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Econ_2010_versao_2.3_Faganelo_Machado

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Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 
Faganelo & Machado 
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INTRODUÇÃO A ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material desenvolvido pelos 
professores Luiz Henrique 
Mourão Machado e Mauricio 
Faganelo para a aplicação da 
disciplina de Economia e 
Economia de Empresas para 
os Cursos de Tecnologias em 
Ciências Gerenciais e 
Administração de Empresas 
na Universidade Nove de Julho 
- UNINOVE. 
 
 
Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 
Faganelo & Machado 
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1. CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS 
 
O que é economia? 
É a ciência que se preocupa com a alocação dos recursos escassos para a satisfação 
das necessidades humanas, que são ilimitadas. 
 
Outra definição: 
Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição, e consumo de bens e serviços. 
O termo economia vem do grego para oikos (casa) e nomos (costume ou lei), daí "regras da casa 
(lar)." 
 
Lionel Robbins (ensaio de 1932): "a ciência que estuda as formas de comportamento humano 
resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, 
embora escassos, se prestam a usos alternativos. 
 
Necessidades humanas: São diversificadas e insaciáveis. Sensação da falta de 
alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la. 
 
Recursos escassos: São aqueles que não existem em abundância e que pagamos 
pela sua utilização. 
 
Escassez: significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas 
as necessidades e desejos. Estando ausentes a escassez dos recursos e a 
possibilidade de fazer usos alternativos desses recursos, não haverá problema 
econômico. 
PIRÂMIDE DE MASLOW 
 
O COMPORTAMENTO COMO PADRÃO DE CONSUMO DA SOCIEDADE 
 
Recursos: é o que utilizamos para produzir. Podem ser limitados em quantidade, 
combináveis ou não. Classificam-se em: 
 Recursos Livres: são os recursos abundantes. Ex: ar, sol, chuva. 
 Recursos Econômicos: são os recursos escassos. Ex: água, terra agrícola. 
 Recursos Produtivos: são aqueles utilizados como fatores de produção. Ex: Terra, 
trabalho, capital, capacidade empresarial, tecnologia. Eles se dividem em humanos 
e não-humanos. 
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Bens e serviços: 
 
Bens 
 
Os agentes se comportam de diferentes formas em suas escolhas de acordo com o tipo 
do bem que desejam. Suas decisões de escolha devem ser livres para desejar e 
comprar aquilo que podem e têm vontade. 
 
Os bens e serviços, porém, possuem suas peculiaridades que podem ser classificadas 
por diferentes tipos. Dessa forma, em relação à renda e aos preços, um bem pode ser: 
 
Os bens materiais se dividem em: 
 
1. Bens de consumo: são os bens materiais duráveis e não-duráveis. 
 
2. Bens de capital: são o que utilizamos para produzir outros bens ou serviços. 
 
 
 
Outras Classificações para Bens em Economia 
 
Normal ou Inferior 
• Normal: quando aumenta a renda do indivíduo, aumenta a demanda pelo bem 
(e vice-versa); 
• Inferior: quando aumenta a renda do indivíduo diminui a demanda pelo bem 
(e vice-versa). 
 
Substitutos ou Complementares 
• Substitutos – quando o preço de um bem aumenta, sua demanda cai e a 
demanda do outro bem aumenta; 
• Complementares – quando o preço de um bem diminui, aumenta não apenas 
sua demanda como também do outro bem. 
 
Intermediários ou Finais. 
• Intermediários: não estão pronto para o consumo, vão sofrer um processo de 
transformação; 
• Finais: já se encontram pronto para o consumo. 
 
 
 
Serviços 
 
Não se destina a produzir um bem, mas a satisfação da sociedade, através de uma 
atividade. Podemos diferenciar bem como algo tangível e serviço como algo não 
tangível. 
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Setores econômicos 
 
 Primário: Onde o produto se encontra da forma natural e não sofreu nenhum 
processo de transformação. Pesca, agricultura. 
 
 Secundário: Onde o produto extraído do setor primário vai passar por um processo 
de transformação. Indústria, construção. 
 
 Terciário: Setor onde ocorre a prestação de serviços. Bancos, comércio. 
 
 
 
Problemas econômicos básicos 
 
 O que produzir? 
 
 Quanto produzir? 
 
 Como produzir? 
 
 Para quem produzir? 
 
 
 
QUER SABER MAIS ? 
 
Procure no www.youtube.com a série ECONOMIA DESCOMPLICADA e assista a Parte 
1 desta série de 7 vídeos. 
 
Ou acesse o link abaixo: 
http://www.youtube.com/watch?v=liZcE05M93U 
 
São 5 minutos que irão complementar o seu conhecimento sobre este assunto. 
 
 
Outra boa dica é o website do professor Luiz Henrique Machado, onde você irá 
encontrar alguns textos interessantes para leitura sobre Economia, além de toda a série 
de vídeos ECONOMIA DESCOMPLICADA. 
www.lhmachado.com 
 
 
Economia não é tão chato assim e nem tão complicado como você imagina que é !
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2. O MODELO DE DEMANDA E OFERTA 
 
O modelo de demanda e oferta é um instrumento de raciocínio dos economistas. 
Ele explica os fenômenos decorrentes da escassez, é um aparato útil para resolver os 
problemas econômicos. 
 
Em economia, a Lei da Oferta e Procura , também chamada de Lei da Oferta e da 
Demanda é a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto - isto é, a 
procura - e a quantidade que é oferecida, a oferta. 
A partir dela, é possível descrever o comportamento preponderante dos consumidores 
na aquisição de bens e serviços em determinados períodos, em função de quantidades 
e preços. 
Nos períodos em que a oferta de um determinado produto excede muito à procura, seu 
preço tende a cair. Já em períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a 
tendência é o aumento do preço. 
A estabilização da relação entre a oferta e a procura leva, em primeira análise, a uma 
estabilização do preço. Uma possível concorrência, por exemplo, pode desequilibrar 
essas relações, provocando alterações de preço. 
Ao contrário do que pode parecer a princípio, o comportamento da sociedade não é 
influenciado apenas pelos preços. O valor de um produto pode ser um estímulo positivo 
ou negativo para que os consumidores adquiram os serviços que necessitam, mas não 
é o único. 
 
Existem outros elementos a serem considerados nesta equação, entre eles: 
 Os desejos e necessidades das pessoas; 
 O poder de compra; 
 A disponibilidade dos serviços - concorrência; 
 A capacidade das empresas de produzirem determinadas mercadorias com 
o nível tecnológico desejado. 
 
Da mesma forma que a oferta exerce uma influência sobre a procura dos 
consumidores, a freqüência com que as pessoas buscam determinados produtos 
também pode aumentar e diminuir os preços dos bens e serviços. 
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2.1 DEMANDA 
 
Quantidades que os consumidores estariam dispostos a comprar de um 
determinado produto (bens ou serviços) em função do nível de preços, em 
determinado período de tempo. Todas as demais condições constantes.
 Quando se fala em demanda de um mercado está se falando em 
compradores. 
 A quantidade demandada é a quantidade de um bem ou serviço que os 
compradores desejam. 
 Em geral, a quantidade demandada está negativamente relacionada com o 
preço do bem. Tal relação é conhecida como a Lei da Demanda. 
 
Lei da Demanda: tudo o mais mantido constante, a quantidade demanda de um bem 
ou serviço diminui a medida que seu preço aumenta. 
 
Fatores que influenciam a demanda. 
 Preço do bem. 
 Renda. 
 Gosto. 
 Preferência do consumidor. 
 Preço de outros bens relacionados (substitutos / complementares). 
 Propaganda. 
 Número de consumidores. 
 Qualidade 
 Expectativa do Consumidor 
 
Se o preço permanece constante e varia uma das condições ceteris paribus1, teremos 
um deslocamento positivo ou negativo da curva de demanda. Se o preço de um bem e 
a quantidade desse mesmo bem varia, teremos um deslocamento na curva de 
demanda. 
 
