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FICHAMENTO, ACESSO A JUSTIÇA, CAPELLETTI

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A.NOME COMPLETO DO AUTOR DO FICHAMENTO:
ROBERT REZENDE DE CASTRO
B.OBRA EM FICHAMENTO:
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Trad. Ellen Gracie Nothfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 1998.
LUIZ, Cesar Pasold. Metodologia da Pesquisa Jurídica: Teoria e Pratica.12 ed. São Paulo: Conceito editorial, 2011.
C.ESPECIFICAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO:
A evolução do conceito teórico de acesso à justiça. O significado de um direito ao acesso efetivo à justiça: os obstaculos a serem transpostos. As soluções práticas para os problemas de acesso à justiça. Tendências no uso do enfoque do acesso à justiça. Limitações e riscos do enfoque de acesso à justiça: uma advertencia final
D. DESTAQUES CONFORME O REFERENTE:
1-INTRODUÇÃO
1.1 Nenhum aspecto de nossos sistemas jurídicos modernos é imune à crítica. Cada vez mais pergunta-se como, a que preço e em benefício de quem estes sistemas de fato funcionam. Essa indagação fundamental que já produz inquietação em muitos advogados, juízes e juristas torna-se tanto mais perturbadora em razão de uma invasão sem precedentes dos tradicionais domínios do Direito, por sociólogos, antropólogos, economistas, cientistas políticos e psicólogos, entre outros. Através da revelação do atual modo de funcionamento de nossos sistemas jurídicos, críticos oriundos elas outras ciências sociais podem, na realidade, ser nossos aliados na atual fase de uma longa batalha histórica -a luta pelo "acesso à Justiça". É essa luta, tal como se reflete nos modernos sistemas jurídicos, que constitui o ponto focal deste Relatório Geral e do projeto comparativo de Acesso à Justiça que o produziu.
A expressão "acesso à Justiça" é reconhecidamente de difícil definição, mas serve para determinar duas finalidades básicas do sistema jurídico o sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direitos e/ou resolver seus litígios sob os auspícios do Estado. Primeiro, o sistema deve ser igualmente acessível a todos; segundo, ele deve produzir resultados que sejam individual e socialmente justos. (CAPELLETTI, p. 07-08)
2- A EVOLUÇÃO DO CONCEITO TEORICO DE ACESSO À JUSTIÇA
2.1 O conceito de acesso à justiça tem sofrido uma transformação importante, correspondente a uma mudança equivalente no estudo e ensino do processo civil. Nos estados liberais "burgueses" dos séculos dezoito e dezenove, os procedimentos adotados para solução dos litígios civis refletiam a filosofia essencialmente individualista dos direitos, então vigorante. Direito ao acesso à proteção judicial significava essencialmente o direito formal do indivíduo agravado de propor ou contestar uma ação. A teoria era a de que, embora o acesso à justiça pudesse ser um "direito natural", os direitos naturais não necessitavam de uma ação do Estado para sua proteção. Esses direitos eram considerados anteriores ao Estado; sua preservação exigia apenas que o Estado não permitis­se que eles fossem infringidos por outros. O Estado, portanto, permanecia passivo, com relação a problemas tais como a aptidão de uma pessoa para reconhecer seus direitos e defendê-los adequadamente, na prática (CAPELLETTI, p. 09).
2.2 Não é surpreendente, portanto, que o direito ao acesso efetivo à justiça tenha ganho particular atenção na medida em que as reformas do welfare state têm procurado armar os indivíduos de novos direitos substantivos em sua qualidade de consumidores, locatários, empregados e, mesmo, cidadãos. De fato, o direito ao acesso efetivo tem sido progressivamente reconhecido como sendo de importância capital entre os novos direitos individuais e sociais, unta vez que a titularidade de direitos é destituída de sentido, na ausência de mecanismos para sua efetiva reivindicação. O acesso à justiça pode, portanto, ser encarado como o requisito fundamental - o mais básico dos direitos humanos - de um sistema jurídico moderno e igualitário que pretenda garantir, e não apenas proclamar os direitos de todos (CAPELLETTI, p. 11-12).
2.3 Uma tarefa básica dos processualistas modernos é expor o impacto substantivo dos vários mecanismos de processamento de litígios. (CAPELLETTI, p. 13).
2.4 O "acesso" não é apenas um direito social fundamental, crescentemente reconhecido; ele é, também, necessariamente, o ponto central da moderna processualística. Seu estudo pressupõe um alargamento e aprofundamento dos objetivos e métodos da moderna ciência jurídica. (CAPELLETTI, p. 13).
3- O SIGNIFICADO DE UM DIREITO AO ACESSO EFETIVO À JUSTICA: OS OBSTACULOS A SEREM TRANSPOSTOS
3.1 Embora o acesso efetivo à justiça venha sendo crescentemente aceito como um direito social básico nas moderou sociedades, o conceito de "efetividade" é, por si só, algo vago. A efetividade perfeita, no contexto de um dado direito substantivo, poderia ser expressa como a completa "igualdade de armas" - a garantia de que a conclusão final depende apenas dos méritos jurídicos relativos das partes antagônicas, sem relação com diferenças que sejam estranhas ao Direito e que, no entanto, afetam a afirmação e reivindicação dos direitos (CAPELLETTI, p. 15).
