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Casos Concretos e Resumo de Direito Civil II - AV1, AV2 e AV3

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1 
 
RESUMO E CASOS CONCRETOS 2017 
By West Gave 
Casos estudados até AV1 
 
Caso Concreto 1 
 
a) É correto afirmar que as normas de Direito Obrigacional são hoje as que 
mais se aplicam com frequência? Explique sua resposta. 
 
Resposta: Entende-se que sim, pois, conforme frisa o autor a partir da citação de 
Fernando Noronha (p. 04) é possível conceber a hipótese de uma pessoa viver uma 
vida inteira sem necessidade de conhecer o Direito das Sucessões, ou a maior parte 
do Direito de Família (casamento, regimes de bens), ou até as partes mais 
significativas do Direito das Coisas. Mas não é possível viver à margem daquelas 
atividades do dia-a-dia regidas pelo Direito das Obrigações. 
 
2 
 
 
b) Os princípios da eticidade e da socialidade se aplicam ao direito 
obrigacional? Ao responder, explique os princípios. 
 
Resposta: O princípio da eticidade impõe a boa-fé objetiva e a propriedade às 
relações jurídicas. O princípio da socialidade a observação a boa-fé. Portanto, 
princípios plenamente aplicáveis às relações obrigacionais, ainda mais quando se 
considera a obrigação como um processo (processo de colaboração contínua e 
efetiva entre as partes) (p. 05 -06). 
 
c) Há diferença entre obrigação, dever, responsabilidade, ônus e estado de 
sujeição? Explique sua resposta e dê um exemplo de cada situação. 
 
Resposta: O dever jurídico se contrapõe ao direito subjetivo, tratando -se, 
portanto, de um comando emanado do direito objetivo, impondo-se a todos, 
como o dever de não danificar o patrimônio alheio. Obrigação é uma relação 
jurídica de caráter patrimonial e transitória entre credor e devedor que possui 
por objeto o cumprimento de uma prestação como aquela que decorre de um 
contrato de compra e venda. O ônus se caracteriza pela necessidade de se 
observar um determinado comportamento para obtenção de uma vantagem 
em proveito próprio, como levar o registro no Cartório de Títulos e 
Documentos um contrato para gerar efeitos em face de terceiros. O estado de 
sujeição se caracteriza quando a pessoa é obrigada a se sujeitar a uma 
determinada situação como é o caso dos 
impedimentos matrimoniais. Trata-se de poder jurídico do titular do direito, 
não havendo correspondência a qualquer outro dever. A responsabilidade é a 
consequência patrimonial do descumprimento de uma obrigação, portanto, 
trata-se de dever derivado, como o caso das indenizações. (p. 15-20) 
 
Caso Concreto 2 
 
Identifique as fontes das seguintes obrigações: 
1.Obrigação alimentar decorrente de parentesco. 
Obrigação Legal - Lei 
2.Obrigação de indenizar uma pessoa que foi 
atlropelada. 
Ato ilícito - Lei 
 3.Pagar uma recompensa. 
3 
 
 Ato unilateral/Declaração Unilateral de Vontade 
4.Pagar o café comprado na cantina durante o 
intervalo. 
Contrato 
5.Pagar uma nota promissória. 
Contrato 
 
 
a)Quanto ao objeto, à liquidez e modo de execução, qual a classificação da 
obrigação firmada entre Miguel e Vitor? 
 
Quanto ao objeto, a obrigação é de DAR coisa certa. O automóvel ou o dinheiro. 
Quanto a liquidez do objeto, a obrigação é liquida, ou seja obrigação líquida é 
aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por 
um algarismo ou algo que determine um número certo. A entrega do carro ou o 
valor de R$ 115,000,00. 
 
Quanto ao modo de execução a Obrigação é alternativa, ou seja, os objetos 
aparecem relacionados com a conjunção "ou". Alternando então, a opção por um ou 
outro objeto. Note que nesse caso em questão a obrigação se torna como o nome 
diz alternativa podendo se optar por um ou outro. 
 
4 
 
b) Quais os efeitos jurídicos do triste incidente ocorrido na 
estrada? 
 
Dispõe o art. 253 do Código Civil: 
“Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada 
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra”. 
Portanto, Vitor Mariano poderia escolher. Então, ele poderá dar o dinheiro. 
 
 
a) Que tipo de negócio jurídico fizera com Ana Maria? 
 
Trata-se de obrigação de dar coisa certa. Onde Pedro é o Credor e Ana a 
Devedora. 
 
b) Nesse caso, existe alguma maneira de ele reaver o prejuízo sofrido? Qual a 
base jurídica disso? 
 
Houve um inadimplemento sem culpa do devedor. A dona das sacas de café, 
no caso, Ana, arcará com o prejuízo, devendo devolver a quantia adiantada 
por Pedro. 
 
5 
 
 
a. Accipiens e Solvens; Objeto Imediato e Objeto Mediato. 
 
Accipiens: É a Confecção Radial. 
Solvens: Pedro. 
Objeto Imediato (Direto): É a obrigação de não fazer. 
Objeto Mediato (Indireto/complementa o verbo): Não aparecer em público 
utilizando roupas de outras marcas. 
 
OBS: Accipiens = Credor / Solvens = Devedor. 
 
b. Imagine que no primeiro dia de vigência do contrato a empresa Radial não 
encaminhou as roupas a Pedro que, necessitando ir à farmácia, aparece em 
público com roupa não pertencente à empresa contratante. Pedro foi fotografado 
por importante revista de moda. Pode, nesse caso, a empresa contratante 
resolver o contrato alegando inadimplemento e ainda pedir perdas e danos? 
Justifique sua resposta. 
 
Não. Ele descumpriu a obrigação sem culpa. 
 
6 
 
 
Antônio, Bernado e Carlos tem a obrigação de DAR coisa certa. O quadro é um 
bem indivisivel. 
Já que o quadro não existe mais, eles ficam na obrigação de pagar a multa. 
Porém, com base no artigo 263 do código civil, em seu parágrafo 2º, “se for de um 
só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pela perdas e 
danos”. Portanto, somente Antônio ficaria responsável pelo dano causado na 
relação juridica. 
 
 
a) Como pode ser classificada esse tipo de obrigação assumida? 
 
Solidariedade Passiva 
 
b) Quais as consequências legais desse tipo de obrigação assumida? 
 
7 
 
Como consequência natural da solidariedade passiva, o credor tem o direito de 
exigir dos devedores, isolada, ou conjntamente a divida, parcial ou total (art. 275 
CC). 
 
c) Como deve proceder o credor em caso de ter que recorrer à justiça para 
ressarcir-se de um prejuízo por dívida de obrigação solidária passiva? 
 
Se a obrigação solidária se resolver em perdas e danos, todos os 
codevedores permanecerão solidariamente responsáveis pelo valor da 
prestação, portanto, o credor poderá escolher quem ou quais irão pagar a 
dívida. (art. 275, CC). 
 
Casos estudados para AV2 e AV3 
 
 
8 
 
 
 
 
 
9 
 
José, demonstrando erro, pode reclamar de João a restituição do valor depositado. 
Art. 844 - enriquecimento sem causa. 
Segundo o art. 877 do CC aquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a 
prova de tê-lo feito por erro, nesse caso ele (José) pode demandar a ação de 
repetição de indébito para reaver o dinheiro pago segundo o artigo 876 do CC. 
 
Resposta resumida: Diante do Erro comprovado, José teria direito a reaver o 
dinheiro que depositou por engano. Reembolso (Art.877, CC). João terá que restituir 
o valor pago indevidamente(Art. 884,CC. Veda o enriquecimento a custa de outrem). 
 
Objetivas: 
1) “A” 
2) “A” 
 
 
Resposta: 
10 
 
Dação em pagamento. (art. 356), o credor(que não é obrigado a aceitar o 
carro) aceita que o devedor dê fim à relação de obrigação existente entre eles pela 
substituição do objeto da prestação, ou seja, o devedor realiza o pagamento na 
forma de algo que não estava originalmente na obrigação estabelecida, mas que 
extingue-a da mesma forma. 
 
Objetivas: 
1) “C” 
2) “C” 
 
Deve decretar a rescisão do negócio, sob fundamento de que, não havendo 
ressalva e não tendo intenção do credor de fazer circularo título, houve 
simplesmente confirmação da obrigação e não novação. 
 
