Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: TECNOLOGIA DA EDIFICAÇÃO I PROFESSOR: ANDERSON CLARO GRADUANDAS: CAROLINA ESCOVAR, ELIZABETH, LLUVIA, PRISCILLA E THELMA INDÍCE: Histórico ...........................................................................................................................................................................2 O que é eficiência energética ............................................................................................................................. ..............7 Normas LEED ................................................................................................................. .................................................7 Certificação Aqua .............................................................................................................................................................9 Programa Brasileiro de Etiquetagem ..............................................................................................................................10 Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente .....................................................................................................12 Cidades Solares ...............................................................................................................................................................12 Áreas chaves para atuação do poder público .................................................................................. ................................12 As leis para eficiência energética no Brasil ............................................................................................................... .....15 Arquitetura Bioclimática .................................................................................................................................................16 Energia Solar ...................................................................................................................................................................16 Telhado Verde ............................................................................................................................................ ....................19 Condicionamento Natural das Edificações .....................................................................................................................19 Referências Bibliográficas .................................................................................................. ............................................21 Protótipos de eficiência energética.............................................................................................. ....................................21 Casa Eficiente..................................................................................................................................................................21 Casa Ecoeficiente................................................................................................. ............................................................25 Casa Genial.................................................................................................................. ....................................................25 Casa Aqua.................................................................................................................... ....................................................26 Home Energy................................................................................................................................................................. ..28 Arquitetura Eficiente........................................................................................... ............................................................29 Arquitetura Eficiente...................................................................................................................................................... 28 Arquitetura Bioclimática ................................................................................................................................................34 Conscientização: .......................................................................................................................................................... 36 Arquitetura Vernacular...................................................................................................................................................37 Arquitetura Grega...........................................................................................................................................................41 Arquitetura Popular Mexicana ........................................................................................................................................41 Arquitetura da Capadócia – Turquia............................................................................................................................. 42 Arquitetura de Machu Picchu....................................................................................................................................... 42 Arquitetura Árabe......................................................................................................................................................... 43 Arquitetura da Tunísia ...................................................................................................................................................43 Arquitetura Japonesa .....................................................................................................................................................44 Iglu .................................................................................................................................................................................45 COB............................................................................................................................................................................... 45 Superadobe ............................................................................................................................. ........................................46 Referências Bibliográficas ..............................................................................................................................................47 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Este trabalho trata de um novo conceito que surgiu na arquitetura: a eficiência energética. Iniciaremos com um breve histórico (retirado do livro Eficiência energética na arquitetura – Roberto Lamberts, Luciano Dutra e Fernando Pereira) da arquitetura e do surgimento deste conceito. Histórico No período clássico, Vitrúvio entendia a arquitetura como um espaço habitável que deveria equilibrar os aspectos estruturais, funcionais e formais. O conceito de eficiência energética Hoje em dia, a arquitetura também deve ser vista como um elemento que precisa ter eficiência energética. A eficiência energética pode ser entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. Desta forma, o triânguloconceitual clássico de Vitrúvio pode ser acrescido de um vértice ( o da eficiência energética), transformando-se no conceito ideal a arquitetura contemporânea. Muito se tem ouvido falar em economia de energia elétrica em edifícios. Além das campanhas contra o desperdício que vem sendo feitas, surgem cada vez mais equipamentos de baixo consumo e maior eficiência energética, como alguns eletrodomésticos. Entretanto, além da utilização destes recursos tecnológicos, a elaboração de projetos que incluam estudos sobre o comportamento energético do edifício pode melhorar a eficiência da arquitetura. A arquitetura vernacular O primeiro princípio utilizado era geralmente aproveitar as características desejáveis do clima enquanto se evitavam as indesejáveis. Na antiga Roma, o imperador Ulpiano criou o Heliocaminus, uma lei para garantir ao povo romano do século II d.C. o direito ao sol. Na cidade romana antiga, também existiam sistemas para aquecimento de água conhecidos como Calidarium e para aquecimento de ambientes como o Ipocausto – túneis subterrâneos onde uma fornalha aquecia o ar, que por sua vez aquecia os ambientes. No deserto do Colorado, nos EUA, o povo de Mesa Verde construiu suas habitações protegidas do sol pelas encostas de pedra, de forma a sombrear a incidência dos raios solares no verão quente e seco. No inverno, a inclinação mais baixa do sol permite sua entrada nas habitações, aquecendo-as durante o dia. O calor armazenado na rocha das encostas durante o dia é devolvido ao interior das habitações à noite, garantindo o conforto térmico. Em climas muito severos como no norte da China, por exemplo, as edificações foram construídas subterrâneas. A temperatura abaixo do solo é mais amena, compensando os extremos da temperatura do ar (alta durante o dia e baixa à noite). A Revolução Industrial A Revolução Industrial trouxe um novo elenco de materiais, como o aço e o concreto armado, que desafiaram a tradição do período gótico e renascentista de construir em alvenaria de pedra (dominante desde o Egito antigo até o século XIX) no mundo ocidental. No entanto, esta tradição construtiva persistiu até a Segunda Guerra Mundial. A partir