3.2 CUSTAS JUDICIAIS
De qualquer forma, toma-se claro que os altos custos, na medida em que wna ou ambas as partes devam suportá-los, constituem uma importante barreira ao acesso à justiça. A mais importante despesa individual para os litigantes consiste, naturalmente, nos honorários advocatícios. Nos Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, o custo por hora dos advogados varia entre 25 e 300 dólares e o custo de determinado serviço pode exceder ao custo horário (CAPELLETTI, p. 18).
3.3 Qualquer tentativa realística de enfrentar os problemas de acesso deve começar por reconhecer esta situação: os advogados e seus serviços são muito caros. (CAPELLETTI, p. 18).
3.4 PEQUENAS CAUSAS
 Causas que envolvem somas relativamente pequenas são mais prejudicadas pela barreira dos custos. Se o litígio tiver de ser decidido por processos judiciários formais, os custos podem exceder o montante da controvérsia, ou, se isso não acontecer, podem consumir o conteúdo do pedido a ponto de tomar a demanda uma futilidade (CAPELLETTI, p. 19).
3.5 TEMPO 
Em muitos países, as partes que buscam uma solução judicial precisam esperar dois ou três anos, ou mais, por uma decisão exequível. Os efeitos dessa delonga, especialmente se consideram os índices de inflação, podem ser devastadores. Ela aumenta os custos para as partes e pressiona os economicamente fracos a abandonar suas causas, ou a aceitar acordos por valores muito inferiores àqueles a que teriam direito (CAPELLETTI, p. 20).
3.6 POSSIBILIDADES DAS PARTES 
As "possibilidades das partes" como ficou demonstrado por uma recente linha de pesquisa, de crescente importância, é ponto central quando se cogita da denegação ou da garantia de acesso efetivo (CAPELLETTI, p. 21).
3.7 RECURSOS FINANCEIROS
 Pessoas ou organizações que possuam recursos financeiros consideráveis a serem utilizados têm vantagens obvias ao propor ou defender demandas. Em primeiro lugar, elas podem pagar para litigar. Podem, além disso, suportar as delongas do litígio (CAPELLETTI, p. 21).
3.8 APTIDÃO PARA RECONHECER EM DIREITO E PROPOR UMA AÇÃO OU DEFESA 
Num primeiro nível está a questão de reconhecer a existência de um direito juridicamente exigível. Essa barreira fundamental é especialmente séria para os despossuídos, mas não afeta apenas os pobres (CAPELLETTI, p. 22-23).
3.9 Procedimentos complicados, formalismo, ambientes que intimidam, como o dos tribunais, juízes e advogados, figuras tidas como opressoras, fazem com que o litigante se sinta perdido, um prisioneiro num mundo estranho (CAPELLETTI, p. 24).
4.0 LITIGANTES “EVENTUAIS” E LITIGANTES “HABITUAIS”
Ha menos problemas em mobilizar as empresas no sentido de tirarem vantagens de seus direitos, o que, com frequência, se dá exatamente contra aquelas pessoas comuns que, em sua condição de consumidores, por exemplo, são as mais relutantes em buscar o amparo do sistema judicial (CAPELLETTI, p. 25).
4.1 PROBLEMAS ESPECIAIS DOS INTERESSES DIFUSOSInteresses "difusos" são interesses fragmentados ou coletivos, tais como o direito ao ambiente saudável, ou à 'proteção do consumidor (CAPELLETTI, p. 25).
4.2 Suponhamos que o governo autorize a construção de uma represa que ameace de maneira séria e irreversível o ambiente natural. Muitas pessoas podem desfrutar da área ameaçada, mas poucas - ou nenhuma - terão qualquer interesse financeiro direto em jogo. Mesmo esses, além disso, provavelmente não terão interesse suficiente para enfrentar uma demanda judicial complicada (CAPELLETTI, p. 26-27).
4.3 AS BARREIRAS AO ACESSO: UMA CONCLUSÕA PRELIMINAR E UM FATOR COMPLICADOR
Um exame dessas barreiras ao acesso, como se vê, revelou um padrão: os obstáculos criados por nossos sistemas jurídicos são mais pronunciados para as pequenas causas e para os autores individuais, especialmente os pobres; ao mesmo tempo, as vantagens pertencem de modo especial aos litigantes organizacionais, adeptos do uso do sistema judicial para obterem seus próprios interesses. (CAPELLETTI, p. 28).
4.4 Muitos problemas de acesso são inter-relacionados, e as mudanças tendentes a me1horar o acesso por um lado podem exacerbar barreiras por outro. Por exemplo, urna tentativa de reduzir custos é simplesmente eliminar a representação por advogado em certos procedimentos. Com certeza, no entanto, uma vez que litigantes' de baixo nível econômico e educacional provavelmente não terão a capacidade de apresentar seus próprios casos, de modo eficiente, eles serão mais prejudicados que beneficiados por tal "reforma". Sem alguns fatores de compensação, tais como um juiz muito ativo ou outras formas de assistência jurídica, os autores indigentes poderiam agora intentar uma demanda, mas lhes faltaria uma espécie de auxílio que lhes pode ser essencial para que sejam bem-sucedidos. Um estudo sério do acesso à Justiça não pode negligenciar o inter-relacionamento entre as barreiras existentes (CAPELLETTI, p. 29).
