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54CBC0716 Argamassas para reforço estrutural com incorporação de adições

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ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 1
Argamassas para reforço estrutural com incorporação de adições 
minerais 
Mortars for structural reinforcement incorporating mineral additions 
 
BORJA, Edilberto Vitorino de (1); ANJOS, Marcos Alyssandro Soares dos (2);SILVA, Italo David Galvão da 
(3); CUNHA JUNIOR, Manoel Dias da (4); SANTOS JUNIOR, José Thadeu Soares (5). 
 
(1) e (2) Professor Doutor, IFRN Campus Natal Central Departamento de Construção Civil 
edilberto.borja@ifrn.edu.br ; marcos.anjos@ifrn.edu.br 
(3) e (5) Aluno de Graduação - Curso de Tecnologia em Construção de Edifícios, IFRN Campus 
Natal 
sgdi2@yahoo.com.br ; thadeusoares_jr@hotmail.com 
(4) Professor Mestre, IFRN Campus Natal Central Departamento de Construção Civil 
manoel.cunha@ifrn.edu.br 
 
Resumo 
 
Neste trabalho, discute-se e analisa-se a viabilidade da aplicação da cinza de biomassa da 
cana-de-açúcar (CBC), em argamassas de reparo/reforço estrutural, como adição mineral. O 
potencial pozolânico deste material, evidenciado nos estudos de Borja (2011) e Anjos e Borja 
(2010), apresenta-se com 78% de sílica em sua composição. Os cinco traços aqui 
analisados foram baseados nos estudos realizados por Freitas et al. (2011), fazendo-se 
uso apenas de argamassas com adição de CBC, em substituição parcial ao cimento, na 
sua composição, nas proporções de 5%, 10%, 15% e 20%, além do traço padrão (sem 
resíduo da CBC). Manteve-se a relação água-cimento constante em relação aos materiais 
finos (cimento + CBC), variando-se os aditivos minerais (plastificantes e superplastificantes) 
objetivando a trabalhabilidade da mistura frente aos padrões sugeridos, porém adaptados, por 
OKAMURA (1988), para argamassas para concretos autoadensáveis. O CBC, segundo 
resultados aqui analisados, manteve o desempenho das argamassas com as proporções de 
5% e 10%. Já a argamassa com 15% de CBC melhorou o desempenho e, na argamassa com 
20% de CBC, observou-se um pequeno decréscimo nas propriedades analisadas. Todas as 
análises tomaram como referência o traço padrão. 
Palavra-Chave: Argamassa ; Reforço Estrutural; Cinza de Biomassa da Cana-de-Açúcar 
 
Abstract 
 
This work discusses and analyzes the feasibility of applying this suggarcane biomass ash, 
in structural mortar to repair/reinforcement, with mineral admixture. The potential of 
pozzolanic material, confirmed by the results shown in studies by Borja (2011) and Anjos 
and Borja (2010), presents with 78% silica in its composition. The suggarcane biomass 
ash (SBA) has contributed, according to mechanical and chemical tests, the performance 
of mortars containing 5%, 10%, 15% and 20% of SBA compared with structural mortar 
with none additions. Factor remained constant water-cement ratio for thin materials 
(cement + SBA), varying the mineral additives (plasticizers and superplasticizers) aiming 
at the workability of the mix compared to the standards suggested, but adapted by 
Okamura (1988). The tests showed that the partial replacement of cement by the SBA did 
not affect significantly their mechanical properties. 
Keywords: Structural Mortar To Repair And Reinforcement With Suggarcane Biomass Ash 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 2
 