daí, as grandes transformações sociais, econômicas e técnicas mudaram o quadro da arquitetura violentamente. O Estilo Internacional No período entre guerras surgiu o Estilo Internacional, revolucionando por completo os conceitos da arquitetura. Le Corbusier lançou idéias como o esqueleto estrutural, o terraço-jardim, a planta livre, os pilotis e o Modulor, que relacionavam as proporções entre o homem e o espaço arquitetônico projetado. Os avanços de áreas particulares do processo de construção da arquitetura (entre elas o conforto ambiental) não eram mais assimilados pelos arquitetos. Mies Van Der Rohe, com suas cortinas de vidro, criou um verdadeiro ícone de edifícios de escritórios. Seu formalismo clean foi seguido por várias gerações de profissionais que internacionalizaram o que era distinto para algumas economias. O conseqüente edifico “estufa” foi então exportado como símbolo de poder assim como sistemas sofisticados de ar condicionado e megaestruturas de aço e concreto, sem sofrer readaptações ás características culturais e climáticas o local de destino. A crise de energia Sistemas de iluminação e de climatização artificial passaram a ser largamente utilizados, dando ao projetista uma posição bastante cômoda perante os problemas de adequação do edifício ao clima. Foram surgindo verdadeiros colossos arquitetônicos, submetidos a uma hemorragia energética (e econômica). Esta situação agravou-se com a crise de energia da década de 70 e com o aumento da população nos centros urbanos na década de 80. Para superar a crise, a produção de eletricidade teve de crescer muito desde então. Entretanto, esta alternativa traz os inconvenientes do impacto ambiental causado por novas usinas, como: as possíveis inundações e deslocamentos de populações pelas hidrelétricas, a poluição e os riscos com a segurança publica nas termoelétricas e nucleares. A alternativa que se mostra mais adequada a esse quadro é aumentar a eficiência no uso de energia. Segundo Geller, é mais barato economizar energia do que fornecê-la, pois se reduz a necessidade de gastos com o setor público, passando aos fabricantes de equipamentos e aos consumidores os investimentos necessários. Também se reduzem, com essa solução, os custos de produção de materiais construtivos, como o aço e o alumínio, tornando seus preços mais baixos no mercado interno e competitivos no externo. Ao arquiteto cabe a concepção de projetos que possibilitem a execução de edifícios mais eficientes, logrando com essa postura o conforto dos usuários e o uso racional de energia. A arquitetura contemporânea O século XX tem sido particularmente fértil para a arquitetura e hoje, quando estamos no final do século, o panorama arquitetônico é jovem e pluralista. Estilos como o pós-modernismo, o high-tech, o construtivismo e o desconstrutivismo mostram experiências significativas da preocupação crescente dos arquitetos com a melhoria da qualidade das edificações, inclusive considerando aspectos de eficiência energética e de conforto ambiental. Embora existam edifícios que respondem ás necessidades de desempenho térmico e visual, também existem muitos exemplos ruins. Situação Atual Da energia elétrica consumida no Brasil, 42% é utilizada por edificações residenciais, comerciais e públicas. No setor residencial, o consumo de energia chega a 23% do total nacional, sendo que nos setores comercial e público chega a 11% e 8% respectivamente. Se os arquitetos e engenheiros tivessem mais conhecimento sobre a eficiência energética na arquitetura, ao nível do projeto ou da especificação de materiais e equipamentos, estes valores poderiam ser reduzidos. Além de evitar a necessidade de maior produção de eletricidade no país, isto retornaria em benefícios dos usuários como economia nos custos da obra e no consumo de energia. O consumo de energia elétrica no setor residencial foi o que mais cresceu nos últimos anos, sendo que o consumo total de energia no país quase triplicou nos últimos dezoito anos. Neste ritmo, o potencial elétrico instalado no Brasil se tornará insuficiente em breve, tornando inevitável a construção de novas usinas e o conseqüente impacto ambiental. Tampem é importante ressaltar que as reservas de combustíveis necessários às usinas termelétricas vão diminuindo com o tempo e que não é possível construir hidrelétricas indefinidamente, pois são limitados os locais que viabilizam sua implantação. Este cenário torna evidente para o mercado futuro de energia elétrica a necessidade de conservação. Consumo nos setores residencial, comercial e público Observa-se que a maior parte da energia consumida em residências (68%) destina-se a geladeiras, chuveiros e lâmpadas. Ao ar condicionado, apenas 7% do total é destinado, porém o uso deste aparelho a nível nacional é ainda pequeno. A necessidade de normalização Nos países desenvolvidos, a crise de energia e o alto consumo no setor de edificações levaram a implementação de normas de eficiência energética em edificações. Atualmente o Brasil participa juntamente com Bangladesh, Botsuana, Índia e Nicarágua, entre outros, da lista de nações que ainda não possuem normas de eficiência energética em edificações. A atuação de cadaprofissional É errônea a idéia de associar o trabalho do arquiteto apenas à elaboração do projeto arquitetônico. O ideal é que o arquiteto tenha o conhecimento básico de todos os conceitos relativos ao desempenho energético de edificações para tornar possível e eficiente a multidisciplinaridade de seu projeto. Os materiais de construção têm uma forte influência sobre as condições de conforto do ambiente interior. A especificação dos materiais exige o entendimento de suas propriedades e de sua adequação às características plásticas do projeto. O uso de isolamento térmico ou proteção solar em paredes, janelas e telhados, o tipo de telha e o tipo de vidro empregado nas janelas devem ser estudados a fim de se evitar ganhos térmicos excessivos e obter melhorias nas condições de conforto no interior. Um melhor aproveitamento do clima pode ser obtido pelo planejamento apropriado de detalhes na edificação. O paisagismo, a orientação e a escolha da tipologia arquitetônica são fundamentais na adequação do edifício ao clima. Algumas decisões quanto à localização de aberturas, por exemplo, pode melhorar a ventilação cruzada de um ambiente e o ganho de calor solar no inverno. Os dispositivos de sombreamento devem ser usados de maneira a evitar a penetração de radiação solar durante o verão e permitir a entrada da radiação nos períodos frios. A análise do consumo de energia de uma edificação é tão importante para o processo de projeto quanto qualquer das outras ferramentas usadas comumente pelos projetistas. Cabe ao arquiteto coordenar a interlocução dos vários profissionais com o objetivo de melhorar a eficiência energética de sua concepção arquitetônica. O QUE É EFICIÊNCIA ENERGÉTICA? Eficiência energética pode ser definida como a otimização que podemos fazer no consumo de energia. Antes de se transformar em calor, frio, movimento ou luz, a energia sofre um percurso mais ou menos longo de transformação, durante o qual uma parte é desperdiçada e a outra, que chega ao consumidor, nem sempre é devidamente aproveitada. A eficiência energética pressupõe a implementação de estratégias e medidas para combater o desperdício de energia ao longo do processo de transformação: desde que a energia é transformada e, mais tarde, quando é utilizada. A eficiência energética acompanha todo o processo de produção, distribuição e utilização da energia. Neste contexto, têm-se multiplicado as iniciativas para a promoção da eficiência energética. Empresas, governos e ONG por todo o mundo têm investido fortemente na melhoria dos processos e na pesquisa de novas tecnologias energéticas, mais eficientes e amigas do ambiente, bem como no aproveitamento das energias renováveis. A eficiência energética é freqüentemente associada ao termo "Utilização Racional da Energia" (URE), que pressupõe a adoção de medidas que permitem uma melhor utilização da energia, tanto no sector doméstico, como no sector de serviços e industrial. Por meio da escolha, aquisição e utilização adequada dos equipamentos, é possível alcançar significativas poupanças de energia, manter o conforto e aumentar a produtividade das atividades dependentes de energia, com vantagens do ponto de vista econômico e ambiental. A eficiência energética não gira em torno apenas da utilização racional da energia, mas também, do ponto de vista arquitetônico, de edifícios que sejam projetados de forma a aproveitar/reaproveitar melhor os recursos naturais, como a iluminação e a ventilação natural, reaproveitamento da água das chuvas, aquecimento solar, entre outras alternativas que deixam o edifício eficiente e diminuem a necessidade de utilização de energia elétrica. NORMAS LEED Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) é um sistema de classificação de edificações a partir de critérios de sustentabilidade ambiental em diferentes categorias. Desenvolvido pela organização United States Green Building Council (USGBC), o LEED envolve pré-requisitos obrigatórios, que valem pontos, é um sistema de pontuação cumulativa que permite às edificações obter diferentes classificações. É uma forma de termos certeza que um prédio seguirá conceitos sutentáveis, pois é necessário atingir um