte, revela-se admissível a penhora de imóvel que constitui parcela do 
estabelecimento industrial, desde que inexistentes outros bens passíveis de serem 
penhorados [Precedentes do STJ: AgRg nos EDcl no Ag 746.461/RS, Rel. Ministro 
Paulo Furtado (Desembargador Convocado do TJ/BA), Terceira Turma, julgado em 
19.05.2009, DJe 04.06.2009; REsp 857.327/PR, Rel. Ministra Nancy Andrighi, 
Terceira Turma, julgado em 21.08.2008, DJe 05.09.2008; REsp 994.218/PR, Rel. 
Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 04.12.2007, DJe 05.03.2008; 
AgRg no Ag 723.984/PR, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado em 
04.05.2006, DJ 29.05.2006; e REsp 354.622/SP, Rel. Ministro Garcia Vieira, Primeira 
Turma, julgado em 05.02.2002, DJ 18.03.2002]. 
8. In casu, o executado consignou que: "Trata-se de execução fiscal na qual foi 
penhorado o imóvel localizado na rua Marcelo Gama, nº 2.093 e respectivo prédio de 
alvenaria, inscrito no Registro de Imóveis sob o nº 18.082, único bem de propriedade 
do agravante e local onde funciona a sede da empresa individual executada, que atua 
no ramo de fabricação de máquinas e equipamentos industriais. 
(...) Ora, se o objeto social da firma individual é a fabricação de máquinas e 
equipamentos industriais, o que não pode ser feito em qualquer local, necessitando 
de um bom espaço para tanto, e o agravante não possui mais qualquer imóvel - sua 
 
 
 
9 
residência é alugada - como poderá prosseguir com suas atividades sem o local de 
sua sede? Excelências, como plenamente demonstrado, o imóvel penhorado constitui 
o próprio instrumento de trabalho do agravante, uma vez que é o local onde exerce, 
juntamente com seus familiares, sua atividade profissional e de onde retira o seu 
sustento e de sua família. Se mantida a penhora restará cerceada sua atividade 
laboral e ferido o princípio fundamental dos direitos sociais do trabalho, resguardados 
pela Constituição Federal (art. 1º, IV, da CF). Dessa forma, conclusão outra não há 
senão a de que a penhora não pode subsistir uma vez que recaiu sobre bem 
absolutamente impenhorável." 9. O Tribunal de origem, por seu turno, assentou que: 
"O inc. V do art. 649 do CPC não faz menção a imóveis como bens impenhoráveis. 
Tanto assim que o § 1º do art. 11 da L 6.830/1980 autoriza, excepcionalmente, que 
a penhora recaia sobre a sede da empresa. E, no caso, o próprio agravante admite 
não ter outros bens penhoráveis. 
Ademais, consta na matrícula do imóvel a averbação de outras seis penhoras, 
restando, portanto, afastada a alegação de impenhorabilidade. 
Por fim, como bem salientou o magistrado de origem, o agravante não comprovou a 
indispensabilidade do bem para o desenvolvimento das atividades, limitando-se a 
alegar, genericamente, que a alienação do bem inviabilizaria o empreendimento." 
10. Conseqüentemente, revela-se legítima a penhora, em sede de execução fiscal, 
do bem de propriedade do executado onde funciona a sede da empresa individual, o 
qual não se encontra albergado pela regra de impenhorabilidade absoluta, ante o 
princípio da especialidade (lex specialis derrogat lex generalis). 
11. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do 
CPC, e da Resolução STJ 08/2008. 
(REsp 1114767/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 
02/12/2009, DJe 04/02/2010) 
 
CTN 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam 
previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens 
e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua 
massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, 
excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis. 
 
CPC 
Art. 833. São impenhoráveis: 
 
 
 
10 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência 
do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades 
comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de 
elevado valor; 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os 
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as 
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor 
e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional 
liberal, ressalvado o § 2o; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros 
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem 
penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação 
compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) 
salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos 
termos da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de 
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 
 
 
b) Presunção de fraude 
Presume-se fraude à execução fiscal a alienação de bens ou a oneração de rendas quando realizadas por 
devedor inscrito em dívida ativa. 
 