Resposta resumida: Houve a confirmação da obrigação anterior. Mas não houve a 
intenção de novar(sem ressalva). 
Comprovando danos, caberia o ressarcimento desses. 
11 
 
 
Objetiva: 
1) “D” 
2) “D” 
 
 
 
Errado. O credor não é obrigado aceitar a purgação da mora. Art. 401, CC 
 
Objetiva: 
1) “ A” 
 
12 
 
 
Pela teoria da perda de uma chance, surgida na França no século XIX, a frustração 
da oportunidade de aferir um lucro ou de evitar um prejuízo deve ser indenizada. O 
critério para a quantificação da reparação é o grau de probabilidade que essa 
oportunidade (ou chance) teria de se concretizar. 
A perda de uma chance tem sido amplamente aceita pela jurisprudência como 
espécie de dano indenizável. 
 
Objetivas: 
1) “B” 
2) “E” 
 
13 
 
 
Milena não deu causa ao inadimplemento. 
As arras são “o famoso” sinal dado por uma das partes do contrato a outra tendo por 
finalidade assegurar o cumprimento da obrigação. Para respondermos esta questão, 
vamos utilizar dois artigos: Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o 
contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem 
recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua 
devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
O artigo visto acima traz as consequências do inadimplemento da obrigação para 
quem ofereceu e para que recebeu as arras. Art. 419. A parte inocente pode pedir 
indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa 
mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as 
perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. 
Logo, além de reter a “arras”, Milena tem direito a indenização suplementar. 
 
Resposta resumida: Milena poderia reter as Arras e ter uma idenização 
suplementar por perdas e danos, caso ela prove que as Arras não seja suficiente 
para sanar o prejuízo. 
 
14 
 
Objetivas: 
1) “E” 
2) “C” 
 
Art. 884 - enriquecimento sem causa. 
De acordo com o artigo 869 do CC, que trata da gestão de negócios, o dono deverá 
reembolsar Gumercindo das despesas necessárias ou úteis que teve com o caprino. 
Além disso serão devidos os juros legais desde o desembolso e eventuais prejuízos 
sofridos por causa da gestão, evitando com isso o enriquecimento sem causa por 
parte do dono. 
 
Resposta resumida: Art 884,CC veda o enriquecimento sem causa, portanto, 
Gumercindo tem que ser indenizado por ter cuidado do Carneiro. 
 
Objetiva 
 
1) e 
 
15 
 
 
16 
 
 
17 
 
 
 
 
18 
 
Semana 16 (Gabarito) 
 
1) A e C (Duas corretas) 
 
2) D 
 
3) A 
 
4) B 
 
5) B 
 
6) C 
 
7) A 
 
8) E 
 
9) A 
 
10) D 
 
11) A 
 
12) D 
 
13) C 
 
14) A 
 
15) C 
 
16) A 
 
 
 
 
 
 
19 
 
CIVIL II 
AULA 02 
 
Caso concreto 
*Sílvio resolve casar e vai até o Ponto Frio comprar uma geladeira 
Elementos estruturais (necessários) do contrato de compra e venda. 
1. Acordo 2. Objeto 3. Preço 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, 
desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
Quem compra tem obrigação de pagar (Sílvio), quem vende tem obrigação de 
entregar o bem (Ponto Frio). 
*Após 05 (cinco) dias da compra o Ponto Frio entregou a geladeira. 
O vínculo jurídico se extingue pelo efetivo cumprimento da obrigação. 
*Se por algum motivo o Ponto frio entregasse um armário ao invés da geladeira 
O devedor não pode obrigar o credor a receber prestação diversa da pretendida, se 
o Ponto Frio pudesse proceder dessa forma haveria insegurança nas relações 
jurídicas. 
No vínculo jurídico transitório incide o princípio da identidade material do objeto. Art. 
313, CC. 
O sujeito passivo tem o direito jurídico de cumprir a obrigação (o devedor) 
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, 
ainda que mais valiosa. 
*O que acontece com o inadimplemento do Ponto Frio (devedor) 
O objeto da obrigação é prestação de dar, fazer e não fazer, não sendo cumprida a 
obrigação surge à responsabilidade civil. 
Obs.: Morte civil – Consistia na perda dos direitos inerentes a personalidade, então 
no direito romano até determinada época, o devedor que não cumpria com sua 
obrigação se tornava escravo do seu credor, com o Justiniano o devedor passou a 
responde com o seu patrimônio. 
Atualmente o poder público atua de forma coercitiva determinando que se o devedor 
não cumprir com sua obrigação ele irá responder com o seu patrimônio. 
20 
 
Hoje não se adota a morte civil, não se responde com a liberdade ou com o corpo, 
mas sim com o patrimônio. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do 
devedor. 
Vide. Art. 649 do CPC (bens de família não entram) 
No vínculo jurídico o sujeito passivo (devedor - aquele que deve cumprir com a 
obrigação) fica adstrito ao sujeito ativo (credor - aquele que pode exigir o 
cumprimento) no cumprimento de uma prestação que tem por objeto dar, fazer ou 
não fazer. 
Objeto da obrigação – dar, fazer e não fazer. 
Não sendo cumprida a obrigação surge a responsabilidade civil (contratual, por 
existir o vínculo jurídico). 
Vínculo jurídico - contratual Acordo entre as partes- extracontratual 
Caso concreto 
Prof. Fraga no seu veloz Fiat 147, no caótico trânsito do Rio, colide na traseira do C4 
Palas do Arthur, taxista. 
Perdas e danos. 
Obrigação extracontratual, pois não havia vínculo jurídico antes do fato. 
Art. 206 s3, V, CC. (Prescreve em (03) três anos o prazo para reparação civil). 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos 
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que 
razoavelmente deixou de lucrar. 
Efetivamente perdeu – Danos emergentes (É o valor necessário a restituir a coisa ao 
seu estado anterior) 
Danos materiais – 10.000,00 (preço para o concerto do C4 Palas do Arthur) 
Deixou de lucrar – Lucros cessantes (Aquilo que ele deixou de ganhar) 
O carro ficou 30 dias parado e o Arthur deixou de lucrar 10.000,00 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
 
 
21 
 
 
Elementos 
subjetivos 
 
Sujeito ativo (credor) 
Determinado 
Determinável 
 
Sujeito passivo (devedor) 
Determinado 
Determinável 
 
Exemplo 
Fernando comprou uma geladeira no Ponto Frio. 
Sujeito Passivo 
Ativo 
No que concerne ao pagamento 
 
(devedor) Fernnando (credor) Ponto Frio 
 
No que concerne à entrega 
 
(devedor) Ponto Frio (credor) Fernando 
Obs.: o sujeito ativo pode ser determinável assim como o sujeito passivo. 
Obrigações em que você é o devedor não sabe quem é seu credor 
Caso concreto 
*Suzana, ao passear na praia da bica com sua cadela (fifi), encontra o Rafael que 
também passeia com seu Pit Bull. Logo o Cachorro do Rafael parte em direção a fifi, 
quando esta, se vendo acuada, também corre, porém em direção contrária e acaba 
por se perder, da dona, no requintado Jardim Guanabara. Dia seguinte Suzana 
começa colocar cartazes pelo bairro: procura-se, (...). Gratifica-se. 
Qual o negócio jurídico do caso concreto? 
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a 
quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o 
prometido. 
Suzana é devedora, pois tem obrigação de cumprir o prometido e não se sabe quem 
é o seu credor, que nesse caso é determinável, pois ainda não se sabequem vai 
achar a cadela. 
 
22 
 
Caso concreto 
Arthur, ao sair para o intervalo, descendo as escadas da Estácio, encontra um Rolex 
no valor de 80.000,00R$. Ele tem direito a exigir alguma recompensa pela coisa 
achada? 
ACHÁDEGO – É o prêmio dado ao achador de coisa perdida, também conhecido 
como ALVÍSSARA. 
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo 
antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do 
seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação 
e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. 
ELEMENTO OBJETIVO 
 
ELEMENTO 
OBJETIVO 
 
PRESTAÇÃO 
DAR 
FAZER 
NÃO FAZER 
É o objeto da obrigação que pode ser de dar, fazer e não fazer. 
Não poder atender telefone em sala de aula é uma obrigação negativa. 
VÍNCULO JURÍDICO 
É a relação que existe entre o credor e o devedor. 
TEORIA DUALISTA DE BRINZ 
Tem por finalidade distinguir o débito da responsabilidade. O débito consiste no 
dever jurídico, já à responsabilidade é a possibilidade se ré exigir coercitivamente o 
cumprimento da obrigação. 
Ao proceder a esta distinção vislumbra-se a existência de débito sem 
responsabilidade, assim como a existência de responsabilidade sem débito. 
Fernando no seu veloz e inalcançável Fiat 147, no caótico trânsito do Rio, colide na 
traseira do C4 Palas do Arthur, taxista. 
Art. 206 §3, V, CC. (Prescreve em (03) três anos o prazo para reparação civil). 
Art. 206. Prescreve: 
§ 3o Em três anos: 
V - a pretensão de reparação civil; 
23 
 