1 Introdução 
O fenômeno da deterioração é, indiscutivelmente, uma das maiores preocupações 
com relação aos materiais utilizados na construção civil. Não raramente os elementos 
estruturais de uma edificação – em particular os de concreto – apresentam o que se 
convencionou chamar de patologia (AZEVEDO, 2011), problema que pode se manifestar 
sob a forma de fissuras, corrosão das armaduras, lixiviação do concreto, manchas, 
eflorescências dentre muitas outras. 
As causas dessas falhas são diversas, podendo se situar na concepção do projeto, 
através de erros de cálculo ou mesmo quando o fator economia sobrepuja o fator 
segurança, produzindo estruturas demasiado esbeltas; na qualidade dos materiais 
envolvidos, na qual reincide a pressão econômica, verificada na etapa da concepção; na 
execução da obra, que freqüentemente é realizada por mão-de-obra não qualificada; e 
mesmo na utilização indevida ou não prevista da edificação (Souza & Ripper, 1998). Seja 
qual for a causa, entende-se que uma estrutura prematuramente deteriorada não pode 
atender a todas as solicitações para as quais foi projetada, além de acarretar 
desvalorização do imóvel e, em casos mais extremos, risco de desabamento. 
Outro fato que não se pode desconsiderar é a idade das construções em concreto 
no Brasil. O concreto armado, por exemplo, foi largamente empregado em inúmeros 
prédios da capital brasileira, na década de 1950, e a partir daí em todas as outras grandes 
cidades, aumentando a necessidade de serviços de reparo/reforço nessas estruturas 
atualmente (Vaske, 2005). Um agravante desse fato é o não conhecimento, por parte dos 
antigos construtores, de determinadas patologias cujas manifestações são observadas 
somente em longo prazo, a exemplo da Reação Álcali-Agregado. 
Deste modo, o estudo de argamassas para reforço e reparo é um ramo da 
engenharia em que vem ganhando grande importância nos últimos anos, sendo bastante 
recorrente na produção acadêmica e, apesar disso, essa técnica ainda se baseia muito na 
experiência dos profissionais que a utilizam no dia-a-dia ou esporadicamente (Reis, 
2001). 
Este trabalho apresenta resultados de um estudo sobre argamassa de 
reparo/reforço estrutural no que concerne a elaboração, aplicação e desempenho dessa 
tecnologia, avaliando suas principais características, as quais abrangem comportamento 
reológico, resistência mecânica, durabilidade e composição micro-estrutural. 
A viabilidade econômica e a redução do impacto ambiental na produção de 
argamassa foram também enfatizadas, uma vez que houve a incorporação de adições 
minerais (cinza de biomassa da cana-de-açúcar - CBC), subproduto agroindustrial 
amplamente gerado e cujo fim seria o descarte em locais impróprios, culminando em risco 
de contaminação do solo e fontes de água. Além de proporcionar a diminuição desses 
impactos ambientais diretos, a utilização das adições, em substituição parcial do cimento, 
acarreta como conseqüência a redução da poluição causada pela indústria cimentícia, 
diminuindo em cerca de 15% a quantidade de CO2 emitido na atmosfera durante a 
produção do cimento (Dal Molin, 2011). 
Concomitantemente, por meio do estudo da melhor proporção ou combinação dos 
citados materiais, foram analisados os possíveis benefícios trazidos a argamassa de 
reparo/reforço pela adição, sua atividade química e seu efeito físico. 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 3
2 Programa Experimental 
Os traços aqui analisados foram baseados nos estudos realizados por Freitas et al. 
(2011), que analisaram argamassas para concretos autoadensáveis com adição de CBC 
e metacaulim na sua composição. 
Frente à análise dos resultados obtidos nos estudos dos autores acima citados, 
principalmente com relação à resistência mecânica, verificou-se a aplicabilidade dessas 
argamassas para reparos e reforços estruturais. 
Para este estudo, foram adicionados apenas a CBC em substituição parcial ao cimento. 
As dosagens experimentais adotadas (traços unitários) estão especificadas na tabela 1. 
 
 Tabela 1: Quantidade dos Materiais e Nomenclaturas dos traços. 
 
Nomenclatura 
 
Descrição (% das 
adições) Cimento CBC Areia Água 
Áditivos 
(%) 
Superplastificante 
(Glenium 218) 
Plastificante 
(MX 390N) 
AREF_00C 0% de CBC 1,00 0,00 0,89 0,45 0,3 0,3 
AREF_05C 5% de CBC 0,95 0,50 0,89 0,45 0,3 0,6 
AREF_10C 10% de CBC 0,90 0,10 0,89 0,45 0,3 0,6 
AREF_15C 15% de CBC 0,85 0,15 0,89 0,45 0,5 0,3 
AREF_20C 20% de CBC 0,80 0,20 0,89 0,45 0,5 0,3 
 
A variação das quantidades de aditivos superplastificantese plastificantes foram obtidas 
através do método de tentativas e erros, uma vez que se tinha como exigência inicial, 
para as argamassas analisadas, valores específicos de espalhamento a serem obtidos 
(260 a 330 mm) no ensaio de espalhamento da argamassa com forma metálica tronco-
cônica, adaptada segundo o método de Okamura (OKAMURA e OUCHI, 2003) e sem a 
ocorrência de segregação dos materiais. Na figura 1, ilustra-se as dimensões da forma 
metálica tronco-cônica e indicações das medidas ortogonais (d1 e d2) realizadas no 
ensaio. 
 
