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ANÁLISE DO FILME “BABIES”: A PERCEPÇÃO DE JEAN PIAGET E ERICK ERICKCON

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
 
EDUARDA VENDRAMINI MOMESSO 
ISABELI KAORI KIRIHARA 
LARA NININ GIESE 
LAYANE MELLO 
 
 
ANÁLISE DO FILME “BABIES”: A PERCEPÇÃO DE 
JEAN PIAGET E ERICK ERICKCON 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS 
2017
 
2 
 
 
 
 
EDUARDA VENDRAMINI MOMESSO 
ISABELI KAORI KIRIHARA 
LARA NININ GIESE 
LAYANE MELLO 
 
 
 
 
ANÁLISE DO FILME “BABIES”: A PERCEPÇÃO DE 
JEAN PIAGET E ERICK ERICKCON 
 
 
 
 
 
 
 
 
PUC CAMPINAS 
2017 
 
Relatório apresentado à disciplina 
Psicologia do Desenvolvimento A, da 
Faculdade de Psicologia do Centro de 
Ciências da Vida, como parte das 
atividades exigidas para aprovação. 
 
Responsáveis pela disciplina: 
Prof.ª. Dra. Amanda Muglia Wechsler 
Monitores: Maria Eduarda Martins e 
Isabelle Paiva 
 
 
 
3 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. JEAN PIAGET E SUA CONCEPÇÃO TEÓRICA ................................................................. 4 
2. CONCEITOS DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ......................................................... 5 
a) Assimilação: ........................................................................................................ 6 
b) Acomodação: ...................................................................................................... 6 
3. QUATRO ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL ...................................... 7 
a) Estágio sensório-motor ....................................................................................... 8 
b) Estágio Pré-Operatório ..................................................................................... 11 
c) Estágio Operatório Concreto ............................................................................. 13 
d) Estágio Operatório Formal ................................................................................ 16 
4. ERICK ERICKSON E SUA CONCEPÇÃO TEÓRICA .......................................................18 
5. OITO ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE .............................20 
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................................23 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
1. JEAN PIAGET E SUA CONCEPÇÃO TEÓRICA 
 
Jean Piaget foi psicólogo, formado em biologia, utilizava do método de 
observação para entender as curiosidades sobre a natureza da mente humana 
(HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
A revista Times o apresentou como um dos 20 cientistas e pensadores mais 
influentes do século XX, identificando marcos cognitivo significativo e motivadores 
para o interesse de pesquisas ao redor do mundo em relação ao desenvolvimento 
da mente humana (MYERS, D. G., 2015). 
 
Piaget (1952, 1972) acreditava que as crianças tentam buscar sentido no 
meio em que estão. Utilizou como base de observação os seus três filhos para 
desenvolver sua teoria. (Fischer & Hencke, 1996) e hoje é a teoria mais utilizada 
para entender o desenvolvimento cognitivo (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, 
S. E., 2003). 
 
Piaget dá inicio aos estudos sobre o desenvolvimento de um individuo desde 
o momento do nascimento até a fase adulta, usando como método principal a 
observação direta do meio e suas interferências. Tem como foco, estudar os 
processos mentais com objetivo de entender a mente e o comportamento. Em suas 
teorias, Piaget relaciona a mente ao funcionamento de um computador 
(PALANGANA, I. C., 1998). 
 
Nos primeiros anos de vida, não existe a construção de memórias pois não 
tem linguagem. A construção de novos conhecimentos é adaptada através de testes 
e experiências vivenciadas, alterando o conhecimento, e também pela observação 
do meio (TEIXEIRA, H., 2015). 
 
O Homem está em frequente mudança, e os primeiros anos de vida é o 
momento principal para construção de níveis de adaptação ao meio cada vez mais 
elaborada. Para tal, é preciso criar conceitos para formar uma unidade básica de 
características (COLL, C., 1992). 
5 
 
 
 
 
2. CONCEITOS DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
 
A adaptação ao mundo é fundamental para o desenvolvimento saudável. 
Piaget nomeou de ESQUEMAS essa categorização mental, na qual inclui sensações 
criando conceitos. E com o tempo, os esquemas vão ficando mais sólidos, 
estabelecendo pontos de comparação entre dois ou mais esquemas (TEIXEIRA, H., 
2015). 
 