Ex.: O roteiro de cobrança tributária vai desde o fato gerador até o ajuizamento da execução fiscal. Em um 
dado momento, ocorrida a inscrição em dívida ativa, o contribuinte pode tentar vender o seu patrimônio, 
comprometer a sua renda, tomar empréstimos. Nesse sentido, antes ou após a inscrição em dívida ativa 
pode ocorrer a alienação de bens ou oneração de rendas. Assim, ANTES da inscrição em dívida ativa, esses 
atos NÃO são considerados como fraude, mas se ocorrer DEPOIS da inscrição em dívida ativa, esses atos 
são considerados como fraude. 
 
 
 
11 
 
#TEMTESE 
A presunção de fraude só é considerada se o devedor inscrito em dívida ativa for insolvente (não possui 
bens/rendas capazes de pagar a dívida). Assim, se for um devedor solvente (quando possui patrimônio 
suficiente para assegurar a dívida) a presunção de fraudeserá afastada. 
Fundamentos: REsp 825.861 e Art. 185 c/c Art. 185, parágrafo único, CTN 
 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE TERCEIROS. FRAUDE À 
EXECUÇÃO. REQUISITOS. INSOLVÊNCIA DO DEVEDOR E LITISPENDÊNCIA. 
1. São distintas e juridicamente inconfundíveis as situações (a) de fraude à execução 
prevista no inciso II do art. 593, cuja configuração supõe litispendência e insolvência, 
e (b) de alienação de bem penhorado, que é ineficaz perante a execução 
independentemente de ser o devedor insolvente ou não. 
2. Da distinção entre as duas resultam importantes conseqüências: se o devedor for 
solvente, a alienação de seus bens é válida e eficaz, a não ser que se trate de bem 
já penhorado ou, por qualquer outra forma, submetido a constrição judicial; mas, se 
o devedor for insolvente, a alienação será ineficaz em face da execução, 
independentemente de constrição judicial do bem ou da cientificação formal da 
litispendência e da insolvência ao terceiro adquirente. 
3. No caso, conforme afirmado pelo tribunal de origem, o devedor era solvente e o 
imóvel alienado não estava submetido a penhora nem a qualquer outra constrição 
judicial. 
4. Recurso especial a que se nega provimento. 
(REsp 825.861/PR, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 01/06/2006, DJ 12/06/2006, p. 454) 
 
CTN 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu 
começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito 
tributário regularmente inscrito como dívida ativa. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido 
reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida 
inscrita. 
 
c) Bloqueio universal/ Penhora online 
LC 118/05 
Devedor tributário que é citado e não garante o juízo estará sujeito à decretação do bloqueio universal de 
bens/direitos através de um sistema eletrônico. 
 
 
 
12 
Ex.: Imagine alguém que esteja sofrendo uma execução fiscal. Citado, terá um prazo para pagar ou garantir 
o juízo. Se ele não paga, não garante o juízo e não são encontrados bens passíveis de penhora. Nesse caso, 
há a necessidade de a Fazenda Pública exaurir as diligências em busca de bens. Como ela comprova que 
exauriu? Para a jurisprudência “exaurir as diligências” ocorre quando a Fazenda Pública fez um pedido de 
penhora online de recursos financeiros em nome do executado e retorna sem êxito. E enviou ofícios ao 
departamento de trânsito que também restaram negativos. 
 
#TEMTESE 
Conforme o STJ, existe diferença entre o pedido de penhora online (que independe do esgotamento de 
todos os meios de busca) e o bloqueio universal (que só é admitido quando exauridas as diligências). 
Fundamentos: Súmula 560, STJ; REsp 1.184.765 e REsp 1.377.507 e Art. 185-A, CTN 
 
Súmula 560, STJ. A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do 
art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens 
penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição 
sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio 
do executado, ao Denatran ou Detran. 
 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. 
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ELETRÔNICA. 
SISTEMA BACEN-JUD. ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS PARA A LOCALIZAÇÃO 
DE BENS PASSÍVEIS DE PENHORA. ARTIGO 11, DA LEI 6.830/80. ARTIGO 185-A, DO 
CTN. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INOVAÇÃO INTRODUZIDA PELA LEI 
11.382/2006. ARTIGOS 655, I, E 655-A, DO CPC. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA 
DAS LEIS. TEORIA DO DIÁLOGO DAS FONTES. APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI DE 
ÍNDOLE PROCESSUAL. 
1. A utilização do Sistema BACEN-JUD, no período posterior à vacatio legis da Lei 
11.382/2006 (21.01.2007), prescinde do exaurimento de diligências extrajudiciais, 
por parte do exeqüente, a fim de se autorizar o bloqueio eletrônico de depósitos ou 
aplicações financeiras (Precedente da Primeira Seção: EREsp 1.052.081/RS, Rel. 
Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, julgado em 12.05.2010, DJe 
26.05.2010. Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 1.194.067/PR, Rel. 
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 22.06.2010, DJe 01.07.2010; 
AgRg no REsp 1.143.806/SP, Rel. 
Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 08.06.2010, DJe 
21.06.2010; REsp 1.101.288/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, 
julgado em 02.04.2009, DJe 20.04.2009; e REsp 1.074.228/MG, Rel. Ministro Mauro 
Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07.10.2008, DJe 05.11.2008. 
 