Curva de Demanda 
 
Quando a Lei da Demanda é representada graficamente, ela passa a ser chamada de 
curva de demanda. A curva de demanda pode ser individual e representa a relação 
entre a quantidade demanda individualmente e o preço do bem. É chamado preço de 
reserva a quantia máxima que uma pessoa estaria disposta a pagar pelo bem. 
 
Deslocamentos da Curva de Demanda 
 
Uma curva de demanda pode se deslocar quando algumas variáveis que exercem 
influência sobre a decisão de comprar dos agentes sofrem alterações. 
 
1
 Ceteris paribus significa: mantidas inalteradas todas as outras coisas. 
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Exemplos de fatores ou variáveis que influenciam a decisão e portanto a curva de 
demanda são: renda, preços dos bens relacionados, gostos e preferências, 
expectativas e número de compradores. 
 
 
Demanda individual: Representa as quantidades que cada indivíduo está disposto a 
consumir de um produto num dado período de tempo em função do nível de preços. 
 
Demanda de mercado: Será determinada pela demanda individual. Representa o 
comportamento de um grupo de consumidores diante dos movimentos de preços. 
 
 
2.2 OFERTA 
 
Quantidades que os produtores estariam dispostos a oferecer ao mercado de um 
determinado produto (bens ou serviços) em função do nível de preços, em 
determinado período de tempo. Todas as demais condições constantes. 
 
Analogamente à demanda, quando se fala em oferta de mercado está se falando em 
vendedores. A quantidade ofertada é a quantidade de um bem ou serviço que os 
vendedores querem e podem vender. Em geral, a quantidade ofertada está 
positivamente relacionada com o preço do bem. Tal relação é conhecida como a Lei da 
Oferta. 
 
Lei da Oferta: com tudo o mais mantido constante, a quantidade ofertada de um bem 
aumenta quando seu preço aumenta. 
 
Fatores que influenciam a oferta. 
 Preço do bem. 
 Preço dos fatores de produção (insumos). 
 Tecnologia. 
 Preço de outros bens relacionados (substitutos/complementares). 
 Importação/exportação. 
 Clima (no caso de produtos agrícolas). 
 Subsídios/impostos. 
 
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Se o preço permanece constante e varia uma das condições ceteris paribus, teremos 
um deslocamento positivo ou negativo da curva de oferta. Se o preço de um bem e a 
quantidade desse mesmo bem varia, teremos um deslocamento na curva de oferta. 
 
Curva de Oferta 
 
Quando a Lei da Oferta é representa da graficamente, ela passa a ser chamada de 
curva de oferta. A curva de oferta pode ser individual e representa a relação entre a 
quantidade ofertada individualmente e o preço do bem. 
 
Deslocamentos da Curva de Oferta 
 
Analogamente à curva de demanda, a curva de oferta pode se deslocar quando 
algumas variáveis que exercem influência sobre a decisão de vender dos agentes 
sofrem alterações. Exemplos de fatores ou variáveis que influenciam a decisão na 
curva de oferta são: preços dos insumos, tecnologia, expectativas e número de 
vendedores. 
 
 
 
Oferta individual: Representa as quantidades que um produtor esta disposto a oferecer 
ao mercado. Será alterada por fatores como inovação tecnológica. Investimento em 
tecnologia vai afetar a oferta de um produtor. 
 
Oferta de mercado: Será determinada pelas curvas de oferta individuais. Representa o 
comportamento dos produtores. A alteração nos preços levará a entrada ou saída de 
produtores no mercado deslocando a curva de oferta de mercado. 
 
 
O Equilíbrio 
 
Ao reunir a Curva de Demanda e a Curva de Oferta na mesma representação gráfica, é 
possível achar o equilíbrio do mercado, tanto em termos de quantidade como em 
termos de preço. 
 
O ponto em que as curvas se cruzam é chamado de Ponto de Equilíbrio, onde o preço 
igual à quantidade demandada com a quantidade ofertada. Essa quantidade é 
chamada de Quantidade de Equilíbrio e o preço que as igual a é o Preço de Equilíbrio. 
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2.3 PREÇOS 
Os preços estão relacionados com os movimentos nas curvas de oferta e 
demanda. 
 
MOVIMENTAÇÃO NA CURVA DE DEMANDA 
 
 
Exemplo 1: 
* Supondo que estamos em condição de equilíbrio; 
Se a demanda aumentar e a oferta permanecer inalterada, os preços vão 
sair do preço de equilíbrio e passarão a ter um valor maior que o anterior. 
 
 
 
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Com o preço de mercado abaixo do preço de equilíbrio, a quantidade ofertada é menor 
do que a quantidade demandada. Tal fato cria um excesso de demanda que só será 
resolvido quando o preço de mercado aumentar e se igualar ao preço de equilíbrio, 
resultando, portanto numa igualdade de quantidades vendidas e compradas. 
 
Exemplo 2: 
* Supondo a mesma condição de equilíbrio anterior; 
Se a demanda diminuir e a oferta permanecer inalterada, os preços vão 
sair do preço de equilíbrio e passarão a ter um valor menor que o anterior. 
 
EXERCÍCIO EM SALA DE AULA 
 
MOVIMENTAÇÃO NA CURVA DE OFERTA 
 
Exemplo 3: 
* Supondo ainda um que equilíbrio entre oferta e demanda; 
Se a oferta aumenta e a demanda permanece inalterada, os preços vão 
sair do preço de equilíbrio e passarão a ter um valor menor que o anterior. 
Exemplo época de safra. 
 
Exemplo 4: 
* Um equilíbrio entre oferta e demanda ainda poderá ser alterado; 
Se a oferta diminui e a demanda permanece inalterada, os preços vão sair 
do preço de equilíbrio passando a ter um valor maior que o anterior. 
 
 
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Com o preço de mercado acima do preço de equilíbrio, a quantidade ofertada é maior 
do que a quantidade demandada. Tal fato cria um excesso de oferta que só será 
resolvido quando o preço de mercado abaixar e se igualar ao preço de equilíbrio, 
resultando, portanto numa igualdade de quantidades vendidas e compradas. 
 
 
INFORMAÇÕES IMPORTANTES 
 
Mesmo em equilíbrio, existem situações que resultam no deslocamento das curvas de 
oferta ou de demanda que por sua vez deslocam o equilíbrio existente. 
 
Para analisar tais mudanças devemos seguir alguns passos: 
 
A – Verificar se o deslocamento
é da curva de oferta ou da curva de demanda. 
 
B – Verificar se o deslocamento é para direita ou esquerda. 
 
C – Utilizar o diagrama com as curvas de oferta e demanda para analisar as 
mudanças e o novo equilíbrio. 
 
Deslocamento do Equilíbrio / Expansão da Oferta e Retração da Demanda 
 
 
 
Portanto... 
A oferta e a demanda atuam sobre o equilíbrio de um mercado determinando os 
preços e as quantidades dos diferentes bens e serviços da economia. 
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3. TEORIA DO CONSUMIDOR 
 
 Além do preço outras variáveis podem alterar o comportamento dos consumidores. 
 
Utilidade: Quanto mais desejada uma mercadoria, maior será a sua utilidade. A 
utilidade pode ser medida, quanto maior a taxa de consumo de uma mercadoria maior 
a sua utilidade. Segue abaixo os tipos de Utilidade: 
 
Utilidade Cardinal 
 Afirma que a utilidade poderia ser mensurada em forma absoluta, a partir de 
certa unidade de medida como distância, peso, etc... 
 Cada produto poderia ter sua utilidade mensurada, a utilidade de um bem não 
era influenciada pelo consumo de outros bens. 
 A utilidade total de uma cesta seria a soma das utilidades de cada bem. 
 
Utilidade Ordinal 
 A utilidade é decorrente do consumo de diversos bens, 
 A utilidade não é medida, mas mensurada de acordo com a ordem de 
preferência ou prioridade de cada bem ou produto, ou seja, do maior para menor 
importância. 
 
Utilidade Total 
 Quanto mais um indivíduo consome uma mercadoria, maior a sua satisfação ou 
utilidade pela mesma. 
 Até ele atingir o ponto de saturação, a partir desse ponto a sua utilidade começa 
a decrescer. 
 