número mínimo de pontos para obter-se a certificação. Foi criado nos EUA em 1993 como projeto piloto para que a indústria da construção pudesse ter um sistema que mensurasse o quanto um projeto é realmente verde. Através da pesquisa de métricas e sistemas de normas o USGBC criou o primeiro padrão LEED em 1998. O LEED é implementado através de comitês multidisciplinares compostos de: arquitetos, engenheiros, construtores, incorporadores, advogados, corretores de imóveis e todos os demais envolvidos com a indústria da construção. Segundo Newton Figueiredo, presidente do Grupo Sustentax, responsável pelo gerenciamento da certificação LEED do Rochaverá Corporate Towers, o processo é dividido em fases. A primeira é o registro da edificação no USGBC. A segunda é a pré-certificação, concedida com base no desempenho dos itens previstos em projeto. A certificação real ocorre somente após a conclusão da obra, quando todos os sistemas são rigorosamente auditados, para verificar se os pré-requisitos e a pontuação obtida em projeto foram de fato cumpridos. Após essa etapa, a edificação certificada terá o direito de usar o selo LEED pelo período de dois anos. Ao final desse prazo, para conservar a certificação o edifício deve ser reavaliado, em termos de operação sustentável dos sistemas, a cada dois anos. Se não houver interesse na renovação, perde-se o direito de usar o selo. O sistema LEED tem parâmetros específicos para contemplar diferentes edificações Além dos parâmetros para construções comerciais, o Leed oferece regras para outros cinco tipos de edificação: Leed- MB, para múltiplas edificações num mesmo sítio, tais como condomínios corporativos, campi e instalações governamentais; Leed- EB, para maximização da operação e da manutenção de edifícios existentes; Leed-H, para projeto e construção de edifícios residenciais; Leed-ND, para desenvolvimento de loteamentos, urbanismo e equipamentos comunitários; e Leed-LS, para projetos escolares. Pontuação e níveis de certificação para edifícios de escritórios: Nível de certificação Leed New Construction (Leed-NC) Leed Core and Shell (Leed-CS) Certificado 26 a 32 pontos 23 a 27 pontos Prata 33 a 38 pontos 28 a 33 pontos Ouro 39 a 51 pontos 34 a 44 pontos Platina 52 a 69 pontos 45 a 61 pontos Pontuação máxima por categoria: Categoria Abrangência Pontos New Construction (NC) Pontos Core and Shell (CS) Sustainable Sites (SS) Terreno, implantação, entorno, transporte 14 15 Water Efficiency (WE) Administração do consumo de água no 5 5 edifício Energy & Atmosphere (EA) Administração do consumo de energia no edifício 17 14 Materials & Resources (MR) Materiais renováveis, fornecimento 13 11 Indoor Environmental Quality (EQ) Qualidade do ar interno do edifício e na obra 15 11 Innovation & Design Process Inovação – Leed Accredited Professional 5 5 TOTAL 69 61 Pré-requisitos por categoria: Sustainable Sites (SS) - Pré-requisito 1 - Construction Activity Pollution Prevention Reduzir poluição das atividades de construção, controlando poeira, erosão do solo e sedimentação de canais de águaEnergy & Atmosphere (EA) - Pré-requisito 1 - Fundamental Commissioning of the Building Energy Systems Verificar se os sistemas de energia estão instalados, calibrados e com desempenho de acordo com o previsto em projeto Energy & Atmosphere (EA) - Pré-requisito 2 - Minimum Energy Performance Estabelecer nível mínimo de eficiência energética para o prédio e seus sistemas. Abrange relação opacidade/transparência das fachadas Energy & Atmosphere (EA) - Pré-requisito 3 - Fundamental Refrigerant Management Reduzir a destruição da camada de ozônio - não usar CFC nos sistemas de ar condicionado Materials & Resources (MR) - Pré-requisito 1 - Storage & Collection of Recyclables Prever espaço para coleta seletiva de lixo Indoor Environmental Quality (EQ) - Pré-requisito 1 - Minimum IAQ Performance Estabelecer qualidade mínima para o ar interno e aprimorá-la, contribuindo para o conforto e bem-estar dos funcionários Indoor Environmental Quality (EQ) - Pré-requisito 2 - Environmental Tobacco Smoke Control Minimizar a exposição de ocupantes do prédio, superfícies internas e sistema de distribuição de ar à fumaça de cigarro Normas LEED no Brasil Iniciada no Brasil em 2004, certificação traz status de „green building‟ às construções e atrai interessados em valorização de até 20% nos imóveis. Desde 2004, 139 construções brasileiras entraram com pedido de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). A certificação impõe a prédios a adoção de medidas ecologicamente corretas, garantindo uma valorização de 20% aos imóveis aprovados, e é procurada, sobretudo, por construções AA. O número é pequeno quando comparado ao total verificado no mundo, onde mais de 100 mil construções iniciaram o processo de certificação. Porém, é crescente. Das 139 solicitações, 92, ou 66% do total, aconteceram nos últimos dois anos. Os dados são do “Green Building Council Brasil” (GBC Brasil), entidade que congrega empresas e profissionais com o objetivo de disseminar a importância da certificação LEED e de outras práticas ecologicamente corretas. “A tendência é que o número aumente com a extensão das normas às construções pré-existentes, que estamos disseminando pelo chamado „LEED for Existing Buildings: Operations & Maintenance‟, ou „LEED EBOM‟. Afinal, as construções pré-existentes representam 98% do total”, afirma Fernando Sodré, membro do “Green Building Council Brasil” e diretor da rede de serviços de limpeza Limpidus. O representante do US Green Building Council no País, o Green Building Council Brasil (GBC Brasil), está coordenando a adaptação das normas de concessão do certificado LEED para a realidade brasileira, para que sejam levados em conta a cultura e as condições específicas da demanda local. Um comitê com mais de 100 profissionais elaborou as adaptações. Segundo Nelson Kawakami, diretor executivo do GBC Brasil, que iniciou suas atividades em junho do ano passado, o objetivo é que até o final do ano o certificado possa a ser emitido no Brasil. Existem atualmente cerca de 60 processos em andamento de empresas brasileiras que requereram o certificado LEED. No mundo, são 1.522 empreendimentos certificados pelo LEED, em 41 países, e mais 12 mil empreendimentos em processo de certificação, até junho de 2008. O país com mais construções certificadas é o Estados Unidos, seguido pelo Canadá. Na América Latina há apenas quatro certificações: duas no México e duas no Brasil. O valor da certificação LEED varia de acordo com o tamanho do empreendimento. O custo pode ir de US$ 750 para obras com até 5 mil m, até US$ 7,5 mil para obras com mais de 50 mil m. O GBC Brasil tem organizado seminários e cursos de formação profissional com ênfase em construção sustentável inclusive junto a universidades como o Mackenzie e Belas Artes. De acordo com Kawakami, as construções sustentáveis nos Estados Unidos têm, em geral, uma valorização do aluguel de 3% em relação às convencionais porque o futuro ocupante pagará um valor de condomínio mais baixo, devido à redução dos custos de manutenção. O preço de revenda, segundo ele, chega a ser 7,5% maior. "É o caro que sai barato", diz Kawakami. CERTIFICAÇÃO AQUA (ALTA QUALIDADE AMBIENTAL) Lançada pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, a certificação Aqua (Alta Qualidade Ambiental) é baseada em normas européias, com indicadores adequados à realidade brasileira. A iniciativa decorre de parceria entre a entidade, o Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e o Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB), instituto francês considerado referência mundial em pesquisas na construção civil. Uma das diferenças entre o Aqua e o selo norte-americano Leed, lançado recentemente no Brasil, é a avaliação e a certificação do edifício em fases, atendendo a requisitos. No total, o Aqua estabelece 14 itens que precisam ser atendidos dentro de três níveis de classificação: bom, superior e excelente. No mínimo, precisam ser atendidos três requisitos no grau excelente e, no máximo, sete no nível bom. Essa é a diferença em relação ao sistema americano, que soma pontos. “Se, por exemplo, o solicitante cumprir três requisitos no nível excelente, quatro no superior e sete no bom, ele se enquadrará no perfil mínimo para a emissão do certificado”, explica o engenheiro civil Manuel Carlos Reis Martins, coordenador executivo do Processo Aqua. Segundo ele, por meio de convênio com o CSTB, que faz a certificação de construções sustentáveis na França, adaptaram- se a metodologia e o referencial franceses aos processos internos da Fundação Carlos Alberto Vanzolini. O referencial técnico final, acertado por professores da Poli/USP, especifica quais os parâmetros de desempenho ambiental e de conforto e saúde dos usuários de edifícios de escritórios e escolas. Os critérios, no entanto, podem ser ajustados e aplicados em outros segmentos. O lançamento do Aqua ocorreu durante o Seminário Internacional Brasil-França - Construção Sustentável, realizado em abril na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Três fases para avaliar o edifício: Além da abrangência e da flexibilidade, outro aspecto do Aqua é que o processo de avaliação e certificação ocorre em três fases distintas, classificadas como Programa, Concepção e Realização. Todas passam por auditoria da Fundação