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FICHAMENTO - MORAES, Antônio Carlos Robert (org.). A antropogeografia de Ratzel: indicações

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1/6 
 
Nome: Patrick Giuliano Taranti 
Nº matrícula: 11711GEO232 
Disciplina: História do Pensamento Geográfico 
Turma: Noturno ☐ Diurno ☐ 
Prof. Dra Rita de Cássia Martins de Souza 
 
Referências Bibliográficas 
 
MORAES, Antônio Carlos Robert (org.). A antropogeografia de Ratzel: indicações. In: 
_____. Ratzel: Geografia. São Paulo: Ática, 1990. p. 7-27. Nota: Intrudução. (Grandes 
Cientistas Sociais; v.59) 
 
 
A antropogeografia de Ratzel 
 
 “A obra de Friedrich Ratzel representou um papel fundamental no processo de 
sistematização da geografia moderna. Ela contém a primeira proposta explícita de um 
estudo geográfico especificamente dedicado à discussão dos problemas humanos. Foi, 
assim, de sua autoria, uma das pioneiras formulações - sem dúvida a mais trabalhada - de 
uma geografia do homem. A importância de sua obra também emerge por ela ter sido uma 
das originárias manifestações do positivismo nesse campo do conhecimento científico. 
Ratzel foi um dos introdutores desse método - que posteriormente se assentou como o 
dominante - no âmbito do pensamento geográfico. O significado da sua produção para o 
desenvolvimento da geografia pode, ainda, ser apontado no fato de ele ter aclarado aquela 
que viria a ser a principal via de indagação dos geógrafos, ou seja, a questão da relação 
entre a sociedade e as condições ambientais.” (p.7) 
 
 Sua preocupação não se limitava à Geografia. Publicou “As raças humanas”, um tratado 
antropológico / etnográfico. Outro campo de discussão é o da ciência política: temas como 
o Estado, das relações de fronteiras, ou de guerra, entre outros, estão no centro de suas 
considerações. (p.7-8) 
 
 “[...] apesar de estar centrado na geografia, o projeto teórico ratzeliano era basicamente 
interdisciplinar.” ; “Vê-se que a própria existência do estudo geográfico é justificada, na 
argumentação ratzeliana, em nome de uma meta teórica ambiciosa que almejaria uma 
explicação global da humanidade; poder-se-ia dizer que a geografia interessa enquanto 
elemento para a formulação de uma teoria da história.” (p.8) 
 
2/6 
 
 Sua preocupação central era entender a difusão dos povos pela superfície terrestre, 
problemática que, segundo ele próprio, articularia história, etnologia e geografia em uma 
mesma discussão (p.8-9) 
 “Ratzel dividiu a Geografia em três grandes campos de pesquisa: a geografia física, a 
biogeografia e a antropogeografia. Estas três vertentes concebidas como estudos sintéticos 
e explicativos.” ; O tema mais fundamental de indagação dos geógrafos seria o da questão 
da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade, ou, em outras 
palavras, das condições que a natureza impõe à história. ; “De acordo com Ratzel, as 
diversidades das condições ambientais explicariam, em grande parte, a diversidade dos 
povos, pois o substrato da humanidade seria a Terra, onde as sociedades se 
desenvolveriam em íntimo relacionamento com os elementos naturais. O estudo da 
distribuição das sociedades humanas sobre o globo constituiria o segundo campo de 
interesse da pesquisa. [...] O terceiro tema de interesse da antropogeografia seria o estudo 
da formação dos territórios.” (p.9) 
 
 “Foi um crítico do determinismo simplista, o qual, em sua opinião, prestou um desserviço 
à Geografia ao tentar explicar de imediato – e por uma via especulativa, sem base empírica 
– a complexa questão das influências das condições naturais sobre a humanidade." ; “O 
homem, na concepção de Ratzel, é um ser da natureza que possui instintos, necessidades 
e aptidões.” (p.10) 
 