Utilidade Marginal2 ou Utilidade Limite 
 Somente á primeira unidade consumida pelo indivíduo possuí alta utilidade ás 
unidades adicionais possuem uma utilidade menor. 
 No ponto de saturação (conceito de saturabilidade) a utilidade marginal é zero, a 
partir desse ponto ela se torna negativa. 
 
Restrição Orçamentária: 
 Consumo que as pessoas podem ter desde que não ultrapasse a sua renda 
monetária (espaço orçamentário). Ele poderá optar por gastar toda a sua renda ou 
parte dela. 
 
2
 O valor da utilidade marginal se define como sendo o valor, para o consumidor, representado por uma unidade adicional de alguma 
mercadoria. 
Para exemplificar: para um consumidor que esteja com fome, a primeira fatia de pão tem uma utilidade enorme. Essa utilidade vai decrescendo à 
medida que se vai adicionando mais unidades. A décima fatia de pão já representará uma utilidade bem menor que a primeira. A trigésima fatia 
de pão terá uma utilidade quase nula e a centésima poderá até ter uma utilidade marginal negativa se causar, em nosso consumidor, uma 
indigestão. 
 
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4. TEORIA DA FIRMA 
 
 
As principais estruturas de mercado: 
 
 Concorrência perfeita: Para que um mercado seja caracterizado como 
concorrência perfeita, são necessárias algumas condições: 
 Grande número de compradores e vendedores, de forma que nenhum possa 
influenciar o outro, nem o equilíbrio de mercado. 
 Não existe diferença entre os produtos, eles são considerados substitutos 
perfeitos (homogêneos). 
 Não existem barreiras a entrada de novos produtores no mercado. 
 Como os produtos são padronizados e existem grandes números de 
compradores e vendedores atitudes isoladas não vão influenciar as 
condições desse mercado. Os produtores não conseguem determinar preços. 
 
Nesse modelo de mercado, cada produtor operaria com a maior taxa de eficiência, seu 
produto teria o mais baixo custo e o lucro seria o mínimo necessário para manter a 
empresa em funcionamento. 
 
 Monopólio: O monopólio puro é o extremo oposto da concorrência perfeita: 
 Existe apenas um vendedor, só uma empresa, dominando a oferta do 
produto no mercado. 
 As empresas monopolistas conseguem influenciar e determinar os preços 
que vão oferecer seu produto no mercado. 
 Não há no mercado produtos substitutos (produto único). 
 Não há empresas competidoras, existem barreiras a entrada de novos 
produtores nesse tipo de mercado, o ingresso é impossível neste mercado. 
- Tipos de barreiras: 
 a.) existência de economias de escala. 
 b.) controle sobre o fornecimento de matéria-prima. 
 c.) posse de patentes. 
 d.) concessão de monopólio legal. 
 Devido à dominação que existe nesse modelo de mercado, as empresas 
dificilmente recorrem à publicidade. 
 
 Oligopólio: É um tipo de mercado que reúne características da concorrência 
perfeita e do monopólio. 
 Pequeno número de empresas (geralmente de grande porte) dominando a 
venda ao mercado. 
 Produzem produtos diferenciados ou padronizados (heterogêneos). 
 Como há um pequeno número de empresas dominando o mercado, poderá 
ocorrer controle de preços como acordos, conluios. As empresas procuram 
diferenciar os seus produtos, o que vai influenciar nos preços. 
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 As empresas criam barreiras á entrada de novos concorrentes, se novos 
empresas entram no mercado as grandes vão procurar derrubar as 
pequenas. 
 
 Concorrência monopolística (imperfeita): São as empresas que se situam entre 
os dois extremos, o da concorrência perfeita e do monopólio. 
 Grande número de empresas praticamente homogêneas. 
 Existe diferenciação entre os produtos, através de marcas e patentes 
(heterogêneos) e por características como qualidade, marca (grife), padrão 
de acabamento, assistência técnica. 
 Cada um age como se fosse monopolista do seu próprio produto, já que este 
é diferenciado dos demais. 
 O grau de diferenciação possibilita ao produtor controlar os preços do seu 
produto, mas em menor escala comparado ao monopólio e oligopólio. 
 Existe uma barreira “natural” a entrada de novos concorrentes, para entrar 
nesse mercado ele deverá criar um novo produto. 
 
 Oligopsônio: Tipo de estrutura de mercado em que poucas empresas, de grande 
porte, são as compradoras de matéria-prima ou produto primário. Pode ter 2 formas: 
 Um mercado comprador, muito concentrado, com poucas e grandes 
empresas que negociam com muitos pequenos produtores. (ex.: indústria 
alimentícia, indústria automobilística em relação a indústria de autopeças). 
 Um mercado consumidor concentrado e um mercado vendedor também 
concentrado, com grandes e poucos compradores. Ocorre quando grandes 
indústrias vendem a grandes indústrias. (pode ser chamado também de 
oligopsônio bilateral). 
 
 Monopsônio: 
 Estrutura análoga ao monopólio. 
 Existe apenas um comprador de uma mercadoria (em geral matéria-prima ou 
produtos primários). 
 Nesse caso, mesmo quando vários produtores oferecem o produto, os preços 
não são determinados pelos vendedores, mas pelo único comprador. O 
monopsônio puro é muito raro e costuma ocorrer principalmente com 
empresas estatais compradoras de petróleo. 
 Podemos citar os produtores de leite que vendem seus produtos a grandes 
usinas processadoras e elas vão impor aos seus fornecedores os preços que 
lhe convêm. 
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 Quadro resumo das principais estruturas de mercado: 
 
CARACT. 
CONCOR
PERFEITA 
MONOPÓLIO OLIGOPÓLIO 
CONCOR 
IMPERFEITA. 
Quanto ao 
número de 
empresas 
Muito grande 
Só há uma 
empresa 
Pequeno número Grande 
Quanto ao 
produto 
Padronizado 
não há 
diferenças 
Não há 
substitutos 
(único) 
Pode ser 
padronizado ou 
diferenciado 
Diferenciado 
Quanto ao 
controle das 
empresas sobre 
os preços 
Não é possível 
Considerável, 
principalmente 
se há restrições. 
Dificultado, pela 
interdependência 
entre as empresas. 
Há 
possibilidades 
porém são 
limitadas 
Quanto a 
concorrência 
extra-preço 
Não é possível. 
A empresa 
geralmente 
recorre a 
campanhas 
institucionais 
É vital, 
sobretudo quando 
há diferenciação do 
produto 
È considerável 
exercendo-se 
através de 
marcas e 
patentes. 
Quanto ás 
condições de 
entrada 
Não há 
obstáculos 
O ingresso é 
impossível 
Há consideráveis 
obstáculos 
São fáceis. 
 
 
MATERIAL DE APOIO A AULA 
 
Baixe da Internet a apresentação em Power Point sobre algumas das estruturas 
de mercado aqui expostas acessando o link abaixo e divirta-se: 
 
www.bit.ly/CCASTERIX 
 
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TEORIA MACROECONÔMICA 
 
Como a economia atualmente se encontra, os períodos altos e baixos, a 
macroeconomia se torna fundamental para entendermos os acontecimentos recentes. 
 
O estudo da macroeconomia se inicia sendo explicado pela economia clássica através 
da lei de Say. 
 
 
Lei de Say: 
 
 
A produção das firmas gera o que chamamos de produto agregado e o poder de 
compra. Ou seja, os trabalhadores são remunerados pela produção do produto 
agregado. Podemos dizer que a geração do produto cria a sua própria renda. A oferta 
do produto cria a demanda agregada. 
 
 
A lei de Say afirma que a produção gera poder de compra, assim a renda equivale ao 
produto gerado, a oferta cria a sua própria procura, logo tudo que for ofertado será 
demandado. 
 
 
Desta forma essa lei assegurava a ocorrência do pleno emprego. Acreditava-se que 
desta forma não haveria crise na economia, essa lei no entanto, é derrubada com a 
crise sofrida pelos Estados Unidos em 1929, os clássicos não conseguem explicar a 
crise econômica. 
 