5.0 AS SOLUÇÕES PRATICAS PARA OS PROBLEMAS DE ACESSO À JUSTIÇA
Podemos afirmar que a primeira solução para o acesso - a primeira "onda" desse movimento novo - foi a assistência judiciária ; a segunda dizia respeito às reformas tendentes a proporcionar representação jurídica para os interesses "difusos", especialmente nas áreas da proteção ambiental e do consumidor; e o terceiro - e mais recente - é o que nos propomos a chamar simplesmente "enfoque de acesso à justiça" porque inclui os posicionamentos anteriores, mas vai muito além deles, representando, dessa forma, uma tentativa de atacar as barreiras ao acesso de modo mais articulado e compreensivo (CAPELLETTI, p. 31).
5.1 A PRIMEIRA ONDA: ASSISTENCIA JUDICIÁRIA PARA OS POBRES
Os primeiros esforços importantes para incrementar o acesso à justiça nos países ocidentais concentraram-se, muito adequadamente, em proporcionar serviços jurídicos para os pobres (CAPELLETTI, p. 31-32).
5.2 O SISTEMA JUDICARE
Trata-se de um sistema através do qual a assistência judiciária é estabelecida como um direito para todas as pessoas que se enquadrem nos termos da lei. Os advogados particulares, então, são pagos pelo Estado. A finalidade do sistema judicare é proporcionar aos litigantes de baixa renda a mesma representação que teriam se pudessem pagar um advogado (CAPELLETTI, p. 35).
5.3 O ADVOGADO REMUNERADO PELOS COFRES PÚBLICOS
O modelo de assistência judiciária com advogados remunerados pelos cofres públicos tem um objetivo diverso do sistema judicare, o que reflete sua origem moderna no Programa de Serviços Jurídicos do Office of Economic Opportunity, de 1965 - a vanguarda de uma ''guerra contra a pobreza". Os serviços jurídicos deveriam ser prestados por "escritórios de vizinhança, atendidos por advogados pagos pelo governo e encarregados de promover os interesses dos pobres, enquanto classe (CAPELLETTI, p. 39-40).
5.4 As vantagens dessa sistemática sobre a do judicare são óbvias. Ela ataca outras barreiras ao acesso individual, além dos custos, particularmente os problemas derivados da desinformação jurídica pessoal dos pobres. Ademais, ela pode apoiar os interesses difusos ou de classe das pessoas pobres. (CAPELLETTI, p. 40).
5.5 Provavelmente, um problema ainda mais sério desse sistema é que ele necessariamente depende de apoio governamental para atividades de natureza política, tantas vezes dirigidas contra o próprio governo (CAPELLETTI, p. 41).
5.6 MODELOS COMBINADOS
Alguns países escolheram, recentemente, combinar os dois principais modelos de sistemas de assistência jurídica, depois de terem reconhecido as limitações que existem em cada um deles e que ambos podem, na verdade, ser complementares (CAPELLETTI, p. 43).
5.7 Este modelo combinado permite que os indivíduos escolham entre os serviços personalizados de um advogado particular e a capacitação especial doa advogados de equipe, mais sintonizados com os problemas dos pobres. Dessa forma, tanto as pessoas menos favorecidas, quanto os pobres como grupo, podem ser beneficiados (CAPELLETTI, p. 44).
5.8 A ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA: POSSIBLIDADES E LIMITAÇÕES 
Medidas muito importantes foram adotadas nos últimos anos para melhorar os sistemas de assistência judiciária. Como consequência, as barreiras ao acesso à Justiça começaram a ceder. Os pobres estão obtendo assistência judiciária em números cada vez maiores, não apenas para causas de família ou defesa criminal, mas também para reivindicar seus direitos novos, não tradicionais, seja como autores ou como réus. É de esperar que as atuais experiências sirvam para eliminar essas barreiras. A assistência judiciária, no entanto, não pode ser o único enfoque a ser dado na reforma que cogita do acesso à Justiça (CAPELLETTI, p. 47).
5.9 A SEGUNDA ONDA: REPRESENTAÇÃO DOS INTERESSES DIFUSOS
O segundo grande movimento no esforço de melhorar o acesso à justiça enfrentou o problema da representação dos interesses difusos, assim chamados os interesses coletivos ou grupais, diversos daqueles dos pobres (CAPELLETTI, p. 49).
6.0 A AÇÃO GOVERNAMENTAL
Embora seja ainda o principal método para representação dos interesses difusos, - especialmente por causa da relutância tradicional em dar-se legitimação a indivíduos ou grupos para atuarem em defesa desses interesses a "ação governamental" não tem sido muito bem-sucedida. A triste constatação é que, tanto em países de common law, como em países de sistema continental europeu, aa instituições governamentais que, em virtude de sua tradição, deveriam proteger o interesse público, são por sua própria natureza incapazes de fazê-lo (CAPELLETTI, p. 51).
6.1 A reivindicação dos novos direitos muitas vezes exige qualificação técnica em áreas não jurídicas, tais como contabilidade, mercadologia, medicina e urbanismo. Em vista disso, o Ministério Público e suas instituições correspondentes, muitas vezes, não dispõem do treinamento e experiência necessários para que sejam eficientes (CAPELLETTI, p. 52).
