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08/06/2017 1 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVILRESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Professora: Vera Christina Vaz Lanza A construção civil contribui significativamente com a geração de resíduos sólidos. Os resíduos gerados nas atividades de construção e demolição representam cerca de 55% a 70% do total de resíduos sólidos gerados nas cidades. Construção Civil A Indústria da Construção é a que mais consome recursos naturais As perdas da Indústria da Construção são grandes Os resíduos de construção e demolição (RDC) são volumosos • O Brasil consome cerca de 500 milhões de toneladas de recursos naturais por ano nas construções. • 2/3 da madeira natural extraída é utilizada nas construções. • Reservas de produtos escassos como Cobre e Zinco são utilizadas nas construções. 8 a 30% perda. Métodos construtivos antigos. Parcela da mão de obra inexperiente. 50 a 70% do peso dos RSU. Belo Horizonte gera cerca de 2.000 toneladas de entulho por dia. Construção Civil Muitas cidades brasileiras, sobretudo aquelas que apresentam processos acelerados de urbanização, sofrem graves impactos ambientais causados pela inadequada gestão dos resíduos da construção civil, desde a sua geração e manejo, até a disposição final. Construção Civil Impactos ambientais relacionados aos RCD • Esgotamento dos recursos naturais; • Obstrução dos sistemas de drenagem; • Assoreamento de rios e córregos; • Proliferação de agentes transmissores de doenças; • Risco relacionado à periculosidade de alguns RCD. Resíduos da Construção Civil São os resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha, RCC ou RCD. Exemplos: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc. 08/06/2017 2 Leis relacionadas aos RCD Resolução CONAMA Nº307/2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil e: • Classifica os resíduos da construção civil; • Indica que os geradores devem priorizar: a não geração de resíduos, a redução de geração, a reutilização, a reciclagem e a disposição final. • Formaliza a obrigatoriedade de elaboração do Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, pelos municípios e pelo DF. • Indica as disposições finais dos resíduos segundo sua Classe. Resolução CONAMA Nº348/2004 Altera a Resolução CONAMA Nº 307/2002 incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos. Leis relacionadas aos RCD Altera a Resolução CONAMA Nº 307/2002 estabelecendo nova classificação para o gesso. Resolução CONAMA Nº431/2011 Leis relacionadas aos RCD Os resíduos da construção civil são classificados em: • Classe A; • Classe B; • Classe C; • Classe D. Classificação dos RCD (CONAMA, 2002) Resíduos Classe A São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras. Resíduos Classe A 08/06/2017 3 São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso. Resíduos Classe B Resíduos Classe B Resíduos Classe B São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação. Ex: peças de fibras de nylon (piscinas e banheiros), gesso acartonado, manta asfáltica, manta de lã de vidro. Resíduos Classe C São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, lodos de fossa, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (nova redação dada pela Resolução n° 348/04). Resíduos Classe D Resíduos Classe D 08/06/2017 4 Após triagem, devem ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterros de resíduos Classe A, de reservação de material para usos futuros. Destinação dos Resíduos Classe A (CONAMA, 2002) Devem ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. Podem ser encaminhados a empresas ou cooperativas licenciadas para reciclagem. Destinação dos Resíduos Classe B Destinação dos Resíduos Classe C e D Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. Geradores de RCD e responsabilidades Pequenos e grandes geradores de RCD: • Pessoa física • Pessoa jurídica A responsabilidade pelas estratégias de gestão dos RCD é das administrações municipais, mas a responsabilidade pelo gerenciamento é do gerador. Plano Municipal de Gestão de RCD Os Planos Municipais de Gestão de RCD devem ser elaborados pelos municípios Plano Municipal de Gestão de RCD 08/06/2017 5 • Diretrizes técnicas para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores; •Diretrizes técnicas para elaboração dos Planos de Gerenciamento de RCD pelos grandes geradores; • Cadastramento de áreas públicas ou privadas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes; • Processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento e reservação de resíduos e disposição de rejeitos; • Proibição da disposição dos resíduos em áreas não licenciadas; • Definição de critérios para o cadastramento de transportadores; • Ações de orientação, fiscalização e de controle; • Ações educativas visando à redução da geração de resíduos. Plano Municipal de Gestão de RCD O PGRCD deverá ser elaborado pelos grandes geradores e contemplar os procedimentos adotados para: 1) Identificação e quantificação dos resíduos nas obras; 2) Triagem; 3) Acondicionamento; 