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Das obrigações divisíveis e indivisíveis

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Isete Evangelista Albuquerque
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Previsão legal: arts. 257 ao 263 do CC.
Bens divisíveis e indivisíveis: arts. 87 e 88 do CC.
	Sempre em que houver pluralidade de credores ou de devedores, e não se tratar de solidariedade, deve-se observar o elemento objeto, ou seja, se a prestação é divisível ou não.
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De acordo com Arnoldo Wald (2010, p. 40): 
Havendo pluralidade de credores ou de devedores, a lei presume a divisão da obrigação, desde que o objeto seja divisível (art. 257). [...] O problema da divisibilidade das prestações reveste maior importância quando há pluralidade de credores ou de devedores. 
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CAPÍTULO V Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
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 Uma obrigação divisível é aquela que pode ser fracionada sem que ocorra alteração na sua substância, perda da sua utilidade ou diminuição excessiva do seu valor.
Ex.: obrigação pecuniária é sempre exemplo obrigação divisível. Dar 200 reais ou entregar quatro sacas de arroz Tio João.
Na obrigação divisível, cada credor somente pode cobrar a sua parte, e cada devedor somente pode ser cobrado da sua parte.
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a) Presume-se esta dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores, ou devedores (art. 257 do CC). 
b) Cada devedor só deve a sua quota-parte.
c) Cada credor só tem direito a exigir a sua quota-parte.
d) A insolvência de um dos devedores não aumentará a quota-parte dos demais devedores.
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Arnoldo Wald (2010, p. 41) explica que:
Se a coisa for divisível e houver pluralidade de devedores e unidade de credor, cada devedor paga a sua quota. Se na mesma hipótese de coisa divisível houver unidade de devedor e pluralidade de credores, o devedor paga a cada um dos credores a sua quota. Havendo pluralidade de credores e de devedores, cada um destes paga a sua quota em parcelas iguais a cada um daqueles, salvo se outro modo de divisão tiver sido estabelecido.
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Exemplo: cinco pessoas devem dez mil reais a dois credores. Quanto cada um dos devedores deverá pagar a cada um dos credores?
“Não constando a fração de crédito ou débito dos interessados, entende-se ser a divisão igualitária”.
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QUESTÃO: Segundo a regulamentação legal do Código Civil, se dois indivíduos são, juntos, devedores de R$ 80.000,00 a terceiro, isso implica que cada um dos dois primeiros é devedor de R$ 40.000,00 ao terceiro. Essa espécie de obrigação é denominada obrigação
a) divisível.
b) solidária.
c) principal.
d) condicional.
e) alternativa.
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	A indivisibilidade por ser:
* Natural ou material.
* Legal ou jurídica.
* Convencional. 
Art. 258 do CC. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
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 Uma obrigação indivisível é aquela que não pode ser fracionada sem que ocorra alteração na sua substância, perda da sua utilidade ou diminuição excessiva do seu valor. 
Um animal – indivisibilidade natural ou material.
Ação de sociedades anônimas – indivisibilidade legal ou jurídica – art. 28 da Lei nº 6.404/76.
Cláusula de indivisibilidade no contrato – indivisibilidade convencional.
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		Na obrigação indivisível:
		* Cada credor poderá exigir sozinho a totalidade da prestação, e
		* Cada devedor poderá ser forçado a cumprir sozinho a prestação por inteiro.
		Assim, o devedor que cumprir sozinho (arcando com os custos) sub-roga-se nos direitos do credor e pode cobrar a parte dos demais devedores. É o exercício de seu direito de regresso contra os demais devedores (art. 259, parágrafo único, do CC). 
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PLURALIDADE DE DEVEDORES 
Cada devedor será obrigado pela dívida toda (art. 259 , caput, do CC), pois o objeto indivisível não pode ser fracionado.
Aquele devedor que paga a dívida sub-roga-se nos direitos do credor em relação aos demais coobrigados (art. 259, parágrafo único, do CC) – direito de regresso.
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Art. 259 do CC. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
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PLURALIDADE DE CREDORES 
Cada credor poderá exigir a dívida toda, mas o(s) devedor(es) se desobriga(rão): pagando a todos credores conjuntamente ou a apenas um, desde que este dê caução de ratificação dos demais credores (art. 260 do CC).
Se apenas um credor receber a prestação por inteiro, aos demais assistirá o direito de exigir dele a parte que lhes cabia (art. 261 do CC), em dinheiro.
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Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
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E se um dos credores remitir (perdoar) a dívida? 
A obrigação não se resolve para os demais.
Por quê? Os demais credores poderão exigir a prestação, desde que descontada a quota-parte do credor remitente (art. 262, caput, do CC). É uma hipótese de reembolso pela quota do credor remitente.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
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E se houver o perecimento da coisa indivisível por culpa do devedor? 
A obrigação indivisível se resolve em perdas e danos.
Logo, perderá a sua natureza de indivisibilidade (art. 263 do CC).
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
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Arnoldo Wald (2010, p. 41) destaca que:
Não cumprida a obrigação, surge a responsabilidade que reveste a forma de indenização em dinheiro, sendo cada um dos devedores responsável apenas pela sua quota. Sendo a culpa de um só, este responderá pelas perdas e danos (art. 263, §2º).
Por fim, Gagliano e Pamplona Filho (2010, p. 126) frisam que:
Vale lembrar que, pelo valor da prestação em si, todos responderá proporcionalmente. 
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Exemplo: 
		Dois devedores se obrigam a entregar um animal específico ao credor. 
		O credor pode exigir o animal de qualquer um dos devedores. 
		Se o animal perecer por culpa dos devedores, surge a responsabilidade, de modo que cada um dos devedores pagará metade do valor equivalente em dinheiro mais metade das perdas e danos.
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Gagliano e Pamplona Filho (2010, p. 123) destacam que:
As obrigações de dar podem ser divisíveis ou indivisíveis. As de fazer só serão reputadas divisíveis se a atividade puder ser fracionada (o que não ocorre, por exemplo, quando contratamos a pintura de um quadro, mas pode-se dar com a contratação de alguém para construir um muro). As obrigações de não fazer, traduzindo-se em uma abstenção juridicamente relevante, são, em regra, indivisíveis.
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QUESTÃO: Para reparar os danos causados em virtude das fortes chuvas que assolaram o Município de Penedo, Letícia, Adriana e Déborah emprestaram um trator a Márcia. Escolha a opção que explica corretamente como deve se dar o pagamento dessa obrigação.
a) O trator pode ser entregue à Letícia, visto que ela também é proprietária
do veículo.
b) O trator somente deve ser devolvido à Letícia, Adriana e Déborah, em conjunto.
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c) O trator deve ser entregue à Letícia, Adriana e Déborah, em conjunto, ou a uma delas, exigindo-se caução de ratificação da outra.
d) O trator pode ser devolvido a Adriana e Déborah, independente de caução de ratificação de Letícia.
e) O trator deve ser devolvido a quem o entregou.
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QUESTÃO: Assinale a alternativa INCORRETA, no que concerne às obrigações divisíveis e indivisíveis:
a) A obrigação somente é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza ou por motivo de ordem econômica.
b) Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
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c) Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
d) O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
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