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Trabalho - SOUSA SANTOS, Boaventura. Por uma concepção multicultural de direitos humanos

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1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO – ESTÁCIO/UNISEB 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
DISCIPLINA DE DIREITOS HUMANOS 
 
 
PATRICK GIULIANO TARANTI 
MATRÍCULA Nº 201703028635 
5º PERÍODO / MATUTINO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE ESTUDO DIRIGIDO 
 
Trabalho de Estudo Dirigido apresentado a 
Disciplina de Direitos Humanos do Curso de 
Bacharelado em Direito do Centro Universitário 
Estácio de Ribeirão Preto – ESTÁCIO/UNISEB, 
como requisito parcial avaliativo para composição 
de nota. 
Docente: Prof. Dr. César Augusto Ribeiro Nunes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2017
2 
 
SOBRE A ATIVIDADE PROPOSTA 
 
Trata o presente estudo dirigido de abordagem acerca de texto proposto pelo 
docente da disciplina de Direitos Humanos, Professor Dr. César Augusto Ribeiro 
Nunes, sendo este, o texto, “Por uma concepção multicultural de direitos humanos” de 
autoria de Boaventura de Sousa Santos, disponível em: 
SOUSA SANTOS, Boaventura. Por uma concepção multicultural de direitos humanos. 
Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 48, p. 11-32, Coimbra (POR): UC: CES, 
jul./1997. Disponível em: <http://www.ces.uc.pt/rccs/includes/download.php?id=630>. 
Acesso em: 19 abr. 2017. 
 Após a leitura do texto proposto deve o discente responder aos 
questionamentos posto e pré-determinados pelo docente, sendo eles a conhecer: 
• Qual o entendimento do autor acerca da globalização? Quais são os tipos de 
globalização? 
• Para o autor, é possível identificar os direitos humanos como um guia para a 
emancipação social? Quais seriam as condições sociais (contextuais) para 
essa realização? 
Conhecidos os requisitos preliminares do estudo dirigido proposto passemos a 
resolução do proposto. 
 
3 
 
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DIRIGIDO 
 
 Em relação ao questionamento efetuado posto à globalização na visão do autor 
e os tipos de globalização elencados podemos traçar os seguintes apontamentos a 
serem conhecidos. 
 Boaventura propõe que o termo globalização seja compreendido como um 
processo pelo qual determina a condição ou entidade local estende sua influência a 
todo globo e, ao fazê-lo, desenvolve a capacidade de considerar como sendo local 
outra condição social ou entidade rival. Ou seja, esta concepção impõe a não 
possibilidade de se falar em globalização sem que seja considerado o processo de 
localização e sem que se considere as questões locais e culturais de cada região. 
 Tal processo possui por consequência a modificação da compreensão do 
espaço-tempo, compreensão esta que interfere nos processos de transformação social 
no mundo. 
 Faz-se necessário, portanto, a análise de todas as relações de poder e 
submissões que permeiam essas modificações, sobretudo, nas que envolvem 
relações de força motriz econômica, isto é, as relações de trabalho. 
 Segundo Boaventura, os processos de globalização podem ser divididos de 
quatro formas, a serem conhecidas: 
1. Localismo globalizado – fenômeno local acaba estendendo sua influência para 
o resto do globo, ou grande parte dele; 
2. Globalismo localizado – práticas e imperativos transnacionais impactam e 
modificam relações locais para alcançar seus objetivos; 
3. Cosmopolitismo – agrupamento de entidades sociais, ONG’s e práticas sociais 
que visam ajudar aqueles que sofrem discriminação e são excluídos no cenário da 
globalização (incluem-se, mas minorias a defesa do meio ambiente), traduzido pelo o 
autor como sendo: a solidariedade entre grupos explorados, oprimidos ou excluídos 
pela globalização hegemônica; e, 
4. Patrimônio comum da humanidade – os temas que envolvem o mundo como 
um todo e fatores determinantes para o bem-estar da humanidade. 
4 
 