Carlos Alberto Vanzolini e recebem certificado específico. Em Programa são estudadas as características do local e do tipo de construção, para se determinar o perfil de desempenho desejado nas 14 categorias. O empreendedor poderá programar a qualidade ambiental que deseja para o edifício e estabelecer o sistema de gestão. O certificado dessa fase pode ser usado no lançamento da obra. Na fase Concepção, a construção será projetada para atender aos quesitos da qualidade ambiental do edifício, definindo-se com detalhes como o perfil planejado será atingido. Quando a obra é concluída e entregue, é feita a última avaliação e certificação. Essa é a etapa Realização, que indicará se o prédio foi realmente construído dentro do parâmetro projetado. “Tendo em vista essas três fases consecutivas, o empreendedor deve começar a pensar em certificação no momento em que definir o tipo de obra”, frisa Manuel Martins. “Qualquer falha em uma das etapas poderá colocar tudo a perder.” PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM Programa Brasileiro de Etiquetagem Programa de conservação de energia, que atua através de etiquetas informativas, com o objetivo de alertar o consumidor quanto à eficiência energética de alguns dos principais eletrodomésticos nacionais. OPBE é decorrente do Protocolo firmado em 1984 entre o então Ministério da Indústria e do Comércio e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - ABINEE, com a interveniência do Ministério das Minas e Energia. Objetivo O Programa Brasileiro de Etiquetagem visa prover os consumidores de informações que lhes permitam avaliar e otimizar o consumo de energia dos equipamentos eletrodomésticos, selecionar produtos de maior eficiência em relação ao consumo, e melhor utilizar eletrodomésticos, possibilitando economia nos custos de energia. Metodologia A adesão ao Programa Brasileiro de Etiquetagem é voluntária. Só são feitos testes com os produtos dos fabricantes que querem fazer parte do PBE. A partir dos resultados, é criada uma escala onde todos serão classificados. Esses testes são repetidos periodicamente, a fim de atualizar a escala. Com isso, o Programa incentiva a melhoria contínua do desempenho dos eletrodomésticos, buscando otimizar o processo de qualidade dos mesmos. Isso estimula a competitividade do mercado, já que, a cada nova avaliação, a tendência é que os fabricantes procurem atingir níveis de desempenho melhores em relação à avaliação anterior. Selos de Eficiência Energética Os produtos etiquetados que apresentam o melhor desempenho energético em sua categoria poderão também receber um selo de eficiência energética. Isto significa que estes produtos foram premiados como os melhores em termos de consumo específico de energia e faz a distinção dos mesmos para o consumidor. Para os equipamentos elétricos domésticos etiquetados é concedido anualmente o Selo Procel. Para aparelhos domésticos a gás é concedido o Selo Conpet. Selo Procel de Eficiência Energética O Selo Procel de Economia de Energia ou simplesmente Selo Procel, instituído por meio de Decreto Presidencial de 08 de dezembro de 1993, é um produto desenvolvido e concedido pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - Procel, que tem na Centrais Elétricas Brasileiras S.A - Eletrobrás sua secretaria executiva. O Selo Procel tem por objetivo orientar o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria. Também objetiva estimular a fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e a redução de impactos ambientais. Selo Conpet de Eficiência Energética O Selo Conpet tem como objetivo incentivar fabricantes e importadores de equipamentos domésticos de consumo de gás, o desafio de comercialização de produtos cada vez mais eficientes. O selo, de fácil visualização nos equipamentos, auxilia o consumidor na escolha, informando o eficiência energética do produto. O Selo Conpet de eficiência energética (ou simplesmente Selo Conpet), em vigor desde agosto de 2005, é destinado aos equipamentos domésticos de consumo de gás, que alcançaram os menores índices de consumo de combustível. Eletrobrás e Inmetro A Eletrobrás e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) lançaram a Etiqueta de Eficiência Energética em Edificações para edifícios comerciais, de serviços e públicos. Receberam a etiqueta – simbolizada por uma placa de aço em tamanho A4 – uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) em Curitiba, e os projetos da sede administrativa da CEF em Belém (PA); da Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC), em Criciúma; da Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça (Fatenp), em Nova Palhoça (SC); e do Laboratório da Engenharia Ambiental (Cetragua) da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. A cerimônia foi realizada na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Para o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, o lançamento da etiqueta de eficiência energética para edificações, numa parceria entre a Eletrobrás/Procel e o Inmetro, é um momento muito importante no caminho da conscientização da sociedade brasileira de que o futuro do planeta passa pelo uso racional da energia elétrica. A Etiqueta de Eficiência Energética em Edificações faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e foi desenvolvida em parceria pela Eletrobrás, por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia (Procel), e pelo Inmetro. Para receber a etiqueta, as edificações são avaliadas em três níveis de eficiência: envoltória, sistema de iluminação e sistema de condicionamento de ar. O objetivo é diminuir o ganho de calor pela envoltória do edifício e, ao mesmo tempo, aproveitar melhor a iluminação e a ventilação naturais, levando a um consumo menor de energia elétrica, além de incentivar o uso da energia solar e o consumo racional de água. Níveis de economia Assim como os eletrodomésticos que fazem parte do PBE, os projetos de arquitetura serão analisados e receberão etiquetas com graduações de acordo com o consumo de energia. Inicialmente implantada de forma gradual e voluntária, a etiquetagem passará a ser obrigatória. “Assim, os prédios serão classificados de „A‟ a „E‟, sendo „A‟ o mais eficiente. Inicialmente, já temos a regulamentação para os edifícios comerciais de metragem superior a 500 m²”, explicou Solange Nogueira, chefe da Divisão de Eficiência Energética em Edificações, da Eletrobrás. “A iniciativa de criar soluções sustentáveis para as construções é mundial e gradualmente o Inmetro está adotando ações nesse sentido. O grande desafio da eficiência energética nas edificações é garantir um clima interno que não prejudique o dia-a-dia dos freqüentadores, privilegiando a economia de energia. As construtoras que aderirem ao Programa terão a etiqueta como diferencial competitivo”, afirmou o presidente do Inmetro, João Jornada, que também esteve presente ao evento. “A adesão é voluntária e abrangerá, inicialmente, apenas as construções públicas e de serviços. Mas, no futuro, os prédios residenciais também terão seus projetos avaliados e classificados”, completou Alfredo Lobo, diretor da Qualidade do Inmetro. A economia de eletricidade conseguida por meio da arquitetura bioclimática pode chegar a 30% em edificações já existentes (se passarem por readequação e modernização) e a 50% em prédios novos, que contemplem essas tecnologias desde a fase de projeto. Os ganhos da agência bancária da Caixa em Jardim das Américas (Curitiba/PR), por exemplo, já puderam ser comparados com os de outras agências do banco no país e a redução do consumo foi de 24% em energia e de 65% em água, desde a inauguração, há seis meses. As edificações dos setores residencial, comercial e públicas são responsáveis por cerca de 45% do consumo de energia elétrica no Brasil, que se dá principalmente em forma de iluminação artificial e climatização de ambientes. “Apostar na chamada arquitetura bioclimática, escolher materiais e equipamentos que valorizem o uso inteligente da energia e preferir uma tecnologia construtiva que privilegie a redução de gastos com eletricidade são medidas desejáveis”, conta Solange Nogueira, da Eletrobrás. A metodologia aplicada para a certificação foi desenvolvida por meio de um convênio entre a Eletrobrás, por meio do Procel Edifica, e o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE), da Universidade Federal de Santa Catarina, com a participação de uma comissão formada por representantes do Inmetro, do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel), do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), da Caixa Econômica Federal, de universidades e de associações de fabricantes de materiais de construção.Depois de aprovada pelo Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética (CGIEE), do Ministério de Minas e Energia, a metodologia foi a consulta pública, tendo incorporado sugestões encaminhadas por representantes de diversos setores da construção civil e pela sociedade em geral. Procel Desde 1993, o Prêmio Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, conhecido como Prêmio Procel, reconhece o empenho e os resultados obtidos pelos agentes que atuam no combate ao desperdício de energia. Concedido anualmente, o prêmio visa estimular a sociedade a implementar ações que efetivamente reduzam o consumo de energia elétrica. O Procel conta ainda com os seguintes