Passaram-se 04 anos e o Arthur não acionou o Fernando juridicamente, ocorreu 
então a prescrição. (Prescrição – É a perda da pretensão). 
A dívida continua existindo, Fraga continua devendo, porém não pode o Arthur exigir 
de forma coercitiva, pois prescreveu a pretensão. 
O Fraga tem débito, mas não mantém a responsabilidade. 
Obs.: Dívida de jogo não obriga o pagamento. 
Fernando ganha, na Mega-Sena da virada, 170.000.000,00R$. Dias depois encontra 
o Arthur, e este sabendo que o Fernando acabara de ganha uma ¨bolada¨ pede o 
pagamento daquela dívida prescrita. Então o Fernando paga o valor devido. 
Fraga encontra Angela que diz: acionar o Arthur juridicamento e pede seu dinheiro 
de volta, a dívida já estava prescrita. 
Pode o Fernando fazer isso? 
A obrigação natural não é dotada de exigibilidade. Não pode, pois devia. 
De acordo com o art. 882, CC - não pode o Fernando, depois, entrar na justiça e 
pedir seu dinheiro de volta porque a dívida estava prescrita. 
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação 
judicialmente inexigível. 
RESPONSABILIDADE SEM DÍVIDA 
Caso concreto 
Arthur aluga um apartamento com o Fernando, tendo como fiadora, Renata. 
O vínculo jurídico obrigacional acontece entre credor e devedor. 
Quanto ao pagamento 
do aluguel 
 
CREDOR – Fernando 
DEVEDOR – Arthur 
 
RENATA - Terceira interessada 
Obs.: Renata não faz parte do vínculo obrigacional, faz parte tão-somente da relação 
jurídica. 
Renata é terceira por não fazer parte do vínculo jurídico obrigacional, é também 
interessada porque tem interesse jurídico no cumprimento da obrigação. 
O fiador tem responsabilidade, mas não tem débito. 
 
 
24 
 
DIREITOS REAIS 
Conj. de normas com a finalidade de regular as relações existentes entre uma 
pessoa e uma coisa. A coisa deve ser passível de valoração econômica e ser 
apropriada. 
Criação dos direitos reais - somente a lei cria Direitos reais. (Art. 1225 – rol dos 
Direitos Reais). 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
(...) 
Criação – Quem pode criar Direito obrigacional - a própria lei ou a vontade das 
partes. (art. 265). 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
No Direito Civil vigora o princípio da autonomia da vontade – Temos a liberdade para 
realizarmos qualquer negócio jurídico. 
Os sujeitos do direito obrigacional: 
Sujeito ativo – Determinado ou 
determináveis. 
Sujeito passivo - Determinado ou 
determináveis. 
Obs.: podem ser determinado ou determináveis. 
Os sujeitos dos Direitos Reais: 
Sujeito ativo - Determinado Sujeito passivo - Indeterminado
Quanto à propriedade o sujeito ativo é determinado (titular do direito). 
Quem precisa respeitar os direitos de propriedade? Todos. 
Sujeito passivo é indeterminado, porque é toda a coletividade. 
Os direitos reais são oponíveis ERGA OMNES. 
OBJETO 
O objeto do direito obrigacional é a prestação e pode ser de Dar, Fazer e Não Fazer. 
O objeto do direito real é a coisa, coisa dotada de valoração econômica e passível 
de apropriação. 
Quando se é dono da coisa, o que se pode fazer com ela? 
Atributos inerentes à propriedade. 
25 
 
DA AÇÃO 
Ação pessoal – contra o próprio devedor 
Ação real – Busca a própria coisa 
Direito de sequela, parte final do art. 1228. 
Quando o direito de propriedade é violado não se pede perdas e danos, mas 
reintegração de posse. (Ação Real – buscar a própria coisa) 
Art. 1228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o poder 
de reavê-la de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
Usar – Utilizar a coisa ao fim que ela se destina. 
Gozo ou Fruição – É a possibilidade que o titular tem de fruir frutos ou rendimentos. 
Fruto – É tudo aquilo que a coisa periodicamente produz e que sua retirada não 
acarreta diminuição da própria coisa. 
Produto – É tudo aquilo que a coisa produz e que sua retirada acarreta perda ou 
diminuição da coisa. 
Caso concreto 
Michhele é casada em regime parcial de bens com o Júlio, e acaba de receber 
herança, do seu pai, de um apartamento no Jardim Guanabara. A quem pertence o 
apartamento? 
Art. 1659. Excluem-se da constância do casamento: 
I. os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar. 
 
Michele resolve vender, precisa ela do consentimento do Júlio? 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, 
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
 
EXTINÇÃO 
O direito obrigacional se extingue pelo decurso do tempo. 
As relações de consumo se extingue em 5 anos. 
26 
 
O direito real não se extingue pelo decurso do tempo. 
Não se perde a propriedade pelo lapso temporal. 
Obs.: Usucapião é a forma de aquisição da propriedade. 
OBRIGAÇÃO PROPTER REM 
Trata-se de uma obrigação híbrida, visto que surge em razão da existência de 
determinado bem ou coisa, sua exigibilidade recai não sobre a coisa, mas sim sobre 
a pessoa titular do direito real. 
Sua principal característica é que transferindo-se a titularidade, transfere-se a 
exigibilidade. 
Caso concreto 
Fernando tinha um apartamento na Adolfo colto e vendeu para o Sílvio. Quem 
pagará o condomínio e por quê? 
As despesas de condomínio são obrigações propter rem, portanto serão pagas pelo 
Sílvio, pois ao transferir a titularidade, transferi-se automaticamente a exigibilidade. 
 
Exercício 
 01. Fernando alienou seu imóvel para Renata, após um ano Renata é notificada 
pelo condomínio em razão de um débito condominial no valor de 12.000,00R$, 
divida esta anterior à aquisição do imóvel. Renata alega em sua defesa que como a 
dívida é anterior a aquisição, a ação deverá ser proposta contra Fernando. Decida a 
questão. 
Resposta – Embora seja débito anterior, Renata deverá pagar a dívida 
condominial, pois esta é uma é uma característica da obrigação propterrem, 
onde a dívida acompanha o imóvel, após o pagamento esta deve entrar com 
ação contra Fernando. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
CIVIL II 
AULA 03 
 
Obrigações simples 01 Credor 
01 Devedor 
01 Prestação 
As obrigações simples apresentam todos os elementos no singular. 
Obrigação de DAR divide-se em:
DAR COISA CERTA DAR COISA INCERTA 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA 
Caso concreto 
Víctor ganhou 260.000.000,00 na mega-sena da virada e resolveu comprar uma 
Ferrari, foi até a loja e celebrou contrato de compra e venda. A concessionária 
promete entregar o carro em uma semana. 
Pagamento Victor Devedor 
Concessionária Credor 
Entrega Victor Credor 
Concessionária Devedor 
 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, 
desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
Quando Victor será dono do carro? 
Quando o carro for entregue. 
1. Art. 237. Até a entrega o devedor é dono da coisa. 
Obs.: Primeira regra da obrigação de dar coisa certa (Até a tradição o devedor é o 
dono da coisa) 
2. Princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o principal) 
 
28 
 
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o 
prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a 
das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. 
Princípio da redução – primeira parte do art. 184 
Caso concreto 
Jurandir comprou um apartamento na planta e após 30 parcelas de 10.000,00R$ fica 
desempregado. Acontece que no contrato há uma clausula que diz: em caso de 
inadimplência perderá, o devedor, o apartamento e tudo que já foi pago. 
De acordo com o art. 53, CDC. A clausula é nula, mas não é porque a clausula é 
nula que todo o contrato seja nulo por completo. 
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em 
prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno 
direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do 
credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do 
produto alienado. 
 
Princípio da redução, primeira parte - Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a 
invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for 
separável. 
O contrato pode subsistir mesmo que uma clausula seja nula. Princípio da Redução. 
 