Esses esquemas, segundo Piaget, representam o processo inicial da 
construção do intelecto e a evolução biológica, como etapas que vão se solidificando 
para o desenvolvimento de uma próxima etapa iniciar, integrando as atividades já 
aprendidas com outras mais complexas (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. 
E., 2003). 
 
Após o uso das experiências e momentos exploratórios, os esquemas já bem 
estabelecidos, o mesmo terá que ser feito com objetos e pessoas, assimilando-as às 
experiências já vividas. Nomeado por Piaget de processo de assimilação 
(PALANGANA, I. C., 1998). 
 
Um segundo momento é a Acomodação. No qual as experiências já 
vivenciadas são utilizadas para construção de novos conceitos. O desequilíbrio 
ocorre uma vez que é necessário modificar um esquema para adaptar novas 
características, diversificando as estruturas e melhorando a adaptação dos 
esquemas. Em cada fase de desenvolvimento, os esquemas ficam mais complexos, 
estabelecendo níveis evolutivos e estabelecendo o equilíbrio natural (COLL, C., 
1992). 
 
A assimilação e a acomodação estão presentes no desenvolvimento dos 
bebes, vistas como estratégias existentes e criações de novas estratégias. 
No documentário todos os bebês dos diferentes países passam por assimilação e 
acomodação. Na África, Mongólia, Japão e Estados Unidos todas as crianças 
mostraram assimilação e acomodação (COLL, C., 1992). 
 
6 
 
 
 
 
a) Assimilação: 
 
Na África o bebe tem contando direto com o cachorro, onde o cachorro 
lambe-o na boca. Já Mongólia, o bebe tem contato com os animais, com o bode, 
gato e boi. No Japão, a mãe da bebe a leva para um roda de brincadeiras onde a 
professora bate palmas, e a bebe repeti os seus movimentos batendo palma 
também, e Estados Unidos a bebe para de mamar nos seios da mãe e substitui pelo 
polegar. 
 
 
 
b) Acomodação: 
 
O bebe da África manuseia as pedras como se fosse brinquedos. Já 
na Mongólia, o bebe usa a água como meio de diversão. No Japão, a bebe usa a 
cadeira como um meio de apoio para tentar se levantar do chão. E Estados Unidos, 
o bebe brinca sozinho tentando encaixar os objetos nas suas formas corretamente, 
brinquedo com forma geométrica. 
 
7 
 
 
 
 
 
3. QUATRO ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL 
 
Segundo Piaget, as crianças se desenvolvem em quatro estágios evolutivos. 
Iniciando com o sensório-motor, que ocorre do nascimento até aproximadamente os 
2 anos de idade (PALANGANA, I. C., 1998). 
 
Posteriormente o estágio pré-operacional no qual a criança desenvolve a fala; 
o estágio operatório concreto sendo o terceiro, no qual a criança já inicia na escola, 
aos 7 anos e vai até os 11 anos de idade, e o ultimo estágio que é o operacional 
formal no qual começa a adolescência e continua o desenvolvimento na vida adulta 
(HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
Na medida em que a criança evolui um estágio, ela apresenta uma mudança 
fundamental de como pensa e vê o mundo (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. 
E., 2003). 
 
 
8 
 
 
 
 
a) Estágio sensório-motor 
 
Esse estágio dá inicio ao processo de desenvolvimentocognitivo da criança 
desde o nascimento até aproximadamente 2 anos de idade (MYERS, D.G., 2015). 
 