subprogramas: Procel GEM (Gestão Energética Municipal), Sanear (Eficiência Energética no Saneamento Ambiental), Educação (Informação e Cidadania), Indústria (Eficiência Energética Industrial), Edifica (Eficiência Energética em Edificações), EPP (Eficiência Energética nos Prédios Públicos) e Reluz (Eficiência Energética na Iluminação Pública). O Procel que veio ao mundo no ano de 1985, como programa de competência exclusiva do Ministério das Minas e Energia, e que depois, em 1991, se sagrou como programa governamental, objetiva a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica. Planeja-se esta racionalização instando a sociedade à redução das perdas técnicas das concessionárias, à racionalização do uso da energia elétrica e ao aumento da eficiência energética em aparelhos elétricos. Em parcerias com segmentos da sociedade civil, como Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais e a Câmara dos Arquitetos, ou com órgãos de financiamento multilaterais, caso do Banco Mundial, as ações do Procel em prol da racionalização da produção e do consumo de energia elétrica dificilmente saem do âmbito institucional, porque as ações em parceria com a sociedade civil se localizam num determinado espaço-tempo, apenas ministrando cursos que ensinam a combater o desperdício de energia, que duram poucas semanas e que não põem em cheque os hábitos de consumo das donas de casa. Qual o enfoque previsto para estes cursos: elucidar o consumo e seus impactos na matriz energética ou dirimir dúvidas sobre tecnologias mais eficazes do ponto de vista energético? Cabe aos governos proporem políticas públicas que ordenem a ocupação do espaço urbano e o transporte público e individual; que programem o saneamento básico; que diversifiquem a economia local; e que impeçam a especulação imobiliária, o desmatamento de áreas de preservação permanente e a poluição de rios e ares, seja através de leis ou da fiscalização praticada pelo aparato estatal. Políticas de governo como o Procel aparentam serem políticas públicas, contudo não o são porque se convoca a sociedade civil como mero suporte entusiástico para incrementar determinadas atividades e porque não ensejam mudanças importantes nos objetivos e na mentalidade de longo prazo da sociedade. Vinte anos de existência, mas quase nada se afirmou o Procel em comparação com outras políticas governamentais que chamam mais atenção dos pontos de vista político e econômico. Para uma parte da população, o Procel está grudado nas portas de geladeira como um selo que simboliza a eficiência. PROGRAMA NACIONAL DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA EFICIENTE Os postes mal-iluminam as ruas e avenidas e ainda consomem muita energia. O governo federal, através do Reluz (Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente), financia a troca das lâmpadas de mercúrio, com potência de 400 watts (W), por lâmpadas de vapor de sódio, com 250W. Iluminaria melhor e ainda consumiria menos. Por que as prefeituras não investem na melhoria das suas avenidas ou se investem por que a avenida daquele bairro ainda não foi beneficiada? Nos municípios é que as políticas públicas comprovam ou não a sua eficácia. CIDADES SOLARES Um bom exemplo de política pública é atestado pela prefeitura de São Paulo que, em parceria com o Vitae Civilis, apresentou à câmara de vereadores um projeto de lei que obriga a instalação de coletores solares em novas edificações. Isso permitirá desde a diminuição na demanda de energia para aquecimento de água até a criação de empregos em um segmento industrial pouco conhecido. Outras cidades como Porto Alegre e Gramado já promoveram seminários de exposição sobre os ganhos de eficiência energética, ambientais e econômicos que advirão com a instalação dessa tecnologia. Propostas como essas vêm a calhar para as prefeituras pelos dividendos políticos e também cativam por ousarem uma zona de intersecção entre as prefeituras e as ONG‟s; daqui a algum tempo pode ser que as propostas virem uma política pública, com o governo federal e os bancos financiando a compra dos aquecedores solares. ÁREAS CHAVES PARA ATUAÇÃO DO PODER PÚBLICO ILUMINAÇÃO PÚBLICA No Brasil, há cerca de 13 milhões de pontos de iluminação clareando avenidas, ruas e praças das cidades. A prestação de serviço de iluminação pública está a cargo dos municípios, mas como este serviço necessita de energia, os municípios se submetem à legislação federal. A resolução Aneel nº 456/2000 regulamenta as condições de funcionamento da iluminação pública. Esta resolução estabelece que, mediante contrato, a concessionária efetuará serviços de iluminação pública, ficando para a prefeitura as responsabilidades com as despesas. O consumo dos pontos de iluminação pública no Brasil gira em torno da ordem 9,7 bilhões de kWh/ano o que corresponde a uma demanda de 2,2 GW. As metas do Reluz (Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente), programa criado pela Eletrobrás, são eficientizar 9,5 milhões de pontos de iluminação pública e instalar três milhões de pontos de iluminação pública até 2010. Segundo dados do Reluz, a eficientização dos pontos de iluminação pública poderia chegar a 12,3 milhões, de um total de 14,5 milhões de pontos. Os benefícios da eficientização da iluminação pública variam. Vão desde benefícios genéricos para a cidade, do tipo melhoria da imagem das cidades e das condições noturnas de uso dos espaços públicos, em atividades de turismo, comércio, esporte e lazer e iluminação de obras e monumentos, bem como praças públicas, até os benefícios mais diretos para as contas públicas e para os serviços públicos como redução média de 30 a 40no consumo de energia elétrica e a contribuição à segurança pública. Para o setor elétrico, os benefícios vão desde a redução de 540 MW, no horário de ponta, o que equivale a potência de Angra 1 e a economia de 2.400.000 kWh por ano o que equivale a soma de consumo de energia de elétrica, no ano de 2000, dos sistemas de iluminação pública das regiões norte e sul. A atual gestão da prefeitura de São Luís (2004-2008) vem realizando obras nas avenidas com recursos próprios. Este trabalho se deve em virtude da precariedade encontrada em algumas avenidas, ou seja, iluminação inadequada e ineficiente para a estrutura de grandes avenidas. O que esta sendo feito é a substituição de pontos de luz por luminárias mais modernas que dão uma eficiência na iluminação. Em alguns pontos por conta da precariedade, a prefeitura não obteve uma economia de energia, só melhoria da iluminação. Foram feitas mudanças nas chamadas avenidas estruturantes como: Carlos Cunha; Portugueses, Av. dos Franceses até o encontro com a Av. Getúlio Vargas; Jerônimo de Albuquerque ainda não concluída, onde já foi feito cerca de 95 Africanos esta prevista para começar em agosto e Guajajaras em 2008. A prefeitura de São Luís tem um projeto aprovado pelo Reluz. A economia de energia em valores dará cerda de R$ 1,149 milhões/ano. Falta a negociação dos encargosconcessionária X Prefeitura, o que demanda mais algum tempo, pois a concessionária é formada por bancos, portanto, só visa lucros e o projeto só foi aprovado porque a economia de energia justificaria o recurso em caixa para pagar o convênio. No projeto está previsto a substituição de cerca de 40 mil pontos de luz e aproximadamente 6.000 luminárias. Antes que o projeto seja posto em prática, a prefeitura de São Luís vem realizando uma campanha educativa em bairros da periferia denominada de Comunidade Iluminada. Nesta campanha se juntam trabalhos de melhoria de eletrificação em ruas, que são rotas dos ônibus, a palestras e peças de teatro, realizadas nas ruas e nas escolas, nas quais as crianças, durante o dia, e os adultos, durante a noite, conscientizam-se da importância de conservar a iluminação pública e combater o roubo de cabos. Em Belém, a primeira avenida a ser beneficiada por um projeto de eficientização da iluminação pública da prefeitura foi a Almirante Barroso, onde foram investidos R$700.000 de recursos próprios para trocar quatro luminárias de 400W por duas luminárias de 600W em cada poste que iluminam melhor. Trocaram-se luminárias de plástico que, periodicamente, davam prejuízos porque derretiam com o calor por luminárias revestidas de alumínio injetado. As atuais têm alto índice de proteção contra poeira e vapor de água. Contabilizam 37.000 lâmpadas a vapor de mercúrio por toda cidade de Belém, as quais apresentam menor vida útil e são bastantes ineficientes comparadas com as lâmpadas de sódio. A prefeitura formulou um projeto de substituição dessas lâmpadas ao Reluz que financia até 75 As lâmpadas de mercúrio de 80W serão trocadas por lâmpadas de 70W de sódio; as de 125W serão trocadas por lâmpadas de 100w; as de 250W serão trocadas por lâmpadas de 150W; e as de 400W serão trocadas por lâmpadas de 250W. O projeto está orçado em R$20milhões e economizará de 20 a 30de consumo de energia. GESTÃO DE PRÉDIOS PÚBLICOS No âmbito do Procel, existe o Procel GEM – Núcleo de Gestão Energética Municipal, que colabora com os gestores municipais na gestão e no uso eficiente de energia elétrica em espaços administrados pelas prefeituras. O preceito básico do Procel GEM é o planejamento da gestão da energia elétrica nos municípios e para que isso ocorra não se desvencilha da cooperação técnica com as prefeituras municipais. Para