6.3 A TÉCNICA DO PROCURADOR-GERAL PRIVADO
Permitir a propositura, por indivíduos, de ações em defesa de interesses públicos ou coletivos é, por si só, uma grande reforma. Mesmo que subsistam, por uma ou outra razão, as barreiras à legitimação de grupos ou classes, trata-se de um importante primeiro passo o permitir que um "procurador-geral privado" ou "demandantes ideol6gicos" suplementem a ação do governo (CAPELLETTI, p. 55).
6.4 A TÉCNICA DO ADVOGADO PARTICULAR DO INTERESSE PÚBLICO
Um primeiro passo da reforma: o reconhecimento de grupos. Maia requintada reforma é a solução conhecida como "Organizational Private Attomey General" (Procurador-Geral Organizacional Privado), que reconhece a necessidade de permitir ações coletivas no interesse público (CAPELLETTI, p. 56).
6.5 - "Os advogados do interesse público acreditam que os pobres não são os únicos excluídos do processo de tomada de decisão em assuntos de importância vital para eles. Todas as pessoas que se preocupam com a degradação ambiental, com a qualidade dos produtos, com a proteção do consumidor, qualquer que seja sua classe socioeconômica,estão efetivamente excluídas das decisões -chave que afetam seus interesses. Esses interesses, como já assinalamos, não puderam encontrar repre1entação através de organizações. Muitos grupos de advogados (liberais) formaram, então, "sociedades de advogados do interesse público", para atender essa demanda (CAPELLETTI, p. 62).
6.6 A solução pluralística (mista). É preciso que haja uma solução mista ou pluralística para o problema de representação dos interesses difusos. Tal solução, naturalmente, não precisa ser incorporada numa única proposta de reforma. O importante é reconhecer e enfrentar o problema básico nessa área: resumindo, esses interesses exigem uma eficiente ação de grupos particulares, sempre que possível; mas grupos particulares nem sempre estão disponívei1 e costumam ser difíceis de organizar. A combinação de recursos, tais como as ações coletivas, as sociedades de advogados do interesse público, a assessoria pública e o advogado público podem auxiliar a superar este problema e conduzir à reivindicação eficiente doa interesses difusos (CAPELLETTI, p. 65-67).
6.7 A TERCEIRA ONDA: DO ACESSO À REPRESENTÇÃO EM JUÍZO A UMA CONCEPÇÃO MAIS AMPLA DE ACESSO À JUSTIÇA. UM NOVO ENFOQUE DE ACESSO À JUSTIÇA Essa "terceira onda" de reforma inclui a advocacia, judicial ou extrajudicial, seja por meio de advogados particulares ou públicos, mas vai além. Ela centra sua atenção no conjunto geral de instituições e mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados para processar e mesmo prevenir disputas nas sociedades modernas. Nós o denominamos "o enfoque do acesso à Justiça" por sua abrangência. Seu método não consiste em abandonar as técnicas das duas primeiras ondas de reforma, mas em tratá-las como apenas algumas de uma série de possibilidades para ·melhorar o acesso. Esse movimento emergente de acesso à Justiça procede dos movimentos anteriores preocupados com a representação legal (CAPELLETTI, p. 67-68).
6.8 Tal como foi enfatizado pelos modernos sociólogos, as partes que tendem a se envolver em determinado tipo de litígio também devem ser lendas em consideração. Elas podem ter um relacionamento prolongado e complexo, ou apenas contatos eventuais. Já foi sugerido que a mediação ou outros mecanismos de interferência apaziguadora são os métodos mais apropriados para preservar os relacionamentos. As partes, ademais, podem diferir grandemente em poder de barganha, experiência ou outros fatores já comentados anteriormente no presente estudo sob o título "Possibilidades das Partes"(CAPELLETTI, p. 72).
7.0 TENDENCIAS NO USO DO ENFOQUE DO ACESSO À JUSTIÇA
O enfoque do acesso à Justiça tem um número imenso de implicações. Poder-se-ia dizer que ele exige nada menos que o estudo crítico e reforma de todo o aparelho judicial (CAPELLETTI, p. 75).
7.1 A criação de um tribunal de locações poderia aliviar os tribunais regulares e, caso destinada a obviar a necessidade de advoga­ dos, poderia reduzir a necessidade de serviços jurídicos. Não é indispensável que o progresso ocorra dessa forma. Mas, apesar de nossa ênfase em determinados tipos de reformas especialmente notáveis, não podemos deixar de considerar as implicações e o inter-relacionamento com o complexo maquinário já existente para a solução de litígios (CAPELLETTI, p. 75).
7.2 Embora a atenção dos modernos reformadores se concentre mais em alterativas ao sistema judiciário regular, que nos próprios sistemas judiciários, é importante lembrar que muitos conflitos básicos envolvendo os direitos de indivíduos ou grupos, necessariamente continuarão a ser submetidos aos tribunais regulares. Master Jacob já afirmou:" A engrenagem judiciária formal de Côrtes de Justiça, naturalmente, continua­ rá a ser necessária e vital não só para lidar com importantes questões de direito, incluindo temas de significação constitucional, como também para julgar questões vultosas e substanciais que afetem interesses vultosas e substanciais".