Após o nascimento até os 2 anos as primeiras adaptações do bebê são 
reflexivas, gradualmente, os bebês obtêm controle consciente e intencional sobre 
suas ações motoras. A princípio, eles agem assim para manter ou repetir sensações 
interessantes. Mais tarde, exploram ativamente seu mundo físico e buscam novas 
sensações (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
Ao longo das primeiras fases do desenvolvimento da cognição infantil parece 
interessar-se apenas no que eles podem perceber imediatamente, pelos seus 
sentidos. Os bebês nada concebem que não lhes seja imediatamente perceptíveis 
(COLL, C., 1992). 
 
Então Piaget, percebeu que eles não têm um senso de permanência do 
objeto. Criando essa teoria, pela qual os objetos continuam a existir, mesmo quando 
imperceptível aos bebês. Por exemplo, quando uma mãe se esconde atrás de um 
pano, um bebe de 4 ou 5 meses vai acreditar que ela desapareceu, já uma criança 
de 2 anos saberá que a sua mãe está ali, apesar de não conseguir vê-la (TEIXEIRA, 
H., 2015) 
 
Embora pesquisas subsequentes tenham posto em dúvida algumas de suas 
interpretações quanto à permanência do objeto, parece que os bebês não têm o 
mesmo conceito com relação à permanência de objetos que os adultos têm 
(HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
A posse de um senso de permanência do objeto exige alguma representação 
mental interna de um objeto mesmo quando este não é visto, ouvido ou, de outra 
forma, percebido (TEIXEIRA, H., 2015). 
 
9 
 
 
 
 
O bebê não consegue ter esse apercepção, pois seus pensamentos estão 
concentrados apenas em percepções sensoriais e comportamentos motores. No fim 
do período sensório-motor, as crianças começaram a mostrar sinais de pensamento 
representativo (MYERS, D. G., 2015). 
 
Essa mudança para o estágio pré-operatório a criança começa a pensar sobre 
pessoas e objetos que não são necessariamente perceptíveis naquele momento 
(TEIXEIRA, H., 2015) 
 
Piaget acreditava que o padrão de capacidade progressiva para formar 
representações mentais internas continua ao longo da infância. Outro padrão 
característico do desenvolvimento cognitivo envolve a passagem progressiva das 
crianças de um foco sobre si próprias a um interesse nos outros. Isso é, à medida 
que ficam mais velhas, elas se tornam menos egocêntrica. Observe-se que o 
egocentrismo é uma característica cognitiva, não um traço de personalidade 
(MYERS, D. G., 2015). 
 
As adaptações posteriores, entretanto, envolvem também objetos do 
ambiente externo ao corpo do bebê. Similarmente, as primeiras representações 
mentais envolvem apenas a criança, mas as subsequentes abrangem também 
outros objetos. Piaget considerava essa tendência inicial indicativa de uma 
tendência mais ampla para as crianças de todas as idades tornarem-se 
progressivamente conscientes do mundo externo e de como os outros podem 
perceber esse mundo (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
No documentário Babies, pode-se observar todo o estágio sensório-motor 
apresentado na fase entre 0 e 1 ano de idade, onde a inteligência neste estágio esta 
relacionada com a resolução de problemas de ações como: conseguir se 
movimentar no berço, alcançar algum objeto, manuseio algum objeto com facilidade, 
abrir os olhos, entre outras dificuldades, como analisado no documentário todos os 
bebes demonstraram tal habilidades (COLL, C., 1992). 
 
10 
 
 
 
 
Na África, Mongólia, Japão e Estados Unidos os bebes abriram os olhos após 
três a quatro dias de seu nascimento. Podendo observar que os bebes da África 
logo tiveram o processo de sucção, choro, sorrisos, e bastante contato com os 
objetos, manuseio os, levando os em contato com a boca. Mongólia manuseio dos 
brinquedos levando ate a boca. Japão processo de sucção, manuseio dos 
brinquedos, choros, sorrisos como resposta das brincadeiras dos pais. Estados 
Unidos processo de sucção, sorrisos, manuseio dos livros, curiosidade em tocar nos 
objetos, contato com a mão da avó levando-a ate a boca. 
11 
 
 
 
 
 
b) Estágio Pré-Operatório 
 
No segundo estágio, a idade aproximada de 2 anos 6 ou 7 anos, a criança 
começa a desenvolver ativamente as representações mentais internas, que se 
iniciaram no fim do estágio sensório-motor (PALANGANA, I. C., 1998). 
 