3. Perda – Quando a coisa deixa de existir 
Antes da entrega da Ferrari do Victor, uma chuva alaga o pátio da concessionária e 
cai um raio destruindo-a por inteiro. Pergunta-se, foi com culpa ou sem culpa da 
concessionária? 
Quando a perda ocorre sem culpa resolve-se a obrigação com a devolução dos 
possíveis adiantamentos (evitando o enriquecimento sem causa por parte da 
concessionária). 
O que significa resolver a obrigação? 
Deixa de existir exigibilidade no cumprimento do vínculo obrigacional. 
RES PERIT DOMINO (regra do direito civil) 
A coisa perece para o dono, só quem é o dono sofre a perda da coisa. 
A propriedade se estabelece entre uma pessoa e uma coisa. 
29 
 
A concessionária manda um funcionário fazer teste na Ferrari. O funcionário faz o 
teste na linha vermelha a 200 km/h, perde o controle do veiculo e capota 8 vezes. 
Pergunta-se, com culpa ou sem culpa da concessionária? 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
III. O empregador ou comitente. 
Com culpa a concessionária responde pelo equivalente mais perdas e danos. 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do 
devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a 
obrigação para ambas às partes; se a perda resultar de culpa do devedor, 
responderá pelo equivalente mais perdas e danos. 
Condição suspensiva – Clausula do negócio jurídico subordinado a evento futuro e 
incerto. 
DETERIORAÇÃO- Quando a coisa continua existindo, mas tem valor deteriorado ou 
diminuído.
SEM CULPA – art. 235 (resolve-se) COM CULPA- art.236(perdas e danos)
Obrigação de restituir (devolver) 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 
 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar 
a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, 
indenização das perdas e danos. 
Caso concreto 
Victor empresta sua Ferrari para o Fernando. 
Fernando é devedor, pois tem o direito de devolver a coisa e Victor é credor, dono 
da coisa. 
Fernando pega a Ferrari do Victor emprestada enquanto este viaja e vai para Cabo 
Frio. Ao chegar a cidade estaciona a Ferrari e toma, tranquilamente, seu 
refrigerante, quando vem um caminhão da prefeitura em alta velocidade e bate na 
Ferrari (PT). Pergunta-se, Fernando teve culpa? 
O Fernando tinha o direito de restituir a coisa antes do acidente, mas não teve culpa 
quando esta se perdeu. Então resolve-se a coisa. 
30 
 
Ao invés de emprestar a Ferrari o Victor aluga para o Fernando, 20 dias depois do 
aluguel vem um caminhão da prefeitura em alta velocidade e bate na Ferrari (PT). 
Decida o caso concreto. 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder 
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus 
direitos até o dia da perda. 
 
Deterioração 
Sem culpa, resolve-se. Com culpa, perdas e danos. 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal 
qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no 
art. 239. 
Quem ganha ou quem perde é sempre o dono da coisa. 
ACRÉSCIMO – Lucrará o credor, pois é o dono da coisa. 
Se houver trabalho – Indenização, do contrário haverá o enriquecimento sem causa. 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, 
sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
COISA CERTA- Quando ela é perfeitamente individualizada (Gênero, Qualidade e 
Quantidade). 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA 
É aquela em que não se encontra determinada a QUALIDADE. 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
10 sacas De arroz ? 
Quantidade Gênero Qualidade 
Sempre que houver escolha, a escolha é do devedor. 
Via de regra a escolha pertence ao devedor, salvo se o contrário não for 
estabelecido no momento de criação da obrigação. 
PRINCÍNPIO DA QUALIDADE MÉDIA – Em conformidade com esse princípio não 
poderá o credor entregar o pior, nem o credor exigir o melhor. 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha 
pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas 
não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
31 
 
 
CONCENTRAÇÃO – Consiste no ato através do qual ocorre a escolha da qualidade 
e por consequência a obrigação de dar coisa incerta transforma-se em obrigação de 
dar coisa certa. 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. 
A coisa incerta só existe até a concentração. 
Suponhamos que, em virtude de grande chuva, o depósito de arroz alague. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda 
que por força maior ou caso fortuito. 
1. O gênero nunca perece. 
2. Antes da concentração não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da 
coisa. 
3.Na hipótese de perecimento aplica-se as regras inerentes a obrigação de dar 
coisa certa. 
Sem culpa – resolve-se Com culpa – perdas e danos 
4. Na coisa incerta, se chover (perda parcial) 
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será: 
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro; 
Atraso – Mora 
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, 
constitui de pleno direito em mora o devedor. 
Liberdade de forma - para a realização dos negócios jurídicos não existe uma forma 
específica, salvo quando a lei exige. 
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse 
fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; 
feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente. 
 
Exercício 
Sílvio adquire a vista uma geladeira junto ao Ponto Frio com o prazo de entrega de 
cinco dias. Passado trinta dias, após inúmeras reclamações, procura você na 
qualidade de advogado perguntando qual a providência jurisdicional cabível. 
32 
 
Resposta – Na qualidade de advogado deve-se proceder através de antecipação da 
tutela sob pena de multa diária (O Ponto Frio será notificado pelo juiz), segundo o 
art. 476, CC. Para solicitar o direito é necessário está pagando. 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua 
obrigação, pode exigir o implemento da do outro. 
Obs.: o direito processual civil trata da tutela específica dos direitos das obrigações, 
permitindo a antecipação da tutela com a fixação de multa diária, sem prejuízo das 
perdas e danos. 
Art. 461, § 4º - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, 
impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente 
ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do 
preceito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
CIVIL II 
AULA 04 
 
Caso concreto 
01. Arthur adquiriu um consorcio de um Fiat UNO. Após efetuar o pagamento de 30 
parcelas é sorteado. Na data da entrega ao invés de um FIAT UNO exige uma carta 
de crédito no valor do automóvel, ocorrendo à recusa do consorcio. Inconformado 
ingressa juridicamente exigindo a carta de crédito. Decida a questão. 
Resposta. 
A questão versa sobre a obrigação de dar coisa certa e segundo o princípio da 
identidade material do objeto, o sujeito passivo (devedor) fica adstrito ao sujeito ativo 
(credor) no cumprimento de uma prestação. 
De acordo com o Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa 
da que lhe é devida, ainda que mais valiosa, também trata da questão o Art. 
356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é 
devida. 
02. Alexandre celebrou contrato com uma operadora de telefonia celular no qual sua 
conta ao atingir o valor de 80.00,00R$ acarretaria o bloqueio para a realização de 
ligações, mas continuaria recebendo chamada. Ao receber sua conta telefônica é 
surpreendido com o valor de 1200.00,00R$. Como não possui recursos financeiros 
lhe procura na qualidade de advogado, qual a providência jurisdicional cabível. 
Resposta. 
A questão versa sobre a obrigação de fazer, personalíssima, pois só ela, a 
operadora, consegue resolver a situação pendente. 
A primeira coisa que se deve fazer é entrar com ação para não pagar (inexigibilidade 
de dívida) e entrar com antecipação da tutela para não pagar, não desabilitar a linha 
e não negativar (inclusão no SPC), deve também, o credor, pedir o refaturamento 
da conta mais perdas e danos. 
 
 
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE MATERIAL DO OBJETO (art.313) 
Princípio segundo o qual o sujeito passivo (devedor) fica adstrito ao sujeito ativo 
(credor) no cumprimento de uma prestação. 
34 
 
 
DA OBRIGAÇÃO COM FACULDADE DE SOLUÇÃO 
Trata-se de uma obrigação simples (dar, fazer e não fazer). Na qual se inseri um 
direito potestativo para o devedor permitindo que esse proceda à dação de 
pagamento (Pagar com objeto diverso daquele que lhe é devido). 
DIREITO POSTETATIVO – É aquele que exercido pelo seu titular acarreta no outro 
o direito de sujeição. Ex.: Divórcio. 
DAÇÃO DE PAGAMENTO 
É o cumprimento da obrigação através de objeto direto aquilo que lhe é devido. 
Obs.: Sujeito tem uma dívida de 500.000,00, este pode dar um apartamento como 
pagamento através da DAÇÃO. 
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é 
devida, ainda que mais valiosa. 
O credor não é obrigado a receber, mas pode aceitar a prestação. 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é 
devida. 
Versando sobre o direito potestativo do devedor, a faculdade de solução não poderá 
ser exigida pelo credor. 
DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER – Conduta positiva 
Consiste na realização de um ato, serviço ou tarefa. 
ESPÉCIES DA OBRIGAÇÃO DE FAZER 
1. Obrigação de fazer INFUNGÍVEL ou PERSSONALÍSSIMA 
É aquela em que a obrigação somente poderá ser feita pelo próprio devedor. 
A) Inadimplemento absoluto (Inexiste utilidade no cumprimento da obrigação). 
 