Observa-se que os dois primeiros processos tratam de relações de trabalho e suas 
modificações. Estes processos implicam numa globalização de cima-para-baixo, pois 
são fruto de países centrais e acabam gerando grande influências nos países 
periféricos. São assim chamados de hegemônicos. Já no terceiro e quarto processo, 
estes são os processos contra hegemônicos, pois advém de iniciativas de países que 
sofrem com os processos de globalização das grandes potências. 
Em relação ao questionamento efetuado posto os direitos humanos podemos 
traçar os seguintes apontamentos a serem conhecidos. 
 Frente a complexidade dos direitos humanos, a qual é percebida quando estes 
direitos são efetivamente praticados por meio do localismo globalizado ou como 
cosmopolitismo, ou seja, pela globalização hegemônica e globalização contra-
hegemônica. 
 Apontar e demonstrar as condições culturais para que os direitos humanos se 
apresentem como globalização contra-hegemônica é o objetivo do autor, já que os 
direitos humanos universais tendem ao localismo globalizado, neste ponto, há um 
choque de civilizações, pois o conceito citado é predominantemente ocidental. 
Para passar de localismo globalizado para cosmopolitismo, que é a principal 
tarefa da política emancipatória, é necessário conceituar os direitos humanos como 
multiculturais. 
Para se alcançar esta política contra-hegemônica, faz-se necessária uma 
relação equilibrada entre competência global e legitimidade local, a qual transforma os 
direitos humanos por meio do multiculturalismo emancipatório. 
Por não serem universais, quatro regimes de aplicação dos direitos humanos 
são identificados por consenso: europeu, interamericano, africano e asiático. A 
existência desses quatro regimes demonstra que os direitos humanos ditos universais 
não o são na prática. 
Para tanto o autor conceitua direitos humanos como a existência de uma 
natureza humana universal que pode ser conhecida racionalmente; a natureza 
humana é essencialmente diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui 
uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida da sociedade ou do 
Estado. Observa-se que esta conceituação é ocidental, uma vez diferencia a 
concepção de dignidade humana de outras culturas. 
5 
 
Na atualidade, é possível observar-se a luta de milhares de pessoas e de 
ONGs pelos direitos humanos, em defesa das classes sociais oprimidas, seja pelo 
Estado ou por práticas políticas, econômicas e culturais discriminatórias. O objetivo 
dessa luta é emancipatório e por vezes anticapitalistas. Simultaneamente ao localismo 
globalizado, práticas e discursos têm sido desenvolvidos de forma contra-hegemônica, 
na luta contra a opressão e apresentando propostas de concepções não-ocidentais de 
direitos humanos, com diálogos interculturais sobre o assunto e levando em 
consideração as diferentes concepções de dignidade humana. 
São apresentadas cinco premissas para a transformação da prática dos direitos 
humanos: 
1. Superação do debate sobre o universalismo e relativismo cultural. Esses dois 
conceitos são prejudiciais à visão emancipatória; contra o universalismo, são 
propostos diálogos interculturais sobre preocupações convergentes, mesmo que 
expressas em linguagens diferentes e partindo de universos culturais diferentes; 
contra o relativismo, propostos critérios para distinguir políticas. 
2. Todas as culturas possuem concepções de dignidade humana, porém nem 
todas as utilizam como termos de direitos humanos; é importante identificar 
preocupações com mesma forma entre diferentes culturas; ‘’conceitos diferentes 
podem transmitir preocupações semelhantes’’ 
3. Todas as culturas são incompletas e problemáticas nas suas concepções de 
dignidade humana; a incompletude provém da pluralidade de culturas e é mais 
perceptível a partir da visão de outra cultura, visão externa; se existisse uma cultura 
tão completa, séria única;aumentar a noção de incompletude é uma das tarefas 
fundamentais para uma concepção multicultural dos direitos humanos. 
4. Todas as culturas possuem diferentes versões de dignidade humana; a 
modernidade ocidental está dividida em duas concepções e práticas dos direitos 
humanos: a liberal que dá prioridade aos direitos cívicos e políticos; e a social 
democrática: que dá prioridade aos direitos sociais e econômicos. 
 É necessário definir qual possui maior círculo de reciprocidade. Dessa forma, 
os são grupos divididos em dois princípios competitivos de vínculo hierárquico: 
• Princípio da igualdade: hierarquia da estratificação social e econômica; 
cidadão/ estrangeiro; 
6 
 
• Princípio da diferença: hierarquia entre etnias ou raças, entre sexos, entre 
religiões; 
 Para uma política emancipatória de direitos humanos é necessário distinguir a 
luta pela igualdade da luta pelo reconhecimento igualitário das diferenças, para que 
essas lutas sejam eficazes. 
 Essas premissas são pontos fundamentais para um diálogo intercultural sobre 
a dignidade humana, na busca por uma concepção multicultural dos direitos humanos, 
proposta por Boaventura de Souza Santos. 
Considerações acerca do texto de proposto para estudo dirigido, observa-se 
que na sua atual concepção, os direitos humanos globais são uma forma de localismo 
globalizado, onde dificilmente alcançarão a plena concepção da dignidade humana 
nas diferentes regiões culturais do planeta. Sendo necessário um estudo regionalizado 
para mutabilizá-lo em uma política cosmopolita que vise a unificação das diferentes 
concepções de emancipação social. Tem-se na atualidade que a política de direitos 
humanos multicultural pode parecer ilusória, contudo, em que pese tal sensação, é 
uma exigência séria para se atingir o respeito universal pela dignidade humana.

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