Para Piaget a palavra operações significa as atividades lógicas e mentais, 
portanto o estágio pré-operatório nada mais é do que um estágio pré-lógico 
(HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
A capacidade da criança de ter pensamento representativo, ou pensamento 
simbólico, como Piaget chamava, durante o estágio pré-operatório, abre o caminho 
para a criança criar habilidade de utilizar palavras, imagens e símbolos para 
representar o seu mundo (DELOANCHE, J. S., 1995). 
 
A crescente capacidade da criança de ter pensamentos simbólicos pode ser 
percebida quando a mesma usa fantasias e a imaginação enquanto brinca 
(GOLOMB, C.; GALASSO, L., 1995). 
 
Dois conceitos foram estudados por Piaget nessa fase, que são 
caracterizados por irreversibilidade e centração. Irreversibilidade é ausência de 
capacidade da criança de reverter mentalmente uma sequencia de eventos pois ela 
ainda não tem a capacidade lógica para efetuar tala atividade. Já a centração é a 
tendência de forcar em um único aspecto de uma situação, não dando importância a 
outros aspectos tão relevantes quanto (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 
2003). 
 
E para ilustrar esses dois conceitos, Piaget usou um experimento, que hoje é 
clássico de sua teoria. Como podemos observar na imagem abaixo, o 
experimentador apresenta dois tubos de saio idênticos, onde cada um tem a mesma 
quantidade de liquido, e a criança reconhece facilmente que em ambas a quantidade 
de liquido é igual. Depois, na frente da criança, o liquido de um dos tubos é movido 
12 
 
 
 
 
para um segundo tubo, mais alto e mais fino. E então é questionado para a criança: 
“qual dos dois tem mais?”, como qualquer outra criança nessa fase responderia: “o 
mais alto tem mais!” (MYERS, D. G., 2015). 
 
 
 
E esse experimento ilustra bem a incapacidade da criança, nesse estágio, de 
entender que o liquido conserva-se igual. O principio de conservação descreve que 
duas quantidades físicas iguais, permanecem iguais, ainda que a aparência mude 
(HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
O alcance do pensamento apresenta transformações importantes, porém 
neste estágio a criança ainda apresenta características de comportamento pelo 
egocentrismo, uma vez que ela não entende a realidade na qual não faz parte, por 
causa da ausência de esquemas bem formados, conceituais e da lógica (TERRA, M. 
R., 2002). 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
c) Estágio Operatório Concreto 
 
Este estágio da início por volta dos 7 ou 8 anos e tem fim aos 11 ou 12 anos, 
quando a criança entra na adolescência. Neste momento as crianças tornam-se 
capazes de manipular mentalmente as representações internas que formaram, 
durante o período pré-operatório (TEIXEIRA, H., 2015). 
 
Em outras palavras, são capazes de ter pensamento lógico, são menos 
egocêntricas na maneira de pensar, podem reverter operações mentais. Em resumo, 
elas intendem o principio de conservação, no qual a mudança da forma não altera 
na quantidade (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
E agora não só têm ideias e memórias dos objetos, mas também podem 
realizar operações mentais com essas ideias e memórias. Como o próprio nome diz, 
nessa fase a criançaestá focada no pensamento concreto, e o pensamento e uso da 
lógica são limitados à realidade. Não tem a capacidade de pensar logicamente sobre 
situações hipotéticas ou ideias abstratas (MYERS, D. G., 2015). 
 
