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Proteínas UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CENTRO DE CIENCIAS BIOLÓGICAS E DA NATUREZA DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA Profª. Rutilene Barbosa Introdução As proteínas são as moléculas mais abundantes e com maior diversidade de funções nos sistemas vivos; Ex.: Actina, miosina, colágeno, hemoglobina, enzimas e etc. Porém, todas tem em comum a característica estrutural de serem polímeros lineares de aminoácidos; Os aminoácidos são as unidades fundamentais formadoras das proteínas. Introdução O nome proteína deriva da língua grega “Proteios” que quer dizer primeiro, destacando a importância que essa classe de moléculas tem para a manutenção da vida; São classificadas como macromoléculas – formadas por aminoácidos; Aceita-se quer a partir de um peso molecular de 8.000 a 10.000 daltons (100 resíduos de aminoácidos na cadeia) pode ser denominado como proteína. Conceito Proteínas são macromoléculas que possuem de 100 a várias centenas de unidades de α-aminoácidos ou resíduos unidos covalentemente através de ligações peptídicas, com ampla variedade estrutural e de funções biológicas diversas. Macromoléculas compostas de uma ou mais cadeias polipeptídicas, cada uma possuindo uma sequência de aminoácidos e peso molecular característicos. Estrutura das proteínas A complexidade da estrutura proteica é melhor analisada considerando-se a molécula em termos de quatro níveis de organização Estrutura das proteínas A sequencia de aminoácidos em uma proteína é denominada estrutura primária; Estrutura primária A estrutura primária é dada pela sequência de aminoácidos e ligações peptídicas do esqueleto covalente da molécula; Este é o nível estrutural mais simples e mais importante, pois dele deriva todo o arranjo espacial subsequente da molécula. S V S E Q L M H N G L L H L N S M E R V Q L R W L L L Q L H N F H3N + COO- V Estrutura das proteínas Uma ligação peptídica é uma ligação química que ocorre entre duas moléculas quando o grupo carboxila (COOH) de uma molécula reage com o grupo amino (NH2)de outra molécula, liberando uma molécula de água (H2O ); Isto é uma reação de síntese por desidratação que ocorre entre moléculas de aminoácidos. Estrutura das proteínas Estrutura das proteínas Características da ligação peptídica: A ligação C-N do grupo peptídico apresenta cerca de 40% do caráter de uma dupla ligação; Isso impede a rotação livre da ligação entre o carbono da carbonila e o nitrogênio da ligação; Estrutura das proteínas Nomeando o peptídeo: Por convenção, a extremidade amino livre (N-terminal) da cadeia peptídica é escrita a esquerda, e a extremidade carboxila livre (C- terminal). S V S E Q L M H N G L L H L N S M E R V Q L R W L L L Q L H N F H3N + COO- V H 2 N COOH C C N H C O C O N H C R´ R H H H R" Cis e trans Estrutura das proteínas A estrutura primária pode variar em 3 aspectos, definidos pela informação genética da célula: 1. Número de aa.; 2. Sequência de aa; 3. Natureza dos aa. A estrutura primária da proteína resulta em uma longa cadeia de aminoácidos semelhante a um "colar de contas", com uma extremidade amino terminal e uma extremidade carboxi terminal. A estrutura primária de uma proteína é destruída por hidrólise química ou enzimática das ligações peptídicas, com liberação de peptídeos menores e aminoácidos livres. Ala Lis Trp Fen Lis Ala Lis Trp Fen Lis Lis Trp Fen Lis Met Estrutura das proteínas A estrutura primária de uma proteína refere-se à sua sequência de resíduos de aminoácidos ligados entre si por ligações do tipo covalente (ligações peptídicas); A partir da estrutura primária as proteínas evoluem para níveis conformacionais espaciais superiores de organização seguindo uma hierarquia; As estruturas de organização que sucedem a conformação primária são: secundária terciária e quaternária. A manutenção dessas estruturas envolve forças não covalentes. Estrutura das proteínas O esqueleto polipeptídico não assume uma estrutura tridimensional aleatória, forma arranjo regulares de