 
Surge então o princípio da demanda efetiva de Keynes, a demanda é que 
determina a oferta. Segundo Keynes uma demanda real, existente, verdadeira e certa 
é que vão determinar o que será ofertado. 
 
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5. PRODUTO E RENDA AGREGADA. 
 
Fluxo circular da renda: É a interação das famílias e das empresas no mercado de 
fatores e de produtos. As famílias vendem para as empresas os fatores de produção e 
são remuneradas em forma de salários, juros, lucros, aluguéis. As empresas vendem 
os bens ou produtos para os consumidores e recebem sua remuneração, dessa forma 
denominamos esse processo como fluxo circular da renda. 
 
FLUXO CIRCULAR DA RENDA AMPLIADO 
(adaptado pelo Prof. Mauricio Faganelo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES: Se refere aos fatores de produção. Do lado das Famílias consideramos 
como fatores a Terra (não a Terra Agrícola), Capital, Trabalho e Capacidade 
Empresarial. Já do lado das empresas, os fatores são os Salários, Aluguéis, Juros e 
Lucros pagos as Famílias. 
 
PRODUTOS: Se refere a produção. São os Bens e Serviços produzidos pelas 
empresas às Famílias e o respectivo pagamento pelas mesmas por estes produtos 
para as Empresas. 
 
POUPANÇA (S): É a parcela da renda recebida pelas famílias não consumida no 
período, isto é, da renda gerada (salários, juros, aluguéis, lucros), parte não é gasta em 
bens de consumo. Também pode ser considerada como o excedente da renda das 
famílias. 
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INVESTIMENTO (I): É o gasto em bens que representam aumento da capacidade 
produtiva da economia, isto é, da capacidade de gerar rendas futuras; É o gasto em 
bens produzidos, que não foram consumidos no próprio período e que serão utilizados 
para consumo futuro. Também pode ser considerado como o excedente da renda das 
Empresas. 
 
SISTEMA MONETÁRIO FINANCEIRO (SMF): Fiscalizado pelo Banco Central, o SMF 
é composto pelos Bancos Comerciais, Bancos de Investimentos, Bancos de Fomento 
(ex. BNDES), Caixas (ex. CEF), DTVM – Distribuidoras, CTVM – Corretoras, Bolsas, 
Fundos de Investimentos, entre outros. 
 
PRODUTOS FINANCEIROS: São os produtos oferecidos pelas empresas do SMF para 
as Empresas e Famílias. 
 
IMPORTAÇÕES: Todo o consumo de Empresas e Famílias por empresas que não 
estão localizadas dentro do território nacional. 
 
EXPORTAÇÕES: Toda produção vendida por Empresas nacionais para Pessoas 
Físicas e Jurídicas que não estão localizadas dentro do território nacional. 
 
GOVERNO: Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário de âmbito municipal, estadual e 
federal. O Governo recebe seus recursos através de Impostos e Taxas recolhidos pelas 
Empresas e Famílias e gasta estes mesmos recursos conforme o seu orçamento. Estes 
recursos são utilizados principalmente para o pagamento de Salário, Programas 
Assistenciais e Aposentadorias (do lado das Famílias) e pela aquisição de produtos e 
serviços adquiridos das Empresas para utilização em suas autarquias. 
 
 
OUTRAS CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS PARA O ENTENDIMENTO DO FCR 
 
 
Bens finais: São os bens produzidos para utilização final, eles não estão sujeitos a 
serem transformados. Bens produzidos para serem vendidos aos consumidores. 
 
Consumo intermediário: São as transações entre as empresas que não estão 
incluídos no fluxo circular. 
 
Valor adicionado: Suponha um produtor de livro, ele possui uma gráfica e tem que 
comprar tinta e papel, ele comprou papel de um produtor de papel que comprou 
madeira de outro produtor. Logo o livro terá valor adicionado de todos esses 
produtores. 
 
Renda agregada: É a remuneração concedida ás pessoas. Poder de compra que as 
pessoas podem utilizar ou não. A renda agregada é a soma dos salários, aluguéis, 
lucros, juros. 
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6. UMA ÓTICA DE MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
 
A ÓTICA DO PRODUTO 
 
O produto nacional pode ser analisado de algumas formas. Realizamos estas medidas 
de forma a compreender e principalmente medir a economia, de forma a obter uma 
visão do que aconteceu com a produção de um país. 
 
Existem outras óticas para analisarmos a economia, como a da Despesa e a da Renda. 
Neste material iremos dar prioridade para analisarmos a ótica da mensuração da 
atividade econômica somente pelo Produto. 
 
Como já vimos durante os conceitos de demanda e oferta, podemos assumir que a 
produção no Fluxo da Renda é produzida pelas Empresas e que o consumo destes 
produtos são realizados pelas Famílias. 
 
Sendo assim, PRODUTO NACIONAL (PN) é toda a produção realizada pelas 
empresas em um determinado período de tempo. 
 
Mas este conceito não pode ser simplificado desta forma, pois temos algumas “óticas” 
de analisar esta produção realizada pelas empresas. Para isso subdividimos estas 
maneiras de analisar a produção, ou melhor, tudo o que foi produzido por uma 
economia da seguinte forma: 
 
 
A. PRODUTO INTERNO E PRODUTO NACIONAL 
 
A produção
de um país é analisada de duas maneiras: a do Produto Interno e a do 
Produto Nacional. Tanto um como o outro procuram representar o nível de atividade em 
todos os setores de uma economia de um país em determinado período de tempo. 
 
A única maneira de se realizar esta análise é saber a quantidade de produtos vendidos 
multiplicada pelo valor de cada uma das respectivas unidades. 
 
IMPORTANTE: NO CALCULO DO PRODUTO, É FUNDAMENTAL COMPREENDER 
QUE SOMENTE AS VENDAS AOS CONSUMIDORES FINAIS SÃO 
CONSIDERADAS, POIS SE CONSIDERARMOS AS VENDAS AO MERCADO 
INTERMEDIÁRIO, PODEREMOS TER DUPLICIDADE NOS CÁLCULOS DA 
PRODUÇÃO DE UMA ECONOMIA. 
 
 
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PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) 
 
Como o próprio nome já diz, é toda a produção realizada DENTRO DO PAÍS, não 
importando a origem da empresa, desta forma, ela pode ser de origem nacional ou 
estrangeira. 
 
Abaixo também temos o conceito de PIB pela ótica da produção e a derivação cada um 
dos seus agregados: 
 
O PIB é a soma do Consumo das Famílias (C), do Investimento (I) (que é o excedente 
do que as Empresas gastam), dos Gastos do Governo (G) (com Salários, Programas 
Assistenciais e todo o gasto com produtos e serviços de fornecedores e com o Saldo 
da Balança Comercial, que é o resultado da conta de Exportações (X) subtraindo as 
Importações (M). 
 
 
 
PIB = C + I + G + (X – M) 
 
 
C = Consumo 
I = Investimento 
G = Aquisições do Governo 
X = Exportações 
M = Importações 
 
 
 
O PIB é uma forma de se medir, em valores monetários, na moeda do país de toda a 
produção de bens e serviços realizados dentro da fronteira do país. 
 
Porque realizamos o cálculo do PIB dessa forma e por que fazemos essa conta? 
 
Se não somássemos tudo o que produzimos considerando o que vale cada produto, 
como conseguiríamos medir a economia? É como se somássemos bananas com 
maçãs. São frutas diferentes, portanto não poderiam ser medidos separadamente. É 
fundamental tomarmos uma unidade de medida comum para que se compreenda o que 
aconteceu com o volume de comercialização de bens e serviços de um país. 
 
Medir a economia é uma das principais funções da macroeconomia. Somente através 
destas análises, é possível elaborar contra medidas para eventuais correções ou 
definições de políticas econômicas. 
 
Aí vem outro questionamento.... Mas porque Produto Interno BRUTO ? 
 