E mais uma vez, o Experimento de Conservação é fundamental para 
demonstrar que na fase Operacional Concreta as crianças tem um pensamento 
lógico e racional sobre a realidade. Na conservação, a criança é capaz de lembrar-
se de uma dada quantidade, embora observe a mudança de aparência do objeto. 
Como por exemplo, o número de peças do jogo de damas ou a quantidade de 
líquido no tubo de ensaio (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
 
O que a criança no estágio Operatória Concreta pode fazer de diferente de 
uma que está no estágio Pré-operatória é a capacidade de manipular 
representações internas de objetos e de substâncias concretas, conservando, 
mentalmente, a noção de quantidade e concluindo que, apesar das aparências 
físicas diferentes, as quantidades são idênticas (TEIXEIRA, H., 2015). 
 
14 
 
 
 
 
Em primeiro lugar, a criança neste estágio já não foca mais na dimensão do 
recipiente ou do liquido, e agora pode perceber também a largura deste. Além disso, 
neste momento a criança consegue reverter às ações já efetuadas, ou seja, ela 
entende que as quantidades são idênticas, pois o líquido podia ser despejado 
novamente no recipiente original (o béquer pequeno) (MYERS, D. G., 2015). 
 
 
 
 
Uma vez que a criança reconheça internamente a possibilidade de reverter à 
ação e possa realizar mentalmente essa operação concreta, ela pode captar a 
implicação lógica de que a quantidade não mudou. Inicialmente elas contam com 
suas percepções imediatas de como as coisas parecem ser; gradualmente, 
começam a formular regras internas em relação a como funciona o mundo e, 
finalmente usam essas regras internas para orientar o seu raciocínio, em vez de 
apenas as aparências (HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
Observe-se, entretanto, que as operações são concretas, isto é, as operações 
cognitivas agem sobre representações cognitivas de eventos físicos reais. O estágio 
final do desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget, envolve ultrapassar tais 
operações concretas e aplicar os mesmo princípios a conceitos abstratos 
(PALANGANA, I. C., 1998) 
 
Ainda que a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas 
conceituais como as ações executadas mentalmente se referem, nesta fase, a 
objetos ou situações passíveis de serem manipuladas ou imaginadas de forma 
concreta. (TERRA, M. R., 2002) 
15 
 
 
 
 
Além disso, conforme pontua La Taille (1992:17) se no período pré-operatório 
a criança ainda não havia adquirido a capacidade de reversibilidade, tal capacidade 
será construída ao longo dos estágios operatório concreto e formal. 
16 
 
 
 
 
 
d) Estágio Operatório Formal 
 
Neste estágio é quando inicia a adolescência, aproximadamente dos 11 ou 12 
anos de idade até a fase adulta. Neste momento o pensamento é mais sistemático e 
lógico, e acriança já está preparada para resolver problemas, operações mentais 
sobre abstrações e símbolos que podem não ter formas concretas ou físicas 
(HOCKENBURY, D.H; HOCKENBURY, S. E., 2003). 
 
O pensamento reflete a habilidade de pensar de forma lógica, mesmo lidando 
com conceitos abstratos ou situações hipotéticas. Neste momento a criança, no 
estágio operacional formal já consegue analisando os fatos desta forma (PIAGET, J., 
1952). 
 
Além do mais, as crianças começam a compreender algumas coisas que elas 
mesmas não tinham experimentado diretamente. Durante o estágio de operações 
concretas, elas começam a ser capazes de ver a perspectiva dos outros, se a 
perspectiva alternativa pode ser manipulada concretamente (TEIXEIRA, H., 2015). 
 