aminoácidos; Esses arranjos são denominadados estrutura secundária do polipeptídio. Estrutura secundária Hélice α Folha β Estrutura das proteínas O arranjo mais simples e energeticamente estável que uma proteína pode assumir é a -hélice, ela tende-se a formar-se espontânea em proteínas, uma vez que é a conformação espacial termodinamicamente de menor energia. Estrutura secundária Hélice α Nessa configuração a proteína se retorce ao redor de um eixo imaginário. Estrutura das proteínas Apresenta estrutura helicoidal, consiste em um esqueleto polipeptídico central espiralado e bem compactado, com as cadeias laterais estendendo-se para fora do eixo central; Ligações de Hidrogênio – estabiliza a estrutura hélice; Estrutura secundária Hélice α CADA VOLTA COMPLETA DE UMA HÉLICE α CONTEM 3.6 RESÍDUOS DE AA. Estrutura das proteínas Uma hélice α é estabilizada por uma ampla formação de ligações de hidrogênio entre os átomos de oxigênio das carbonilas e os hidrogênios das amidas das ligações peptídicas que compõem o esqueleto polipeptídico. Estrutura das proteínas Aminoácidos cujas cadeias laterais são grandes como é o caso do triptofano ou da valina e isoleucina podem desestabilizar a estrutura em alfa hélice se estiverem presentes na cadeia em grande número. Estrutura secundária Hélice α Estabilizam a -hélice Desestabilizam a -hélice Alanina Arginina Asparagina Ácido Aspártico Cistina Glutamina Histidina Glicina Lisina Lisina Metionina Isoleucina Ffenialanina Serina Triptofano Treonina Tirosina Valina Estrutura das proteínas Estrutura secundária Folha β Conformação -pregueada Conformação em -hélice Pontes de hidrogênio Além da alfa hélice, uma dada proteína pode adquirir a conformação tipo beta pregueada. Nesse caso as pontes de hidrogênio ocorrem perpendicularmente entre grupos CO e NH dois esqueletos polipeptídicos. Estrutura das proteínas As superfícies das folhas β apresentam uma aparência “pregueada” e portanto, essas estruturas são frequentemente denominadas “folhas beta pregueadas”. Estrutura secundária Folha β Estrutura das proteínas Ao contrário da hélice α, as folhas β são compostas de duas ou mais cadeias peptídicas; Ou então segmentos de cadeias polipeptídicas, que se apresentam quase totalmente estendidos. Folha β Hélice α Estrutura das proteínas Estrutura secundária Folha β As folhas β-pregueadas podem apresentar arranjos paralelos ou antiparalelos. As paralelas, as cadeias adjacentes de uma folha β-pregueada podem orientar-se no mesmo sentido de modo que as porções N-terminais e C-terminais começam e terminam juntas, ou seja apontam para a mesma direção. Antiparalela as cadeia peptídicas vizinhas seguemdireções opostas. Estrutura das proteínas • Essa estrutura decorre do enrolamento da hélice ou da folha pregueada; • É a precipitação da estrutura secundária sobre si mesma, gerando um complexo de alfa-hélices e beta pregueados em uma mesma estrutura; • Esta estrutura confere à proteína a atividade biológica, já que ela atingiu seu estado nativo. Estrutura Terciária Estrutura das proteínas • Esta estrutura é mantida pelas interações de longa distância entre resíduos de aminoácidos, que são: 1 – Pontes dissulfeto: É uma ligação covalente formada pelos grupos sulfidrila (-SH) de dois resíduos de cisteína para produzir um resíduo de cisteína. Estrutura Terciária Estrutura das proteínas 2 – Interações hidrofóbicas: Os aminoácidos com cadeias laterais hidrofóbicas tendem a ficar localizados no interior da molécula polipeptídica, onde se associam com outros aminoácidos hidrofóbicos. Estrutura Terciária Estrutura das proteínas 3 – Ligações de hidrogênio: Ligação entre o hidrogênio e o oxigênio ou nitrogênio. Estrutura Terciária Estrutura das proteínas 4 – Interações Iônicas: Ligação entre por exemplo o grupo carboxila (COO-) do aspartato ou glutamato, com grupos carregados positivamente, como grupo amino (NH3+) da cadeia lateral da lisina. Estrutura Terciária Estrutura das proteínas Estrutura Terciária Estrutura das proteínas Muitas proteínas consistem em uma única cadeia