 “É um ser terrestre, que tem a Terra como ‘mãe provedora’, ‘sua morada’, enfim, como 
suporte de sua vida.” ; “A aceitação da existência de influências das condições naturais não 
implica, na argumentação de Ratzel, uma passividade total do elemento humano; pelo 
menos não nesse plano de definição do objeto antropogeográfico. As influências se põem 
de forma mediatizada: no indivíduo, como condicionantes somáticos-anatômicos e como 
estímulos psicológicos [...]; na constituição social, pelos recursos e riquezas disponíveis; na 
constituição étnica de um povo, pelas condições de difusão propiciadas pelo meio (gerando 
o isolamento e a mestiçagem como casos-limite); na organização do trabalho, pelo estímulo 
ou barreiras existentes; na formação dos Estados, pela posição geográfica desfrutada etc.” 
; “A influência das condições naturais não seria o motor da história, sua única causa. [...] 
A Ação da condições ambientais – a ‘força do meio’ – seria, isto sim, a temática própria, 
diferenciadora, da análise antropogeográfica.” (p.11) 
3/6 
 
 
 “O Positivismo domina completamente a concepção ratzeliana do método a ser 
assumido pela antropogeografia. [...] A evidência mais fundamental dessa filiação ao 
positivismo está no fato de Ratzel professar o princípio da unidade do método científico, isto 
é, a idéia da existência de um único método comum a todas as ciências – as quais seriam, 
consequentemente, definidas por objetos próprios. [...] (p.12) 
 
 “A adesão de Ratzel ao positivismo, bem como a concepção naturalista daí decorrente, 
manifestou-se plenamente nos procedimentos analíticos por ele preconizados. A 
antropogeografia foi posta como uma ‘ciência empírica’, pautada na observação e na 
indução. [...] O trabalho deveria partir da descrição minuciosa de quadros espaciais 
circunscritos, vistos como conjuntos de elementos diferenciados entre os quais os 
fenômenos humanos. À descrição seguiria a comparação tendo por meta a classificação” 
(p.13) 
 
 “No âmbito explícito da Geografia foi na obra de Ritter, sem dúvida, que Ratzel vai buscar 
sua inspiração. A postura de centrar a análise geográfica na problemática da influência das 
condições naturais sobre a história da humanidade já se encontrava desenvolvida nas 
páginas desse autor. [...] A novidade introduzida por Ratzel residiu em colocar a questão 
das influências como objeto primeiro de uma geografia do homem.” (p.15) 
 
 “[...] Ratzel inaugurou alguns problemas que acompanharão todo o desenvolvimento 
posterior da geografia de inspiração positivista. Vários dualismos irresolvíveis do 
pensamento geográfico tradicional têm origem em sua proposta.” ; O positivismo 
demandava leis, que o equacionamento do objeto geográfico se recusava a fornecer, a não 
ser à custa de simplificações grosseiras. (p.17) 
 
 A obra capital de Ratzel, Antropogeografia, de 1882, consagra seu autor no ambiente 
acadêmico alemão. Entre 1885 e 1888 publicou os três volumes de sua segunda mais 
importante obra – As raças humanas –. Em 1896 edita O Estado e seu Solo Estudados 
Geograficamente e, em 1897, a sua obra mais polêmica, a Geografia Política. (p.18-19) 
 
4/6 
 
 “[...] o autor vivenciou o processo de formação do Estado moderno alemão, tendo escrito 
a maior parte de seus trabalhos no período bismarckiano de consolidação desse Estado.” ; 
A Alemanha “emerge como potência capitalista, apresentando uma industrialização superior 
à da Inglaterra no último lustro do século XIX, destituída de colônias. Um expansionismo 
latente será a marca da política nacional alemã no período.” (p.19) 
 
 “As formulações de Ratzel se inscrevem na retaguarda ideológica de tal processo. Sua 
teorização atua no sentido de legitimar o projeto expansionista, seja através de uma 
naturalização da guerra e da competitividade entre as nações, seja pela apologia do Estado 
existente em suas obras” (p.20) 
 
 “A expansividade, na concepção ratzeliana, seria natural dos povos e produziria efeitos 
diferentes conforme o estágio de desenvolvimento por eles vivenciadono momento da 
difusão.” (p.22) 
 
 “[...] havendo o progresso, a expansão torna-se inevitável, seja em função da exaustão 
do meio pelo uso intensificado, seja pela pressão demográfica.” (p.22-23) 
 
 “[...] constrói dois conceitos fundamentais: o de território e o de espaço vital. O território 
seria, em sua definição, uma determinada porção da superfície terrestre apropriada por um 
grupo humano [concepção da zoologia e botânica]. Dessa forma, o território é posto como 
um espaço que alguém possui, é a posse que lhe atribui identidade. [...] O espaço vital 
manifestaria a necessidade territorial de uma sociedade tendo em vista seu equipamento 
tecnológico, seu efetivo demográfico e seus recursos naturais disponíveis. Seria assim uma 
relação de equilíbrio entre a população e seus recursos, mediada pela capacidade técnica. 
Seria a porção do planeta necessária para a reprodução de uma dada comunidade.” (p.23) 
 
