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História da América Portuguesa - História do Brasil I - Atividade 01

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Licenciatura Plena em História - EAD
Patrick Giuliano Taranti
RA: 2515201547
Atividade: Questões dissertativas
Início: 29 de novembro de 2015 - 01h 00min
Término: 11 de dezembro de 2015 - 23h 55min
Valor da Atividade: 10
Escravidão colonial
Disserte sobre as estratégias dos escravos em seu cotidiano para “driblar” a rigidez da escravidão no período colonial e as diferentes formas de escravidão, de acordo com as atividades econômicas. Finalize seu texto com uma reflexão sobre a escravidão no Brasil colonial e suas influências na atualidade, tendo em mente a ideia de "sociedade de escravidão".
Lista de arquivos anexados pelo professor: nenhuma
Resposta:
A exploração escrava negreira ou africana, tornou-se uma das maiores fontes de renda da coroa portuguesa a qual dominava este comércio com o aval papal de exclusividade de exploração. Esta modalidade comercial-mercantil acabou por tornar-se autossuficiente em pouco tempo, uma vez que o produto principal deste também era a mão-de-obra que manufaturava as mercadorias utilizadas para aquisição de novas forças laborais escravas. Diante desta breve consideração ocupemo-nos em responder os questionamentos efetuados.
Estratégias desenvolvidas por escravos para driblar a rigidez da escravidão...
Os escravos cativos no Brasil desenvolveram diversas formas para burlar o rigorismo do senhorio que recaia sobre seus ombros, estes artifícios estavam baseados em conceitos de acomodação e ajustamento social, ou seja, estar na condição de escravo era fato, e isso não mudaria, exceto se por resistência física revoltosa (seja por fuga seja por luta armada) ou a outra forma de origem plena e exclusiva do proprietário em dispor do bem (escravo) conferindo alforria, contudo, porém, os cativos desenvolveram formas de “negociatas psicoafetivas” que baseavam-se e consistiam em bem servir ao seu senhor e/ou dono de modo a demonstrar sua fidelidade e gratidão e desse modo obtinham algumas vantagens e regalias, que poderiam render frutos imediatos e mediatos, conferindo desse modo uma melhoria na sua condição de vida, ou melhor sobrevida, pois a relação de escravidão ainda persistia.
Diferentes formas de escravidão de acordo com as atividades econômicas...
A escravidão brasileira ocorreu em diferentes formas, sendo que estas foram implementadas de modo a acompanhar a necessidade laboral evolutiva da colônia, isto é, a forma de exploração de mão-de-obra escrava deu-se conforme o desenvolvimento socioeconômico da colônia.
Dentro do aspecto econômico haviam formas de escravidão basicamente divididas em:
Braçal agrícola de exploração (basicamente empregado nas culturas canavieiras)
Braçal de agricultura e pecuária de subsistência
Braçal de ofícios de mineração
Doméstico
De artes e ofícios
De serviços
Terceirizados
Dentro do aspecto social as formas podem ser divididas basicamente em:
Geradores de renda indireta, empregados em afazeres de produção
Geradores de renda direta, empregados em afazeres de rendas diretas
Escravos de “terceirização”
Dentro destes aspectos podemos dizer que estes estão intimamente ligados a evolução dos povoados, vilas e cidades, onde cada forma de escravidão é nitidamente identificada, isto é, cada fase de exploração comercial-mercantil exigiu uma nova forma de exploração de mão-de-obra escrava. Lembrando que no Brasil-Colônia a vadiagem era proibida e punida como severidade, ou seja, o indivíduo deveria possuir meio de auto sustentabilidade, contudo, porém, o ócio era algo aculturado e trabalhar era visto como algo vergonhoso, sendo assim, quem não trabalhava mas possuía renda oriunda da exploração escravagista era visto com bons olhos por seus pares na sociedade. 
