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Fisiologia da mandioca

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INTRODUÇÃO
Originária da América do Sul, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) constitui um dos principais alimentos energéticos para mais de 700 milhões de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento. Mais de 100 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com 10% da produção mundial (é o segundo maior produtor do mundo).
De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, situando-se entre os oito primeiros produtos agrícolas do país, em termos de área cultivada, e o sexto em valor de produção. Nome científico: Manihot esculenta Crantz, família: Euphorbiaceae.
Nomes populares: Mandioca, macaxeira, aipim, nome inglês: Cassava.
A mandioca é um arbusto de crescimento perene amplamente cultivado nos trópicos onde representa o alimento básico como fonte de energia para grande parte da população. Seu cultivo é realizado quase que exclusivamente devido suas raízes tuberosas constituídas principalmente de amido. Tanto as raízes de reserva como a folhagem também são utilizadas na alimentação animal. Estima-se que, aproximadamente 65% da produção total da mandioca é utilizada diretamente, para o consumo humano, 19 % para alimentação animal e cerca de 5% é empregado em uso industrial. A mandioca pode se desenvolver em regiões a nível do mar até 2300 m de altitude, bem como em regiões úmidas com precipitação acima de 2000 mm e em condições semi -áridas com 500 a 750 mm de chuva por ano.
Portanto, a mandioca é cultivada em regiões que apresentam uma grande diversidade ecológica, estando sujeita a uma ampla variação em termos de clima, principalmente quanto aos fatores temperatura, foto período, intensidade luminosa e precipitação pluviométrica.
ASPECTOS CLIMÁTICOS 
CLIMA E SOLO
É cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, com precipitação pluviométrica variável de 600 a 1.200 mm de chuvas bem distribuídas e uma temperatura média de em torno de 25ºC. Temperaturas inferiores a 15ºC prejudica o desenvolvimento vegetativo da planta. Pode ser cultivada em altitudes que variam de próximo ao nível do mar até mil metros. É bem tolerante à seca e possui ampla adaptação às mais variadas condições de clima e solo. Os solos mais recomendados são os profundos com textura média de boa drenagem. Deve-se evitar solos muito arenosos e os permanentemente alagados.
É considerada uma planta rústica com ampla capacidade de adaptação às condições de clima e solo. Em que pesa a variabilidade genética e suas interações com o ambiente, os principais parâmetros ecológicos para a mandioca são os seguintes:
TEMPERATURA 
O controle exercido pela temperatura sobre o crescimento vegetal manifesta-se de várias formas, Incluindo o crescimento geral da planta, alterações no hábito de crescimento, quebra de dormência de gemas florescimento. Dentre os processos metabólicos influenciados pela temperatura pode-se citar a fotossíntese e respiração e os processos resultantes desses mecanismos, relacionados com o crescimento e desenvolvimento da planta. Limites de crescimento entre 10 e 40°C, bom desenvolvimento na faixa entre 15 a 30°C, ideal entre 23 e 25°C.
LUZ
Requer boa luminosidade para seu ótimo desenvolvimento. Redução na radiação solar provoca aumento no comprimento dos internódios e diminuição da área foliar, com consequente redução na produção de raízes tuberosas.
Quanto ao fotoperíodo, pode ser considerada uma planta de dias curtos. Fotoperíodo acima de 12 horas prejudica a tuberização.
REGIME HIDRÍCO
Pode ser cultivada com precipitações pluviométricas variando de 600 a 4000 m m.
Em condições de falta de água, fecham-se os estômatos reduzindo a transpiração.
O volume ideal de chuvas é de 1000 a 1500 mm bem distribuídos, especialmente nos 6 primeiros meses após o plantio.
SOLO
Tem capacidade de se desenvolver e produzir relativamente bem em solos de baixa fertilidade. Supera os problemas de baixos teores de fósforo no solo através de uma associação com micorrizas. Solos pobres em nutrientes reduzem o tamanho das plantas, mantendo a concentração desses nutrientes em nível ótimo. Essa característica permite maior eficiência na utilização dos elementos nutritivos; Tolera solos ácidos suportando altos níveis de saturação de alumínio, porém ficando suscetível a salinidade, pH ideal entre 5 e 6.
PLANTIO
Normalmente se recomenda o plantio de maio a outubro. Entretanto o plantio pode ser recomendado em qualquer época, desde que haja umidade suficiente para garantir a brotação das hastes.
O espaçamento é definido como a distância entre as fileiras de plantas e entre plantas na fileira e variam de 1,0m x 0,60m, em fileiras simples, e 2.0m x 0.60m x 0,60m em fileiras duplas. A posição do tolete na cova é horizontal a uma profundidade de cinco a dez centímetros, cobrindo-o com uma leve camada de terra.
Seleção de ramas, utilizar ramas oriundas de plantações sadias e “maduras” ,
A maniva deve possuir entre 2 a 3 cm de diâmetro, 20 cm de comprimento e 5 a 7 gemas, Para escolha da gleba que fornecerá as ramas, deverá ser feita inspeção periódica para avaliação de sanidade, os meses mais indicados são de dezembro a fevereiro;
A queda das folhas da base para o ápice indica a maturação das ramas, a queda do ápice para a base indica problemas de sanidade.