esses planejares, elabora-se Planos Municipais de Gestão da Energia Elétrica que possibilitam o diagnóstico da situação energética do município a fim de que a prefeitura decida sobre as melhores ações ou os melhores instrumentos de eficiência energética para combater aquele desperdício identificado. Com o diagnóstico se aponta os desperdícios e as possíveis soluções intra-espaços, mas a gestão de espaços ou prédios públicos deve avançar numa gestão que abarque toda a quadra, a rua, o bairro ou o centro comercial onde o prédio está situado e que preveja um fluxo contínuo de pessoas que se utilizará dos seus recursos, porque a dinâmica do espaço social interfere na dinâmica dos espaços ou dos prédios públicos, há uma população flutuante que não se leva em conta, o que leva à discussão da funcionalidade dos espaços ou dos prédios públicos. CÓDIGO DE OBRAS De alguma forma ou de outra, cerca de 50% do consumo energético no Brasil está ligado às edificações construídas nas médias e grandes cidades. Como são grandes estruturas, elas consomem bastante energia sob forma de iluminação, transporte por elevador e refrigeração por ares-condicionados. O código de obras de um município pode interferir de forma salutar na diminuição do consumo dessas edificações propondo materiais e tipologia diferenciados daqueles usados constantemente que acabam promovendo mais e mais consumo energético. Em regiões tropicais, de forma corrente e recorrente, as edificações são construídas não prevendo o aproveitamento da iluminação natural proporcionada pelo sol ou a ventilação natural proporcionada pelos ventos ou as rejeitando por completo. O tipo de vidro escolhido pelo arquiteto ou pelo engenheiro na hora de definir como será a relação do espaço construído com a iluminação é um bom exemplo das infelizes escolhas que acontecem muitas vezes porque se prefere impedir a iluminação natural e se prefere abusar da iluminação artificial. Como na maioria dos edifícios, os vidros não são móveis, o que facilitaria ao morador ou ao profissional a movimentação deles de acordo com a temperatura ambiente e o grau de iluminação, então se apela para os ares- condicionados e para as lâmpadas. Um estudo de Joyce Carlo, de Fernando Pereira e de Roberto Lamberts (Iluminação Natural para Redução do Consumo de Energia de Edificações de Escritório Aplicando Propostas de Eficiência Energética para o Código de Obras de Recife) realizado em 2003 pontua que a principal dificuldade para a incorporação da iluminação natural como uma prática sustentável em edificações é encontrar o equilíbrio entre a iluminação natural e a carga térmica, o que muitas edificações só conseguem baixando a carga térmica o que reduz a iluminação natural. Uma solução seria a utilização de brises que protegem a frente dos edifícios dos raios solares e que podem distribuir melhor a iluminação natural proporcionada pelo sol. O resultado final da pesquisa indicou um potencial de 9 a 21% de redução no consumo de energia em edificações de escritórios. NORMAS PARA EDIFICAÇÕES SUSTENTÁVEIS O mesmo estudo sobre a cidade de Recife relaciona parâmetros que deviam ser observados pelo código de obras para uma real política de eficiência energética para edificações de escritórios no tocante a envoltória da edificação, à iluminação natural e aquecimento de água. Segundo o estudo, ter uma proposta que estabeleça parâmetros para o código de obras em mãos não quer dizer que, de imediato, edificações de escritórios mais eficientes surgiram das edificações já existentes ou serão construídas edificações mais eficientes de uma hora para outra. Esta proposta servirá como referência por parte de fiscais de obras, arquitetos, engenheiros e aqueles que trabalharão nos edifícios para que estes sempre tenham em vista o consumo eficiente de energia e o combate ao desperdício. O estudo especifica bem como na construção do edifício e no convívio das pessoas com o espaço interno da edificação pode se efetivar uma proposta de eficiência energética. No caso da envoltória, o estudo esclarece os limites de transmitância térmica de elementos opacos, como paredes externas e coberturas, e os limites de fator solar de aberturas verticais e zenitais. Os limites de fator solar dos elementos transparentes se relacionam com sua área de abertura e, no caso das janelas, de sua proteção externa. Para a iluminação zenital, os limites do fator solar se referem à área de abertura em relação à área de cobertura. A proposta entra também pelo caminho do controle da iluminação artificial nas edificações de escritório. Ela exige que haja controles diferenciados para luminárias próximas à janela a fim de que possam ser apagadas quando houver iluminação natural suficiente. O sistema pode ser controlado com uma fotocélula e com um sensor de presença. Neste caso não se aproveita a iluminação natural. TRANSPORTE PÚBLICO As ações da administração pública municipal na promoção de uma política de eficiência energética para os transportes públicos devem estar acopladas às muitas políticas municipais desenvolvidas no sentido de combater os excessos cometidos por motoristas e pedestres nas vias públicas que acarretam acidentes no trânsito. Pensa-se que as políticas municipais referentesaos transportes públicos se limitam a abrir avenidas e ruas, dar concessões de linhas de ônibus, instalar semáforos nas esquinas mais movimentadas, construir ou pintar paradas de ônibus e sinalizar ruas e avenidas. Estas são as políticas públicas convencionais que deixam a desejar quase sempre. Como, por exemplo, quando moradores de uma comunidade acordam de madrugada e andam até a avenida principal e percorrem mais alguns quilômetros em uma hora até chegarem aos seus postos de trabalho. Além da dificuldade da distância, tem a escassez de ônibus ou só as carcaças de ônibus, o excesso de carros particulares, as paradas em estado precário, as avenidas e ruas esburacadas, muita poluição vinda dos ônibus, dos carros e das indústrias, poucos guardas de trânsito, etc. Para a maioria das pessoas, as vias públicas, do jeito que foram planejadas, estão intrafegáveis para um transporte público eficiente e rápido e por isso elas compram veículos particulares ou pagam passagens em transportes alternativos, que são mais baratos e mais rápidos, um fenômeno que se alastra em todas as cidades que não souberam aprimorar seu transporte público e as suas vias públicas. Os transportes alternativos nas grandes cidades incorrem em falhas graves do ponto de vista ambiental, já que as vans ou as kombis que transportam passageiros são veículos ultrapassados do ponto de vista mecânico. As políticas públicas para as vias públicas prevêem a construção de novas ruas, avenidas, viadutos, túneis e pontes ou ampliação das antigas ruas e avenidas para que o tráfego flua mais rápido ou para ligar áreas do centro a áreas cobiçadas pela especulação imobiliária. Estas políticas evitam combater as verdadeiras causas dos engarrafamentos ou, pelo menos, minimiza-las. Na verdade, estas políticas públicas estão de acordo com a política nacional que programa toda sorte de incentivos fiscais ao transporte individual em detrimento do coletivo. Desde a industrialização dos anos 50 que os veículos individuais vêm ocupando espaços nas casas, nas ruas e nas avenidas das cidades brasileiras, fazendo ou que se refaçam, e para isso tem que se destruir o patrimônio histórico, ou que se construam cidades pensando neles, caso de Brasília. Essa industrialização, feita aos moldes dos países capitalistas centrais, carcomeu a estrutura social e econômica do Brasil, baseada num capitalismo agro-exportador, e em contigüidade carcomeu a estrutura das cidades que se colava em atividades econômicas estritamente voltadas para o comércio, em transportes públicos ou individuais de pouco impactos energéticos e em pouco consumo de produtos industrializados. A frota de veículos que circulam pelas cidades brasileiras, em 2006, já ultrapassa a casa dos vinte milhões. Espremidas pelos veículos particulares, as cidades promovem algumas políticas públicas que privilegiam o transporte coletivo por vias públicas, o que acabam servindo como políticas públicas de eficiência energética para o transporte público. São elas: Sistema Integrado de Transporte, corredores exclusivos para ônibus, paradas seletivas, calçadas, áreas verdes, praças arborizadas, renovação da frota, ônibus com ares-condicionados, horários rígidos para os ônibus, rodízio de carros, sinalização, limite de velocidade, faixa de segurança para pedestre, linhas de micro-ônibus, ciclovias, asfalto de boa qualidade e etc. O transporte coletivo da cidade de São Luís foi todo integrado através dos terminais de integração, nos quais linhas de ônibus vindos da periferia deixam passageiros para que um ônibus os transporte até seu destino, com financiamento do BNDES. A proposta de integrar o transporte coletivo de São Luís demorou cinco anos para ser aprovada. Os maiores benefícios da integração do transporte são: tarifa única, não pagar duas ou mais passagens em viagens longas e renovação da frota. A renovação de frota é uma política da prefeitura. Ela já trabalhava com as empresas a necessidade de renovação antes do sistema de integração. Em aproximadamente de dois para três anos cerca de trezentos ônibus já foram renovados. A única exigência quanto aos novos