Sem culpa – Resolve-se Com culpa – perdas e danos 
B) Inadimplemento relativo 
Ainda existe utilidade no cumprimento da prestação. 
35 
 
Providência jurisdicional com antecipação da tutela e estabelecimento de multa 
diária com perdas e danos. 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que 
recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. 
2. Obrigação de fazer FUNGÍVEL. 
É aquela obrigação que poderá ser cumprida por terceira pessoa. 
A) Inadimplemento absoluto 
Caso concreto 
Renata vai casar com X, na Ilha fiscal, no dia do casamento Renata não comparece, 
só aparecendo então três dias depois. 
Sem culpa – resolve-se Com culpa – perdas e danos 
 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, 
resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
 
B) inadimplemento relativo 
1. Providência - Solicitar providência jurisdicional, exigindo que o próprio devedor 
cumpra com a obrigação, pedido de antecipação de tutela, fixação de multa diária 
mais perdas e danos. 
Art. 461, § 4º, CPC - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na 
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for 
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o 
cumprimento do preceito. 
2. Providência jurisdicional com pedido de contratação de terceira pessoa as custa 
do devedor originária com perdas e danos. 
Não cabe a antecipação da tutela nesse caso devido a sua irreversibilidade 
caracterizando violação ao princípio constitucional da ampla defesa e do 
contraditório. 
3. Em caso de urgência o credor executa ou manda executar o ato ou serviço 
independentemente de autorização judicial e posteriormente exigi do devedor 
originário as perdas e danos. 
 
36 
 
C) Emissão de declaração de vontade 
Caracteriza-se quando o devedor se obriga futuramente a manifestar sua vontade. 
Obs.: No contrato de compra e venda superior a 30 salários mínimos se fará através 
de escritura pública. 
DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER – conduta negativa 
Consiste na abstenção da prática de determinado ato, ou seja, você se compromete a não 
praticar o ato. 
O inadimplemento consiste na praticar do ato. 
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I - fidelidade recíproca; 
A) Inadimplemento absoluto (O ato não pode ser desfeito) 
Sem culpa – resolve-se Com culpa – perdas e danosB) Inadimplemento relativo (o ato pode ser desfeito) 
Providência jurisdicional exigindo que o próprio devedor desfaça, com fixação da 
multa diária mais perdas e danos. 
Em caso de urgência o credor desfaz ou manda desfazer e posteriormente exigi 
perdas e danos. 
DA OBRIGAÇÃO AMBIÓTICA 
Segundo Washington de Barros Monteiro inexiste obrigação Ambiótica. Deve 
proceder a análise de qual obrigação deve ser prestada em primeiro lugar, pois esta 
será a modalidade de obrigação. 
Para ele não existe obrigação simbiótica, a primeira prestação a se fazer será a 
modalidade de obrigação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
CIVIL II 
AULA 05 
 
 
Obrigações 
complexas 
Pluralidade de Objeto Obrigações Alternativas 
 
Pluralidade de Sujeito 
Divisíveis 
Indivisíveis 
Solidárias 
 
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS 
Caracteriza-se pela pluralidade de prestações, sendo que o devedor se desobriga 
cumprindo com qualquer das prestações. 
Obs.: Uma coisa ou outra, se desobriga entregando alguma delas. 
Quando há a escolha da coisa acontece a CONCENTRAÇÃO. 
Para o que o devedor possa cumprir obrigação, há necessidade de que proceda a 
concentração (O devedor escolhe e comunica ao credor a sua escolha) 
Em dois momentos na obrigação o objeto é indeterminável: 
Coisa Incerta Obrigações Alternativas
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se 
estipulou. 
 
INADIMPLEMENTO ABSOLUTO 
Todas as prestações se impossibilitaram 
ESCOLHA DO DEVEDOR ESCOLHA DO CREDOR 
SEM CULPA – 
RESOLVE-SE 
Art. 256. Se todas as 
prestações se tornarem 
impossíveis sem culpa do 
devedor, extinguir-se-á a 
obrigação. 
SEM CULPA - 
RESOLVE-SE 
 
Art. 256. Se todas as 
prestações se tornarem 
impossíveis sem culpa 
do devedor, extinguir-se-
á a obrigação. 
COM CULPA - 
EQUIVALENTE A 
QUE POR 
Art. 254. Se, por culpa do 
devedor, não se puder cumprir 
nenhuma das prestações, não 
COM CULPA – 
O CREDOR 
EXIGE O 
Art. 255. (Parte final) se, 
por culpa do devedor, 
ambas as prestações se 
38 
 
ÚLTIMO SE 
IMPOSSIBILITOU 
MAIS PERDAS E 
DANOS 
 
 
competindo ao credor a 
escolha, ficará aquele 
obrigado a pagar o valor da 
que por último se 
impossibilitou, mais as perdas 
e danos que o caso 
determinar. 
EQUIVALENTE 
A QUALQUER 
DAS 
PRESTAÇÕES 
tornarem inexequíveis, 
poderá o credor reclamar 
o valor de qualquer das 
duas, além da indenização 
por perdas e danos. 
 
Obs.: se ambas as prestações se impossibilitarem simultaneamente o devedor 
estará o brigado a pagar o equivalente a qualquer das prestações mais perdas e 
danos. 
Segundo a doutrina, toda vez que o devedor concorrer culposamente para o 
inadimplemento absoluto da obrigação responderá por PERDAS e DANOS. 
INADIMPLEMENTO RELATIVO 
Quando (01) uma prestação se impossibilita. 
ESCOLHA DO DEVEDOR ESCOLHA DO CREDOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COM OU SEM 
CULPA – 
ENTREGA A 
SUBSISTENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 253. Se uma das 
duas prestações não puder 
ser objeto de obrigação ou 
se tornada inexequível, 
subsistirá o débito quanto 
à outra. 
 
 
SEM CULPA – 
ENTREGA A 
SUBSISTENTE 
 
 
Art. 253. Se uma das 
duas prestações não 
puder ser objeto de 
obrigação ou se tornada 
inexequível, subsistirá o 
débito quanto à outra. 
COM CULPA – 
O CREDOR 
EXIGE O 
EQUIVALENTE A 
QUALQUER DAS 
PRESTAÇÕES 
QUE SE 
IMPOSSIBILITOU 
MAIS PERDAS E 
DANOS 
Art. 255. (Parte final) se, 
por culpa do devedor, 
ambas as prestações se 
tornarem inexequíveis, 
poderá o credor reclamar 
o valor de qualquer das 
duas, além da indenização 
por perdas e danos. 
 
 
 
Art.255. (Primeira parte) 
Quando a escolha 
couber ao credor e uma 
das prestações tornar-
se impossível por culpa 
39 
 
 
COM CULPA – 
ACEITA A 
SUBSISTENTE 
do devedor, o credor 
terá direito de exigir a 
prestação subsistente 
ou o valor da outra, com 
perdas e danos; 
 
Obs.: segundo Gustavo Tepedino se o credor não aceitar a subsistente não poderá 
exigir perdas e danos, pois estaria evidenciado o enriquecimento sem causa. 
A contrário senso, alguns doutrinadores defendem a incidência de perdas e danos 
pelo fato do credor ter perdido a opção da escolha. 
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
Nas obrigações divisíveis somente se evidenciará quando exigir pluralidade de 
sujeitos no polo ativo ou passivo. A divisibilidade ou invisibilidade decorre do objeto. 
 
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS 
Incide a regra do CONCURSU PARTES FIUNT, ou seja, a obrigação se divide em 
exata proporção existente entre os credores e os devedores, como se fossem 
obrigações autônomas e distintas. 
Exemplo 
Fernando empresta 60,00R$ a Renata, Ana e Arthur. 
RENATA ANA ARTHUR 
20 20 20 
Cada devedor deve parte e responde tão-somente pela sua cota parte. 
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta 
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou 
devedores. 
 
DAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS 
Exemplo 
Fernando resolve dar a Renata, Ana e Arthur um Boi premiado. 
40 
 
RENATA ANA ARTHUR 
1/3 1/3 1/3 
Como se cada um devesse 1/3 
1. Cada devedor deve parte do objeto mais responde pela integralidade da 
prestação ou do objeto. 
Renata, Ana e Arthur devem um Boi premiado de 12.000.000,00R$ ao Fernando. 
Pergunta-se, pode o Fernando exigir da Renata todo o valor do Boi? Sim. 
2. O devedor que satisfaz a dívida por inteiro sub-roga-se nos direitos do credor em 
relação aos codevedores. 
3. Se a pluralidade for dos credores, qualquer credor pode exigir a prestação por 
inteiro. 
4. Se um dos codevedores receber a prestação por inteiro estará obrigado a pagar 
ao cocredor a sua cota parte em dinheiro. 
5. Se a pluralidade for dos credores, o devedor ou devedores somente se 
desobrigaram pagando: 
1. A todos conjuntamente; 
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor 
e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar 
do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. 
2. Caução de ratificação. 
O Boi premiado morre por culpa de um dos devedores. 
O Boi (que era indivisível) morreu, então passa agora ser divisível (custando 
12.000.000,00) 
6. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos. 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos 
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu (DANOS 
EMERGENTES), o que razoavelmente deixou de lucrar (LUCROS CESSANTES). 
Como a culpa foi de um dos devedores: equivalente mais perdas e danos. 
41 
 