 
Figura 1 – Dimensões da forma tronco-cônica utilizada e indicações das medidas ortogonais (d1 e d2), no 
ensaio de espalhamento da argamassa. 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 4
 
Adotou-se também o ensaio do funil Marsh como exigência do comportamento reológico 
da argamassa, que mede o tempo de escoamento, em segundos, da argamassa até o 
preenchimento de 1 (um) litro (figura 2). Este ensaio serviu de parâmetro para análise 
comparativa da fluidez do material, uma vez que, em se tratando de material para reparos 
ou reforço, necessita de reologia adequada para aplicação em elementos estruturais com 
altas taxas de armadura, visando também sua possível aplicação através do processo de 
bombeamento. 
 
 
 
Figura 2 – Ensaio de escoamento Funil Marsh. 
 
Após a caracterização reológica dos traços, foram moldados para cada mistura, 18 
corpos-de-prova prismáticos de 4cm x 4cm x 16cm, distribuídos da seguinte forma: 06 
amostras para ensaios mecânicos (flexão e compressão), 06 amostras para módulos de 
elasticidade e 06 amostras para ensaios de capilaridade por absorção de água. 
 
 
2.1 Materiais - caracterização 
A caracterização física e química dos materiais utilizados na pesquisa obedeceu às 
recomendações da ABNT. 
 
3.2.2 Cimento Portland e CBC 
Utilizou-se, para produção das argamassas de reparo/reforço, o cimento Portland 
composto tipo CP-II F 32 RS, com massa específica igual a 2940 kg/m³, massa unitária 
igual a 1000 kg/m³ e área específica (Blaine) de 3190 cm²/g. As propriedades físicas da 
CBC foram tomadas iguais as apresentadas em Freitas et al. (2011), uma vez que 
utilizou-se do mesmo material para esta pesquisa, e estão apresentadas na tabela 2. 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 5
A cinza de biomassa foi moída por 03h30minh e depois submetida ao processo de 
peneiramento na peneira de 200 mesh (75µm) visando uma redução na finura e retirada 
das partículas indesejáveis (resíduos), antes de ser adicionada à argamassa. 
 
Tabela 2 – Massa Específica e Massa Unitária da CBC. 
 Cinza de biomassa da cana-de-açúcar 
(CBC) 
Massa Unitária (kg/m³) 0,66 
Massa Específica (kg/m³) 2,49 
 
A composição química da CBC está apresentada na tabela 3, obtida através da realização 
de fluorescência de raios-X por energia dispersiva. 
 
Tabela 3 – Composição química, em %. 
Composto Cinza de biomassa 
SiO2 72.69 
Fe2O3 9,61 
Al2O3 6,91 
K2O 4,71 
SO3 0,92 
TiO2 0,72 
CaO 2,84 
MgO - 
Outros 1,28 
 
 
3.2.3 Agregado miúdo 
A areia utilizada foi proveniente de depósitos sedimentares do rio Potengi-RN. A 
classificação granulométrica (NBR NM 248), apresentando módulo de finura igual a 1,41, 
classificada como areia muito fina, massa específica igual a 2620 kg/m³ (NBR NM 45, 
2006) e massa unitária de 1570 kg/m³ (NBR NM 52, 2009). A curva granulométrica 
encontra-se ilustrada na figura 3. 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 6
0.01 0.1 1 10 100
0
20
40
60
80
100
PENEIRA (mm)
PO
R
CE
N
TA
G
EM
 
R
ET
ID
A 
AC
UM
UL
AD
A
ZONA 1 - AREIA MUITO FINA
 
Figura 3 – Curva granulométrica da areia. 
 
 
2.2 Métodos 
Utilizou-se misturador mecânico para homogeneização das argamassas. Inicialmente, 
colocavam-se os materiais secos (cimento, adição e agregado) e posteriormente, 50% da 
água de amassamento. Após completa homogeneização, adicionavam-se os aditivos 
(plastificantes e superplastificantes) diluídos no restante da água de amassamento. 
Após a realização dos ensaios de espalhamento e escoamento (tronco-cônico e funil 
Marsh, respectivamente), moldavam-se as amostras prismáticas. 
Em caso de não ser observados resultados de comportamento desejado para estes dois 
ensaios iniciais, faziam-se novas dosagens com alteração nas quantidades de aditivos. 
Decorrido 24h, foram realizados ensaios de massa específica na condição superfície 
saturada seca e determinação do módulo de elasticidade dinâmico, através de medidor de 
velocidade de pulso ultrassônico, modelo 58 – E0048, em acordo com a NBR 15630 
(2008). 
Os ensaios de resistência à tração na flexão e resistência à compressão foram realizado 
nas amostras prismáticas na idade de 28 dias. 
 