4) Transporte; 5) Destinação final. Plano de Gerenciamento de RCD CARACTERIZAÇÃO TRIAGEM ACONDICIONAMENTO TRANSPORTE DESTINAÇÃO Volumosos NBR 15112 – ABNT Áreas de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - (ATT). Normas Técnicas relacionadas aos RCD Volumosos Entulho Coleta Seletiva Área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada. Áreas de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos Áreas de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos Resíduos volumosos não removidos pela coleta pública municipal, como móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira, podas e outros assemelhados, não provenientes de processos industriais. Resíduos Volumosos 08/06/2017 6 Destinadas a receber materiais como entulho, objetos volumosos e resíduos da poda (2 m3) Unidades de recebimento de pequenos volumes URPV de Belo Horizonte Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação. NBR 15113 – ABNTNormas Técnicas relacionadas aos RCD Área onde são empregadas técnicas para disposição de resíduos da construção civil no solo, visando à reservação de materiais segregados, de forma a possibilitar o uso futuro dos materiais e/ou futura utilização da área. São utilizados princípios de engenharia para confinar os RCD ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente. Aterros de RCD NBR 15113/2004 (ABNT) A NBR 15113/2004 define os requisitos mínimos para implantação e manutenção de um aterro de resíduos classe A: Condições de Implantação: • O impacto ambiental a ser causado pela instalação do aterro deve ser o mínimo possível; • A aceitação da instalação pela população deve ser a máxima possível; • O empreendimento deve estar de acordo com a legislação de uso e ocupação do solo e com a legislação ambiental. Critérios para localização e implantação Para a avaliação da adequabilidade de um local para implantação do aterro de resíduos Classe A, os seguintes aspectos devem ser observados: • Geologia e tipos de solos existentes; • Hidrologia; • Passivo ambiental; • Vegetação; • Vias de acesso; • Área e volume disponíveis e vida útil; • Distância de núcleos populacionais. NBR 15113/2004 (ABNT) Estruturas do aterro de inertes: • acessos internos e externos executados e mantidos em boas condições; • portão e cercamento no perímetro da área, de forma a impedir o acesso de pessoas não autorizadas e animais; • sinalização que identifique o empreendimento; • anteparo para proteção quanto aos aspectos relativos à vizinhança, ventos dominantes e estética (cerca viva no perímetro da instalação); • iluminação e energia que permitam uma ação de emergência; • sistema de comunicação para utilização em ações de emergência; • sistema de monitoramento das águas subterrâneas, no aquífero mais próximo à superfície; NBR 15113/2004 (ABNT) 08/06/2017 7 • sistemas de drenagem compatíveis com a macrodrenagem local e capazes de suportar chuva com períodos de recorrência de cinco anos; • revegetação dos taludes encerrados. • controle geotécnico do maciço de resíduos. Observações: � O sistema de monitoramento pode ser dispensado, a critério do órgão ambiental competente, em função da condição hidrogeológica local. � Aterros de pequeno porte, com área inferior a 10.000 m2 e volume de disposição inferior a 10.000 m³, podem ser dispensados do monitoramento. NBR 15113/2004 (ABNT) Pesquisa realizada no Vale do Aço / MG CRITÉRIOS DE LOCALIZAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA 3 ÁREA 4 ÁREA 5 ÁREA 6 ÁREA 7 ÁREA 8 ÁREA 9 Condições da via de acesso Não atende Atende Atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Atende Sinalização da via de acesso Não atende Não atende Atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Distância de cursos d’água Atende Não atende Atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Isolamento da área Não atende Não atende Atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Controle de entrada e saída de veículos e pessoas Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Sistema de monitoramento de águas subterrâneas Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Sistema de drenagem pluvial Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Tipos de RCD recebidos na área Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Sistema de compactação dos resíduos Não atende Não atende Atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Geometria do maciço Não atende Não atende Atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende Atende Sistema de recobrimento dos resíduos Não atende Não atende Atende Atende Atende Atende Atende Não atende Atende Sistema de revegetação dos taludes encerrados Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Pesquisa realizada no Vale do Aço / MG Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de Reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação. NBR 15114 – ABNT Normas Técnicas relacionadas aos RCD Áreas destinadas ao recebimento e transformação de resíduos da construção civil, já triados, para produção de agregados reciclados. Áreas de reciclagem