 
 
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É agora que iremos compreender melhor, entendendo o conceito de Produto Interno 
Bruto. Mas isso é mais fácil quando compreendemos o que é.... 
 
PRODUTO INTERNO LÍQUIDO (PIL) 
 
PIL, ou melhor, Produto Interno Líquido é o PIB subtraindo as Depreciações (D). 
 
PIL = PIB - D 
 
Mas o que é Depreciação, sob a ótica da Economia ? 
 
Depreciação é o consumo do estoque de capital físico, em dado período. 
 
De maneira mais prática... 
As máquinas e equipamentos fazem parte do processo de produção. 
O desgaste dessas máquinas e equipamentos é o que chamamos de depreciação. 
De maneira mais simplificada, podemos entender que Depreciação é o uso dos bens 
de capital (máquinas e equipamentos) e até mesmo dos bens de consumo duráveis 
como automóveis, caminhões, móveis e utensílios, etc... 
 
As empresas quando entregam seus dados para o fisco informando seu imposto de 
renda, discriminam o que descontaram como depreciação nos balanços patrimoniais de 
suas empresas. Estas informações são utilizadas pelo governo para mensurar o total 
da depreciação e descontar este importante número e estabelecer o Produto Interno 
Líquido. 
 
 
PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) 
 
Toda produção do país DENTRO E FORA DELE, realizada SOMENTE por empresas 
nacionais. 
 
 
PNB Real → Mede a taxa de crescimento da 
economia a preços constantes, levando em 
consideração uma variação real ou física (ano base). 
 
Indica que houve aumento ou queda do volume 
físico da produção sem considerar a variação de 
preços, para cima ou para baixo, durante o ano. 
 
O PNB Real leva em consideração todas as mercadorias e serviços produzidos no país 
a preços constantes, ou seja, tendo como base o preço das mercadorias em um 
determinado momento do ano. 
 
 
 
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PNB Nominal → valor que considera a variação de preços, ou seja, leva em 
consideração a inflação (mede produção considerando os preços do ano). 
O PNB Nominal leva em consideração todas as mercadorias e serviços produzidos no país 
considerando suas variações de preço durante o ano, para isso os dados de preços das 
mercadorias são mensurados mensalmente e os índices de inflação e deflação são 
utilizados para o cálculo desde indicador. 
 
 
 
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO (PNL) 
 
É o produto nacional bruto descontando-se a depreciação, que é considerada neste 
caso a produção de maquinas destinada para a reposição. 
 
PNL = PNB - D 
 
DEMANDA AGREGADA (DA). 
É a quantidade de bens e serviços que a totalidade dos consumidores adquirirem por 
determinado preço em determinado tempo. Podemos considerar também como 
demanda de mercado, ou mesmo, demanda global. 
Se a Demanda Agregada é a totalidade do consumo, este mesmo consumo foi 
propiciado pela totalidade da produção da economia de um país. 
 
Sendo assim, podemos admitir que se tudo o que produzimos é consumido, então: 
 
DA = PIB 
 
OFERTA AGREGADA (OA) 
É a quantidade de bens e serviços que a totalidade das empresas produz a 
determinado preço em determinado tempo. Podemos considerar também como oferta 
de mercado, ou mesmo, oferta global. 
 
A Oferta Agregada mostra todos os níveis de preços para os quais as empresas em s 
eu conjunto estão dispostas a oferecer. 
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Classificamos os tipos de Políticas Fiscais como expansivas ou restritivas. 
 
Política Fiscal Expansiva 
Estas políticas são adotadas através da redução dos impostos, principalmente por meio 
de adoção de subsídios3 nos impostos. 
Esta medida visa aumentar o consumo por parte das empresas e das famílias, pois 
com impostos mais baixos, os preços ficam mais acessíveis aos consumidores. 
 
Exemplo: Redução da alíquota do IPI para alimentos da cesta básica, automóveis e 
materiais para construção civil. 
 
Problemas que podem acontecer com essa política 
Um aumento na demanda agregada, por conta das reduções nos impostos, pode fazer 
com que as empresas (oferta) aumentem os preços dos seus produtos, gerando 
inflação no médio prazo. 
 
Também no médio/longo prazo, uma redução na arrecadação de impostos pode gerar 
um déficit orçamentário, ou seja, um saldo negativo entre o que o governo arrecada de 
impostos e o que paga pela aquisição de produtos e serviços para o funcionamento de 
suas autarquias. 
 
3 Subsídios. Redução ou alguma ajuda financeira ou isenção de determinados impostos que o governo concede para um 
determinado produto ou setor da economia. 
 
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Política Fiscal Restritiva 
São políticas que aumentam as alíquotas dos impostos, fazendo com que os preços
dos produtos aumentem e reduzam o consumo. 
Uma política fiscal restritiva levará á uma diminuição da demanda agregada. Se o 
governo resolver aumentar os impostos isso implicará em diminuição do poder de 
compra4 das pessoas logo haverá queda da demanda agregada. 
 
Exemplo: Aumento da alíquota do IPI para produtos derivados do tabaco e bebidas 
alcoólicas. Outro exemplo é quando o governo deseja incentivar as vendas de um certo 
produto produzido por empresas nacionais e aumentam os impostos de importações 
dos mesmo produtos importados. 
 
B. POLÍTICA MONETÁRIA 
 
A política monetária também é uma política governamental, e se refere a uma reforma 
monetária ou aumento/diminuição de dinheiro em circulação, política de taxas de juros, 
etc. 
 
 
 
Estas políticas se referem a formas nas quais são disponibilizadas, ou não, para as 
empresas, famílias e governo a quantidade de moeda que estes agentes necessitam 
para se relacionar economicamente. 
 
4 Poder de compra é o nível de capacidade financeira que um consumidor ou mercado tem para um bem ou serviço, isso é, o 
quanto ele pode pagar. 
 
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Para controlar este fluxo de moeda, o Governo, que é responsável por fiscalizar os 
Sistema Monetário Financeiro, utiliza, principalmente, de 3 ferramentas para adequar a 
quantidade de moeda disponibilizada e a produção gerada através do trabalho. Deve 
existir um equilíbrio entre a disponibilidade de moeda e a produção de uma economia. 
 
Caso o governo disponibilize moeda em excesso na economia, poderá gerar um 
processo inflacionário e a respectiva desvalorização da moeda. Se ele não 
disponibilizar moeda suficiente, poderá gerar uma queda geral nos preços, 
ocasionando prejuízos as empresas e posteriormente desemprego. Por fim, este 
desaceleração da economia poderá causar uma queda no Produto Interno do país. 
 
Portanto, economicamente falando, um aumento no estoque de moeda implica em 
aumento da demanda agregada, as pessoas tendo maior poder de compra tendem a 
aumentar o seu consumo. Por outro lado se o governo resolve retirar dinheiro de 
circulação teremos uma queda da demanda agregada. 
 
A seguir temos algumas ferramentas para aumentar ou reduzir o volume de moeda na 
economia: 
 
a. Emissão de Moeda 
 
Polícia Monetária Expansiva: O Governo deseja expandir o volume de moeda na 
economia e, através do Banco Central e da Casa da Moeda, imprime dinheiro novo os 
disponibiliza ao Sistema Monetário Financeiro. 
 
Polícia Monetária Restritiva: O Governo mantém o mesmo volume de moeda existente 
na economia, sem emissão nenhuma de dinheiro novo. 
 
 
b. Taxa de Juros 
 
A Taxa de Juros é a principal ferramenta que o Governo tem para aumentar ou reduzir 
a demanda por moeda em uma economia. A Taxa de Juros é quanto custa o dinheiro 
em determinado período de tempo. O Governo disponibiliza dinheiro ao SMF ao custo 
mínimo, definido pelo Banco Central através da Taxa SELIC. A SELIC é o Sistema 
Especial de Liquidação e Custódia do Banco Central e ele que define qual é o custo 
mínimo de dinheiro no Brasil. Hoje (Maio/2010) a taxa de Juros SELIC é de 9,5% a.a.. 
 