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
A planta de mandioca sendo um arbusto perene pode crescer indefinidamente, alternando períodos de crescimento vegetativo, armazenamento de reservas nas raízes e em alguns casos até períodos de quase dormência ocasionados por condições climáticas adversas, tais como, baixa temperatura e prolongada deficiência hld. A mandioca pode se propagar por meio de estacas (ou manivasemente) e semente sexual. Em todos os cultivos comerciais se usam estacas sendo que a propagação por sementes é importante para gramas de melhoramento. Com relação ao desenvolvimento da planta a partir da estaca e de acordo com COURS (1951) o ciclo da mandioca pode ser dividido em 5 fases fisiológicas. O aparecimento, duração e existência de cada fase estão na dependência de inúmeros fatores de ordem ambiental, cultural ou genética.
1º Fase: corresponde ao período de brotação das estacas. Caracteriza-se pelo aparecimento de raízes na região dos nós e nas extremidades das estacas a partir do quinto dia após o plantio. Os primeiros talos surgem logo após, sendo seguidos por pequenas folhas que aparecem entre 10 e 12 dias após o plantio. A fase completa-se após 15 dias da data de plantio.
2º Fase: as folhas verdadeiras são expandidas a partir de 30 dias do plantio, quando o processo fotossintético se inicia, contribuindo positivamente para o crescimento da planta. Até 30 dias o crescimento dos ramos e dê raízes é à custa dos carboidratos de reserva contidos na maniva semente. Nesta fase prossegue a formação de novas raízes absorventes, com maior capacidade de penetração no solo, chegando de 40 a 50 em de profundidade. A duração média desta fase é de 70 a 80 dias.
3º Fase: correspondem ao desenvolvimento da parte aérea, ramificação e definição do porte da cultivar. Normalmente, as folhas de mandioca alcançam sua expansão máxima com, aproximadamente, duas semanas depois de iniciar seu crescimento e tem uma duração na planta (Longevidade) de 60 a 120 dias. As folhas novas totalmente expandidas vão se tornando maiores até os 4 meses de idade da planta e menores a partir desta idade. Esta tendência é comum em todos os clones de mandioca estudados, MHS existem grandes diferenças varietal no tamanho máximo da folha (COCK et aI., 1979).
Segundo COURS (1951) esta fase tem a duração de 90 dias.
4º Fase: corresponde ao engrossamento das raízes de reserva. Nesta fase intensifica-se a movimentação de carboidratos das folhas para as raízes, onde se acumulam sob a forma de grãos de amido. Estes se depositam na região cortical da raiz e, principalmente, no cilindro central ou parênquima de reserva. Dois a três meses depois do plantio, as raízes de reserva começam a representar uma parcela considerável do pesototal da planta. No entanto, desde os 28 dias após o plantio o parênquima do xilema das raízes fibrosas já contém inúmeros grãos de amidos e com 2 a 3 meses de idade já é possível diferenciar as raízes que irão constituir 05 futuros órgãos de reserva da planta(COCK et ai., 1979). Conforme COURS (1951) esta fase tem a duração média de cinco meses e coincide também com o processo de Lignificação dos ramos da planta.
5º Fase: é chamada por COURS (1951) de fase de repouso, na qual a taxa de emissão foliar começa a diminuir e a taxa de folhas por senescência começa aumentar, reduzindo a área queda foliar total. Esta fase é mais pronunciada em regiões que apresentam oscilações significativas de temperatura ou pronunciada deficiência hídrica durante o ano. Com esta fase a planta completaria um ciclo de 9 a 12 meses, o qual seria seguido por um novo período de atividade vegetativa, acumulação de matéria seca nas raízes e um novo repouso.
ADUBAÇÃO E CALAGEM
Há evidência que a mandioca tolera as condições de acidez do solo. Entretanto, os solos devem ser escolhidos, preparados, corrigidos e adubados adequadamente, conforme os resultados de análise química. As adubações orgânicas e fosfatadas respondem de forma bastante positiva no aumento da produtividade. A adubação corretiva deve ser feita juntamente com o preparo do solo, No plantio convencional a adubação de correção é feita antes da lavração e gradagem, a quantidade de adubo a ser utilizada depende de prévia análise química do solo.
A correção de acidez permite aumentar a disponibilidade de nutrientes essenciais à planta, além de fornecer o cálcio e o magnésio.
TRATOS CULTURAIS
São recomendadas em média cinco capinas do mato, sendo três no primeiro ano e duas no segundo ano. Controle de plantas daninhas:
Capina, Controle químico, Controle integrado (linha de plantio herbicida e entre as linhas o cultivador tração animal ou tratorizado), Controle cultural (bom preparo do solo, densidade de plantio adequado, época e modo de aplicação de adubos, uso de cultivares adaptadas e controle de pragas e doenças).
Poda: consiste no corte da haste principal a altura de aproximadamente 15 cm do solo com o objetivo de extirpar plantas com alta infestação de broca nas hastes; e preservar as ramas cortadas para posterior plantio. Esta prática é realizada principalmente no Rio Grande do Sul por causa do frio. O corte normalmente é feito com facão bem afiado devendo-se cortar somente as plantas sadias para que não haja contaminação.