 
 
13 
Precedente da Corte Especial que adotou a mesma exegese para a execução civil: 
REsp 1.112.943/MA, Rel. Ministra Nancy Andrighi, julgado em 15.09.2010). 
2. A execução judicial para a cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias é regida pela Lei 6.830/80 
e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. 
3. A Lei 6.830/80, em seu artigo 9º, determina que, em garantia da execução, o 
executado poderá, entre outros, nomear bens à penhora, observada a ordem prevista 
no artigo 11, na qual o "dinheiro" exsurge com primazia. 
4. Por seu turno, o artigo 655, do CPC, em sua redação primitiva, dispunha que 
incumbia ao devedor, ao fazer a nomeação de bens, observar a ordem de penhora, 
cujo inciso I fazia referência genérica a "dinheiro". 
5. Entrementes, em 06 de dezembro de 2006, sobreveio a Lei 11.382, que alterou o 
artigo 655 e inseriu o artigo 655-A ao Código de Processo Civil, verbis: "Art. 655. A 
penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie 
ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; 
II - veículos de via terrestre; 
III - bens móveis em geral; 
IV - bens imóveis; 
V - navios e aeronaves; 
VI - ações e quotas de sociedades empresárias; 
VII - percentual do faturamento de empresa devedora; 
VIII - pedras e metais preciosos; 
IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em 
mercado; 
X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
XI - outros direitos. 
(...) Art. 655-A. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação 
financeira, o juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora 
do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a 
existência de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua 
indisponibilidade, até o valor indicado na execução. 
§ 1o As informações limitar-se-ão à existência ou não de depósito ou aplicação até o 
valor indicado na execução. 
(...)" 6. Deveras, antes da vigência da Lei 11.382/2006, encontravam-se 
consolidados, no Superior Tribunal de Justiça, os entendimentos jurisprudenciais no 
sentido da relativização da ordem legal de penhora prevista nos artigos 11, da Lei de 
Execução Fiscal, e 655, do CPC (EDcl nos EREsp 819.052/RS, Rel. Ministro Humberto 
Martins, Primeira Seção, julgado em 08.08.2007, DJ 20.08.2007; e EREsp 
 
 
 
14 
662.349/RJ, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministra Eliana Calmon, 
Primeira Seção, julgado em 10.05.2006, DJ 09.10.2006), e de que o bloqueio 
eletrônico de depósitos ou aplicações financeiras (mediante a expedição de ofício à 
Receita Federal e ao BACEN) pressupunha o esgotamento, pelo exeqüente, de todos 
os meios de obtenção de informações sobre o executado e seus bens e que as 
diligências restassem infrutíferas (REsp 144.823/PR, Rel. Ministro José Delgado, 
Primeira Turma, julgado em 02.10.1997, DJ 17.11.1997; AgRg no Ag 202.783/PR, 
Rel. Ministro CarlosAlberto Menezes Direito, Terceira Turma, julgado em 17.12.1998, 
DJ 22.03.1999; AgRg no REsp 644.456/SC, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ 
Acórdão Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 15.02.2005, DJ 
04.04.2005; REsp 771.838/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado 
em 13.09.2005, DJ 03.10.2005; e REsp 796.485/PR, Rel. Ministro Castro Meira, 
Segunda Turma, julgado em 02.02.2006, DJ 13.03.2006). 
7. A introdução do artigo 185-A no Código Tributário Nacional, promovida pela Lei 
Complementar 118, de 9 de fevereiro de 2005, corroborou a tese da necessidade de 
exaurimento das diligências conducentes à localização de bens passíveis de penhora 
antes da decretação da indisponibilidade de bens e direitos do devedor executado, 
verbis: "Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não 
pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens 
penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, 
comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e 
entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao 
registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do 
mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a 
ordem judicial. 
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total 
exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos 
bens ou valores que excederem esse limite. 
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput 
deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e 
direitos cuja indisponibilidade houverem promovido." 8. Nada obstante, a partir da 
vigência da Lei 11.382/2006, os depósitos e as aplicações em instituições financeiras 
passaram a ser considerados bens preferenciais na ordem da penhora, equiparando-
se a dinheiro em espécie (artigo 655, I, do CPC), tornando-se prescindível o 
exaurimento de diligências extrajudiciais a fim de se autorizar a penhora on line 
(artigo 655-A, do CPC). 
9. A antinomia aparente entre o artigo 185-A, do CTN (que cuida da decretação de 
indisponibilidade de bens e direitos do devedor executado) e os artigos 655 e 655-A, 
 