Assim, a Taxa de Juros é o “termômetro” que indica se as empresas e famílias desejam 
maior quantidade de moeda para aquisição de bens e serviços ou realizar 
investimentos (isso quando eles consideram a Taxa de Juros baixa) ou se mantém seu 
dinheiro aplicado junto aos Bancos Comerciais e “rendendo juros” de forma segura e 
sem nenhum risco. 
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Dessa forma podemos considerar o seguinte: 
 
Polícia Monetária Expansiva: O Governo deseja expandir o volume de moeda na 
economia e, por meio da redução da Taxa de Juros (SELIC). Essa redução ocasiona 
um efeito cascata em todas as instituições que “vendem” dinheiro no varejo (Bancos 
Comerciais) e os preços de crediários, parcelas de veículos financiados e vendas de 
máquinas e equipamentos ficam mais acessíveis ao consumo. Isso porque a Taxa 
SELIC é o custo do dinheiro no atacado, ou seja, quanto é o custo do dinheiro a prazo. 
 
Esta taxa de juros mais baixa também encorajam os investidores a retirarem seus 
recursos de aplicações financeiras (pois rendem pouco com os juros) e investirem na 
economia real, aumentando assim o Investimento. Este impacto ocasiona um aumento 
no PIB e na Demanda Agregada. 
 
Uma redução excessiva na taxa de juros pode ocasionar uma corrida desenfreada ao 
consumo e conseqüentemente aumento de preços, ou seja, inflação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Polícia Monetária Restritiva: O Governo deseja reduzir o volume de moeda na 
economia e, por meio do aumento da Taxa de Juros (SELIC). Esse aumento gera 
maiores custos aos financiamentos de bens de consumo e de capital e 
conseqüentemente uma redução nas vendas por gerarem preços mais altos. Essa 
redução nas vendas gera uma redução na Demanda Agregada e no PIB. 
 
Estas taxas de juros mais altas encorajam os investidores a manterem seus recursos 
de aplicados e rendendo juros mais altos nos Bancos e não investir na economia real, 
reduzindo assim o Investimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A seguir, podemos expor um fluxo relacionando os efeitos de políticas monetárias 
utilizando a Taxa de Juros como ferramenta e seus impactos no Investimento, no PIB e 
na Demanda Agregada. 
Investimento
Taxa
De
Juros
Produto
Nacional
& PIB
Demanda
Agregada
Investimento
Taxa
De
Juros
Produto
Nacional
& PIB
Demanda
Agregada
Investimento
Taxa
De
Juros
Produto
Nacional
& PIB
Demanda
Agregada
Investimento
Taxa
De
Juros
Produto
Nacional
& PIB
Demanda
Agregada
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c. Depósito Compulsório 
 
O Depósito Compulsório é uma ferramenta que o Banco Central utiliza para controlar a 
disponibilização de moeda pelos bancos comerciais através da retenção ou 
disponibilização de parte dos recursos depositados, por estes mesmos bancos como 
garantia para atuarem no mercado brasileiro. 
 
São depósitos sob a forma de reservas bancárias que cada banco comercial é 
obrigado legalmente a manter junto ao Banco Central. 
É calculado como um percentual sobre os depósitos à vista nos bancos 
comerciais. 
 
O Banco Central obriga os bancos comerciais a guardarem uma parcela dos depósitos 
à vista como reservas, com a finalidade de atender ao movimento de seu caixa. É uma 
espécie de custódia exigida pelo Banco Central, de parcela dos depósitos recebidos da 
população pelos bancos comerciais. Através deste instrumento é possível atuar 
diretamente sobre o nível das reservas bancárias, reduzindo desta forma o chamado 
efeito multiplicador e a liquidez na economia. 
 
Política
Monetária
Etapa 1
Efeito da Política
Monetária sobre
a Taxa de Juros
Taxa
De
Juros
Etapa 2
Efeito da 
a Taxa de Juros
sobre a demanda
de Investimentos
Demanda
de
Investimentos
Etapa 3
O Multiplicador:
A demanda de 
Investimentos afeta 
o Produto Nacional que, 
por sua vez tem impacto 
sobre o consumo, 
causando impacto ampliado 
na renda nacional
Demanda
Agregada
E
Produto
Nacional
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Como funciona ? 
 
Política Monetária Restritiva 
 
Se a taxa de reserva se eleva, ocorre uma diminuição dos meios de pagamento, 
reduzindo assim as disponibilidades dos bancos realizarem empréstimos, fazendo com 
que as taxas fiquem mais altas e assim as Famílias e Empresas paguem mais caro por 
empréstimos junto aos Bancos Comerciais. 
 
Política Monetária Expansiva 
 
O Banco Central permite que os Bancos Comerciais emprestem mais dinheiro com 
seus recursos próprios para seus clientes através de uma alíquota de depósito 
compulsório menor que deve ser disponibilizada ao BC. 
 
Se o Banco Central reduz o percentual do compulsório, as disponibilidades para 
empréstimo aumentam, provocando uma elevação dos meios de pagamento, 
conseqüentemente do volume de moeda disponível na economia, por conta do 
aumento do dinheiro emprestado. 
 
 
 
 
Apostila de Economia versão 2.3 – Outubro 2010 
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C. POLÍTICA CAMBIAL 
 
Está, fundamentalmente, baseada na administração da taxa de câmbio e no controle 
das operações cambiais. Embora indiretamente ligada à política monetária, destaca-se 
desta por atuar mais diretamente sobre todas as varáveis relacionadas às transações 
econômicas do País com o exterior, basicamente Importações e Exportações. 
 
Para falarmos sobre políticas cambiais, é fundamental falarmos sobre o que é Taxa de 
Câmbio 
 
 
TAXA DE CÂMBIO. 
 
 A taxa de câmbio: é um instrumento monetário que permite as transações 
internacionais. Ou seja, ele permite que uma moeda de um país seja convertida em 
valores em relação à outra. 
 
 Tipos de taxa de câmbio: 
 
 Taxa de câmbio nominal mensura quanto á moeda de um país vale em relação á 
moeda de outro país. Exemplo U$1,00R$1,65. 
 
Quando a moeda de um país vale mais que a de outro dizemos que ocorreu uma 
valorização nominal da taxa de câmbio. Quando a moeda passa a valer menos ocorre 
uma desvalorização. 
 
 A Taxa de câmbio real é utilizada nas relações comerciais entre os países, que 
determina quanto um produto estrangeiro vale em relação ao produto nacional. 
 
Exemplo: Um automóvel vale R$ 36.000,00 no Brasil, o mesmo automóvel custa nos 
EUA U$12.000,00. O valor nominal do dólar é de U$1,00 para R$1,00. 
A paridade é de um para um, logo significa que o carro nos EUA está mais barato que 
no Brasil. Significa que esta ocorrendo uma desvalorização real. 
No caso de U$1,00 valer R$3,00 significa que o valor real é o mesmo. 
 
 
 Taxa de câmbio efetiva é a taxa de câmbio utilizada por parceiros comerciais como 
Mercosul, União Européia, etc. 
 
Exemplo: O Brasil e a Argentina adotam uma taxa de câmbio fixa entre os dois países 
para a comercialização de trigo e de soja, sem a influência do dólar americano como 
indexador entre as duas moedas. 
 
 
 
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Políticas cambiais: 
 
 Regime de câmbio fixo: Quando o Banco Central determina o valor da moeda. 
Nesse caso ele tem que possuir grande quantidade de moeda estrangeira no caso 
de ocorrer um aumento da demanda por moeda estrangeira. 
 
 Regime de câmbio flutuante: A taxa de câmbio varia de acordo com o mercado. Se 
houver um aumento da demanda por moeda estrangeira ela terá um aumento do 
seu preço, significa que ocorrerá desvalorização da moeda nacional. Quando 
houver um excesso de oferta de moeda estrangeira seu preço vai diminuir e 
ocorrerá uma valorização da moeda nacional. 
É o regime vigente no Brasil atualmente. 
 