ônibus é que os mesmo sejam de três portas para melhoria do fluxo de passageiros nos terminais integrado. Com um transporte coletivo eficiente e as vias públicas desinterditadas qual dono de veículo vai preferir gastar seu dinheiro comprando gasolina ou álcool? As políticas públicas citadas acima rebatem em outras políticas setoriais de um município, como a da saúde, pois diminuindo os acidentes no trânsito se diminui o atendimento por serviços de ambulância e por serviços de unidade de terapia intensiva. AS LEIS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO BRASIL LEIS FEDERAIS A Lei nº. 9.991, de 24 de julho de 2000, dispõe sobre investimentos em eficiência energética por parte das empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor elétrico. Por esta lei, as empresas eram obrigadas a investir 0,25de sua receita operacional líquida em eficiência energética até 31 d dezembro de 2005. A Lei nº. 10.295/2001 que dispõe sobre metas de eficiência energética em máquinas e aparelhos consumidores de energia. LEIS MUNICIPAIS SÃO PAULO (SP) Projeto de lei n° 276/2006 Torna obrigatória a instalação de sistema de aquecimento solar de água em construções de titularidade pública ou privada e dá outras providências. BELO HORIZONTE (MG) O vereador Silvinho Rezende apresentou dois projetos na câmara municipal de Belo Horizonte: o que acaba com o cômputo dos aquecedores solares como item de luxo no cálculo do IPTU e o que obriga as construtoras a instalarem tubulações de distribuição de água quente nas edificações a serem construídas. VARGINHA (MG) Projeto de lei nº 3.486/2001 Torna obrigatória a instalação de sistema de aquecimento solar de água em construções de titularidade pública ou privada e dá outras providências. PORTO ALEGRE (RS) Projeto de lei complementar - PLCL 022/06, aprovado em 23 de novembro de 2006 de autoria da vereadora Mônica Leal que institui o Programa de Incentivos ao uso de Energia Solar nas Edificações com objetivo de promover medidas necessárias ao fomento do uso e ao desenvolvimento tecnológico de sistemas de aproveitamento de energia solar térmica. Financiando as incitativas de eficiência energética: Reluz - Os municípios interessados em incluir seus projetos de iluminação pública no Programa ReLuz deverão dirigir-se diretamente aos agentes executores (concessionárias locais) e negociar a solicitação do financiamento junto à ELETROBRAS, pela linha de crédito RGR. Gestão de Prédios Públicos – Os agentes gestores de prédios públicos podem pleitear, através das concessionárias de energia elétrica, a inscrição junto a Aneel para captar recursos para eficientizar seus prédios. As concessionárias têm acesso à reserva Global de Reversão, que é um fundo do setor elétrico, que empresta recursos. O BNDES tem uma linha de crédito específica para ativar esse tipo de projeto. Proesco – É uma carteira do BNDES que financia empresas de serviços de conservação de energia em intervenções que comprovadamente contribuam para a economia de energia com foco em iluminação, motores, otimização de processos, ar comprimido, bombeamento, ar condicionado e ventilação, refrigeração e resfriamento, produção e distribuição de vapor, aquecimento, automação e controle, distribuição de energia e gerenciamento energético. Num projeto de eficiência energética, o Proesco banca estudos e projetos, obras e instalações, máquinas e equipamentos, serviços técnicos especializados e sistemas de informação, monitoramento, controle e fiscalização. São as pessoas que se beneficiamdas políticas públicas e são elas que atuam para que toda a sociedade se beneficie delas. ARQUITETURA BIOCLIMATICA Chama-se arquitetura bioclimática o estudo que visa conciliar as construções ao clima e características locais, pensando no homem que vai morar ou trabalhar nelas, aproveitando a energia solar, através de correntes conectivas naturais e de microclimas criados por vegetação apropriada. Soluções arquitetônicas e urbanísticas adaptadas às condições específicas (clima e hábitos) de cada lugar, utilizando, para isso, a energia que pode ser diretamente obtida das condições locais. ENERGIA SOLAR ENERGIA SOLAR E O MEIO AMBIENTE O sol é fonte de energia renovável, o aproveitamento desta energia tanto como fonte de calor quanto de luz, é uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios do novo milênio. A energia solar é abundante e permanente, renovável a cada dia, não polui e nem prejudica o ecossistema. A energia solar é a solução ideal para áreas afastadas e ainda não eletrificadas, especialmente num país como o Brasil onde se encontram bons índices de insolação em qualquer parte do território. A Energia Solar soma características vantajosamente positivas para o sistema ambiental, pois o Sol, trabalhando como um imenso reator à fusão, irradia na terra todos os dias um potencial energético extremamente elevado e incomparável a qualquer outro sistema de energia, sendo a fonte básica e indispensável para praticamente todas as fontes energéticas utilizadas pelo homem. O Sol irradia anualmente o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida pela população mundial neste mesmo período. A energia solar é importante na preservação do meio ambiente, pois tem muitas vantagens sobre as outras formas de obtenção de energia, como: não ser poluente, não influir no efeito estufa, não precisar de turbinas ou geradores para a produção de energia elétrica, mas tem como desvantagem a exigência de altos investimentos para o seu aproveitamento. Para cada um metro quadrado de coletor solar instalado evita-se a inundação de 56 metros quadrados de terras férteis, na construção de novas usinas hidrelétricas. Uma parte do milionésimo de energia solar que nosso país recebe durante o ano poderia nos dar 1 suprimento de energia equivalente a: *54% do petróleo nacional *2 vezes a energia obtida com o carvão mineral *4 vezes a energia gerada no mesmo período por uma usina hidrelétrica. ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA Ideal para regiões em que a rede elétrica não chega e onde o sol não cansa de brilhar, esse sistema transforma a luminosidade em energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas (módulos à base de cristais nos quais a incidência de raios solares causa uma reação de elétrons, que gera corrente elétrica). Uma limitação desse sistema é a inconstância, já que a produção varia de acordo com a luminosidade e com a quantidade armazenada nas baterias. Em dias um pouco encobertos, por exemplo, a produção atinge até 60% do rendimento, enquanto em dias nublados poderá cair a menos de 10%. Quando a pequena célula solar fica exposta ao sol, os electrões (círculos vermelhos) libertam-se do seu núcleo deslocando-se. Eles movem-se para a superfície da placa solar (a azul escuro). As duas extremidades da célula solar estão ligadas por um fio condutor eléctrico; assim, o movimento dos electrões gera uma corrente eléctrica. A energia eléctrica da célula solar pode então ser usada directamente nas máquinas de calcular. Se a casa já estiver ligada à rede elétrica pública, dá para adaptar e combinar os sistemas. "O retorno depende muito de onde e como será utilizada a energia", diz o engenheiro eletricista Airton Dudzevich. As placas duram em média 20 anos. No Brasil a geração de energia elétrica por conversão fotovoltaica teve um impulso notável, através de projetos privados e governamentais, atraindo interesse de fabricantes pelo mercado brasileiro. A quantidade de radiação incidente no Brasil é outro fator muito significativo para o aproveitamento da energia solar. ENERGIA SOLAR TÉRMICA A água quente usada na cozinha e nos banheiros responde pelo maior consumo elétrico em casa. Por isso, os coletores solares, implantados geralmente no telhado, conseguem uma economia imediata na conta de luz. Mas cada caso requer um estudo. "Se uma árvore faz sombra no coletor, sua potência diminui. É preciso uma análise detalhada da região, da inclinação do telhado, da média de consumo da família, e só então avaliar se o investimento compensa", diz Oscar Terada, pesquisador na área de energia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). O ideal é que o sistema seja previsto no projeto, mas numa casa pronta a instalação ocorre sem grandes reformas hidráulicas, desde que a construção já tenha aquecimento central. "Os coletores solares permitem mais economia no consumo elétrico do que as placas fotovoltaicas ou turbinas eólicas", acredita Terada. CUSTO ALTO PARA POUCA EFICIENCIA Ao longo dos anos o maior desafio para a ciência nessa área, foi, e ainda é, desenvolver equipamentos que convertam, com eficiência e baixo custo, a radiação solar em eletricidade. Talvez esteja aí a razão da tímida geração de eletricidade a partir da energia solar que o país possui. A eficiência do atual sistema de energia solar ainda é baixa se comparada a de outras fontes de geração de eletricidade. Existe apenas um fabricante no Brasil de tecnologia fotovoltaica, mas sua capacidade é ociosa por falta de mercado. Se houvesse um aumento da demanda, preços seriam mais baixos, pois o custo de produção do equipamento seria mais baixo. Tudo isso exige uma série de ações como investimentos pesados nas indústrias para nacionalização dos equipamentos e também em centros de pesquisas de energias renováveis, e ainda abertura de linhas de crédito