 
 
15 
do CPC (penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira) é superada com a 
aplicação da Teoria pós-moderna do Dialógo das Fontes, idealizada pelo alemão Erik 
Jayme e aplicada, no Brasil, pela primeira vez, por Cláudia Lima Marques, a fim de 
preservar a coexistência entre o Código de Defesa do Consumidor e o novo Código 
Civil. 
10. Com efeito, consoante a Teoria do Diálogo das Fontes, as normas gerais mais 
benéficas supervenientes preferem à norma especial (concebida para conferir 
tratamento privilegiado a determinada categoria), a fim de preservar a coerência do 
sistema normativo. 
11. Deveras, a ratio essendi do artigo 185-A, do CTN, é erigir hipótese de privilégio 
do crédito tributário, não se revelando coerente "colocar o credor privado em situação 
melhor que o credor público, principalmente no que diz respeito à cobrança do crédito 
tributário, que deriva do dever fundamental de pagar tributos (artigos 145 e 
seguintes da Constituição Federal de 1988)" (REsp 1.074.228/MG, Rel. Ministro 
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07.10.2008, DJe 
05.11.2008). 
12. Assim, a interpretação sistemática dos artigos 185-A, do CTN, com os artigos 11, 
da Lei 6.830/80 e 655 e 655-A, do CPC, autoriza a penhora eletrônica de depósitos 
ou aplicações financeiras independentemente do exaurimento de diligências 
extrajudiciais por parte do exeqüente. 
13. À luz da regra de direito intertemporal que preconiza a aplicação imediata da lei 
nova de índole processual, infere-se a existência de dois regimes normativos no que 
concerne à penhora eletrônica de dinheiro em depósito ou aplicação financeira: (i) 
período anterior à égide da Lei 11.382, de 6 de dezembro de 2006 (que obedeceu a 
vacatio legis de 45 dias após a publicação), no qual a utilização do Sistema BACEN-
JUD pressupunha a demonstração de que o exeqüente não lograra êxito em suas 
tentativas de obter as informações sobre o executado e seus bens; e (ii) período 
posterior à vacatio legis da Lei 11.382/2006 (21.01.2007), a partir do qual se revela 
prescindível o exaurimento de diligências extrajudiciais a fim de se autorizar a 
penhora eletrônica de depósitos ou aplicações financeiras. 
14. In casu, a decisão proferida pelo Juízo Singular em 30.01.2008 determinou, com 
base no poder geral de cautela, o "arresto prévio" (mediante bloqueio eletrônico pelo 
sistema BACENJUD) dos valores existentes em contas bancárias da empresa 
executada e dos co-responsáveis (até o limite do valor exeqüendo), sob o 
fundamento de que "nos processos de execução fiscal que tramitam nesta vara, 
tradicionalmente, os executados têm se desfeito de bens e valores depositados em 
instituições bancárias após o recebimento da carta da citação". 
 
 
 