 Regime de bandas cambiais: A taxa de câmbio poderá flutuar dentro de um 
intervalo estipulado. Se atingir o máximo o Banco central intervém no mercado 
vendendo moeda estrangeira (câmbio fixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. DETERMINANTES DA TAXA DE DESEMPREGO E DO NÍVEL DE PREÇOS. 
 
A. DESEMPREGO 
 
Força de trabalho: Significa toda a força de trabalho disponível. Soma das pessoas 
desempregadas e empregadas. 
 
Taxa de Desemprego: é a porcentagem de pessoas que estão desempregadas. A 
taxa de desemprego é medida pelo numero de pessoas desempregadas dividida pela 
força de trabalho. 
 
 
Taxa % de Desemprego = Desempregados x 100 
 Empregados + Desempregados 
 
 
Tipos de desemprego: 
 
 Desemprego involuntário (sazonal): independe dos donos de recursos de produção, 
é causado pela demanda. 
 
Exemplo: Desemprego em regiões turísticas – Litoral de São Paulo 
 
 
 Desemprego natural (estrutural): é o desemprego que persiste mesmo com a 
economia operando em pleno emprego. 
 
Exemplo: Sempre haverá alguém desempregado, buscando recolocação 
profissional. 
 
 
 Desemprego friccional: é o desemprego que existe temporariamente na economia. 
 
Exemplo: O setor de calçados na década de 80 sofreu uma forte queda nas vendas 
no mercado interno porque os calçados importados da China eram muito mais 
baratos. A queda nas vendas fez com que os empresários demitissem seus 
empregados, gerando um forte desemprego no setor. 
 
 
 Desemprego cíclico: ligado aos períodos de recessão e expansão da economia de 
um país. 
 
Exemplo: A crise na economia dos Estados Unidos em 2008, fez com que as 
demissões ocorressem em todos os setores daquela economia. 
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B. INFLAÇÃO: 
 
Mede a variação do nível de preços em um dado período de tempo. Para medir a 
inflação utilizamos um dado período de tempo e um bem ou produto. Medimos então a 
variação de preços que ocorreu com esse produto durante esse tempo. 
 
A inflação também demonstra a redução do poder de compra da moeda. 
 
A inflação tem causas distintas e pode variar de um país para outro dependendo 
também de fatores como produtividade, desenvolvimento, etc. 
 
Tipos de inflação 
 
 Inflação de demanda: Quando o governo possui um déficit orçamentário, uma das 
formas de financiá-lo é através da emissão de papel moeda. Um aumento da 
expansão monetária sem conseqüente aumento de produção poderá implicar em 
uma demanda maior que a oferta, provocando a expansão dos preços. 
 
 Inflação de custos: Quando um sindicato negocia com o empresário um aumento 
de salários, ele repassa esse aumento de salário para os produtos. Os aumentos 
dos preços de produtos implicarão em novas exigências de aumento de salários 
provocando uma espiral inflacionária. 
 
 Inflação estrutural (cepal): Segundo esses teóricos as causas da inflação é devido 
a fatores como baixa elasticidade de produtos agrícolas, desigualdade social, 
desequilíbrio da balança comercial. 
 
 Inflação inercial: A inflação corrente é alimentada pela inflação passada, ou seja, 
há uma realimentação da inflação. 
 
 
Efeitos da inflação sobre a economia. 
Há inflações rastejantes, que são caracterizadas por uma leve e quase imperceptível 
modificação dos preços, mas há também inflações galopantes e hiperinflações que 
ocorrem por uma violenta expansão dos níveis de preços. 
 
Deflação: 
Quando as pessoas reduzem seu consumo, ou seja, há uma preferência pela liquidez, 
os vendedores ofertam mais produtos do que as pessoas estão demandando. Isso 
provocará uma redução dos preços desses produtos. 
 
Hiperinflação: 
Há hiperinflação
ocorre quando a inflação é extraordinariamente alta. Então ao invés de 
inflação ela se transforma em hiperinflação. 
 
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Hiatos inflacionários e deflacionários 
 
 Hiato inflacionário: Um excesso de moeda na economia em relação a produção, vai 
provocar uma elevação dos preços. 
 
 Hiato deflacionário: Haverá neste caso um excesso de produção em relação ao 
consumo, provocando uma queda dos preços. 
 
Principais conseqüências da inflação: 
 
 Sobre o poder aquisitivo: Quando ocorre um processo inflacionário vai ocorrer uma 
diminuição do poder de compra principalmente de assalariados. 
 
 Sobre investimentos produtivos: quando recursos que poderiam ser direcionados 
para o processo produtivo, são direcionados para outros setores como especulação. 
 
 Sobre balança comercial: Caso ocorra uma expansão dos preços de 
outros países que se mantenham relações comerciais sem desvalorizar a taxa 
de câmbio, poderá ocorrer o encorajamento as importações e desestímulo das 
exportações. 
 
 
C. CURVA DE PHILLIPS - RELAÇÃO ENTRE INFLAÇÃO E DESEMPREGO 
 
Existe uma relação entre desemprego e inflação. Quanto menor a taxa de inflação 
maior a taxa de desemprego e vice-versa. Essa relação é demonstrada através da 
Curva de Phillips. 
 
Baseando-se em dados da economia do Reino Unido no período 1957 a 1961, A.W. 
Phillips mostrou haver uma correlação negativa entre a inflação e o desemprego. 
Poucos anos depois, Paul Samuelson e Robert Solow confirmaram a descoberta ao 
utilizarem dados da economia dos Estados Unidos e resolveram batizar o modelo como 
curva de Phillips. 
 
Na década de 70 as grandes economias experimentaram altas taxas de inflação e de 
desemprego de forma simultânea, o que contrariava a relação estabelecida pela curva 
de Phillips. Quando o período de crise foi superado, a correlação mais evidente passou 
a ser entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação. 
 
 
Assim, a taxa de inflação tenderá a variar positivamente 
com a inflação antecipada e negativamente com a taxa de 
desemprego. É válido lembrar que existem coeficientes dão 
maior ou menor peso a esses fatores determinantes da taxa 
de inflação. 
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9. MOEDA 
 
A. ORIGENS E FUNÇÕES 
 
O dinheiro surgiu como forma de pagamento das transações comerciais. O dinheiro 
pode ser definido como o que é aceito por todos como forma de troca. 
 
Sua origem se dá pelos processos de escambo que ocorriam antes e durante o 
mercantilismo. Esta evolução se deu para o padrão moeda, pois atendia os seguintes 
requisitos: 
 
Durável: uma moeda deve ser durável, ou seja, que não se deteriore em pouco tempo 
Transportável: Se for necessário transportar grandes quantidades de moeda, os 
volumes não poderão ser grandes, inclusive no tocante ao peso. 
Divisível: A moeda poderá ser divisível em várias partes menores, sem perda de valor, 
objetivando também os pagamentos em menores valores 
Homogênea: Qualquer unidade de uma determinada moeda deve ser igual as demais 
Oferta limitada: Se a oferta dessa moeda for muito grande, ela perderá seu valor. 
 
 
A principal função do dinheiro é servir como meio de troca, ou como intermediário da 
troca. 
 
Porém o dinheiro tem outras funções. Ele pode servir também como reserva de valor, 
quando uma pessoa recebe um dinheiro e guarda para gasta-lo depois. 
 
E como unidade de contabilidade, ou seja, o dinheiro é utilizado como padrão 
monetário. 
 
Sendo assim, papel moeda veio surgir como uma alternativa a moeda metal. 
 
No papel podemos imprimir as quantidades desejadas e torná-las divisíveis à vontade, 
além de serem fáceis de serem armazenadas e transportadas. 
 
No entanto seu valor como mercadoria pode ser considerado como nulo, pois é 
somente um pedaço de papel impresso, no entanto seu valor é referendado por quem 
imprime o mesmo. As pessoas têm a confiança que o emissor responderá pelo papel 
emitido e irá cuidar para que as quantidades emitidas sejam limitadas. 
 