TOXICIDADE
A mandioca possui ácido cianídrico e sua presença é constatada em toda a planta (tanto parte aérea, quanto subterrânea);
A variação do teor de ácido cianídrico (HCN) depende da variedade, idade da planta e também está sujeita a variações do meio ambiente (solo, clima, altitude).
A mandioca classificam-se as variedades de mandioca, em “bravas” (mandioca) ou “mansas” (aipim e macaxeira), conforme o teor de veneno que possuem.
Existem dois tipos espécies de mandioca:
A mandioca doce, conhecida por aipim ou macaxeira que é usada na alimentação.
Cozida na água e sal, já está pronta para ser consumida.
Existe também a mandioca brava ou amarga que é usada na produção de polvilho ou de farinha. Possui maior quantidade de ácido cianídrico, que provoca náuseas, vômitos e sonolência. Se a pessoa não se tratar logo, pode chegar a morte.
Anteriormente, pensava-se que eram espécies distintas, sabe-se agora que a toxidez muda entre as diferentes variedades, com a idade das plantas, sob outras condições ambientais (solo, clima, altitude) e forma de cultivo.
PRAGAS E DOENÇAS
As principais pragas são: mandarovás, ácaros, percevejo de renda, mosca branca, mosca do broto, broca do caule, cupins e formigas. As doenças mais comuns são: Podridão de raiz, Bacteriose, super brotamento, viroses. Ao ser constatado qualquer alteração no estado fitossanitário, consultar o órgão competente mais próximo.
COLHEITA E RENDIMENTO
A colheita deve ser iniciada de acordo com o ciclo da variedade utilizada no plantio e é feita manualmente, através do arranquio das raízes. As raízes colhidas deverão ser processadas pela indústria durante as primeiras vinte e quatro horas, para não comprometer a qualidade dos seus produtos.   A produtividade varia de acordo com as variedades utilizadas, espaçamento e os tratos culturais empregados na cultura. A produtividade média varia de 15 a 20 toneladas por hectare. O rendimento industrial varia de  25 a 30%, ou seja, uma tonelada de raízes produz cerca de 300 quilos de farinha.
VARIEDADES
 As espécies podem ser divididas em dois grupos:
As espécies mansas e espécies bravas, obedecendo a um critério de toxicidade, A cultura da mandioca apresenta uma grande variabilidade genética, possibilitando um grande número de variedades disponíveis para recomendação de plantio. As variedades são recomendadas de acordo com a finalidade de exploração. As principais cultivares recomendadas para a Bahia: Cigana, Cidade Rica, Maragogipe, Manteiga, Saracura e Casca Roxa. Tipos comuns: Santa Cruz, Saracura ou a Manteiga.
CONCLUSÃO
 A mandioca é uma planta que faz parte da cultura dos povos americanos desde antes da chegada dos europeus. Foi cultivada por várias nações indígenas da América Latina e é exportada para a África, onde em muitos casos é a base da dieta alimentar. Com sua difusão pelo mundo, a mandioca se tornou uma importante fonte de carboidratos nos países de clima tropical, clima este para o qual está admiravelmente bem adaptada. O cultivo da mandioca é de grande relevância econômica como principal fonte de carboidrato.
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de mandioca, com produção de 23 milhões de toneladas de raízes frescas.
A maior parte da mandioca de “mesa” é comercializada na forma in natura. A mandioca para a indústria tem uma grande variedade de usos, dos quais a farinha e a fécula são as mais importantes.
Exportações para Ásia podem levantar preço da mandioca, O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca, participando com 12,7% do total. A mandioca é cultivada em todas as regiões do Brasil, assumindo destacada importância na alimentação humana e animal, além de ser utilizada como matéria-prima em inúmeros produtos industriais. Tem ainda papel importante na geração de emprego. Considerando-se a fase de produção primária e o processamento de farinha e fécula, estima-se que são gerados, no Brasil, um milhão de empregos diretos. Estima-se que a atividade mandioqueira proporcione uma receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição tributária de 150 milhões de dólares.
A produção nacional da cultura estimada pela CONAB para 2002 é de 22,6 milhões de toneladas numa área plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3 toneladas de raízes por hectare. Dentre os principais estados produtores destacam-se: Pará (17,9%), Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%), que em conjunto são responsáveis por 59% da produção do país. Na distribuição da produção pelas diferentes regiões fisiográficas do país, a Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,7% destacam-se como principais produtoras e consumidoras. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
www.embrapa.br/mandioca
www.canalrural.com.br/noticias/mercado
http://www.ceplac.gov.br/radar/Mandioca.htm
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/mandioca
BOERBOOM, B.W.J. A model of dry lI1atter
(Man i 'lot esculenta Crantz). Neth. J.
1978.
COCK, J. H.; FRANKLIN, D.; SANDOVAL, G . & JURI, P. The ideal cassava
Plant for maxtmum yleld. Crop Sei, 19:271-79, 1979.

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