Pelo menos desde o início do século, tem havido esforços importantes no sentido de melhorar e modernizar os tribunais e seus procedimentos. No continente europeu, por exemplo, podemos apontar os bem conhecidos movimentos de reforma que foram agrupados sob a designação de "oralidade" e ocuparam-te essencialmente com "a livre apreciação da prova” a "concentração” do procedimento e o contato "imediato" entre juízes, partes e testemunhas, bem como com a utilização dos juízos de instrução para investigar a verdade e auxiliar a colocar as partes em pé de igualdade (CAPELLETTI, p. 76).
7.3 Se os juízes devem desempenhar sua função tradicional, aplicando, moldando e adequando leis complicadas a situações diversas, com resultados justos, parece que advogados altamente habilitados e procedimentos altamente estruturados continuarão a ser essenciais. Por outro lado, torna-se necessário um sistema de solução de litígios mais ou menos paralelo, como complemento, se devemos atacar, especialmente ao nível individual, barreiras tais como custas, capacidade das partes e pequenas causas (CAPELLETTI, p. 81).
7.4 - IMAGINANDO MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA DECIDIR CAUSAS JUDICIAIS As colocações a seguir tendem a aceitar as limitações das reformas dos tribunais regulares e, como consequência, envolvem a criação de alternativas, utilizando procedimentos mais simples e/ou julgadores mais informais. Os reformadores estão utilizando, cada vez mais, o juízo arbitral, a conciliação e os incentivos econômicos para a solução dos litígios fora dos tribunais. Essas técnicas, é preciso que se diga, podem ser obrigatórias para algumas ou todas as demandas, ou podem tornar-se disponíveis como opção para as partes (CAPELLETTI, p. 81).
7.5 O juízo arbitral é uma instituição antiga caracterizada por procedimentos relativamente informais, julgadores com formação técnica ou jurídica e decisões vinculatórias sujeitas a limitadíssima possibilidade de recurso. Seus benefícios são utilizados há muito tempo, por convenção entre as partes. Embora o juízo arbitral possa ser um processo relativamente rápido e pouco dispendioso, tende a tornar-se muito caro para as partes, porque elas devem suportar o ônus dos honorários do árbitro. Por isso, não é de surpreender que recentemente tenha sido pro­ posto que o Estado pague 01árbitros ou permita que os juízes atuem como árbitros (CAPELLETTI, p. 82).
7.6 Dadas as delongas e despesas frequentemente características dos litígios, essas alternativas podem reduzir as barreiras de custas para as partes e, pela utilização de julgadores mais ativos e informais, beneficiar substancialmente as partes mais fracas (CAPELLETTI, p. 82).
7.7 A Conciliação, existem vantagens óbvias tanto para as partes quanto para o sistema jurídico, se o litígio é resolvido sem necessidade de julgamento. A sobrecarga dos tribunais e as despesas excessivamente altas com os litígios podem tornar particularmente benéficas para as partes as soluções rápidas e mediadas, tais como o juízo arbitral. Ademais, parece que tais decisões são mais facilmente aceitas do que decretos judiciais unilaterais, uma vez que eles se fundam em acordo já estabelecido entre as partes (CAPELLETTI, p. 83-84).
7.8 A conciliação é extremamente útil para muitos tipos de demandas e partes, especial­ mente quando consideramos a importância de restaurar relacionamentos prolongados, em vez de simplesmente julgar as partes vencedoras ou vencidas. Mas, embora a conciliação se destine, principalmente, a reduzir o congestionamento do judiciário, devemos certificar-nos de que os resultados representam verdadeiros êxitos, não apenas remédios para prob1emas do judiciário, que poderiam ter outras soluções (CAPELLETTI, p. 87).
7.9 Incentivos Econômicos, outro método geral para evitar o litígio judicial consiste em encorajar acordos pelo uso seletivo de incentivos econômicos. É claro que fatores econômicos tais como os custos do julgamento, os métodos pelos quais esses custos são alocados (incluindo os honorários antecipa· dos) a taxa de inflação e a demora. Influenciam a disposição das partes para com a conciliação,mesmo que esses fatores possam afetar diferentemente os diversos tipos de litigantes (CAPELLETTI, p. 87-88).
8.0 INSTITUIÇÕES E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS PARA DETERMINADOS TIPOS DE CAUSAS DE PARTICULAR "IMPORTÂNCIA SOCIAL". UMA NOVA TEND NCIA NO SENTIDO DA ESPECIALIZAÇÃO DE INSTITUIÇÕES E PROCEDIMENTOS JUDICIAIS
É preciso reconhecer, entretanto, que algumas das características do sistema judiciário regular, que o tornam apto para a solução de litígios de direito público, em defesa de interesses difusos da coletividade, frequentemente também o tornam pouco adequado a fazer valer os direitos das pessoas comum ao nível individual. Procedimentos contraditórios altamente estruturados, utilizando advogados hem treinados e perícias dispendiosas, podem ser de importância vital nos litígios de direito público, mas colocam severas limitações na acessibilidade de nossos tribunais a pequenas causas intentadas por pessoas comuns. É evidente a necessidade de preservar os tribunais, mas também o é a de criar outros fóruns mais acessíveis (CAPELLETTI, p. 90-91).
8.1 A grande tarefa dos reformadores do acesso à justiça é, portanto, preservar os tribunais ao mesmo tempo em que afeiçoam uma área especial elo sistema judiciário que deverá alcançar esses indivíduos, atrair suas andas e capacitá-los a desfrutar das vantagens que a legislação substantiva recente vem tentando conferir-lhes (CAPELLETTI, p. 92).
