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resumo sobre a atuação do ministério público frente ao ncpc

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MINISTÉRIO PÚBLICO
	O Ministério Público é uma das funções essenciais à administração da justiça, compondo o “modelo constitucional do direito processual civil”, e está disciplinado na Constituição Federal de 1988, artigos 127 (diretrizes e princípios), 128 (organização) e 129 (funções institucionais). A Lei n. 8.625 de 1993, por sua vez, institui a Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, dispondo sobre normas gerais para a organização do Ministério Público do Estados, sendo este, portanto, a verdadeira norma geral que cada Estado-membro deve seguir e se regular para a manutenção de seu próprio Ministério sem prejuízo das prescrições impostas pela CF e pelas Constituições dos estados e legislações estaduais. 
	Sobra, portanto, pouco espaço para o CPC tratar especificamente do assunto do Ministério Público enquanto sujeito processual, decepcionando por não trazer novos conteúdos que difiram do Código de 1973 ou agreguem à jurisprudência, mas isso não diminui a sua importância. Os artigos 176 a 181 do Título V do Livro III do Novo Código são dedicados exclusivamente a esse instituto, sendo que tal atua como parte e como fiscal da ordem jurídica. 
	De início, o artigo 176 trata da atuação institucional do Ministério Público e de sua essência. Diz ele que tal instituto “atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis”. Tal função também é expressa de forma bastante contundente pelo artigo 127 da Constituição de 1988 e demonstra uma importante constitucionalização do Código de Processo Civil. Há, entretanto, uma falha, uma vez que não há uma qualificação precisa do interesse como conceito, constando de modo genérico e aberto, podendo então ter um preenchimento perigoso. De igual modo, nada consta sobre o detalhamento e especificação na defesa da ordem jurídica e do regime democrático. 
	O artigo 177, de sua maneira, dispõe sobre a ação do Ministério Público como parte no processo. Assim, ele “exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições constitucionais”. O artigo referido dialoga, portanto, com o artigo 129 da Constituição, ou melhor, são limitados por esse, o qual dispõe sobre as funções institucionais do MP, estando aí suas funções como parte no processo:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 
	
Quanto ao artigo 178, infere ao Ministério Público intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei e nos processos que envolvam interesse público ou social, interesse de incapaz, litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana, esse último acertadamente acrescentado, e demais casos previstos na Constituição Federal ou nas leis extravagantes, tais como mandado de segurança e ação popular. Afirma, ainda, que a participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério. 
Assim, justifica-se a intervenção de tal Ministério para atuar não como parte, mas de forma imparcial, desvinculado do interesse individual, transcendendo o interesse subjetivado, trazido ao processo. Portanto, fica tal instituto intimado para atuar num prazo máximo de 30 dias e, caso esse entenda que o caso não necessita de sua intervenção, deve suscitar a questão ao magistrado.
É importante pontuar a discrição do artigo 279 do mesmo código, o qual dispõe que ausência de intimação do Ministério Público em um processo em que deveria atuar como fiscal da ordem jurídica acarreta em nulidade desse. Em caso de o processo ter tramitado sem conhecimento do membro do Ministério, cabe ao juiz invalidar todos os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado, sendo que a ocorrência (ou não) de prejuízo pressupõe intimação do instituto para se manifestar sobre ela, em hipótese que a lei chama de princípio do aproveitamento dos atos processuais.
Ao intervir como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público tem vista dos autos após as partes, e deve ser intimado de todos os atos do processo, de acordo com o artigo 179 do código de processo civil, podendo produzir provas, recorrer e requerer as medidas processuais pertinentes.
O prazo para a manifestação do Ministério Público é contado em dobro, de acordo com o artigo 180 do cpc, a não ser que tenha estipulação legal de prazo próprio para sua manifestação, consoante com a ressalva feita no parágrafo 2. A fluência do prazo pressupõe sua intimação pessoal ou por meio eletrônico. Findo o prazo para manifestação e sem o oferecimento de parecer de tal instituição, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.
Último artigo sobre Ministério Público discriminado no Título V do Capítulo III do CPC de 2015, o artigo 181 incumbe a responsabilidade do membro do Ministério quanto a suas ações; especificamente, esse “será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções”. A previsão, apesar de importante, tem caráter desnecessário, uma vez que o artigo 143 do mesmo código já comporta as mesmas observações quanto a responsabilidade de tal indivíduo.
		
BIBLIOGRAFIA
BERCLAZ, M. O Novo CPC e a intervenção do Ministério Público: mudou-se não mudando. Carta Capital, 2007. Disponível em http://justificando.cartacapital.com.br/2015/07/27/o-novo-cpc-e-a-intervencao-do-ministerio-publico-mudou-se-nao-mudando/. Acesso em 20 jun. 17.
BUENO, C. S. Manual de Direito Processual Civil. 3ª Edição. Saraiva, 2007. 
Código de Processo Civil. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em 20 jun. 17.

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