Obs.: Se a culpa for de todos os devedores, todos respondem pelo equivalente 
mais PERDAS e DANOS, entretanto se a culpa for de um só dos devedores todos 
respondem pelo equivalente, mas PERDAS e DANOS só o culpado. 
Exercício 
01. Renata pactuou com a floricultura que a ornamentação da igreja para o seu 
casamento deveria ocorrer com RASA CHÁ, estabeleceu que caso a floricultura 
ficasse impossibilitada poderia desobriga-se procedendo a ornamentação com 
LÍRIOS BRANCOS, na data da celebração do seu casamento fica inconformada, pois 
a ornamentação foi realizada com os lírios e após retornar de sua viagemingressa 
juridicamente pedindo perdas e danos, a floricultura em contestação alega que na 
forma do art. 253, desobrigou-se. Decida a questão. 
RESPOSTA – A questão versa sobre a obrigação de fazer, onde a floricultura, 
através da faculdade de solução, desobrigou-se, incidindo aqui um direito 
potestativo. Portanto o caso em comento não cabe perdas e danos. 
02. Sílvio comprometeu-se junto ao condomínio ¨morar bem¨ a elaborar o sistema de 
segurança até 15/03, caso ficasse impossibilitado ficaria obrigado a entregar até o dia 30/03 
o sistema X já existente no mercado. No dia 16/03 Sílvio comunica ao condomínio que por 
sua desídia (vagabundagem) não elaborou o sistema, razão pela qual irá proceder a entrega 
do sistema X. O condomínio inconformado ingressa juridicamente exigindo perdas e danos. 
Sílvio em contestação alega que desobrigou-se. Decida a questão. 
Análise do caso concreto. 
Em 15/03 Sílvio se impossibilitou COM CULPA. 
Em 30/03 Sílvio se impossibilitou SEM CULPA. 
RESPOSTA – A questão versa sobre a obrigação alternativa, caracterizada pela pluralidade 
de objeto. Embora a prestação do dia 30/03 tenha se impossibilitado SEM CULPA do Sílvio, 
não o exime de responsabilidade quanto à prestação do dia 15/03, a qual se impossibilitou 
COM CULPA do mesmo. Então Sílvio responderá por perdas e danos pelo inadimplemento 
da obrigação. 
 
 
 
 
 
42 
 
CIVIL II 
AULA 06 
 
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
Caracteriza-se pela pluralidade de sujeito na relação obrigacional. 
Diversamente do Direito Civil Frances e do Direito civil Alemão, no Direito Civil 
Brasileiro inexiste presunção de solidariedade, ou decorre da lei ou da vontade das 
partes. 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
Art. 149. (segunda parte) se, porém, o dolo for do representante convencional, o 
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. 
Exemplo 
Fernando comprou um celular na loja no valor de 2.400,00R$, após 3 dias o celular 
apresentou problema e foi levado a assistência técnica. Quem responde pelo defeito? 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente... 
A loja, a assistência e o fabricante. 
Como a solidariedade não se presume, se decorrer da vontade partes precisa ser expressa. 
REGRAS 
Fernando e Sílvio emprestam 60,00R$ para Ana, Renata e Michele. 
FERNANDO SÍLVIO 
ANA RENATA MICHELE 
20 20 20 
 
1. DA SOLIDARIEDADE ATIVA 
A) Qualquer credor pode independentemente do cocredor exigir a dívida por inteiro. 
O credor que receber a prestação por inteiro estará obrigado a pagar ao cocredor a 
outra parte em dinheiro. 
43 
 
B) Qualquer credor independentemente do cocredor poderá remitir parcialmente ou 
integralmente a dívida, sendo parcial somente poderá remitir a cota parte do 
remitido. (Remissão = perdão/ Remitir = perdoar) 
C) Qualquer credor pode independentemente do cocredor exonerar ou extinguir um 
dos devedores da solidariedade. 
D) Se um dos credores falecer deixando herdeiros, estes somente poderão exigir 
proporcionalmente ao seu quinhão hereditário, salvo se for o único herdeiro ou se o 
objeto da prestação for indivisível. 
Fernando sai da Estácio às 2300h e em grave acidente de carro, vem a óbito, 
deixando dois herdeiros, Felipe e Ana. 
FERNANDO - 30 SÍLVIO – 30 
ANA RENATA MICHELE 
20 20 20 
 
FELIPE ANA 
15 15 
E) Se a prestação se impossibilitar por culpa de um dos credores subsiste a 
solidariedade (todos respondem pelo equivalente mais perdas e danos). 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os 
efeitos, a solidariedade. 
 
2. DA SOLIDARIEDADE PASSIVA 
 
A) Cada devedor deve parte, mas responde pela integralidade da prestação. O 
devedor que efetua o pagamento da dívida por inteiro tem direito de regresso em 
face dos codevedores. 
DIREITO DE REGRESSO – Incide o princípio da gravitação jurídica, não há a 
transferência de todos os privilégios e garantias. 
SUB-ROGA-SE = Ocorre todas as transferências 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada 
um será obrigado pela dívida toda. 
44 
 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor 
em relação aos outros coobrigados. 
B) O pagamento efetuado por qualquer devedor a qualquer credor extingue a 
obrigação até o limite do pagamento. 
C) Se um dos devedores falecer deixando herdeiros, estes responderam 
proporcionalmente ao seu quinhão hereditário, salvo se for o único herdeiro ou se o 
objeto da prestação for indivisível, respeitando-se o princípio do benefício do 
inventário. (Insolvente) 
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da 
herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que 
a escuse, demostrando o valor dos bens herdados. 
D) Se um dos devedores se tornar insolvente os codevedores responderam pela 
cota parte do insolvente. 
FERNANDO SÍLVIO 
ANA RENATA - INSOLVENTE MICHELE 
20 + 10 X 20 + 10 
 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada 
um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do 
insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-
devedores. 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os 
exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia 
ao insolvente. 
E) Se a prestação se impossibilitar por culpa de todos os devedores, todos 
responderam pelo equivalente mais perdas e danos, entretanto se a culpa for de um 
só dos devedores, todos respondem pelo equivalente, mas perdas e danos só o 
culpado. 
 
Exercício 
1. Mariana e Arthur se casaram, após celebração dos esponsais, abriram uma conta 
conjunta no BRADESCO com a finalidade de procederem a aquisição do enxoval. 
45 
 
Após 6 meses Arthur emite um cheque sem fundo que após ser devolvido duas 
vezes acarreta a inclusão de ambos os correntistas junto ao SERASA. A providência 
efetuada pelo banco está correta? Justifique sua resposta. 
Resposta – A questão versa sobre obrigação indivisível, não podendo ser solidária, 
pois esta não se presume. E de acordo com o art. 263, § 2º só aqule que tem culpa 
responderá por perdas e danos, fincando o restante exonerado de 
responsabilidade. Portanto a providência efetuada pelo banco está incorreta, pois 
só o Arthur deve ter o nome incluso no Serasa. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos. 
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse 
pelas perdas e danos. 
2. Victor emprestou a quantia de 80.000,00 R$ para Ana, Renata, Gabriela e Sílvia 
conjuntamente. Na data do pagamento Victor tomou conhecimento que Ana 
havia falecido deixando dois herdeiros, Renata se encontrava insolvente e 
Gabriela havia sido declarada incapaz por problemas mentais. Victor poderá exigir 
a integralidade de Sílvia? Responda justificadamente. 
Resposta - Não, a questão a questão em comento versa sobre obrigações divisíveis 
e não sobre obrigações solidárias, pois esta não se presume, resulta da lei ou da 
vontade das partes. Portanto Victor pode cobrar tão-somente o equivalente a 
20,00R$, cota parte de Sílvia na obrigação divisível. 
ANA - Falecida RENATA – Insolvente GABRIELA - Incapaz SÍLVIA 
20 20 20 
20 
Curador Herdeiro X Herdeiro Y Concurso de credores 
(Quirografário) 
10 10 
 
 
 
 
 
46 
 
CIVIL II – Av2 
AULA 07 
Da extinção das obrigações. 
O meio normalde extinção das obrigações ocorre pelo seu efetivo cumprimento. 
1. Quem pode ou deve pagar 
O pagamento deve ser efetuado pelo seu devedor ou por seu representante, toda 
via nada impede que o pagamento venha a ser efetuado por terceira pessoa. 
Obs.: 
 