8.2 PROCEDIMENTOS ESPECIAIS PARA PEQUENAS CAUSAS 
Causas relativamente pequenas vêm sendo tratadas diferentemente das grandes causas, há longo tempo. Juízes singulares (ao contrário das juntas de três julgadores) ou juízes menos qualificados do ponto de vista formal, limitações à apelação, e pelo menos no papel maior grau de "oralidade” têm 1ido usados para reduzir os custos para o Estado e para as partes, quando tenham de resolver disputas que envolvem quantias relativamente pequena de dinheiro. Sem dúvida, os propósitos pretendidos por tais reformas têm sido, frequentemente, de criar tribunais e procedimentos que sejam rápidos e acessíveis às "pessoas comuns". Tais reformas, no entanto, mesmo quando destinadas a promover o acesso dos cidadãos, mas não simplesmente cortar despesas, têm sofrido severas críticas ultimamente. Primeiro, muitos tribunais de pequenas causas tornaram-te que tão complexos, dispendiosos e lentos quanto os juízos regulares (devido, particularmente, à presença dos advogados e à resistência dos juízes em abandonar seu estilo de comportamento tradicional, formal e reservado). (CAPELLETTI, p. 94-97).
8.3 Promovendo a acessibilidade geral. A redução do custo e duração do litígio é, sem dúvida, um objetivo primordial das reformas recentes. As custas de distribuição, por exemplo, são muito baixas para quase todos os tribunais de pequenas causas (CAPELLETTI, p. 100).
8.4 A acessibilidade é, ademais, promovida por mudanças que fazem os tribunais mais próximo das pessoas comuns. Para começar, é conveniente tomar o judiciário tão acessível fisicamente quanto possível, e uma possibilidade é mantê-lo aberto durante a noite, de modo que as pessoas que trabalham não sejam inibidas pela necessidade de faltar ao serviço (CAPELLETTI, p. 102).
8.5 A equalização das partes. Julgadores mais ativos podem fazer muito para auxiliar os litigantes que não contam com assistência profissional. A tarefa do juiz, de facilitar a equalização das partes, também pode ser promovida através de reuniões anteriores ao julgamento, como se faz na Inglaterra. Nas reuniões preliminares o escrivão da corte (que geralmente decide aa pequenas causas submetidas a arbitramento) pode, entre outras coisas, oferecer às partes considerável auxílio na preparação da audiência subsequente. O único problema prático é que o procedimento obriga os litigantes a comparecer duas vezes perante a corte (CAPELLETTI, p. 103-104).
8.6 MUDANDO O ESTI1O DOS ÁRBITROS DE PEQUENAS CAUSAS
As reformas de pequenas causas têm enfatizado recentemente a conciliação como principal técnica para solução das disputas. O processo de conciliação, informal, discreto, frequentemente sem caráter público, parece bem adaptado para partes desacompanhadas de advogados e tem as vantagens já descritas de ajudar a preservar relacionamentos complexos e permanentes (CAPELLETTI, p. 108).
8.7 Tal arbitragem, tendente à transação entre as partes, tem vantagens óbvias, mas suas dificuldades também precisam ser consideradas. A mais óbvia se encontra no fato de que o árbitro pode confundir os papéis de juiz e de conciliador e falhar no desempenho satisfatório de qualquer dos dois (CAPELLETTI, p. 108).
8.8 SIMPLIFICANDO AS NORMAS SUBSTANTIVAS PARA A TOMADA DE DECISÕES EM PEQUENAS CAUSAS. 
Uma ideia proposta por muitos reformadores de pequenas causas é a de que se permita aos árbitros tomar decisões baseadas na "justiça" mais do que na letra fria da lei (CAPELLETTI, p. 111).
8.9 REFORMAS NOS TRIBUNAIS DE PEQUENAS CAUSAS E O ACESSO À JUSTIÇA: ALGUMAS CONCLUSÕES. 
Essas reformas nas pequenas camas, embora ainda muito recentes, de certa forma resumem o movimento de Acesso à Justiça, porque elas correspondem a um esforço criativo, abrangente e multifacetado para reestruturar a máquina judiciária envolvida com essas causas (CAPELLETTI, p. 113).
9.0 TRIBUNAIS DE "VIZINHA"OU·"SOCIAIS" PARA SOLUCIONAR DIVERGÊNCIAS NA COMUNIDADE
Um componente do movimento tendente a implantar ou reformar tribunais de pequenas causas tem sido, como já enfatizamos, o desejo de instalar tribunais para as pessoas comuns e suas demandas. Antes de partir para instituições mais especializadas é interessante examinar outro aspecto desse desejo - a tendência recente para instalar "tribunais vicinais de mediação", a fim de tratarem de querelas do dia-a-dia, principalmente questões de pequenos danos à propriedade ou delitos leves, que ocorrem entre indivíduos em qualquer agrupamento relativamente estável de trabalho ou de habitação. (CAPELLETTI, p. 114).