polipeptídica, sendo definidas como proteínas monoméricas; Outras, consistem em duas ou mais cadeias polipeptídicas, que podem ser estruturalmente idênticas ou totalmente diferentes. Esse arranjo é denominado estrutura quaternária da proteína. Estrutura Quaternária Estrutura das proteínas Estas subunidades são unidas por interações não covalentes (Ligações de hidrogênio, ligações iônicas e interações hidrofóbicas. Estas subunidades podem funcionar independentemente umas das outras ou podem trabalhar cooperativamente. Ex.: Hemoglobina. Estrutura Quaternária Estrutura das proteínas Estrutura quaternária Estrutura secundária Estrutura terciária Estrutura β pregueada Estrutura primária Estrutura das proteínas Ligações peptídicas Pontes de Hidrogênio Interações Eletrostáticas Interações Hidrofóbicas Uniões Covalentes de Dissulfeto Pontes de Hidrogênio Estrutura das proteínas Função Biológica Proteínas Função biológica Enzimas Ribonuclease Tripsina Proteínas transportadoras Hemoglobina Albumina do soro Mioglobina lipoproteínas Proteínas nutritivas e de reserva Gliadina (trigo) Ovoalbumina (ovo) Caseína (leite) Ferritina Proteínas contráteis ou de movimento Actina Miosina Tripsina Hemoglobina Ferritina Actina Miosina Troponina Tropomiosina Função Biológica Proteínas Função biológica Proteínas estruturais Queratina Colágeno Elastina Proteínas de defesa Anticorpos Proteínas reguladoras Insulina Dobramento proteico O estudo estrutural das proteínas leva ao questionamento de como o enovelamento proteico e orquestrado? Proteínas especializadas chamadas de chaperonas são capazes de aperfeiçoar o enovelamento proteico; Podem ser catalisadoras – aumentando a velocidade de dos estágios finais de dobramento; Protegem proteínas durante o dobramento, para que as regiões expostas, mais vulneráveis, não formem interações infrutíferas. Dobramento proteico Se acontecer algum erro durante tal processo elas são degradadas dentro da célula, “proteossomo”; Se o sistema de controle não é perfeito, agregados intra ou extracelulares de proteínas inadequadamente podem se acumular durante o envelhecimento. Estão associados a algumas doenças; Amiloidoses – acúmulo de proteínas alteradas, tem sido implicadas em doenças degenerativas, como o Alzheimer; Príons – proteína com capacidade de modificar a estrutural espacial de outras proteínas tornando-se cópias de si mesmo. Desnaturação de proteínas Resulta no desdobramento e na desorganização das estruturas secundária e terciária, sem que ocorra hidrólise das ligações peptídicas; Uma proteína em seu estado natural é chamada de proteína nativa e depois da mudança ou transformação por alguma agente desnaturante é chamada de proteína desnaturada. Ex.: Calor, ácidos ou bases fortes, agitação mecânica, detergentes etc. Classificação das proteínas • As proteínas são classificadas em dois grupos principais: proteínas simples e conjugadas. Proteínas simples - São constituídas, exclusivamente, por aminoácidos. Em outras palavras, fornecem exclusivamente uma mistura de aminoácidos por hidrólise. Proteínas conjugadas - proteínas que por hidrólise liberam aminoácidos mais um radical não peptídico, denominado grupo prostético. • Os grupos prostéticos podem ser orgânicos (como por exemplo uma vitamina ou um açúcar) ou inorgânicos (por exemplo, um íon metálico). Lipoproteínas (lipídio - como lecitina ou colesterol), nucleoproteínas (ácidos nucleicos), glicoproteínas (carboidratos) e etc. Proteínas Globulares Apresentam as moléculas enroladas como novelos, e são solúveis em água. A maioria das proteínas apresentam estrutura globular como, por exemplo, as enzimas, anticorpos, hemoglobina, clorofila e mioglobina. Chamadas também de hemeproteínas. Hemoglobina Pepsina Proteínas Globulares Hemeproteínas – grupo especializado de proteínas, as quais contêm grupo heme como grupo prostético. Heme possui o íons ferroso que na hemoglobina e mioglobina liga-se com oxigênio. Proteínas Globulares Mioglobina – hemeproteína presente no coração e no músculo, funciona como reservatório de oxigênio como