de RCD Uma Usina de Reciclagem de RCD é definida como uma área industrial, destinada e equipada para processar e transformar resíduos classe A em agregados. Geralmente são compostas de: • Pátios de recebimento e estocagem de RCD; • Área de beneficiamento do material selecionado; • Área de armazenamento dos materiais produzidos; • Áreas de acesso para manobras de veículos; • Área administrativa. NBR 15114/2004 (ABNT) 08/06/2017 8 Equipamentos utilizados: alimentador do britador, britador, transportadores de correia, separadores magnéticos e as peneiras. Todos esses equipamentos são dimensionados para atender o volume processado específico de cada cidade. NBR 15114/2004 (ABNT) NBR 15114/2004 (ABNT) NBR 15114/2004 (ABNT) NBR 15114/2004 (ABNT) Materiais produzidos Uso dos agregados reciclados • Somente os resíduos Classe A (fração mineral); • Uso sem função estrutural; • Para utilização em concreto, a preferência é pelo resíduo de concreto ou de argamassa; • Para utilização em concreto ou argamassa, evitar a presença de gesso (reações expansivas no concreto e na argamassa); • Resíduos de concreto: uso em concreto e argamassas; • Resíduos de alvenarias: uso em pavimentação; • Observar diretrizes das normas técnicas para utilização de agregados. 08/06/2017 9 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos. NBR 15115 – ABNT Normas Técnicas relacionadas aos RCD A NBR 15115 estabelece os critérios para a execução, em obras de pavimentação, de camadas de reforço do subleito, sub-base e base de pavimentos, bem como camada de revestimento primário, com agregado reciclado de resíduo sólido da construção civil, denominado “agregado reciclado” Utilização dos agregados reciclados Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. NBR 15116 – ABNT Normas Técnicas relacionadas aos RCD Concreto de cimento Portland sem função estrutural, com agregado reciclado: material destinado a usos como enchimento, contrapiso, calçadas e fabricação de artefatos não estruturais, como blocos de vedação, meio-fio (guias), sarjeta, canaletas, mourões e placas de muro. Utilização dos agregados reciclados Aplicações dos agregados produzidos Blocos, briquetes e outros pré-moldados Aplicações dos agregados produzidos Pavimentação (revestimento primário e sub-base) 08/06/2017 10 Aplicações dos agregados produzidos Argamassas Exercício Resíduo Classe Resíduo Classe Aço de construção Concreto armado Alumínio Solvente Arame Efluente, lodo e licor de limpeza de fossa Areia Fio ou cabo de alumínio Argamassa endurecidaFio ou cabo de cobre Bloco de concreto celular Gesso Bloco de concreto comum Lataria com tinta Brita misturada com argamassa Louça Carpete Madeira compensada Cerâmica Banheira de fibra de vidro Telha de amianto Tubo de PVC B B B A A A A A B A D A D D B B B D A B C B Boas práticas para um bom gerenciamento de RCD O planejamento de obras mais limpas deve começar no projeto com a adoção de tecnologias ou ações que gerem menos resíduos Produção de argamassa em quantidade suficiente, reaproveitamento ou utilização de máquinas de jateamento. Boas práticas para um bom gerenciamento de RCD Cuidados com o transporte e manuseio dos materiais para evitar quebras e desperdícios. Boas práticas para um bom gerenciamento de RCD 08/06/2017 11 Armazenamento correto de materiais nas obras. Boas práticas para um bom gerenciamento de RCD Armazenamento correto de materiais nas obras. Boas práticas para um bom gerenciamento de RCD Organização e limpeza dos canteiros de obra. Boas práticas para um bom gerenciamento de RCD Logística Reversa de sacos de cimento Exemplos de locais para armazenamento de recicláveis em canteiros de obras TIJOLOS QUEBRADOS A 08/06/2017 12 RESTOS DE TUBO PVC B SERRAGEM DE MADEIRA NATURAL B BLOCOS DE CIMENTO A TELHA DE VIDRO QUEBRADA B ESTOPA SUJA COM REMOVEDOR D TUBO DE CONCRETO QUEBRADO A 08/06/2017 13 TELHA DE FIBRA ORGÂNICA B TELHA CERÂMICA A PALLET DE PLÁSTICO QUEBRADO B MANTA ASFÁLTICA C TELHA CONTENDO AMIANTO QUEBRADA D VIGA DE CONCRETO ARMADO QUEBRADA A 08/06/2017 14 ARGAMASSA SECA A RETALHO DE TELHA DE TETRAPAK B LATA COM RESTOS DE THINNER D PALLET DE MADEIRA QUEBRADO B SPA DE FIBRA C TUBO COM RESTOS DE SILICONE D 08/06/2017 15 RESTOS DE MANGUEIRA PARA PASSAGEM DE FIAÇÃO ELÉTRICA B PEÇAS HIDRÁULICAS DE PLÁSTICO B TIJOLO DE VIDRO QUEBRADO B ROLO COM TINTA SECA D TUBO COM RESTOS DE SOLVENTE DE FERRUGEM D DRY WALL APARADO OU DANIFICADO C 08/06/2017 16 PALLET DE METAL COM DEFEITO B CONCRETO SECO A LATA COM TINTA A BASE DE ÁGUA D RESTOS DE TELHA DE PLÁSTICO RECICLADO B APARA DE ESTACAS DE MADEIRA B RESTOS DE GESSO SECO B 08/06/2017 17 RESTOS DE ISOPOR B PLACA DE GESSO ACARTONADO DANIFICADA C TUBO COM RESTOS DE COLA PARA TUBO PVC D FIO OU CABO DE COBRE B RESTOS DE ARAME B CACOS DE CERÂMICA A 08/06/2017 18 MADEIRA COMPENSADA B LOUÇAS A MANTA DE LÃ DE VIDRO C TUBOS E CONEXÕES DE FERRO B LATAS COM RESTOS DE TINTAS D EMBALAGENS DE PAPELÃO B 08/06/2017 19 RESTOS DE ALIMENTOS DO REFEITÓRIO B LÂMPADAS QUEBRADAS D RESTOS DE AZULEJOS A
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