 Para Ratzel, a guerra, a violência e a conquista são considerados componentes naturais 
da história humana. É por meio destas, que um povo progride e se expande, difundindo 
sobre as sociedades que subjuga, é este o germe civilizatório que impulsionou seu 
movimento. (p.24-25) 
 
5/6 
 
 “A estratégia imperial bismarckiana é plenamente assumida por Ratzel, aparecendo, 
por exemplo, em suas colocações sobre a relatividade das fronteira (seu caráter 
circunstancial) e sobre a inevitabilidade da guerra.” ; “A retomada das teorias de Ratzel 
pelos autores nazistas não é assim meramente acidental.” (p.26) 
 
 “[...] a ‘herança geográfica’ ratzeliana [...] é constituída, principalmente, de suas 
formulações concernentes ao objeto antropogeográfico” (p.27) 
 
Comentários 
• Localização na Biblioteca Digital Particular “Patrick Giuliano Taranti” 
o Chamada / Tombo: TD-002.164 
Obs: obra completa 
 
Sobre o livro 
 Friedrich Ratzel (1844-1904) representou papel fundamental no processo de 
sistematização da geografia moderna. 
 Foi de sua autoria uma das pioneiras formulações de um estudo geográfico 
especificamente dedicado à discussão dos problemas humanos. 
 Seu projeto teórico, basicamente interdisciplinar, teve a preocupação central de entender 
a difusão dos povos na superfície terrestre, problemática que, segundo seu próprio juízo, 
articularia história, etnologia e geografia numa mesma discussão. 
 Nesta coletânea, são apresentados textos fundamentais de Ratzel, onde são discutidas 
suas principais propostas, entre elas a da constituição da antropogeografia, ciência voltada 
para a articulação entre as condições naturais e a história dos povos. 
<<<<<>>>>> 
Sobre o autor 
 Antônio Carlos Robert Moraes, mineiro de Poços de Caldas foi um geógrafo, cientista 
social e professor (1954-2015). 
 Desde muito jovem viveu na capital paulista. Na década de 1970, participou da luta 
contra a ditadura como membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), à época proscrito, 
e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que reunia discordantes do golpe de 1964. 
É na interface entre Geografia, História, Ciência Política e Sociologia do Conhecimento que 
sua produção intelectual se localiza. 
6/6 
 
 Bacharel em geografia (1977) e em ciências sociais (1979) pela USP, assi como o 
mestrado, doutorado e livre-docência. 
 Tornou-se docente da USP em 1982 e, a partir de 2005, foi nomeado professor titular do 
Departamento de Geografia, onde coordenou o Laboratório de Geografia Política. Também 
foi professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP (1978-1982) e 
ministrou cursos em várias universidades do país e do exterior. 
 Presidia a banca de geografia do concurso de ingresso na carreira de diplomata do 
Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores. 
 Elaborou, para o governo brasileiro, a metodologia de vários programas de política 
ambiental e de ordenamento territorial, notadamente interessando-se pelas áreas costeiras. 
Foi consultor do Programa de Gestão da Zona Costeira de Moçambique. Participou da 
elaboração do Programa Global de Ação para o Controle de Poluição Marinha do CDS-
ONU. 
 Em 2001, foi agraciado com a Ordem do Rio Branco. 
 Publicou e organizou 26 livros nas áreas da geografia histórica e política – o último deles, 
Território na geografia de Milton Santos, em 2014 – e dezenas de artigos. (fonte: Wikipédia) 
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Principais obras do autor 
• Contribuições para a gestão da zona Ccosteira do Brasil 
• A Fazenda de Café. O Cotidiano da Historia 
• Flávio de Carvalho 
• A Gênese da Geografia Moderna 
• Geografia Crítica - A Valorização do Espaço (com Wanderley Messias da Costa) 
• Geografia Histórica do Brasil: Capitalismo, Território e Periferia 
• Geografia : Pequena História Crítica 
• Ideologias Geográficas 
• Meio Ambiente e Ciências Humanas 
• Território e História no Brasil 
• Território na Geografia de Milton Santos

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