para facilitar a aquisição dos equipamentos. Esses são os desafios, a curto e longo prazo, para ampliar o sistema de geração de energia renovável dentro do modelo energético brasileiro. Projetos pilotos que utilizam os sistemas fotovoltaicos estão conectados à rede elétrica do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP e no sistema do Cepel (Centro de Pesquisas em Energia Elétrica), da Eletrobrás, no Rio de Janeiro. A instalação faz parte de uma pesquisa que estuda a viabilidade econômica do sistema. “No caso dessa tecnologia acho que o desafio maior, a curto prazo, é político, depois vem a questão econômica e, por fim, o desenvolvimento técnico, diz a professora Eliane Fadigas, do Departamento de Engenharia e Automação Elétrica, da Escola Politécnica da USP. TELHADO VERDE O telhado verde consiste na aplicação de vegetação sobre a cobertura de edificações, melhora as condições termo acústicas e contribui no combate do efeito estufa e ilhas de calor. .Este sistema é de fácil instalação e manutenção além de ser adaptável a praticamente todos os tipos de cobertura existentes como telhas cerâmicas, metálicas ou lajes. Benefícios de ter um ecoteto - Mantém boa a umidade relativa do ar, - Enriquece a biodiversidade ao atrair animais como pássaros, borboletas e joaninhas, - Minimiza o problema da impermeabilidade do solo, - Valoriza e embeleza o projeto do imóvel, - Garante sensação térmica agradável (5 graus a mais no inverno e 5 graus a menos no verão), - Diminui em até 30% o valor da conta de luz. -Melhora o conforto termo-acústico; -Mantém a umidade relativa do ar constante no entorno das edificações; -Contribui no combate ao efeito estufa, pois ajuda no sequestro de carbono da atmosfera;-Ajuda no combate às enchentes, pois aumenta as áreas permeáveis nas edificações Quem opta por esse recurso consegue reduzir em até 30% o valor da conta de luz. O ecoteto garante temperatura 5 graus menor no verão e 5 graus maior no inverno, o que diminui a necessidade do uso do ar-condicionado e aquecedor. A longo prazo, a economia compensa os gastos iniciais: enquanto um revestimento de cerâmica sai por até 100 reais o metro quadrado, o telhado sustentável custa a partir de 120 reais. http://ecohabitararquitetura.com.br/blog/tag/telhado-verde/ CONDICIONAMENTO NATURAL DAS EDIFICAÇÕES 1. RADIAÇÃO SOLAR A radiação solar é fonte de calor e de luz. Portanto, é necessário contemplar de forma conjunta os fenômenos térmicos e visuais de uma edificação A radiação solar é um dos fatores que mais influencia o ganho térmico nas edificações e é função da intensidade da radiação solar incidente e das características térmicas dos materiais da edificação . No verão, a insolação é uma importante causa de desconforto térmico nas edificações. A proteção das paredes, onde o efeito da insolação usualmente é menor, pode ser feita: com pintura de cores claras; sombreamento por meio de vegetação ou dispositivos de proteção solar; com isolamento utilizando-se materiais isolantes pelo lado de fora; com a adoção de paredes de grande capacidade calorífica para amortecer as variações de temperatura exterior e com ventilação para eliminação do calor interno. As coberturas podem ser protegidas com a utilização de forro, telhas claras, isolantes térmicos e de materiais de grande inércia térmica. Para a situação de inverno, pode-se buscar o aproveitamento máximo da insolação também com o uso de materiais de grande capacidade calorífica para amortecer as variações de temperatura exterior e materiais isolantes térmicos para proteção do exterior, visando manter o calor interno e reduzir a condensação na face interna das paredes externas da edificação. A localização da proteção solar em relação à superfície envidraçada, para o lado interno ou externo, influenciam o seu desempenho, em geral a proteção solar localizada no exterior da edificação apresenta uma efetividade cerca de 35% maior. Para outros elementos como cortinas e persianas, a cor e o material são fatores relevantes na eficácia do sombreamento. .2. VENTILAÇÃO NATURAL A ventilação dos locais habitados é necessária para a manutenção das condições de higiene, para proporcionar conforto térmico nos meses de verão e para resfriar os espaços internos do edifício, por meio das trocas térmicas entre o ar e as paredes. Com a ventilação, também, é propiciada a renovação do ar dos ambientes, provocando a dissipação de calor e a desconcentração de vapores, fumaças e poluentes. Dessa forma, as condições de ventilação do ambiente interno têm influência direta na saúde, conforto e bem-estar do ocupantes. No caso da habitação, as exigências relativas à ventilação para higiene dos usuários se referem à: quantidade de oxigênio necessária à reposição, limitação da taxa de gás carbônico, eliminação dos odores desagradáveis, eliminação dos riscos de contaminação por gases tóxicos - como o monóxido de carbono - e à quantidade de oxigênio necessária para o corpo humano realizar o metabolismo. Segundo Frota e Schiffer (1999, p.124), "A ventilação natural é o deslocamento do ar através do edifício, através de aberturas, umas funcionando como entrada e outras, como saída". Ou seja, é necessário que a dimensão e posição das aberturas sejam definidas de modo a proporcionar um fluxo de ar adequado ao ambiente em questão. Por sua vez, o fluxo de ar que entra ou sai da edificação depende de alguns fatores: da diferença de pressão do ar entre os ambientes internos e externos, da resistência ao fluxo de ar oferecido pelas aberturas e pelas obstruções internas, além de implicações relacionadas à incidência do vento e forma da edificação. A ventilação natural pode ser feita por meio da ação dos ventos ou do chamado efeito chaminé. O efeito chaminé ocorre pelo efeito da diferença de densidade. É possível renovar o ar por efeito chaminé, favorecidas pela possibilidade de se ter grandes diferenças de altura entre as aberturas de entrada e de saída de ar do ambiente. Se essas aberturas estiverem posicionadas e dimensionadas de forma a se tirar proveito da ação dos ventos predominantes no local, dispensando, assim, o uso de sistemas mecânicos de ventilação. .3. USO DE VEGETAÇÃO A vegetação contribui para a melhora do ambiente físico. As árvores, por exemplo, podem reduzir os ruídos, atuar como um filtro de ar captando a poeira, atuar como elementos de proteção solar e ainda como elementos de proteção visual. Na escolha das espécies é necessário considerar a forma e as suas características durante o ano, tanto no período de verão quanto de inverno. A vegetação pode ser usada para complementar o sombreamento de uma abertura, quando o uso de proteção solar não for suficiente. Há casos em que a incidência de sol se dá quase perpendicularmente à fachada. Para a proteção solar de aberturas nestas condições, possivelmente seria necessário obstruí-las, bloqueando também a luz natural. Uma solução poderia ser o uso de árvores com folhas caducas que, além de sombrear a abertura sem bloquear a luz natural, possibilitaria a incidência solar no período de inverno com a queda das folhas. PROTÓTIPOS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA CASA EFICIENTE A casa eficiente funciona como centro de pesquisas em Florianópolis. Em linhas gerais, sobre a Casa Eficiente: A Casa Eficiente utiliza fontes alternativas de energia e está em sintonia com as características climáticas regionais. Edificada no pátio da Eletrosul, com 206,5 metros quadrados de área útil, a casa funciona como centro de pesquisa, onde são monitoradas as diferentes tecnologias utilizadas em sua construção. Trata-se de uma parceria entre a Eletrosul/Eletrobrás e o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (Labeee), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A Casa Eficiente foi projetada para se tornar uma vitrine de tecnologias de ponta de eficiência energética e conforto ambiental para edificações residenciais. um centro de demonstração do potencial de conforto, eficiência energética e uso racional da água das estratégias incorporadas ao projeto. O projeto possui sistemas e soluções integradas para eficiência energética e conforto térmico, incluindo tecnologias como geração de energia fotovoltaica interligada à rede, estratégias passivas de condicionamento de ar e aquecimento solar de água. Além de estratégias para o uso eficiente da água, tais como: aproveitamento da água de chuva, reúso de águas e utilização de equipamentos que proporcionam baixo consumo de água. A Casa Eficiente é uma proposta inovadora que funciona como ambiente para a demonstração e para o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa no âmbito da construção civil. Objetivos: O objetivo da Casa Eficiente é disseminar os conceitos de eficiência energética, adequando climaticamente e utilizando a água de forma racional. O projeto arquitetônico foi desenvolvido para as condições climáticas da região litorânea de Santa Catarina. Principais condicionantes de projeto: Melhor aproveitamento das condições climáticas locais (radiação solar, temperatura e umidade relativa do ar e ventos predominantes) para definição das soluções de projeto. Emprego de sistemas alternativos de resfriamento e aquecimento ambiental. Prioridade no uso de materiais locais (renováveis ou de menor impacto ambiental). Aproveitamento da vegetação para criação de
Compartilhar