3 Resultados e Discussão 
3.1 Argamassa no estado fresco 
Os ensaios realizados com as argamassas de reforço no estado fluido foi o ensaio de 
espalhamento e ensaio de escoamento. A quantidade de água de amassamento utilizada 
no início da hidratação está intimamente ligada ao volume de vazios capilares produzidos 
na pasta. No momento da mistura dos traços, observou-se que não houve exsudação e 
ou segregação. 
 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 7
Na tabela 4 ilustram-se os diâmetros médios de espalhamento e o tempo de escoamento 
das argamassas pelo funil Marsh para preenchimento de recipiente volumétrico de 1 litro. 
Os valores apresentados foram obtidos com variações dos aditivos superplastificantes e 
plastificantes, através do método de tentativas e erros. Buscou-se deixar, para o ensaio 
de espalhamento valores de diâmetros entre 260mm a 330mm e para o ensaio de tempo 
de escoamento da amostra no funil Marsh inferior a 90 segundos. O traço AREF_20C 
ficou com tempo de escoamento ligeiramente superior a 90 segundos, no entanto, não 
apresentou exsudação ou segregação dos materiais. 
 
Tabela 4: Ensaio de espalhamento e tempo de escoamento. 
 
Nomenclatura 
 
Escoamento 
(segundos) 
Diâmetro de Espalhamento 
(mm) 
Áditivos 
(g) 
Superplastificante 
(Glenium 218) 
Plastificante 
(MX 390N) 
AREF_00C 18 275 5,04 5,04 
AREF_05C 25 265 5,04 10,08 
AREF_10C 28 263 5,04 10,08 
AREF_15C 25 290 8,64 5,04 
AREF_20C 96 310 8,64 5,04 
 
Na figura 4 observa-se a massa específica após 1 dia de moldagem das cinco dosagens 
estudadas. Os valores apresentados são a média aritmética de seis determinações para 
cada traço. Todas as argamassas de reforço apresentaram massa específica, após 1 dia, 
valores próximos entre si, inferindo-se a não interferência da CBC na massa específica, 
pelo menos para pouca idade, especificamente 1 dia após moldagem. 
 
2099 2075 2087 2107 2072
0
500
1000
1500
2000
AREF_00C AREF_05C AREF_10C AREF_15C AREF_20C
M
.
E.
 
Co
n
di
çã
o
 
SS
S 
-
1 
DI
A 
(kg
/m
³)
 
Figura 4. Massas específicas após 1 dia de moldagem. 
 
3.2 Argamassa no estado endurecido 
3.2.1 Massa específica na condição superfície saturada seca (SSS) 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 8
As massas específicas na condição superfície saturada seca encontram-se listadas na 
tabela 5. Os valores apresentados também representam a média aritmética de seis 
determinações para cada traço analisado. 
 
Tabela 5 – Massas específicas na condição superfície saturada seca (kg/m³) 
Traço 28 dias 
AREF_00C 2100 
AREF_05C 2094 
AREF_10C 2086 
AREF_15C 2093 
AREF_20C 2074 
 
Em todas as formulações, não houve aumento considerável da massa específica 
(condição SSS) com o passar do tempo, sugerindo que durante o processo de hidratação 
da pasta cimentícia, os vazios deixados pela água de amassamentoforam substituído 
pelos produtos de hidratação do cimento, não interferindo na densidade da massa 
cimentícia. 
 
3.2.2 Módulo de elasticidade dinâmico – massa específica aparente úmida 
O módulo de elasticidade dinâmico foi analisado para todas as argamassas nas idades de 
1, 7, 14, 21 e 28 dias e encontram-se ilustrados na figura 5. 
 
0 10 20 30
0
5
10
15
20
25
30
TEMPO (dias)
M
ÓD
.
 
EL
AS
T.
DI
NÂ
M
IC
O
 
(G
Pa
)
 
AREF_00C
AREF_05C
AREF_10C
AREF_15C
AREF_20C
 
 
Figura 5. Módulos de Elasticidade Dinâmico (GPa). 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 9
A evolução do módulo de elasticidade dinâmico, em função do tempo, não apresentou 
divergência considerável nos traços analisados, atingindo, aos 28 dias, valores próximo 
de 27 GPa. 
 