Vejamos, como a mão-de-obra indígena não rendia lucros diretos sobre esta, a corte portuguesa passou a incentivar e até mesmo impor a utilização de mão-de-obra escrava oriunda da África, pois esta demonstrou ser uma excelente fonte de renda direta para coroa por meio dos tributos e taxas cobradas em cada fase da transação comercial de aquisição. Portanto, com os problemas advindos da utilização da força indígena de diversas ordens, a utilização da força de trabalho negreira passou a ser utilizada em larga escala na produção canavieira e seus subprodutos, tem-se neste momento a exploração econômica da mão-de-obra escrava, modalidade até então inédita em termos de escravidão. Com a interiorização das culturas de subsistências e da pecuária, foi necessário a utilização de mão-de-obra para o desenvolvimento e manutenção destas, onde a força de trabalho negreira foi de grande valia. Contudo o maior salto populacional de escravos deu-se com a exploração de minérios e que, contribuíram para uma revolução social para à época, pois a coroa portuguesa impôs proibição de uso dos escravos existentes envolvidos na cultura canavieira, evitando-se dessa forma uma queda indesejada na produção desta cultura e nos lucros auferidos. Para tanto, os escravos importados e empregados na mineração já possuíam experiência neste ofício, pois já o exerciam na África em sua terra natal. Com o implemento do aparato burocrático administrativo decorrente desta exploração, houve um aumento nos aglomerados urbanos e, por consequência surgiram esboços de sociedades organizadas cultural e socialmente, mesmo que um tanto precária, frente a outras colônias localizadas no continente americano, colônias estas espanholas. Com esse amadurecimento urbano houve a necessidade de novas formas de mão-de-obra e por consequência, houve, para tanto, o emprego em larga escala de força laboral escrava. Estes passaram a exercer funções domésticas. Contudo, como o crescimento populacional houve a necessidade de fornecer serviços de artes e ofícios de primeira necessidade, porém, o emprego de escravos nestes ramos laborais era veementemente proibido pela coroa, sendo assim, muitos escravos eram empregados de forma clandestinas e quando seus senhores eram questionados, os declaravam como escravos domésticos, temos aqui uns dos primeiros registros de desvios de funções laborais informadas ao fisco administrativo, o “jeitinho brasileiro” para burlar as normas impostas. Em decorrência do estilo de vida social surgiram ainda os escravos de serviço, os quais possuíam uma liberdade restritiva e uma certa mobilidade, ou seja, seus proprietários deixavam estes dispersos nas urbanidades para que os cativos realizassem serviços de diversas espécies ao longo do período para que ao final deste traziam as pagas recebidas para então seu senhor efetuar a divisão que assim achasse justa ou após algum tempo auferia algum benefício ao seu servo cativo. Haviam ainda com a expansão dessa forma de escravidão os escravos “donos” de escravos, uma forma de escravidão que se encontrava a margem e revelia na legislação vigente, pois um escravo não poderia possuir escravos, esta modalidade surgiu com o acumulo de escravos inválidos, onde seus proprietários os vendiam a qualquer um que estivesse disposto a adquirir, pois estes já não eram tão lucrativos como doutra ora, em sua maioria eram empregados na mendicância, pois a “vadiagem” do escravo não era tido como crime se explorada; os escravos proprietários utilizavam-se dessa “terceirização” para emprega-la nos seus afazeres diários ou mesmo para obter lucros e emprega-los em situações de benesses ou alforria.
Influências na sociedade moderna...
Como se pode observar, a formação social brasileira tem por essência sua forma de colonização, que era exploratória mercantil-comercial, mas não podemos atermos exclusivamente neste aspecto, ele foi relevante sim no que se refere a formação das vilas e cidades, porém, contudo, a ideia pré-concebida do colonizador em relação as terras exploradas, semelhantes ao que idealizavam como sendo o paraíso em terra e, o emprego em larga escala de mão-de-obra escrava de cunho econômico moldaram de maneira contundente nossa atual sociedade, sobretudo no aspecto cultural-social e econômico-social.
Nossa sociedade assumiu uma postura conformista, onde frentea adversidades assume posturas de ajustamento social, evitando ao máximo colocar-se em posições de embates por menores que sejam. Tais posicionamentos sociais são mais evidentes nas relações trabalhistas, onde o empregado é submisso abdicando muitas vezes de direitos e garantias legais, para conferir a manutenção do seu posto de trabalho e em trocas de algumas vantagens concebidas por seu empregador. Há também a manutenção da ideia pré-concebida de que uma pessoa bem-sucedida social e economicamente, deve abster-se de realizar afazeres laborais, “terceirizando” ou mesmo contratando a baixos custos mão-de-obra especializada, visando dessa forma aumentar seus lucros e status social. 
Há também nos mesmos moldes ideológicos a relação trabalhista marginalizada, ou seja, a contratação informal de mão-de-obra, seja, por falta de capacidade do empregador, seja, por sua ganância, o qual visa ampliar seus lucros à revelia de direitos do trabalhador e de obrigações com o fisco.
Por consequência da cultura de ostentação social, houve a marginalização da mão-de-obra de origem pouco afortunada economicamente e sobretudo de descendência negra e indígena, uma vez que os poucos afortunados financeiramente nada possuem para demonstrar a sociedade como posse e por consequência a aquisição de respeito social, já quanto aos de origem indígena estes foram estigmatizados como um povo debilitado e com aversão ao trabalho, porém tal questão é absurda pois historicamente estes demonstraram-se muito aculturados e resistentes em seus afazeres, quanto aos de origem africana estes são os que mais sofrem com o legado colonial, pois até a atualidade não raras as vezes são tratados como indivíduos de segunda classe e com aptidões únicas para o labor braçal.
Como se pode constatar, apesar do Brasil possuir uma das mais avançadas legislações trabalhistas e de proteção humana e social, de nada nos adianta, pois, a cultura escravagista, a do “jeitinho” e, sobretudo a de acomodação e ajustamento social, ainda são muito presentes e marcantes em nossa sociedade, sofrendo ainda as pressões socioeconômicas tidas como questões relevantes de reconhecimento de sucesso pessoal e social. Para deixarmos de lado esta cultura exploratória “mercantilista” e social “escravagista” há a necessidade de mudanças culturais e ideologias arraigadas no seio da sociedade, onde estas devem ocorrer de modo planificado, ou seja, igualitário, onde a igualdade em um primeiro momento deve ser tratada na justa medida de manutenção de desigualdade, aliada a uma formação educacional e cultural de base para então avançarmos a um novo patamar evolutivo social. Porém esta evolução histórica dar-se-á a longo prazo, pois será necessária uma desconstrução sociocultural e de oportunidades econômicas igualitárias para então romper-se os estigmas do passado.

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