16 
15. Consectariamente, a argumentação empresarial de que o bloqueio eletrônico 
dera-se antes da regular citação esbarra na existência ou não dos requisitos 
autorizadores da medida provisória (em tese, apta a evitar lesão grave e de difícil 
reparação, ex vi do disposto nos artigos 798 e 799, do CPC), cuja análise impõe o 
reexame do contexto fático-probatório valorado pelo Juízo Singular, providência 
obstada pela Súmula 7/STJ. 
16. Destarte, o bloqueio eletrônico dos depósitos e aplicações financeiras dos 
executados, determinado em 2008 (período posterior à vigência da Lei 
11.382/2006), não se condicionava à demonstração da realização de todas as 
diligências possíveis para encontrar bens do devedor. 
17. Contudo, impende ressalvar que a penhora eletrônica dos valores depositados 
nas contas bancárias não pode descurar-se da norma inserta no artigo 649, IV, do 
CPC (com a redação dada pela Lei 11.382/2006), segundo a qual são absolutamente 
impenhoráveis "os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, 
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas 
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os 
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal". 
18. As questões atinentes à prescrição dos créditos tributários executados e à 
ilegitimidade dos sócios da empresa (suscitadas no agravo de instrumento 
empresarial) deverão se objeto de discussão na instância ordinária, no âmbito do 
meio processual adequado, sendo certo que o requisito do prequestionamento torna 
inviável a discussão, pela vez primeira, em sede de recurso especial, de matéria não 
debatida na origem. 
19. Recurso especial fazendário provido, declarando-se a legalidade da ordem judicial 
que importou no bloqueio liminar dos depósitos e aplicações financeiras constantes 
das contas bancárias dos executados. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-
C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. 
(REsp 1184765/PA, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
24/11/2010, DJe 03/12/2010) 
 
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-
C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ N. 8/2008. EXECUÇÃO FISCAL. ART. 185-A DO CTN. 
INDISPONIBILIDADE DE BENS E DIREITOS DO DEVEDOR. ANÁLISE RAZOÁVEL DO 
ESGOTAMENTO DE DILIGÊNCIAS PARA LOCALIZAÇÃO DE BENS DO DEVEDOR. 
NECESSIDADE. 
1. Para efeitos de aplicação do disposto no art. 543-C do CPC, e levando em 
consideração o entendimento consolidado por esta Corte Superior de Justiça, firma-
se compreensão no sentido de que a indisponibilidade de bens e direitosautorizada 
 
 
 
17 
pelo art. 185-A do CTN depende da observância dos seguintes requisitos: (i) citação 
do devedor tributário; (ii) inexistência de pagamento ou apresentação de bens à 
penhora no prazo legal; e (iii) a não localização de bens penhoráveis após 
esgotamento das diligências realizadas pela Fazenda, caracterizado quando houver 
nos autos (a) pedido de acionamento do Bacen Jud e consequente determinação pelo 
magistrado e (b) a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do 
executado e ao Departamento Nacional ou Estadual de Trânsito - DENATRAN ou 
DETRAN. 
2. O bloqueio universal de bens e de direitos previsto no art. 185 -A do CTN não se 
confunde com a penhora de dinheiro aplicado em instituições financeiras, por meio 
do Sistema BacenJud, disciplinada no art. 655-A do CPC. 
3. As disposições do art. 185-A do CTN abrangerão todo e qualquer bem ou direito 
do devedor, observado como limite o valor do crédito tributário, e dependerão do 
preenchimento dos seguintes requisitos: (i) citação do executado; (ii) inexistência de 
pagamento ou de oferecimento de bens à penhora no prazo legal; e, por fim, (iii) não 
forem encontrados bens penhoráveis. 
4. A aplicação da referida prerrogativa da Fazenda Pública pressupõe a comprovação 
de que, em relação ao último requisito, houve o esgotamento das diligências para 
localização de bens do devedor. 
5. Resta saber, apenas, se as diligências realizadas pela exequente e infrutíferas para 
o que se destinavam podem ser consideradas suficientes a permitir que se afirme, 
com segurança, que não foram encontrados bens penhoráveis, e, por consequência, 
determinar a indisponibilidade de bens. 
6. O deslinde de controvérsias idênticas à dos autos exige do magistrado ponderação 
a respeito das diligências levadas a efeito pelo exequente, para saber se elas 
correspondem, razoavelmente, a todas aquelas que poderiam ser realizadas antes 
da constrição consistente na indisponibilidade de bens. 
7. A análise razoável dos instrumentos que se encontram à disposição da Fazenda 
permite concluir que houve o esgotamento das diligências quando demonstradas as 
seguintes medidas: (i) acionamento do Bacen Jud; e (ii) expedição de ofícios aos 
registros públicos do domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou Estadual 
de Trânsito - DENATRAN ou DETRAN. 
8. No caso concreto, o Tribunal de origem não apreciou a demanda à luz da tese 
repetitiva, exigindo-se, portanto, o retorno dos autos à origem para, diante dos fatos 
que lhe forem demonstrados, aplicar a orientação jurisprudencial que este Tribunal 
Superior adota neste recurso. 
 