Neste momento as crianças conseguem sentir empatia ou perceber o que as 
outras estão sentindo. Também conhecida como Teoria da Mente, criada por David 
Premack e Guy Woodruff, com o objetivo de descrever a capacidade de interpretar 
intenções. (MYERS, D. G., 2015) 
 
Neste momento elas já tem maturidade para imaginar como outra criança 
pode ver uma cena, quando sentam em lados opostos de uma mesa onde a cena é 
exibida. A capacidade de realizar operações smentais, pensar simbolicamente e 
perceber a coisas a partir da visão do outro já estavam presentes dentre as 
capacidades da criança no estágio anterior, porém essas capacidades se 
desenvolvem gradualmente, o que torna uma criança de 11 anos muito mais 
receptiva do que uma de 7. (MYERS, D. G., 2015) 
17 
 
 
 
 
Durante as operações formais elas são completamente capazes de adotar 
outras perspectivas além das suas próprias, mesmo quando não estão trabalhando 
com objetos concretos (TEIXEIRA, H., 2015). 
 
Além disso, nesse estágio as pessoas procuram criar uma representação 
mental sistemática das situações com as quais se deparam. Piaget usou diversas 
tarefas para demonstrar o ingresso nas operações formais. Como por exemplo, a 
variações em combinações (TEIXEIRA, H., 2015). 
 
18 
 
 
 
 
4. ERICK ERICKSON E SUA CONCEPÇÃO TEÓRICA 
 
Erick Erickson foi um psicanalista americano, elaborou a teoria do 
desenvolvimento psicossocial que envolve oito estágios. Ao contrário do psicanalista 
Freud, ele diz que as mudanças e o crescimento percorrem durante todo ciclo vital, 
além disso ele conta com a influência do ambiente para a evolução das fases. A 
vantagem de sua teoria é que ela é propensa de aprofundamentos empíricos e é 
facilmente associada à outras teorias (COLL, C., 1992). 
 
À medida que cada estágio avança existe um conflito para ser resolvido, seja 
ele de forma positiva ou negativa. Se esta solução for positiva ocasionará na saúde 
mental do indivíduo, porém se for negativa haverá a inadequação dos seus 
comportamentos, causando o desajustamento. Todos os estágios são dependentes 
um dos outros, se uma criança passa de forma negativa em alguma fase, para 
ocorrer a progressão adequada do próximo estágio é necessário solucioná-la 
(COLL, C., 1992). 
 
19 
 
 
 
 
Êxito Fracasso
Confiança Desconfiança
Tem confiança na mãe ou no principal 
cuidador
O cuidado foi errático ou áspero
Tem confiança na própria capacidade de 
fazer as coisas acontecerem
Cuidador responde de maneira predizível, 
confiável e amorosa
Autonomia Vergonha e Dúvida
Fase em que a criança tem maior 
mobilidade, como caminhar, agarrar 
objetos
Experienciar muitos fracassos
Recebeu treinamento esfincteriano 
adequado
Esforços de independência guiado pelos 
pais
Sente-se independente
Desenvolve suas capacidades
Iniciativa Culpa
Capaz de fazer planejamentos Punição rigorosa dos pais
Tomar inciativa para atingir objetivos Risco de ir longe demais na agressão
Conflito Edípico
Inibição
Atividade Inferioridade
Absorver todas as habilidade e normas 
básicas da cultura
Incapaz de desenvolver habilidades 
esperadas
Gosta de realizar coisas como jogos e 
competições
Necessidade de obter aprovação através 
de habilidades escolares
Identidade Confusão de papéis
Identificação grupal
Amor Adolescente
Busca de novos valores
Conflito nessa fase devido aos vários 
papéis que surgem 
Initimidade sexual
Segurança e independência
Capaz de aprender muito
Sabe que é e o que quer na vida
Intimidade Isolamento
Estabelecer um ou mais relacionamentos 
íntimos que vão além do amor 
adolescente
Dificuldade em relacionar-se
Casar
Formar grupos familiares
Criatividade Estagnação
Gerar e criar filhos Improdutivo
Centrar-sena realização ou criatividade 
profissional
Egocêntrico
Integridade do ego Desespero
Integrar estágios anteriores
Chegar a um acordo com a identidade 
básica
Aceitar o self, aceita sua existência como 
algo valioso
Satisfeito com a vida
Faixa Etária
Resolução da crise Núcleo de 
relações 
significativas
0 - 1 anos
Mãe ou principal 
cuidador
Apego inseguro
Apego Seguro Retraído ou desprotegido
2 -3 anos PaisOrientação inadequada dos pais em 
relação à esforços de independência
Demasiado controle dos pais
4 - 5 anos Família
Imaginação
41 - + anos Sociedade e "eu"
Teme a morte
Considera que a vida foi tempo perdido
6 - 12 anos Escola
Sem iniciativa
13 - 18 anos Colegas e Amigos
Não sabe o que quer
Não consegue situar-se nas questões 
da sexualidade e da sociedade
19 - 25 anos Parceiros
Relações instáveis ou problemáticas
26 - 40 anos
Família e 
atividades 
profissionais
20 
 