9.1 TRIBUNAIS ESPECIAIS PARA DEMANDAS DE CONSUMIDORES
Ainda mais diretamente relacionadas ao movimento de pequenas causas são as reformas de iniciativa pública ou privada - que criam organismos e procedimentos especiais para demandas de consumidores. Sem dúvida, o evidente fracasso da maior parte dos tribunais de pequenas causas no sentido de promover uma solução eficaz para os consumidores prejudicados tem desencadeado essa atitude. Não é necessário dizer que existem numerosas possibilidades para estruturar os mecanismos de defesa do consumidor. Apenas alguns serão mencionados aqui. A. Mecanismos que enfatizam a persuasão mais que a coerção - solução das demandas dos consumidores através dos meios de comunicação. B. Arbitragem privada da de demandas do consumidor. C. Fórmulas governamentais de solução dos conflitos de consumidores (CAPELLETTI, p. 120-127). 
9.2 MECANISMOS ESPECIALIZADOS PARA GARANTIR DIREITOS "NOVOS" EM OUTRAS ÁREAS DO DIREITO
A análise dos tribunais de pequenas causas, tribunais populares e órgãos de proteção aos consumidores sublinha os aspectos principais e cobre grande parte da recente atividade reformista envolvido no esforço de criar mecanismos novos para os tipos de demandas que se tornaram o ponto focal do movimento de acesso à justiça. É preço recordar que a ênfase tem sido dada no sentido de tornar efetivos os direitos substantivos relativamente novos, de que as pessoas desprovidas de poder agora dispõem (pelo menos em teoria) contra os comerciantes, poluidores, empregadores, locadore1 e burocracia governamental (CAPELLETTI, p. 132).
9.3 Causas relativas ao meio ambiente as experiências japonesas de 1970
As causas relativas ao meio ambiente têm dimensão tanto coletiva, "difusa", quanto individual, e ambas as dimensões têm sido tratadas em termos gerais no presente estudo. Os remédios aplicáveis aos interesses difusos - característicos da "segunda onda" das reformas de "acesso à justiça"(CAPELLETTI, p. 133).
9.4 O resultado disso é que as pessoas comuns dispõem de vários órgãos nos quais podem acionar os poluidores, e acesso,sem custos, ao aconselhamento e experiência técnica para assessorá-los nas demandas (CAPELLETTI, p. 135).
9.5 Litígios entre inquilinos e proprietários
Reconhecendo a necessidade de conjugar o conhecimento especializado das novas leis de inquilinato, à sensibilidade com que devem ser tratadas as relações duradouras entre locador e locatário, esses escritórios dão ênfase ao aconselhamento e à mediação. Funcionários es- pecializados fornecem informações em resposta a consultas telefônicas, conduzem investigações a respeito dos fatos subjacentes aos litígios e buscam persuadir as partes no sentido de resolverem de forma amigável (CAPELLETTI, p. 137).
9.6 Os Litígios de Inquilinato -O Tribuna1de Habitação da Cidade de Nova Iorque
Embora sua competência não seja exclusiva (o que significa que uma da parte pode deslocar o caso para os tribunais regulares), com a concordância das partes ele pode resolver todos tipos de questões que margem entre inquilinos e locadores na cidade de Nova Iorque.
Os funcionários encarregados - advogados escolhidos por seu conhecimento do setor imobiliário solucionam a maior parte dos casos (CAPELLETTI, p. 138).
9.7 . Dessa forma, eles auxiliam os locatários a tomarem ciência ele que detêm novos direitos a determinados padrões de habitação. A ênfase na conciliação, a segunda característica básica que eles compartilham com o sistema canadense, evidencia-se no fato de que apenas em 20% dos casos se torna necessário proferir uma decisão (CAPELLETTI, p. 138).
9.8 Litígios de Direito Administrativo -A proliferação ela Instituição do Ombudsman. Os litígios entre os indivíduos e o governo a respeito de temas tais como o direito a certos benefícios sociais, são de interesse óbvio no “estado de bem-estar social" (CAPELLETTI, p. 139).
9.9 Litígios Individuais do 1Tabalho - a Reforma Italiana de 1973. Tal como no Direito Administrativo, existe uma renovada atenção em muitos países para o problema de fazer valer os direitos individuais no campo trabalhista, seja contra uma empresa, um governo ou mesmo um sindicato (CAPELLETTI, p. 141).
10.0 MUDANÇAS NOS MÉTODOS UTILIZADOS PARA A PR.ESTAÇÃO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Dois enfoques básicos à reforma da prestação dos serviços jurídicos já foram vistos nesse relatório. Um enfoque, cada vez mais evidente, nos procedimentos especializados que discutimos, consiste em desenvolver substitutos mais especializados e menos dispendiosos que os advogados individuais. Muitos tribunais de pequenas causas, por exemplo, proporcionam aconselhamento jurídico que torna desnecessária a presença de advogados. Um fenômeno importante e que merece maior atenção, é a proliferação de pessoal paraprofissional (CAPELLETTI, p. 144).
10.1 O Uso dos "Parajurídicos "
Os "parajurídicos" - assistentes jurídicos com diversos graus de treinamento em Direito - assumiram nova importância no esforço de melhorar o acesso à justiça. É cada vez mais evidente que muitos serviços jurídicos não precisam necessariamente ser executados por advogados caros e altamente treinados (CAPELLETTI, p. 145).