3.2.3 Resistência à tração na flexão e resistência à compressão 
As amostras foram ensaiadas à tração na flexão segundo a norma NBR 13279 (2005), 
aos 28 dias. Os resultados da resistência à tração na flexão encontram-se listados na 
figura 6. Os resultados apresentados representam uma média aritmética de 06 (seis) 
determinações. 
 
6,33 6,17
5,89 6,04
6,41
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
AREF_00C AREF_05C AREF_10C AREF_15C AREF_20C
RE
SI
ST
ÊN
CI
A 
À 
TR
AÇ
ÃO
 
(M
Pa
)
 
Figura 6. Resistência à tração na flexão. 
 
Observa-se que apenas a argamassa que contém 20% de CBC na sua constituição 
apresentou resultado de resistência à tração na flexão ligeiramente superior à argamassa 
de reforço de referência (1%). As demais argamassas mantiveram-se com resistências 
inferiores, variando de 7% (AREF_10C) a 3% (AREF_05C), aproximadamente. 
Para o ensaio de resistência à compressão, utilizou-se das metades dos corpos de prova 
ensaiados à tração, resultando assim, num total de 12 (doze) amostras para cada 
formulação analisada. Os resultados de resistência à compressão, realizado segundo a 
NBR 13279 (2005) encontram-se ilustrados na figura 7 e representam a média aritmética 
de 12 (doze) determinações. 
 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 10 
42,74
37,42
40,18
44,88
33,13
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
AREF_00C AREF_05C AREF_10C AREF_15C AREF_20C
RE
SI
ST
ÊN
CI
A 
À 
CO
M
PR
ES
SÃ
O
 
(M
Pa
)
 
Figura 7. Resistência à compressão. 
 
Com base nos resultados apresentados na figura 7, a argamassa de melhor desempenho 
no tocante a resistência à compressão foi a argamassa com 15% de CBC na sua 
constituição e a de menor desempenho foi a argamassa com 20% de CBC. 
Fazendo-se análise dos resultados de tração e compressão, pode-se concluir que a 
porcentagem ideal de CBC é de 15%, uma vez que as resistências à tração na flexão não 
sofreram variações significativas. 
 
 
4 Conclusões 
A redução da porosidade observada nas amostras, com o aumento gradativo da 
quantidade de CBC, pode ser atribuído a elevada finura deste material, que atua também 
como microfiler, através do refinamento dos poros deixados durante o processo de 
hidratação do cimento e, desta forma, tornando a argamassa mais densificada. 
A dosagem que apresentou melhor desempenho mecânico, no tocante a resistência à 
compressão, foi a argamassa com 15% de CBC. Argamassa com 20% de CBC 
apresentou queda de resistência considerável, chegando a uma redução de 
aproximadamente 22% quando comparada com a argamassa de referência (AREF_00C). 
 
 
 
ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 11 
Referências 
 
 
ANJOS, M. A. S.; MARTINELLI, A. E. Caracterização do resíduo da biomassa da cana-
de-açúcar para aplicação em pastas cimentícias. In: 18º CBECiMat - Congresso 
Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 2008, Porto de Galinhas. Anais do 18º 
CBECiMat, 2008. v. único. 
 
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e outros materiais em pó - Determinação da massa específica. Rio de Janeiro: 2001. 
 
_______. NBR NM 45 – Agregado – Determinação da massa unitária e do volume de 
vazios. Rio de Janeiro: 2006. 
 
_______. NBR NM 52 – Agregado miúdo – Determinação da massa específica e 
massa específica aparente. Rio de Janeiro: 2009. 
 
_______. NBR NM 248 - Agregado - Determinação da Composição Granulométrica. 
Rio de Janeiro: 2001. 
 
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Janeiro: 2005. 
 
_______. NBR 15630: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e 
tetos – determinação do módulo de elasticidade dinâmico através da propagação 
de onda ultra-sônica. Rio de Janeiro, 2008. 
 
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RN. 2011. 
 
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argamassas para a produção de concreto autoadensável. Anais do 53º Congresso 
Brasileiro do Concreto – CBC2011. Florianópolis, IBRACON, 2011. 
 
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Materiais. 2ª Edição. São Paulo: Editor Geraldo C. Isaia, 2010. 
 
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bagaço da cana-de-açúcar. V Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de 
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ANAIS DO 54º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2012 – 54CBC 12 
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