 
 
 
 
5. OITO ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 
 
No primeiro estágio o bebê é dependente de sua mãe ou de seu cuidador 
para a satisfação das suas necessidades básicas, incluindo alimentação, carinho, 
higiene e cuidados em geral. Contudo é nessa fase que se estabelece um apego 
seguro ou inseguro que influenciará diretamente na confiança e desconfiança de 
relacionamentos pessoais e futuros (COLL, C., 1992). 
 
No próximo estágio a criança já está por volta de dois a três anos de idade, ou 
seja, tem mais independência na questão da mobilidade podendo já caminhar, 
agarrar objetos, desenvolvendo a fala, e aprendendo a controlar os esfíncteres. 
Caso a criança seja bem-sucedida nesta fase ela ganhará autonomia, e o contrário 
terá sentimento de vergonha (BEE, B., 2011). 
 
No terceiro estágio, a criança é capaz de fazer escolhas próprias e 
planejamentos, senão provocará sentimento de culpa. 
 
Na quarta fase a criança já está no processo de escolarização, podendo se 
sentirem aptas a realizar atividades escolares, porém se houver insucesso nessas 
atividades ela poderá sentir-se inferiorizada (BEE, B., 2011). 
 
O quinto estágio é a fase de transição da infância para a adolescência, em 
que Erickson criou o termo “crise da adolescência”. Pois é uma fase muito 
conturbada, onde os indivíduos precisam fazer escolhas profissionais e estudantis, 
se identificar em um determinado grupo que contenham características e atitudes 
semelhantes, buscam também por questões amorosas, afloram-se suas intimidades 
sexuais e alcançam novos valores culturais (BEE, B., 2011). 
 
No sexto estágio o adulto já está preparado para ter um grande vínculo com 
outras pessoas, podendo ou não formar novos grupos familiares, entretanto se isso 
não ocorrer a tendência de isolamento será maior (BEE, B., 2011). 
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O sétimo estágio além do adulto formar seus grupos familiares, seu objetivo 
está em conquistar seus objetivos profissionais, gerando uma criatividade, ao 
contrário disso o indivíduo pode estagnar em sua vida profissional (MYERS, D. G., 
2015) 
 
Por fim o último estágio é a integração das fases anteriores, se for seja bem-
sucedido conseguirá enfrentar o fim da vida bem, senão temerá a morte (MYERS, D. 
G., 2015) 
 
A concepção de Erickson em relação ao documentário babies pôde ser 
observado apenas o primeiro estágio de sua teoria do desenvolvimento psicossocial, 
pois foi relatado a criação de quatro bebês de diferentes culturas, desde o 
nascimento até por cerca de um ano de idade. Sendo o foco maior para a questão 
do apego e das descobertas de estímulos a coisas novas (COLL, C., 1992). 
 
Na América a presença dos pais e familiares são constantes para o bebê, é 
visto que há um momento em que a avó dá atenção e brinca com a suposta neta; o 
pai tem grande contato físico e afetivo, tomando banho com sua filha; e mãe foi 
observada como a principal cuidadora, alimentando-a, dando carinho e amor. Sendo 
isso essencial para um bom desenvolvimento infantil. A todo momento são 
oferecidos estímulos para essa criança que tem a capacita de confiança nos seus 
próprios comportamentos e descobertas, ademais de frequentar um ambiente para 
um convívio social infantil, toma iniciativa para brincar sozinho, como quando está 
pulando no “andador”, possui incentivos para manipular livros e aprende coisas 
consideradas básicas, como descascar uma banana. Como conclusão podemos 
considerar que o bebê americano estabelece confiança em suas atitudes e 
relacionamentos. 
 