10.2 O Desenvolvimento de Planos de Assistência Jurídica Mediante “Convênio'' ou "em Grupo"
Os desenvolvimentos de planos de assistência jurídica mediante "convênio" ou "em grupo ", nos anos mais recentes, estão entre as reformas de mais amplo alcance, aqui discutidas. Nessa área encontramos planos e propostas audaciosos com o objetivo de tomar os advogados acessíveis, mediante custos razoáveis aos indivíduos da classe média e baixa, cujos direitos e interesses têm sido nosso foco central (CAPELLETTI, p. 147).
10.3 SIMPLIFICANDO O DIREITO
Se a lei é mais compreensível, ela se torna mais acessível à a pessoas comuns. No contexto do movimento de acesso à justiça, a simplificação também diz res­ peito à tentativa de tornar mais fácil que as pessoas satisfaçam as exigências para a utilização de determinado remédio jurídico. Os exemplos mais destacados de uma solução simplificada são o movimento amplo em direção do divórcio “sem culpa" e, pelo menos em certo número de lugares, o movimento pela responsabilidade civil objetiva (CAPELLETTI, p. 156-157).
10.4 LIMITAÇÕES E RISCOS DO ENFOQUE DE ACESSO Á JUSTIÇA: UMA ADVERTENCIA FINAL
O surgimento em tantos países do "enfoque do acesso à justiça" é uma razão para que se encare com otimismo a capacidade de nossos sistemas jurídicos modernos em atender às necessidades daqueles que, por tanto tempo, não tiveram possibilidade de reivindicar seus direitos. Reformas sofisticadas e inter-relacionadas, tais como aa que caracterizam o sistema sueco de proteção ao consumidor, revelam o grande potencial dessa abordagem. O potencial, no entanto, precisa ser traduzido em realidade, mas não é fácil vencer a oposição tradicional à inovação (CAPELLETTI, p. 161).
10.5Ao saudar o surgimento de novas e ousadas reformas, não podemos ignorar seus riscos e limitações. Podemos ser céticos, por exemplo, a respeito do potencial das reformas tendentes ao acesso à justiça em sistemas sociais fundamentalmente injustos (CAPELLETTI, p. 161).
10.6 Também é necessário aos reformadores reconhecer que, a despeito do apelo óbvio da "especialização" e da criação de novas instituições, os sistemas jurídicos não podem introduzir órgãos e procedimentos especiais para todos os tipos de demandas. A primeira dificuldade séria é que as fronteiras de competência podem tornar-se confusa. (CAPELLETTI, p. 161).
10.7 Por mais importante que posso ser a inovação, não podemos esquecer o fato de que, apesar de tudo, procedimentos altamente técnicos foram moldados através de muitos séculos de esforços para prevenir arbitrariedades e injustiças. E, embora o procedimento formal não seja, infelizmente, o mais adequado para assegurar os "novos" direitos, especialmente (mas não apenas) ao nível individual, ele atende a algumas importantes funções que não podem ser ignorados (CAPELLETTI, p. 164).
10.8 A operacionalização de reformas cuidadosas, atentas aos perigos envolvidos, com uma plena consciência dos limites e potencialidades dos tribunais regulares, do procedimento comum e doa procuradores é o que realmente se pretende com esse enfoque de acesso à justiça. A finalidade não é fazer uma justiça "mais pobre", mas torná-la acessível a todos, inclusive aos pobres. E, se é verdade que a igualdade de todos perante a lei, igualdade efetiva não apenas formal é o ideal básico de nossa época, o enfoque de acesso à justiça só poderá conduzir a um produto jurídico de muito maior "beleza" ou melhor qualidade do que aquele de que dispomos atualmente (CAPELLETTI, p. 165).
E. REGISTROS PESSOAIS DO FICHADOR SOBRE OS DESTAQUE SELECIONADOS E SUA UTILIDADE PARAAPESQUISA E/OU A APRENDIZAGEM EFETIVA HAVIDA COM O FICHAMENTO:
 Nesse livro o escritor mauro Cappelletti e Bryant Garth analisa as decisões na Itália mais especificamente no tribunal de Florença. Acesso à justiça segundo os autores é o sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direitos, e/ou resolver litígios. Após a exposições das ideias históricas, menciona que foi devido a alguns direitos conquistados no século XVIII e XIX que levaram o aumento do interesse pelo acesso à justiça. Pois o reconhecimento progressivo da importância fundamental do direito ao acesso à justiça, só tem fundamento depois que se oferece mecanismos para a sua conquista.
No livro diz os autores que as principais barreiras para o acesso à justiça são: As custas judiciais, tempo, a possibilidade das partes que está diretamente ligado ao grau de instrução da população e os interesses difusos e coletivos. Para solucionar esses problemas surgem três possibilidades que são definidas por ondas. A primeira onda teria sido a assistência judiciaria, devido aos altos custos processuais os problemas não teriam condições de demandarem devido à falta de recurso, com a ajuda do estado este caminho seria facilitado. A segunda refere à representação dos interesses difusos ou coletivos cujo os interesses de todos poderiam ser representados por uma única ação. E, por conseguinteo terceiro, é o enfoque ao acesso à justiça com a implementação de políticas públicas de incentivo a conciliação, arbitragem e mediação. Esses recursos poderiam ser realizados por “parajurídicos” que seria não necessariamente um advogado, mas alguém treinando para esta finalidade.
Assim, pode concluir que essas mudanças trará uma grande modernização no judiciário tornando cada dia mais rápido, com menos custos e acessível a uma maior parte da população.

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