B. A MOEDA NO SISTEMA FINANCEIRO ATUAL 
 
Como dito acima, o papel moeda e as moedas metálicas não tem nenhum respaldo em 
termos de metais preciosos, e seu valor está no respaldo que ele será aceito como 
meio de pagamento pelos demais e por ter sido estabelecido como meio de troca por 
força da lei. 
 
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O público aceita porque sabe que todos o aceitarão como meio de pagamento. 
Sem essa confiança, mesmo com o respaldo do governo, a moeda perderia valor, 
fazendo com que as pessoas procurassem substituir esta moeda por outra de mais 
confiabilidade. 
 
Existem também as moedas que chamamos de moedas escriturais, e como o próprio 
nome já diz, foram escritas, ou melhor, escrituradas, por bancos. 
 
É como, por exemplo, um Certificado de Depósito Bancário. Você troca seu dinheiro 
por um papel, um certificado que foi escrito pelo banco, dizendo que aquele papel tem 
valor de troca dentro de suas instituições e pode ser resgatado em determinado 
período de tempo, a uma determinada remuneração sobre o que você acordou com o 
banco. 
 
C. AGREGADOS MONETÁRIOS 
 
Exatamente pela dificuldade em se definir o que é moeda e por questões práticas, os 
economistas chegaram a uma classificação dos diversos tipos de moeda e “quase 
moeda”, de acordo com a satisfação dos requisitos de suas principais funções (meio de 
troca, unidade de conta e reserva de valor) e com sua liquidez. Alguns agregados mais 
comuns são: 
 
MEIOS DE PAGAMENTO RESTRITOS 
 M1 → moedas em circulação (papel moeda em poder do público–PMPP) + 
cheques de viagem + depósitos à vista. 
 
É o agregado mais líquido, ou seja, o mais fácil de ser trocado no mercado 
e a vista. 
 
MEIOS DE PAGAMENTO AMPLIADOS 
 M2 → M1 + depósitos especiais remunerados (ex: CDB’s / RDB’s) + 
depósitos de poupança + Títulos emitidos por instituições bancárias. 
 M3 → M2 + fundos de renda fixa + Operações compromissadas registradas 
na Selic (Ex: depósitos a prazo de grande valor, acordos de recompra, 
eurodólares) 
Geralmente são necessário alguns dias para obter estes recursos liberados 
e convertidos em M1 
 
 
POUPANÇA FINANCEIRA 
 M4 → M3 + Títulos Públicos de Alta Liquidez 
 
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D. DEMANDA POR MOEDA 
 
A definição de demanda por moeda é similar à definição de demanda por qualquer 
outro bem. Ela pode ser definida como a quantidade de riqueza que os agentes 
decidem manter na forma de moeda. 
 
A maioria dos livros-texto refere-se à demanda por moeda como uma demanda por 
encaixes reais, ou seja, isso quer dizer que os indivíduos retêm moeda por aquilo que 
irão comprar em bens e serviços, isto é, os agentes econômicos estão interessados no 
poder aquisitivo dos encaixes monetários que possuem. 
 
Também é praticamente consenso entre os economistas que a demanda por moeda é 
determinada basicamente por: 
 
 taxa de juros (quanto maior a taxa, menor o incentivo para reter moeda) 
 nível de preços (que afetaria somente a demanda nominal por moeda) 
 custo real das transações (se fosse possível transformar, imediatamente e sem 
custos, os fundos em dinheiro, não seria preciso manter dinheiro, já que seria 
possível
realizar transações com a transformação do ativo rentável em moeda 
ocorrendo somente no exato momento em que ela se mostrasse necessária, o 
que permitiria que o ativo ficasse mais tempo rendendo) 
 renda 
 
É importante observar que demanda por moeda não é igual à demanda por dinheiro. A 
demanda por moeda M1 pode aumentar e a demanda por dinheiro diminuir, se as 
transações forem efetuadas diretamente entre contas bancárias, sem necessidade de o 
usuário sacar papel moeda. 
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E. ENTESOURAMENTO DE MOEDA 
 
As pessoas resolvem guardar moeda por três motivos: 
 
 Especulação: A incerteza de rendimentos quando se guarda esse dinheiro, eles 
podem resolver optar por outras formas de guardar esse dinheiro. A incerteza 
quanto à moeda do país também gera especulação. 
 
 Transação: Quando não ocorre uma coincidência entre datas de recebimento e 
pagamento. As pessoas guardam moeda para arcar com futuros compromissos. 
 
 Precaução: Quando as pessoas resolvem reter moeda por imprevisibilidade, ou 
seja, situações que poderão ocorrer. 
 
Relação entre demanda por moeda e taxas de juros: Quanto maior a taxa de juros 
menor a demanda pôr moeda e vice-versa. A relação é inversamente proporcional. 
 
 
F. OFERTA DE MOEDA 
A oferta de moeda (em inglês, “money supply”) pode ser definida como o estoque total 
de moeda na economia, geralmente o estoque de M1. 
Se a relação (M1)/(PIB) for muito grande, os juros tendem a cair e os preços a subir, e 
se for muito pequena a tendência é oposta. Os bancos centrais controlam a oferta de 
moeda principalmente através da alteração da taxa de reservas bancárias (uma taxa 
maior de reservas bancárias reduz a oferta de moeda) e da compra e venda de títulos, 
mas também através do controle da quantidade de papel moeda emitido. 
 
 
G. SISTEMA MONETÁRIO E FINANCEIRO 
 
Emissão de dinheiro: A emissão de dinheiro é feita pelo banco Central um órgão do 
governo que emite moeda de acordo com a necessidade e expansão dos meios de 
pagamento. 
 
Banco Central: O Banco Central é também chamado de Banco dos Bancos, é 
responsável pela estabilidade do sistema financeiro nacional, sendo regulador e 
fiscalizador de todos os componentes deste sistema. 
 
Bancos Comerciais: Estão subordinados ao Banco Central. São autorizados a receber 
depósitos a vista, a emprestar dinheiro, ganhado com taxa de juros apostando que as 
pessoas não vão sacar esse dinheiro imediatamente. Também fazem parte do SMF 
outros agentes financeiros como: Bancos Múltiplos, Bancos de Investimentos, Bancos 
de Fomento (ex. BNDES), Caixas (ex. CEF), DTVM – Distribuidoras, CTVM – 
Corretoras, Bolsas, Fundos de Investimentos, entre outros. 
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10. BIBLIOGRAFIA 
 
EMVI – Enciclopedia Multimedia Interactiva y Biblioteca Virtual de las Ciencias Sociales, Económicas y 
Jurídicas http://www.eumed.net/cursecon/index.htm 
 
GREMAUD et. al. Economia Brasileira Contemporânea. 4 ed. São Paulo. Editora Atlas, 2002. 
 
HARPER, Douglas (Novembro de 2001). Online Etymology Dictionary - Economy (HTML). Página 
visitada em 27 de Outubro de 2007, 
 
LOPES, Luiz Martins & VASCONCELLOS, Marco Antonio. Manual de Macroeconomia. São Paulo. 2ªed. 
Editora Atlas, 2000. 
 
PASSOS, Carlos R. Martins & NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 4ªed. São Paulo. Editora 
Pioneira, 2003. 
 
ROBBINS, Lionel . An Essay on the Nature and Significance of Economic Science. London: Macmillan 
and Co., Limited, 1945 
 
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução a Economia. 20ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003. 
 
SIMONSEN, Mario Henrique. Macroeconomia. 2ed. São Paulo: Atlas, 1995. 
 
TÍMACO, Fauzi & MOREIRA, José Octavio. Economia: notas introdutórias. São Paulo. Editora 
Atlas,1995. 
 
TROSTER, Roberto & MOCHÓN, Francisco. Introdução a Economia. São Paulo. Editora Makron, 2004. 
VASCONCELLOS, Marco Antônio & OLIVEIRA, Roberto. Manual de Microeconomia. 2ed. São Paulo. 
Editora Atlas, 2000. 
 
VASCONCELLOS, Marco Antônio. Economia: macro e micro. 3ed. São Paulo. Editora Atlas, 2002.

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