Na Mongólia desde o nascimento do filho o pai não tem um contato afetivo 
constante e a criança permanece muito tempo sozinha, muitas vezes com limitações 
para se deslocar-se. O irmão mais velho não tem um bom relacionamento com ele 
que frequentemente bate, briga e irrita o bebê. Ele não possui muito contato com 
ambientes tecnológicos, e no documentário sua mãe só aparece para suprir suas 
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necessidades básicas. Contudo quando ele aprende a engatinhar, começa a 
explorar o ambiente em que vive criando uma certa independência. 
Consequentemente pode-se concluir que a falta do apego do cuidador pode 
influenciar na desconfiança, porém não se pode rejeitar o fato que ele consegue por 
si só a descobrir novas coisas. 
 
Na África foi observado que é o bebê que mais possui apego e confiança. A 
presença de sua mãe e de outras crianças é extremamente permanente, recebendo 
atenção da mãe sempre que possível, como a amamentação, e os cuidados com a 
higiene, como cortar o cabelo do seu filho e limpar as fezes dele em sua perna. 
Apesar do contato de sua cuidadora ser constante ela permite que o seu filho 
explore o ambiente em que vive, como comer coisas do chão, tomar água de poças 
e tendo contato com animais. Foi percebido que o bebê possui mais confiança em 
relação aos outros do documentário, o que será muito positivo para o seu 
crescimento futuro. 
 
No Japão é visto que há um bom relacionamento entre o bebê e seus pais, 
que lhe dão além de necessidades básicas, conforto e carinho. Ele tem um bom 
convívio fora de sua casa, frequenta creche, passeia no parque, vai à loja de 
brinquedos, onde é incentivado a explorar mais, além de ter grande contato com 
outras crianças. Se mostra curioso e confiante em suas ações e descobertas. 
 
Por fim, conclui-se que a presença dos pais ou dos cuidadores é 
indispensável para a construção da confiança, não apenas em relacionamentos, mas 
também em atitudes, e o convívio com outras pessoas. Como este é o primeiro 
estágio de Erickson é preciso solucioná-lo seja com a desconfiança ou confiança 
para prosseguir os outros estágios que persistirão por todo ciclo vital (BEE, B., 
2011). 
 
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6. REFERÊNCIAS 
 
1. BEE, H; BOYD, D., A criança em desenvolvimento. 12ª ed., Porto Alegre, Artmed, 
2011. 
2. COLL, C; PALACIOS, J; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico e 
educação: Psicologia evolutiva, v1. 2ª ed., Porto Alegre, Artmed, 2004. 
3. HOCKENBURY, D. H.; HOCKENBURY, S. E. Descobrindo a Psicologia. Barueri: 
Manole, 2003; p. 341 – 346. 
4. MYERS, D. G. Psicologia. 9º ed. Rio de Janeiro: Diagrama Ação, 2015; p. 135 – 
142. 
5. PALANGANA, I. C. Desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygotsky (A 
referencia do social). 2º ed. São Paulo: Plexus Editora, 1998; p. 70 – 84. 
6. TEIXEIRA, H. Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Jean Piaget. 2015. 
Disponível em:<http://www.helioteixeira.org/ciencias-da-aprendizagem/teoria-do-
desenvolvimento-cognitivo-de-jean-piaget/> 16/05/2017. 
7. TERRA, M. R. O desenvolvimento humano na teoria de Piaget. 2002. Disponível 
em:<http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm#ftnref2> 16/05/2017 
8. IMAGEM: https://www.emaze.com/@AZOWWWOT/Jean-Piaget

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