 
 
18 
9. Recurso especial a que se dá provimento para anular o acórdão impugnado, no 
sentido de que outro seja proferido em seu lugar, observando as orientações 
delineadas na presente decisão. 
(REsp 1377507/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
26/11/2014, DJe 02/12/2014) 
 
CTN 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem 
apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, 
o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem 
registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às 
autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de 
que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. 
 
d) Preferências do crédito tributário 
Quando existem vários credores cobrando dívidas de um mesmo devedor, o credor tributário será o primeiro 
a receber, salvo se houver um credor trabalhista. 
 
Ex.1: Imagine que uma empresa está devendo 13º para os seus empregados, IRPJ que deve ser pago para 
a União e um financiamento que deve ser pago para uma instituição financeira. A ordem de pagamento 
deverá ser a seguinte: 
1º lugar: 13º para os seus empregados 
2º lugar: IRPJ que deve ser pago para a União 
3º lugar: financiamento que deve ser pago para uma instituição financeira 
 
Ex.2: Em um processo de falência, imagine que uma empresa está devendo 13º para os seus empregados, 
IRPJ que deve ser pago para a União e um financiamento que deve ser pago para uma instituição financeira. 
Créditos concursais: 
1º lugar: 13º para os seus empregados 
2º lugar: financiamento que deve ser pago para uma instituição financeira 
3º lugar: IRPJ que deve ser pago para a União 
 
Mas ANTES dos créditos concursais, devem ser pagos os créditos passíveis de restituição (bens de terceiro 
que estão com a empresa falida) e os extraconcursais (valores correspondentes à administração da massa 
– custo). 
 
 
 
 
 
19 
#TEMTESE 
O credor tributário nunca receberá antes que outro credor de uma dívida de natureza trabalhista e, na 
falência, deverá também aguardar pelo pagamento dos créditos com garantia real (geralmente exigidos 
pelos bancos). 
Fundamentos: REsp 1.096.674 e Art. 186 c/c Art. 186, parágrafo único, CTN 
 
RECURSO ESPECIAL. FALÊNCIA. DIREITO INTERTEMPORAL. ART. 192 DA LF. N. 
11.101/05. APLICAÇÃO DO DECRETO-LEI N. 7.661/45 ÀS FALÊNCIAS DECRETADAS 
ANTES DA NOVA LEI. ART. 186 DO CTN. EFICÁCIA DA NORMA NO TEMPO. NOVA 
CLASSIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. NORMA MATERIAL. 
INAPLICABILIDADE ÀS FALÊNCIAS EM CURSO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 
(REsp 1096674/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 01/02/2012) 
 
CTN 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou 
o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do 
trabalho ou do acidente de trabalho. 
Parágrafo único. Na falência: 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias 
passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com 
garantia real, no limite do valor do bem gravado; 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos 
decorrentes da legislação do trabalho; e 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. 
 
 
d) Concurso de preferência entre os credores tributários 
Existe concurso de preferência entre os credores tributários. 
1º lugar: União 
2º lugar: Estados/ Distrito Federal 
3º lugar: Municípios 
 
Ex.1: Um contribuinte tem uma dívida de R$ 20.000,00, mas um ativo de apenas R$ 14.000,00. Essa dívida 
de R$ 20.000,00 engloba R$ 5.000,00 da União, R$ 8.000,00 para o Estado de Minas Gerais, R$ 4.000,00 
para o Estado de Pernambuco, R$ 2.000,00 para Juiz de fora e R$ 1.000,00 para Goiânia. 
Como deverá ser o pagamento? 
1º lugar: R$5.000,00 para a União (sobrou R$ 9.000,00) 
 
 
 
20 
2º lugar: deverá pagar para os Estados de MG e PE (mas ele só tem R$ 9.000,00 para pagar uma dívida de 
R$ 12.000,00 - R$ 8.000,00 para MG, R$ 4.000,00 para PE) – pagará de forma proporcional ao montante 
devido, qual seja: R$ 6.000,00 para MG (2x) e R$ 3.000,00 para PE (1x); 
3º lugar: deveria pagar os Municípios, mas não há mais dinheiro. Assim, os Municípios não receberão nada. 
 