carreador que aumenta a velocidade de transporte de oxigênio dentro da célula muscular. • Formada por apenas uma cadeia polipeptídica, contém apenas um grupo heme, ligando somente a uma molécula de oxigênio. Proteínas Globulares A hemoglobina é encontrada exclusivamente nos eritrócitos, onde sua principal função é transportar oxigênio dos pulmões até os capilares dos tecidos; A hemoglobina A, a principal hemoglobina em adultos, é composta por quatro cadeias polipeptídicas - duas cadeias alfa (α) e duas cadeias beta (β) - mantidas unidas por meio de ligações não-covalentes Proteínas Globulares Hemoglobina – proteína encontrada exclusivamente nos eritrócitos. Forma T e Forma R Proteínas Globulares Hemoglobina A - tetrâmero resultante da associação de dois dímeros idênticos (αβ1) e (αβ2). Possuem o heme - que possui o íon ferroso (Fe2+). Transporte de O2 e CO2. Proteínas Globulares Outras hemoglobinas: • Hemoglobina fetal (HbF) - HbF é um tetrâmero, consistindo em duas cadeias α. idênticas àquelas encontradas na HbA, mais duas cadeias gama (γ); • HbF é a principal hemoglobina encontrada no feto e no recém-nascido, perfazendo cerca de 60% da hemoglobina total dos eritrócitos durante os últimos meses da vida fetal. • Hemoglobina A2 (HbA2) - é um componente menor da hemoglobina normal do adulto, surgindo inicialmente cerca de 12 semanasapós o nascimento e finalmente constituindo cerca de 2% da hemoglobina total; • É composta por duas cadeias α.-globina e duas cadeias delta δ) Proteínas Globulares Outras hemoglobinas: Proteínas Globulares Outras hemoglobinas: • Hemoglobina A1c. Sob condições fisiológicas, a HbA é glicosilada de forma lenta e não-enzimática; a extensão da glicosilação depende da concentração plasmática de uma determinada hexose; • A forma mais abundante de hemoglobina glicosilada é a HbA1c. que possui resíduos de glicose ligados predominantemente aos grupos NH2 das valinas N-terminais das cadeias; • Quantidades aumentadas de HbA1c são encontradas nos eritrócitos de pacientes com diabetes melito. HEMOGLOBIN0PATIAS Anemia falciforme (doença da hemoglobina S) HbS: A anemia falciforme (também denominada doença falciforme) é uma doença genética do sangue causada pela alteração de um único nucleotídeo (mutação pontual) no gene da cadeia de β-globina. Doença da hemoglobina C: Assim como a HbS, a HbC é uma variante de hemoglobina com uma única substituição de um aminoácido na posição seis na cadeia de p-globina. HEMOGLOBIN0PATIAS Talassemias As talassemias são doenças hemolíticas hereditárias, nas quais ocorre um desequilíbrio na síntese das cadeias de globina; Normalmente, a síntese das cadeias de globinas α e β é coordenada de modo que cada cadeia α tem uma cadeia β correspondente; Nas talassemias, a síntese de uma cadeia α ou β defeituosa. A talassemia pode ser causada por uma série de mutações, incluindo deleção de genes, ou ainda substituições ou deleções de um ou vários nucleotídeos. Proteínas Fibrosas São aquelas que apresentam moléculas distendidas e filamentosas, semelhantes a longos fios. A queratina, colágeno e elastina são proteínas fibrosas. Insolúveis. Queratina – encontrada na pele e cabelos; Colágeno – mais abundante do corpo, proteínas mais rígidas. Pele, tecido conjuntivo, córnea e parede dos vasos sanguíneos; Elastina – forma fibras à tensão, podem ser distendidas em várias vezes o seu comprimento normal. Encontradas, pulmões, paredes de grades artérias, e nos ligamentos elásticos. Questões 1. Construa um conceito prático de proteínas. Demonstrando suas principais funções. 2. Quais são as unidades formadoras das proteínas? Como estas unidades se ligam? O que é uma estrutura primária? 3. Quais os três aspectos que podem variar a estrutura primária de uma proteína? 4. Explique a estrutura secundária. Diferencie alfa hélice e beta pregueada. 4. A estrutura terciária é mantidas por quais interações? Explique cada uma. 5. Explique a estrutura quaternária. 6. As chaperonas auxiliam no dobramento proteico. Explique.
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