Representação 
 
Legal Lei 
Judicial Tutor, Curador 
Convencional Quando o representante pode ser 
escolhido. 
O terceiro pode ser: 
a) Terceiro interessado – Aquele que possui interesse jurídico no cumprimento da 
obrigação, logo tem legitimação (detentor de direitos especiais para determinados 
atos da vida civil) para usar dos meios conducentes para a exoneração do devedor. 
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o 
credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
Obs.: Filho entra com ação de investigação de paternidade. 
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, 
passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz. 
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado 
extinto o processo. 
Ação de consignação 
Art. 335. A consignação tem lugar: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida 
forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar 
incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
47 
 
O terceiro interessado que efetua o pagamento da dívida sub-roga-se no direito do 
credor. 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, 
privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal 
e os fiadores. 
b) Terceiro não interessado - Aquele que não possui interesse jurídico no 
cumprimento da obrigação. 
b.1) Em seu próprio nome – Nesse caso não se sub-roga, mas tem direito de 
regresso. 
Ex.: a namorada que paga a conta do namorado. 
b.2) Em nome do devedor – Não se sub-roga-se, nem tão pouco tem o direito de 
regresso, segundo doutrina majoritária essa liberalidade equipara-se a uma doação 
pura. 
Ex.: A que paga a fatura de B, fazendo um favor. 
Segundo Gustavo Tepedino incide o direito de regresso para evitar o enriquecimento 
sem causa. 
2. A quem se deve pagar 
O pagamento deve ser efetuado ao credor ou a seu representante sob pena de não 
ser considerado válido. 
Exceções: 
a) O Credor ratifica o pagamento; 
b) O pagamento é efetuado de boa fé ao credor putativo (aquele que você acha que 
é seu credor mais não é); 
c) O pagamento é efetuado a pessoa incapaz de quitar a dívida, mas reverte em 
proveito do credor (Sujeito paga o cartão do outro). 
Obs.: Não se aplica essa regra quando se tratar de pensão alimentícia. 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, 
sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. 
3. Do objeto do pagamento 
Vigora o princípio do nominalismo, o qual estabelece que as dívidas pecuniárias 
serão pagas em moeda corrente na data do cumprimento da obrigação. 
48 
 
Incide o princípio da identidade material do objeto. 
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que 
mais valiosa. 
Entre pessoas físicas não se admite celebração de contrato em moeda estrangeira, 
entretanto se o contrato for celebrado entre pessoa física e uma pessoa jurídica 
pertencente ao sistema financeiro nacional, poderá haver celebração de contrato em 
moeda estrangeira, mas o pagamento se fará em moeda nacional. 
Se posteriormente a criação da obrigação, por fato imprevisível sobrevier manifesta 
desproporção poderá a parte prejudicada solicitar a providência jurisdicional para 
reequilibrar a obrigação. 
Teoria da imprevisão 
 Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o 
valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a 
pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. 
4. Do tempo do pagamento 
Via de regra, o credor não pode exigir o cumprimento antecipado da obrigação, 
salvo se o devedor se tornar insolvente ou falência (pessoa jurídica) ou se as 
garantias fidejussórias se tornarem insuficientes e o devedor não promoverem a sua 
reposição. 
CONCURSO DE CREDORES 
CT 
FISCO 
O.R.G 
FIDEJUSSÓRIOS 
QUIROGRAFÁRIOS 
 
5. Do lugar do pagamento 
Via de regra a obrigação deve ser cumprida no domicílio do devedor, salvo se outra 
coisa não se estipulou. 
O pagamento reiteradamente efetuado em local diverso do estabelecido do contrato 
faz presumir renúncia do credor ao estabelecido no contrato. 
 
 
49 
 
CIVIL II 
AULA 08 
Do pagamento indireto 
Consiste na extinção de obrigação de forma diversa da originalmente pactuada. 
Formas: 
1. DAÇÃO EM PAGAMENTO 
Trata-se de extinção da obrigação com objeto diverso do originalmente pactuado. 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 
Fernando deve 500.000,00 R$ para Sílvio (prestação pecuniária). 
Sílvio aceita o apartamento que o Fernando ofereceu em troca da dívida (acordo de 
vontade). 
Alei determina que uma vez que o credor tenha aceitado pagamento diverso do 
pretendido o negócio se regulará pela compra e venda. 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, 
desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
Uma vez que o credor aceite objeto diverso o negócio jurídico será regulado pelas 
normas inerentes ao contrato de compra e venda. 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as 
partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, 
desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
Art. 357 combinado com 482, CC 
Evicção – Perda da coisa em decorrência de sentença judicial. 
Ocorre evicção quando há a perda total ou parcial da coisa em face de outrem, 
possuidor de direito anterior, em virtude de uma sentença judicial. 
Fernando devia 500.000,00 ao Sílvio. Pagou a dívida com um apartamento, através 
da dação de pagamento. Ocorre que o apartamento era objeto de ação e perde o 
apartamento para Michelle. Decida a questão. 
Em caso de evicção ficará sem efeito a quitação, ressurgindo a obrigação primitiva. 
2. IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO – 
50 
 
Trata-se do oferecimento de uma parcela possível de quitar mais de um débito 
existente entre o devedor e o credor. 
As dividas precisam ser líquidas, exigíveis e a parcela oferecida deve ser da mesma 
natureza das dívidas. 
 Obrigação líquida - É aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua 
existência. Expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo. 
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 500,00 ou 5 sacos de arroz. 
Exigível – é a dívida que já se encontra vencida. 
Alexandre deve ao Fernando 
 100 120 130 180 (Valor) 
 
01/01 01/02 01/03 01/04 (Vencimento) 
Alexandre oferece 350 (Parcela fornecida precisa ser da mesma natureza). 
Regras: 
a) Pela vontade do devedor – O devedor ao fornecer a parcela deve informar em 
quantas prestações quer imputar o pagamento. 
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só 
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento,se todos forem 
líquidos e vencidos. 
b) Pela vontade do credor – Subsidiaria a vontade do devedor. Como o devedor não 
informou em quais parcelas quer imputar o pagamento, o credor poderá escolher em 
quaisquer imputar. 
Se o credor passa o recibo por conta do capital e não fizer menção aos juros 
vencidos, presume a lei que renunciou. 
Alexandre deve ao Fernando 
 100 120 130 180 (Valor) 
 
01/01 01/02 01/03 01/04 (Vencimento) 
Obs.: Juros em cada parcela vencida. 
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas 
quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a 
51 
 
reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido 
violência ou dolo. 
c) Por determinação legal – Subsidiaria a vontade do devedor e do credor. Uma vez 
que o devedor não informa em quais parcelas quer imputar o pagamento e o credor 
ao fornecer o recibo da quitação, não faz menção as parcelas quitadas, a imputação 
far-se-á na forma da lei, a qual determina que primeiro será imputado o valor dos 
juros e posteriormente as parcelas exigíveis em primeiro lugar (Primeiro paga os 
juros vencidos e depois as parcelas que vencerem a mais tempo). 
Se todas forem exigíveis ao mesmo tempo a imputação far-se-á na mais onerosa 
(Maior taxa de juros). 
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros 
vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar 
a quitação por conta do capital. 
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa 
quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. 
Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-
á na mais onerosa. 
 3. DA NOVAÇÃO – 
 Art. 360. Dá-se a novação: 
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a 
anterior; 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, 
ficando o devedor quite com este. 
É a criação de uma nova obrigação (autônoma e distinta) com a finalidade de 
extinguir a obrigação anterior. 
Poder ser: 
a) Novação Objetiva – Com a substituição do objeto; 
b) Subjetiva Ativa – Substituição do credor; 
c) Subjetiva Passiva – Substituição do devedor: 
C1 – Delegação – É a substituição do devedor com o seu consentimento; 
C2 – Expromissão - É a substituição do devedor independentemente do seu 
consenso; 
52 
 
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada 
independentemente de consentimento deste. 
Obs.: Caso não se evidencie o Animus Novandi (Com a intenção de inovar uma 
obrigação) a nova obrigação simplesmente confirma a obrigação anterior. 
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a 
segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. 
Michelle deve 30.000,00 R$ de cheque especial, por não poder pagar o banco cobra 
3.000,00 R$ de juros mensais. Michelle faz acordo com de 20 parcelas de 1500,00 
R$ com o banco. 
Obs.: Renegociação de dívida é diferente de novação. 
MUTUO FENERATÍCIO (EMPRESIMO) – Pode ser comodato (infungível) ou mutuo 
(fungível), simples ou feneratício. 
Michelle celebra um contrato de mutuo feneratício de 30.000,00 R$ e zera a 
obrigação. 
Obs.: Somente pode ser objeto de novação as obrigações ao menos anuláveis, não 
se admitindo a novação sobre obrigações nulas, extintas ou inexigíveis (Existência 
de nulidade relativa). 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce 
pelo decurso do tempo. 
Uma vez nulo sempre nulo (Nulidade absoluta). 
Princípio da redução – art. 184 (primeira parte). 
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio 
jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da 
obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a 
da obrigação principal. 
Venda de um apartamento no valor de 500.000,00 R$ através de instrumento 
particular. 
Princípio da conversão substancial - 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade 
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou 
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior 
salário mínimo vigente no País. 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
53 
 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou 
arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no 
Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à 
aquisição do imóvel. 
Princípio da convalidação – A confirmação do negócio jurídico anulável, pode ser 
expresso ou tácito. 
Convalidar – Torna-se válido. 
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de 
novação obrigações nulas ou extintas. 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce 
pelo decurso do tempo. 
 