Ex.2: Uma pessoa tem dívidas com a União, Estado e Município. Além disso, tem dívidas com a autarquia 
federal, autarquia estadual e autarquia municipal. Qual será a ordem de recebimento? 
1º lugar: deverão ser quitadas as dívidas da União. 
2º lugar: quem recebe é a autarquia federal. 
3º lugar: quem recebe é o Estado + autarquia estadual. 
4º lugar: quem recebe é o Município + autarquia municipal. 
 
#TEMTESE 
O credor tributário só concorre na preferência pelo pagamentoda sua dívida com outro credor tributário. 
Se entre os credores existirem autarquias, então paga-se primeiramente para a União, depois para as 
autarquias federais e então para os Estados conjuntamente com suas autarquias e por fim, para os 
Municípios conjuntamente com suas autarquias. 
Fundamentos: Súmula 563, STF e Súmula 497, STJ e Art. 187, parágrafo único, CTN c/c Art. 29, parágrafo 
único, LEF 
 
Súmula 563, STF. O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do 
art. 187 do Código Tributário Nacional é compatível com o disposto no art. 9º, inciso 
I, da Constituição Federal. 
 
Súmula 497, STJ. Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da 
Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre o mesmo bem. 
 
CTN 
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores 
ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou 
arrolamento. 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas 
jurídicas de direito público, na seguinte ordem: 
I - União; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; 
III - Municípios, conjuntamente e pró rata. 
 
 
 
 
 
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Lei nº 6.830/80 
Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a 
concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário 
ou arrolamento. 
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas 
jurídicas de direito público, na seguinte ordem: 
I - União e suas autarquias; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro 
rata; 
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. 
 
SITUAÇÃO PROBLEMA 
João e Maria, famoso casal de contos infantis, hoje estão aposentados e alugaram sua única propriedade 
localizada no subúrbio para com os rendimentos locarem um pequeno apartamento mais próximo de seus 
filhos e com maior acessibilidade. 
Em 10 de janeiro de 2017 a Receita Federal acusou uma dívida de imposto de renda de João, notificando-
o imediatamente. João conseguiu o parcelamento da dívida e vem cumprindo com os pagamentos 
diuturnamente. Contudo há cinco dias o casal foi surpreendido com a informação que o imóvel de sua 
propriedade estava penhorado, após a dívida tributária ser inscrita como dívida ativa e culminado com uma 
execução fiscal. 
QUESTÃO: Como advogado, adote as medidas judiciais cabíveis, visando assegurar o patrimônio do casal 
mesmo diante do andamento do processo judicial. 
 
PALAVRAS CHAVE 
QUEM? João e Maria e Receita Federal 
QUANDO? Notificação em 10/01/2017 e penhora há cinco dias 
ONDE? Não informa local 
O QUE ACONTECEU? Único imóvel do casal penhorado 
POR QUE? Existência de dívida de imposto de renda em nome de João 
 
QUAL É O OBJETIVO DO CLIENTE? Não pagar (já está pagando com o parcelamento). 
 
IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA: 
Há lançamento 
Há execução fiscal 
Há garantia do juízo (penhora do imóvel) 
Deverão ser opostos EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL (está no prazo de 30 dias – a penhora foi há 5 dias) 
com pedido de efeito suspensivo (porque há penhora inadequada e já há um parcelamento inicial). 
 
 
 
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QUAL É A TESE? 
João tem a dívida (existe a dívida de IR, não é para afastar). Você deve proteger o patrimônio de João e 
Maria. 
João reconheceu a dívida e parcelou. Parcelamento é forma de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário e, por conseguinte, o parcelamento é capaz de impedir a inscrição em dívida ativa e o ajuizamento 
da execução fiscal. 
Tese acessória: impenhorabilidade do bem de família (lei do bem de família: Lei nº 8.009/90 – art. 3º). 
Esse imóvel só poderia ser penhorado se tivesse dívidas referentes ao imóvel. 
Dívida de IR não autoriza a penhora de bem de família. 
Mesmo que alugado a terceiros, mantêm-se a impenhorabilidade, desde que o valor do aluguel seja 
revertido à subsistência da família (súmula 486, STJ). 
 
Súmula 486, STJ. É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja 
locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a 
subsistência ou a moradia da sua família. 
 
PEDIDO: 
Diante do exposto, requer a procedência do pedido para extinguir a execução fiscal, haja vista a suspensão 
da exigibilidade do crédito tributário através do parcelamento, o qual eivou de vícios tanto a inscrição em 
dívida ativa como também o ajuizamento do presente processo executivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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II. LOUSAS 
 
 
 
 
 
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