4. DA COMPENSAÇÃO 
Consiste na extinção de delitos recíprocos existente entre o credor e o devedor, as 
dívidas precisam ser líquidas, exigíveis, fungíveis entre si, assim como a 
necessidade da identidade dos sujeitos da relação obrigacional. 
Fernando é credor de Alexandre (deve 10.000), em outra obrigação: 
Fernando (devedor) Alexandre (Credor) 
 10.000,00 9.000,00 Compensação 
Alexandre Fernando 
 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas 
prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando 
especificada no contrato. 
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a 
compensação. 
Fernando (locador) Arthur (Locatário) 
A aluguel vence no último dia útil do mês em vigor, Arthur recebe no 5º dia útil. Fica 
acordado que o Arthur pode efetuar o pagamento até o 5º dia útil. Pergunta-se, qual 
a data de vencimento do pagamento e em que data ocorre inadimplência? 
54 
 
Vencimento – 1º dia útil do mês subsequente 
Inadimplência – 6º dia útil. 
O fiador somente pode compensar a dívida do credor com a do afiançado. 
Se o Arthur não paga gera responsabilidade para o Jurandir (Teoria dualista de 
Brinz). 
Fernando (Fiador) Arthur (Locatário) Jurandir (Fiador) 
 9.000,00 9.000,00 S/ compensação 
Arthur Fernando Fernando 
Não pode haver compensação, pois não há identidade de sujeito. 
Jurandir pode exigir que o Arthur compense com o Fernando. 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; 
mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
No caso de seção de crédito, se o devedor não for notificado poderá opor ao 
cessionário a compensação do crédito que antes tinha contra o cedente. 
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros 
dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da 
cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido 
notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha 
contra o cedente. 
 
Fernando (Credor) CEDENTE 
 10.000 
Arthur 
 Renata (cessionária)Cedente – Aquele que cede um direito patrimonial a terceiro (cessão). 
Fernando (cedente) Renata (Cessionária) Arthur 
 10.000,00 10.000,00 9.000,00 
Arthur Arthur Fernando 
 
55 
 
 
5. DA CONFUSÃO 
– Consiste na reunião das qualidades de credor ou devedor na mesma pessoa 
extinguindo a obrigação. Poderá ocorrer por atos Inter vivos ou causa mortis. 
A empresa A empresta a 10.000 a empresa B – A empresa B compra a empresa A. 
Não se pode dever ou ser credor de se mesmo. 
Princípio da Saisine 
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros 
legítimos e testamentários. 
 
6. DA REMISSÃO 
– Leberalidade praticada pelo credor exonerando parcialmente ou a integralidade da 
dívida. Para que a remissão produza seus efeitos deverá ser aceita pelo devedor. 
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem 
prejuízo de terceiro. 
Quando o perdão é aceito, renuncia-se a eventuais perdas e danos. 
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, 
prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de 
alienar, e o devedor capaz de adquirir. 
A entrega voluntária de um título de crédito presume a remissão. 
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à 
garantia real, não a extinção da dívida. 
 
Fernando (Credor solidário) 
Renata Fernanda Natalia 
 20 20 20 
Remissão 40 
 60 
Só se pode exigir 40, pois Fernando perdoou Renata. 
56 
 
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a 
ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra 
os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida 
(DIVISÍVEL). 
 
Fernando (Credor – Touro premiado) 
Renata Fernanda Natalia 
 1/3 1/3 1/3 
Remissão 
Ao perdoar a Renata, Fernanda e Natalia estão obrigado a cumprir a obrigação 
devolvendo o touro por inteiro, porém estas deveriam pagar o equivalente a 1/3 
cada, haja visto que a Renata foi perdoada. Nesse caso, deve o Fernando restituir 
1/3 do valor do Touro para Fernanda e Natalia, evitando assim o enriquecimento 
sem causa. 
Exercício 
Arthur perdeu 10.000,00R$ em um jogo de Pocker para Sílvio, como não possuía 
recursos emitiu nota promissória com vencimento para 30 dias, na data do 
vencimento, como não possuía recurso, não efetuou o pagamento. Razão pela qual 
seu credor ingressou com ação de execução. Pergunta-se, o que Arthur poderá 
alegar em sua defesa? 
R: Em conformidade com o 367 combinado com o 814 § 1º, CC, Arthur poderá 
alegar em sua defesa que o título de crédito é uma novação de dívida de jogo, razão 
pela qual não se obriga o pagamento, pois a lei veda a dívida. 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as 
partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se 
pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, 
ou se o perdente é menor ou interdito. 
§ 1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva 
reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante 
não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé. 
Obs.: Se o Sílvio recebe o título de jogo (promissória) e transfere ou cede a terceiro 
o Arthur será obrigado a pagar a dívida. 
57 
 
Art. 814, § 1º (segunda parte) mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao 
terceiro de boa-fé. 
CIVIL II 
AULA 10 
07 – DO PAGAMENTO DE CONSIGNAÇÃO 
Consiste no depósito judicial ou extra judicial da coisa devida com a finalidade 
de extinguir a obrigação. 
Somente se admite consignação quando se tratar de obrigação da coisa certa. 
Se a obrigação for de fazer a prática do ato acarretará sua extinção em 
decorrência de seu efetivo cumprimento e caso se trate de obrigação de não 
fazer a conduta positiva do agente acarretaria o inadimplemento da obrigação. 
Requisitos para os pagamentos e consignações: 
a) Quanto as pessoas 
A1) Judicial (Ação) 
Somente possui legitimação o devedor, o representante e o terceiro 
interessado. 
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando 
aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz. 
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, 
salvo se julgado extinto o processo. 
A2) EXTRAJUDICIAL – Possui legitimação o devedor, seu representante, o 
terceiro interessado e o terceiro não interessado, se o fizer em nome e na 
conta do devedor. 
a) QUANTO AO OBJETO 
A prestação deve ser íntegra, ou seja, o devedor deve depositar o que está 
sendo solicitado pelo credor e discutir eventuais diferenças. 
Art. 4o (Lei 8.245/91) Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador 
reaver o imóvel alugado. Com exceção ao que estipula o § 2o do art. 54-A, o locatário, todavia, 
poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, proporcional ao período de cumprimento do contrato, 
ou, na sua falta, a que for judicialmente estipulada. (Redação dada pela Lei nº 12.744, de 2012) 
 Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devolução do imóvel decorrer de 
transferência, pelo seu empregador, privado ou público, para prestar serviços em localidades diversas 
daquela do início do contrato, e se notificar, por escrito, o locador com prazo de, no mínimo, trinta 
dias de antecedência. 
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Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação 
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for 
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do 
negócio. 
Tem que depositar o que está sendo pedido pelo credor para a extinção do 
contrato. 
c) QUANTO AO TEMPO 
Deve ser proposta até o cumprimento da obrigação, se posterior deverá incluir 
os juros e eventuais dúvidas cobradas pelo credor. 
Obs.: Ação de consignação não é meio adequado para que o devedor quite 
dívidas em atraso. 
d) DO LUGAR 
A ação deverá ser proposta no local de cumprimento da obrigação (Domicílio). 
Se posteriormente ao depósito e antes da citação o depositante solicitar o 
levantamento da garantia extingue-se a ação ressurgindo a obrigação 
primitiva. 
Se posterior a citação o levantamento da quantia depositada somente poderá 
ocorrer com a anuência do depositário (Credor) 
DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
Sendo o crédito um direito patrimonial (disponível) é possível de ser 
transferido a terceiros. 
1. Da lesão de crédito 
Negócio jurídico através do qual uma pessoa cedente transfere a terceiro 
cessionário o seu crédito. Para que a cessão produza plena eficácia deverá 
ocorrer concordância do devedor, caso não concorde ou não tenha sido 
notificado poderá opor ao cessionário as exceções pessoais que poderia opor 
ao cedente. 
Exceções pessoais - Compensações, prescrição, inexigibilidade de dívida, etc. 
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a 
terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que 
antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver 
sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito

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